This is Heaven ✞ [lwt & hes]

Autorstwa stylespretty

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O intuito de Louis ao pisar num local sagrado não passava do simples ato de blasfemar e ouvir um discurso mui... Więcej

if the heavens ever did speak, he is the last true mouthpiece...
shaking the wings of their terrible youths...
the angel of small death and the codeine scene...
the only heaven i'll be sent to, is when i'm alone with you
I was born sick, but i love it.

we were born sick, you heard them say it

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Autorstwa stylespretty

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.
- William Shakespeare.

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O atrito causado pela pressão em que mantinha seus joelhos sobre o piso de madeira era um tanto quanto incômodo. Densas gotas d'água afloravam de suas duas grandes orbes esverdeadas, constratando com o suor que escapava feroz e descontrolado por sua pele nua, que era banhada pela luz pálida que emitia da Lua pela janela aberta. Era uma belíssima cena a ser apreciada; Seu corpo esguio e suavemente curvilíneo, sua pele branca que comicamente poderia ser comparada à cor de papel, seus lábios entreabertos e avermelhados como a intensa cor de sangue que corre sob suas veias eram adornadas pela luz gélida e insinuante do luar. Seu corpo estava inclinado, seus cotovelos postos sobre a cama e seus rebeldes cachos moldando sua face, mais desordenados do que o costume. As maçãs de seu rosto estavam fortemente rosadas, a respiração ligeiramente ofegante e seu corpo numa alta temperatura devido a libertação do êxtase que acabara de ter, e os dedos longos entrelaçados enquanto pedia perdão a Deus pelas barreiras da decência que foram vigorosamente ultrapassadas.

A culpa prevalecia em seu semblante amargamente como folhas mortas após o veranizar do clima, como sempre acontecia quando finalizava. A sensação de imundície já tão provada precocemente por sua alma ressurgia aceleradamente, a angústia invadindo seu peito com o retrocesso que seu psicológico tanto sadicamente parecia prezar. Mas ao mesmo tempo, a ventura do pecado era tão deslumbrante. Ele propõe uma emoção que apesar de fadada, é imensamente tentadora. É como uma maré de desejo sem fim, as ondas se chocam e quebram em seu corpo com uma força majestosa que espreita diversas emoções, acolhe o navegador desprevenido, reflete no lago a estrela cadente que carrega consigo o brilho da luxúria, e quanto mais fundo você mergulha, mais remenda os retalhos que a cansativa promessa de castidade lhe causa.

No compasso desse profundo desejo, o garoto não conseguia controlar nenhuma ação. Mesmo que tocar a si mesmo fosse muitas das vezes alucinante, o tipo de toque que lhe purifica a alma e desfruta de todo o prazer luxurioso, era ao mesmo tempo o necessário para a sua tormenta diária. A sua vida era uma contradição de ideias que não parecia ter fim, uma batalha de garras e gritos ferozes que era travada todos os dias. O único acordo de paz, como se fosse uma trégua em um campo de batalha que atenuava a desordem que se encontrava os dias da incoerência de sua vida era o pranto silencioso que insistia em vir todos os dias, como um parasita que furta suas afirmações e valores. A sensação de ter um grito pronto para saltar a qualquer momento das paredes de sua garganta presente, mas sendo impedido por dedos invisíveis que atravessavam sua carne para lhe silenciar, mas não com a pretensão de acabar com tua vida e consequentemente com teu sofrimento... Os dedos se mexem tortuosamente, rindo do escarnio que é te ter mobilizado, quieto e silenciado, sem poder pronunciar-se até para murmurar um pedido de socorro.

Um exemplo da contradição de sua existência podia ser encontrada no que ocorria no momento; Harry pedia veemente a Deus que a pureza atingisse seu corpo, que o tornasse como o beijo dos rios ao se encontrarem, que retirasse o pecado que andava traiçoeiramente por sua consciência. Mas é vista a oposição de ideias sendo que minutos atrás lamuriava aos céus enquanto seus dedos contorciam-se envolvendo os lençóis de sua cama, sua visão se tornava turva ao que dedava-se a si mesmo procurando sujar-se com a luxuria que era ter seus próprios dedos lhe causando diversas sensações delirantes. Não sabia como iniciava, o garoto navegava nos desejos profundos à fio e quando sua mente clareava como um flash de uma câmera fotográfica num ambiente escuro, encontrava-se gemendo deploravelmente repetidas vezes o nome Louis, como se os seus três dedos envolvendo suas paredes internas não fossem mais o suficiente para saciar o rigor do pecado que emanava e aguçava diversos sentidos de seu corpo. Ele precisava de mais. Negava amargamente o que seu corpo lhe implorava a anos, mas estava começando a se tornar uma tarefa mais difícil do que já imaginara.

Harry fora ensinado de que o ser humano é suscetível a Serpente, ao decair e ao pecado, e que há certa fase de sua vida em que provar do fruto proibido é quase que uma necessidade. Harry começara a pensar que essa sensação inexata que crescia dentro de seu coração era apenas o trilhar para o início dessa tal fase. Não sabia o que iria vir depois e sua mente um tanto quanto fértil o obrigava libertinamente a imaginar versos ocultos e luxuriosos sobre isso. Será que o homem de olhos azuis ia até o templo sagrado para lhe ver? Será que as faíscas que emitiam de seus radiantes olhos pigmentados da cor do oceano em um dia de uma vigorosa tempestade eram direcionadas a ele? Oh céus, não. Era provável que o homem estivesse tirando sarro do garoto neste momento, que sequer consegue controlar o rumo de seu psicológico afetado por hormônios em excesso. No ápice de sua auto-analise, podia apenas afirmar que era incrivelmente frágil... E sua alma permanecia em um conflito interno sem fim.

Sequer poderia contar seus pensamentos para alguém. Seria visto como heresia. Pois afinal, era sujo. Abominável aos olhos da instituição e aos olhos de seus parentes e de seus conhecidos. Contar sobre o de olhos azuis a alguém era uma idealização, não havia como e nem quem. Portanto, a medida necessária era se afastar do homem o quanto fosse preciso, se gostaria de manter sua decência intacta, era a melhor decisão. Não deixaria que a impulsividade de seu corpo lhe trouxesse consequências negativas. Mas levando em conta outra perspectiva, Deus não faz acepção à pessoas, a Igreja lhes trata como fenômenos espantosos... Qual era o motivo disto? Harry pensara, vasculhando no mais profundo de seu consciente para tentar justificar essa ideia.

Mas logo lembrou-se de que seu Senhor era milimetricamente perfeito e que cada coisa tinha sua razão. E se era dessa forma, não era necessário questionários. Questionar leva á transgressão e ao pecado. E o Mestre não aprova meninos que tem como prática a desobediência, correto?

Harry suspirou fundo, fechando suas pálpebras e murmurando novamente uma oração de perdão à Deus, podendo sentir a brisa forte do anoitecer levemente mais agressiva devido a diminuição repentina de calor de seu corpo. Num movimento instintivo para se proteger do frio, tentou cobrir-se com seus próprios braços longos e magros, suas mãos com os ossos que a preenchiam bem provenientes envolvendo seus ombros e clavícula.

"Perdoai a malícia e a indulgência de vosso coração, Senhor. Amém."

O garoto tocou seu colar com um pingente de crucifixo - um tanto quanto pequeno e delicado, mas que o fazia sentir grande feito Daniel na cova dos leões ao tê-lo - e o levou até seus lábios, depositando um leve estalar de beijo no mesmo, sentindo o sabor metálico do objeto atingir seu paladar. Levantou-se - tendo em conta uma certa dificuldade graças a força e o vigor que... trabalhou com seus dedos - e tratou de limpar a profanação que realizara em seu próprio corpo.

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Louis definitivamente não importava-se de o observar por horas à fio. O protesto de Zayn era perceptível apenas com o olhar que lançava ao mais velho, junto de um sorriso descrente pensando em como seu amigo conseguia dificultar todas as circunstâncias da vida. Á sua volta viam-se garotos e garotas o observando com o fervor pecaminoso e costumeiro, Zayn pensara em diversas teorias que conseguissem explicar o motivo da desinibição e da excitação que Louis tanto causava nas pessoas; Uma delas foi que, quando Tomlinson adentrava um local, um hormônio era liberado no corpo do ser humano que o olhasse, causando assim o furor e o êxtase em excesso. Zayn apelidou este processo químico sabiamente de Hormônio William. Quando Louis ouviu o moreno lhe contar isto, a sua expressão de total incredulidade era digna de uma fotografia.

Mas apesar dos efeitos do tal "Hormônio William" sob seres humanos, Louis somente era capaz de manter seu olhar fixo no garoto de olhos verdes - do qual Zayn se atreveu corajosamente a apelidar de anjo devido a seu rosto incrivelmente sereno como à de uma criatura vinda dos céus, mesmo com o fuzilar do olhar de Louis ao ouvir a nomeação - e contemplar a sua beleza magicamente pura.

Após o ocorrido na Igreja, Louis tentou diversas vezes se "comunicar" com o menino. Mas o garoto parecia evita-lo, quando percebia a presença ou o olhar de Louis perante si pegava seu celular e fingia estar conversando com alguém. Ele não era exatamente um mestre do disfarce...

Harry agora estava a sós com um garoto radiante ao seu lado. Louis esboçou um sorriso ao ter a sensação de calmaria apenas por observar seu sorriso encantador e seus cabelos tingidos num tom dourado, juntamente com um par de olhos azulados faiscantes e envolventes. Louis olhou de soslaio à Zayn com uma sobrancelha arqueada, percebendo que o moreno olhava na mesma direção, parecendo hipnotizado. Riu anasalado, logo voltando a observar a obra de arte que era exposta sem que fosse necessário pagar - com direito à covinhas proeminentes, cachos modeladamente perfeitos e maçãs do rosto rosadas - à sua frente.

- Vá falar com ele. Seus ombros estão até mesmo tensionados! Você nunca irá saber se não tentar, buddy.

Louis concordou, respirando e expirando uma grande quantidade de oxigênio e com passos lentos encaminhando-se até o cacheado. Ao perceber que o homem de olhos azuis andava em sua direção, Harry suspirou audivelmente como um pedido de socorro à Niall, que sequer captou o pânico que envolvia os olhos verdes do amigo.
Poucos centímetros a frente do mais novo, Louis se viu sorrindo inconscientemente ao perceber que o garoto conseguia ser mais belo ainda visto de perto. Se Caravaggio pudesse expressar sua beleza em um quadro de artes, captando a naturalidade mesclada com a fragilidade em sua expressão, seria provavelmente uma das obras mais valiosas existentes no mundo.

- Olá... Harry.

Mesmo que o de olhos verdes estivesse o fitando, se sobressaiu como se estivesse numa espécie de transe enquanto a coloração de suas bochechas ficavam adoravelmente mais evidentes. Louis aguardava ansiosamente uma resposta ou um simples murmúrio, a tensão que era estar perto do garoto de seus sonhos mais férteis era incrivelmente abrangente, não conseguia não o observar feito um predador pronto para atacar a sua presa. Harry notou os lampejos vindos dos olhos azuis, inevitavelmente sentia-se como uma cidade desabitada por causa da radiação causada por alguma bomba nuclear. Eram olhos azuis tão belos e profundos, poderia observa-los por dias...

Não, Harry. Não vos deixe cair em tentação. Aquele era um evidente obstáculo que Deus punha em sua vida. Oras, teve que lutar contra diversos sentimentos que preenchiam seu coração por toda a sua vida e lágrimas que corriam silenciosas pelas suas bochechas, mas porque era tão difícil quando se tratava de Louis? Céus! Ele havia apenas o saudado e Harry sentia seu peito arfar e sua respiração falhar!

Acalme-se. Fechou seus olhos e optou por seguir os passos de seu guia, recitando um versículo da Bíblia em sua mente:

"Somos como o impuro - todos nós!
Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas iniquidades nos levam para longe." (Isaías 64;6)

- L-Louis... Eu não acho que isto que não sei exatamente o que é seja uma boa ideia. Desculpe por isso, eu realmente preciso ir.

- Espera! Qual o motivo disto?!

Harry captou as linhas sonoras do homem, podendo ser notável um grave incômodo e chateação. Sua voz era potente o bastante para fazer com que Harry se sentisse fraco e desobediente ao não responde-la, o menino sentiu um nó com inúmeras voltas preencher a região de sua garganta, mas não tardou em abaixar a cabeça, se virar e começar a caminhar, sem dizer mais nada a Louis. Afinal, nem ele sabia qual era o motivo. O mais velho observou sem expressão exata em sua face o garoto se afastar. Não sabia o motivo do "balde d'água de gelo" que acabara de receber, mas sabia que não era necessário se abalar pois seria temporário. A descortesia seria paga em algum momento. Era simples, pois a partir do momento em que Louis quisesse provocá-lo e por em prática a verdadeira face do atentado ao pudor, faria o pequeno menino questionar a tudo e a todos.

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Seus olhos miravam o homem sobre o púlpito. O dito cujo - que tinha a aparência um tanto quando desgastada, mas a voz potente captava a essência da juventude que Deus lhe permitia ter - estava dando o seu sermão. Especificamente, para o público jovem. Porém Harry estava tão alheio à tudo que mal conseguia absorver as palavras que seu próprio pai pregava...

Poucos metros de distância, Louis adentrava ao local sagrado com ares de indiferença aos olhares e os comentários entusiasmados dos fiéis. Afinal, era a terceira vez que o jovem punk dava as caras no templo. Ingenuamente, pensavam que ganharam mais uma alma ao Senhor... Pobres coitados. Com rapidez sua visão foi de encontro a Harry, e sem mais delongas sentou-se ao lado dele. Assim que o cacheado sentiu a presença ao seu lado, o odor masculino e adocicado do pecado pertencente ao homem que lhe fazia sucumbir a seus desejos como feitiçaria, suspirou fundo e o olhou. O homem sequer fez questão de lhe saudar; mantinha-se apenas concentrado no que o seu pai dizia. Seus belos olhos azuis não estavam postos sob si, mas no púlpito. Sentiu uma pontada desconhecida atingir seu coração. Porque Louis não o olhava? Pigarreou alto, tentando notavelmente chamar a atenção do outro. Não obteve uma resposta ou sequer um olhar de soslaio.

- Louis? - soltou um murmúrio irritadiço ao proclamar seu nome e em seguida um longo suspiro, como se não pudesse ser nomeado ou soasse como uma obscenidade. O mais velho virou a sua cabeça em direção ao menino, que não pôde evitar o encolhimento de seu corpo ao ter o olhar penetrante tão perto de si. - O s-senhor pode sentar em outro lugar?

Espera. Porque diabos o chamou de Senhor?! Oh, céus. Suas bochechas já estavam queimando como se seu corpo estivessem na camada mais profunda do submundo, seus dedos trêmulos e sua respiração descompassada. Tudo piorou ao que Louis arqueou sua sobrancelha, tateou a sua barba rala com os dedos e percorreu com sua língua lentamente toda a extensão de seu lábio inferior, fixando seus olhos tão profundos, escuros e até mesmo acinzentados nos esverdeados do menino, que instantaneamente olhou para seus pés e os agitou ansiosamente, iniciando o aperto contra sua pele ao não saber como lidar com a situação.

- Não seja tolo, Harry. A Igreja está com muitos de seus lugares ocupados. Invés de preocupar-se com quem se senta ao seu lado, deveria ser "cristão" o bastante e ouvir o que o servo do Senhor diz.

Louis proferiu com uma entonação até então desconhecida ao outro, que apenas assentiu envergonhado com a cabeça e voltou a ouvir atentamente o que seu pai lhe dizia, diminuindo gradativamente o aperto de seus dedos em sua pele. Mal sabia que a única entonação empregada na voz de Louis não era nada mais que profundo deboche.

Harry sentia-se incomodado. Talvez pelo modo do qual terminou a conversa com Louis, por sequer estar conseguindo ouvir o sermão e extrair a mensagem da qual o pregador quer passar, ou por sua atitude terrivelmente hipócrita. Seus olhos miraram o mais velho novamente, agora concentrando-se em sua expressão que podia ser interpretada de diversas formas, até mesmo desinteresse. Bom, era indecifrável.

- Desculpe-me, Louis... A minha insegurança fala mais alto, espero que possa me perdoar. Não queria lhe ofender.

O menino proferiu num tom apreensivo, sentindo o olhar do outro sobre si, não tendo a coragem de retribuir quaisquer que fosse a expressão que era lançada a ele. Um riso baixo e suave fora ouvido e as bochechas de Harry tornavam-se malditamente quentes. Era um som leve, como a brisa do verão em uma área praiana.

- Fique calmo, anjo. Não é um mau garoto, sim?

Louis o questionou, uma sobrancelha arqueada e seus braços cruzados aumentando - mais ainda - seus ares de dominação. O menino arregalou suas orbes esverdeadas e assentiu com a cabeça, num gesto envergonhado. Apenas o olhar e a presença do mais velho era uma constatação da inquietude dos desejos pecaminosos do cacheado. Os olhos azuis tão duros e audaciosos sob seu corpo o tornava menor e amedrontado, uma fera aprisionada e arrepiada de tentações reprimidas.

- Você é realmente um bom menino, uh?

Louis proferiu, o diferencial visível em sua voz que saira num tom potencialmente mais baixo, mais como um murmúrio para si mesmo. Harry apertou os lábios e ergueu seus olhos, balançando suas longas pernas ao que tentava distrair-se de qualquer pensamento impuro que vinha naquele momento inundar seu corpo e torna-lo mais uma vez profano. Tentou concentrar-se no sermão de seu pai, do qual havia até mesmo esquecido qual era a temática.

"A juventude está precisando urgentemente despertar. Jovens, a Lei foi feita para os que cometem imoralidade sexual, para os homossexuais, para os que pecam e para todos aqueles que são contra o verdadeiro ensino da Bíblia. E este verdadeiro ensino está de acordo com a palavra gloriosa de Deus, as quais fui encarregado de anunciar."

Oh. Para sua infelicidade, Louis resolvera tentar ouvir algo que o homem dizia bem naquele instante. Seu coração começara a palpitar rapidamente, um zunido irritante a soar em sua cabeça, seus punhos se fecharem instantaneamente. Sua psique explosiva sendo reavivada ao ouvir palavras como aquelas. O sabor de desgosto. Seu maxilar estava firmemente trincado e suas sobrancelhas juntas, uma carranca irritadiça formando-se em seu semblante. Seus ombros tornaram-se repentinamente extremamente rígidos, assim como seu olhar parecia capaz de canalizar energia e destruir centenas de seres vivos. Harry observava o outro com uma genuína curiosidade; seus olhos grandes captaram a transformação de sua feição indiferente para a de extremo nervosismo em segundos.

- Sabe, Harry... - O mais velho pousou sua mão sob a coxa do mais novo, num movimento que Harry inocentemente pensara ser inconsciente para dizer algo. Os olhos do cacheado acompanharam a mão do outro descansar em sua pele e permanecer ali. - Eu prefiro não absorver algumas coisas que ouço em alguns lugares. É desgastante ouvir os mesmos discursos toda maldita vez, sabe?

Não. Harry não sabia. O que responder?! A palpitação de seu músculo cardiovascular era tão veloz e alta que podia até mesmo ser escutada, forte e constante. Suas mãos suavam frio enquanto a sensibilidade causada por um único e simples toque repentino se alastrava pelo seu corpo... A mão do mais velho continuava pousada em sua coxa mesmo após o término da frase. Era inconsciente? Talvez o mais velho sequer percebera que sua mão permanecia ali, certo? O corpo de Harry estava tremendamente quente ao reagir com o mais sutil toque, e não pelo fato de ter uma excêntrica sensibilidade na região de suas coxas, e sim pelo fato de que os dedos de Louis que permaneciam ali. Harry tentou centralizar sua atenção em qualquer coisa que não fosse o calor de seu corpo que aumentava extraordinariamente.

"Pois irmãos, em Levítico 18;22 é dito: com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é."

Louis agora realizava movimentos circulares com seu polegar sob a coxa do mais novo. Um aperto consideravelmente forte após o término da frase do pregador foi realizado, Harry fechou suas mãos em punhos. Não sabia o que fazer a seguir; seus dedos dos pés contorciam-se dentro de seus sapatos e tentava se controlar para não arquear seu corpo e inclinar sua cabeça, porque ele se encontrava tão... fodido e receptivamente sensível. A mão ágil, forte e cheia de veias que saltavam numa coloração azulada aparente de Louis deslizando sob sua coxa não era de grande amparo naquele momento.

Harry era uma pessoa notavelmente transparente. Felizmente encontravam-se no penúltimo banco, o que impossibilitava os fiéis de observarem o que ocorria ali, Louis captava qualquer arrepio ou contração que o corpo do garoto emitia, além das suas bochechas tão róseas quanto seus lábios e a respiração ofegante que eram magníficos sinais de que um simples toque em suas pernas - mais especificamente em suas belas coxas - fez sua sensibilidade aflorar de uma forma fascinante. O mais velho parecia distraído enquanto o fazia, mas a cada frase que o pregador proferia, a sua carne era envolvida com força pelos dedos grossos do homem. Era tão bela a feição do reprimir do pecado; da tentação que bate a porta. A essência da provocação que incendeia seu desejo luxurioso, ansioso e apreensivo alastrava-se por seu corpo virgem e inquieto... Louis o olhava com uma solene adoração; era a criatura mais bela, senão a mais fascinante que já vira. Ele transborda diversos sentimentos com atitudes minimas. Seria a insensatez que trazia essa sensação avassaladora?

"A homossexualidade não é bem-vinda no templo do Senhor. Práticas da qual nenhum ser humano deve se orgulhar não são bem-vindas na casa de nosso Pai."

A força em que Louis mantinha seu aperto aumentava gradativamete. Era uma possibilidade dentre tantas que a coxa do garoto estivesse marcada, pinceladas de luxúria sinalizadas tão cedo em sua pele... Louis não poupava sua força quando era necessário. Harry choramingava num tom baixo, seus olhos permaneciam fechados enquanto seus demônios internos percorriam com feições vitoriosas a sua psique. Sua impulsividade mesclada com o desespero levou-lhe a sobrepôr sua mão na de Louis, apertando-a entre seus dedos longos, como um pedido silencioso para que terminasse com a tortura de sua sanidade.

Louis o observou; Oh, como mostrava-se necessitado. Lentamente, o aperto desvaneceu e os olhos do mais velho miraram os de Harry. A luxúria dos olhos azuis encobriam toda luz que já houvera, tornando aquele par de diamantes como o mais completo breu existente. Era como estrelas matutinas ao acordar. Era um exemplo de como o pecado poderia ser fascinante.

- Preciso caminhar.

Louis levantou-se, com a súbita e imediata ânsia de sair daquele local, mas sendo instantaneamente impedido de se encaminhar para fora da Igreja por dedos longos e ossudos que seguraram seu pulso com nítida fraqueza. Olhou para baixo e um Harry ofegante e ligeiramente assustado o observava, com suas orbes revelando curiosidade e medo, esverdeadas como um par de límpidas esmeraldas.

- E-eu irei com você. Estou precisando de um ar, acho.

O mais velho deu de ombros, se desvencilhando brutalmente do aperto e indo em direção a saída da igreja. Harry levantou-se para acompanha-lo, não se importando com o fato de que sairia sem dar satisfações a alguém. Não era significativo no momento. O garoto se direcionou com passos lentos até a porta entreaberta da Igreja, olhou para seu pai que aparentava ferozmente pregar a palavra de Deus, olhou também para as senhoras enraizadas nos bancos do local, para cada criança com seu característico brilho aventureiro no olhar. Respirou fundo e encaminhou-se para fora da Igreja.

Louis não estava muitos passos á frente; Suas mãos cobertas pelo bolso da calça escura, seus bíceps abrigados por tatuagens que mais parecem diversos rabiscos a amostra, uma expressão indecifrável em seu semblante ainda presente. Harry correu com suas pernas desengonçadas rezando para não tropeçar em seus próprios pés durante o trajeto, Louis o observou e evitou que escapasse um riso de seus lábios; O garoto era adorável até mesmo tentando correr, totalmente dessintonizado.

Ao que o alcançou, ambos apenas caminharam com um silêncio deveras confortável pairando o vento inconstante da primavera. A respiração dos dois estava consideravelmente mais controlada, Louis conseguiu evitar um possível ataque de raiva e Harry não teve uma crise de ansiedade que o afetasse de forma grandiosa. Os garotos não trocaram palavras desde que saíram da Igreja, e já haviam caminhado por tempo o suficiente. O mais velho apontou com seu dedo indicador para a entrada de um local que evidentemente era um parque. Árvores com uma imensidão esverdeada o habitava e podiam ser vistas na entrada do lugar. Não bastou alguma palavra para que Harry compreendesse o pedido. Os meninos foram em direção ao local e não tardaram a sentar na grama dali, a sensação levemente úmida e incômoda de sentir a relva verde entre suas juntas. Diversos tipos de flores coloriam o local; os garotos não saberiam nomear cada uma delas, mas no cristal de sua essência tinham cores frias, formas amenas e aromas adocicados. Os meninos permaneceram sentados, com a bela paisagem de cortesia.

- Não tenho certeza sobre sua franja. - Louis pronunciou ao perceber que os fios de cabelo que permaneciam cobrindo a testa do menino encontravam-se distintamente rebeldes. Harry fez uma expressão confusa e ingênua junto a um biquinho adoravelmente infantil, tentando controlar seus cachos desordenados.

Louis não pôde evitar sorrir ao observar os movimentos desengonçados do garoto, resolvendo ajuda-lo, levou suas próprias mãos ao emaranhado da cor de chocolate e tentou arruma-lo. Harry deu um sobressalto ao sentir os dedos do mais velho perpassarem por seus cabelos, era uma situação notoriamente constrangedora, mas ao mesmo tempo, uma sensação estranhamente boa. Seus cachos escorregavam sob o toque macio de Louis, e sem ao menos perceber, o mais novo se viu pedindo por mais - inconscientemente - ao inclinar sua cabeça em direção aos dedos do homem. Era simplesmente... agradável. Não havia o porquê ver alguma maldade nisto. Já Louis resplandecia adoração em seu olhar ao observa-lo se inclinar a um simples afago em seus cachos, era a cena mais amável que presenciava em dias, senão meses. A textura de suas madeixas era macia como a seda em que não se encontra nenhuma impureza. Sua expressão era tão serena quanto a de uma criatura divina, suas pálpebras estavam fechadas, seus cílios grandes e claros batiam em suas bochechas e seus lábios estavam cheios, avermelhados e entreabertos. Seu cheiro remetia ao olfato do mais velho morangos silvestres do campo. Cada ato realizado continha uma dose de doçura. Harry era incrivelmente lindo. Era também visível que havia uma conexão intensa entre ambos...

- Você está bem? Parecia realmente irritado na Igreja. - Harry murmurou baixo e manso, comodamente sentindo o afago em seus cachos. Louis suspirou, observando o menino inclinar o pescoço como se procurasse por mais. Amável.

- Não irei mentir para você... Sabe, - suspirou fundo, alinhando alguns cachos do mais novo que encontravam-se embaraçados devido a ventania - A hipocrisia de alguns líderes religiosos não me deixa contente, Harry.

- O que você exatamente considera como hipocrisia, Louis? - o mais novo assustou-se até a si mesmo com o seu tom potencialmente questionador. Não era costumeiro ser tão... audacioso.

- Você tem certeza que quer ouvir isso, anjo?

Retoricamente, as maçãs do rosto do mais novo esquentaram-se ao ouvir o apelido. Louis simplesmente o aquecia com coisas incrivelmente minimas. Niall era seu melhor amigo e o acarinhava como Louis estava fazendo, o nomeava por diversos apelidos, mas estranhamente, não era a mesma coisa! As borboletas de seu estômago nunca voaram dessa forma. Estão enlouquecidas. Harry assentiu lentamente com a cabeça, não sabendo exatamente como preparar-se para o discurso que receberia.

- Bom, - Louis suspirou, observando o céu azul lúcido e reluzente como seus olhos. - Harry, eu fui ensinado que não deveria questionar a absolutamente nada desde garoto. Desde que eu percebi que estar acomodado com o que eles nos dizem estar "correto" não está certo, atiraram centenas de pedras contra mim por isso. Um exemplo disso foi o que aquele homem dizia hoje, na Igreja. O meu temperamento não é como a de um homem que entoa mantras de boas vibrações, eu sou como uma bomba prestes a explodir se você acionar os mecanismos certos. Quando ouço discursos como o dito na Igreja... é como se você estivesse chutando essa bomba e encurtando o tempo do explosivo. Tão avançados que estamos! É desgastante ainda saber que as pessoas julgam outras por simplesmente amar.

Harry observava-o com relutante perplexidade. Depois de ter se indicado tão esquivo, o homem revela espontaneamente um valor tão íntimo. A imobilidade do mais novo era um sinal de ênfase da sua indignação. Claro, não iria mentir para si mesmo dizendo que nunca pensara nisso. Porém era necessário o universo ilusório mesmo perto de quem não importava-se com o estado de sua santidade. Era simplesmente um ninho de antigas fúrias. Não questione, ore! Da forma que lhe ensinaram a vida inteira.

- Não é exatamente assim. A Bíblia condena tais práticas, sendo assim, é instantaneamente abominável. Céus, duas pessoas do mesmo sexo é algo terrivelmente sujo, papai está devidamente correto por pregar a palavra de Deus. O reino dos céus espera a todos que fazem o que é certo e não concordam com imundices. Pois pare de falar essas coisas se não quer ir para o inferno!

- Uh, realmente pensa assim, querido? O seu Deus que condena as pessoas por simplesmente realizarem o ato profano de amar também diz que o homem não deve comer carne de porco! Me diz, no churrasco da família o seu pai prega a palavra de Deus? - Louis proferiu, tornando-se evidente o tom desafiador e sarcástico em sua voz. Achou cômico a forma robótica de como Harry havia dado o seu discurso, como se tivessem o programado para dizer aquilo. - Porque algumas coisas valem e outras não, anjo? Não minta para si mesmo.

A epiderme do cacheado tornava-se gradativamente mais febril ao que Louis pronunciava as palavras. O afago já não era mais realizado, facilitando o afastamento de ambos os corpos. Harry estava indignado com o discurso do outro; era totalmente blasfemo, um escândalo obsceno! Não era correto! Estava prestes a recitar sua oração enquanto segurava firmemente no seu colar de crucifixo que sempre o acompanhava. Em meio á tribulações sempre o fazia.

- Você segura com tanta força em seu crucifixo pois sabe que não há respostas. Você está vocalizando um grito dentro de sua garganta a tanto tempo, e sabe como percebo? Pois já estive na mesma situação. Céus, não abra mão da sua felicidade por algo que você sabe que não quer, Har-

- A decência me obriga a intolerância, Louis! A sua evidente simpatia a Satã e aos seus feitos não vão me fazer mudar de opiniões e valores!

O que começara com uma simples pergunta, tornou-se uma batalha de gritos estridentes. Harry massageou suas têmporas enquanto um nó na sua garganta insistia em se formar; a sua fraqueza era tão grandiosa que até mesmo em uma simples discussão era facilmente aflorada. Louis mantinha seu olhar nas árvores e nas flores cogitando seriamente desferir um soco no homem que no parque debilmente assediava uma dama que caminhava á sua frente. Ou no babaca que jogava as garrafas de cerveja que bebia no chão. Podia realmente machuca-los. Respirou e expirou fundo, tentando pacientemente praticar a empatia para com Harry. Coloque-se no lugar dele, não o julgue. A sua chamada "simpatia a Satã" não deveria tornar-se evidente agora. Você já esteve na mesma situação! Quer ajuda-lo, não piorar tudo.

- Eu só tenho medo de questionar. Eu cansei da luta interna que ocorre dentro de mim. - Harry proferiu depois de alguns minutos de silêncio que contribuiu para a calmaria de ambos. Louis o olhou com plena compaixão; o mais novo estava encolhido em seu próprio corpo, seus olhos verdes encobertos por uma beleza trágica e pura, seus cachos esvoaçando devido ao vento que apareceu ao entardecer. Seu coração descoberto, silenciado no olhar vazio. O mais velho nunca fora muito acessível ou afetuoso, mas ao estar na presença do menino, parecia simplesmente transformar-se por completo. Se aproximou, erguendo o queixo do menino com seu polegar, seu rosto rente ao dele. Seus lábios naturalmente vermelhos como a cor da cereja, seu cheiro único e predominante como a chuva doce que cai sobre a terra fecundada, seu olhar que demonstrava um fragmento perdido à quilômetros de distância...

Erao belo quanto uma poesia perdida e inédita aos olhos de um tutor de literatura. Tão belo quanto um monumento histórico ruindo em pedaços encontrado por um arqueólogo. Tão belo quanto um livro de conto de fadas, com algumas de suas páginas faltando sob o piso das ruas movimentadas encontrado por uma criança que mesmo sem moradia, tem um bravo coração e uma mente sonhadora.

- Olha, Harry. Eu não queria magoa-lo, até porque a sua beleza é preciosa demais para ter uma expressão tão triste em seu rosto. - Louis começara a deslizar seu polegar sob as bochechas do menino, traçando um caminho por seu maxilar. - Mas não ponha em risco a sua felicidade por causa dos outros. Não ponha sua própria vida em risco para cumprir as coisas que lhe disseram que era correto. Não sinta-se mal sendo que não está fazendo nada de errado, sim? Independente do que for.

Harry assentiu minimamente com a cabeça, lançando ao mais velho um sorriso um tanto quanto inseguro, mas sincero e notavelmente agradecido, com direito a lindas covinhas proeminentes. Louis levantou-se da grama e respirou e expirou fundo, a sensação da brisa fria e forte lhe atingindo, bagunçando suas madeixas castanhas. Antes de girar sob seus calcanhares, sorriu carinhosamente para o menino a sua frente, que parecia simplesmente indefeso demais.

- Seu Deus lhe mandou amar ao próximo, Harry. E contanto que você o faça, tenho certeza que a sua "decência" permanecerá intacta.

Louis pronunciou, lançando um último sorriso que carregava consigo compaixão e empatia e indo embora, sendo guiado pelo vento, deixando um menino religiosamente vulnerável, solitário, inseguro e demasiadamente confuso com diversos pensamentos para organizar e uma duradoura batalha interna para enfrentar.

"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa muitíssimos pecados." (1 Pedro; 4,8)

✟__✟__✟__✟__✟__✟__✟__✟

n/a notinhas da cami-sama

oi nenéns!!! eu sei que demorei, mas de caiaque eu cheguei!!!! (◡‿◡✿)/

primeiramente eu espero que tenham gostado do capítulo, eu realmente conto com a aprovação de vcs pq eu sei q n houve nada mt ohhh.. mas foi necessário para o q vai acontecer mais pra frente *tipo no próximo cap.... opa falei demais*, HUEHUEHUEBR de qualquer forma, espero mtmtmt que tenha agradado vocês!

música do panic at the disco na mídia, essa música me deixa insana e sei la, ela & o cap juntos tornou tudo mais intenso (pelo menos pra mim q sou loka) i.i

peço também que vocês tenham a capacidade de se colocar no lugar tanto de harry quanto no de louis. esse capítulo não foi tanto, mas nos próximos seria muito bom se vocês fossem empáticos com os dois! afinal, tem uma série de coisas q os envolvem!

E PELA DEUSA!!! eu não sei nem o que dizer! muito obrigada pelos 11K e pelo feed q estão dando p fic, eu to falecendo porque isso é um sonho pra mim, vcs são maravilhosos e obrigada por estarem acompanhando tih. eu amo muito vocês! 💙

larrysupernatural não me canso de dizer que você é o demônio mais angelical que existe. obrigada por tudo.

enfim, comentem bastante e não se esqueçam de votar pq eh mtmt importante! até a próxima att, kittens! 🐱💛💐🐝

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Oiiee amores, uma fic pra vcs!! Irá conter: - masturbação - sexo - traição Se não gosta de nenhum dos assuntos a cima, já sabe não leia.