O Turista (Livro 1) [H.S]

Door laribsss

134K 8.3K 3.1K

É engraçado como as coisas variam pelo ponto de vista das pessoas. Alguns acreditam em Deus, outros em destin... Meer

Aviso
GRUPO NO WHATSAPP
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
SEGUNDO LIVRO
P.S.: Eu Te Amo.
IMPORTANTE PRA CARALHO - DESCULPA O PALAVRÃO

Capítulo 29

2.4K 176 30
Door laribsss


                 

A sala estava um caos. Fora o sofá, haviam duas mesinhas viradas e dois abajures e três vasos quebrados. Cacos de vidro por todos os cantos. Os estragos corporais eram grandes também. Melanie tinha a boca e o nariz partidos, o rosto com grandes marcas que logo ficariam roxas, a barriga com enormes hematomas dos murros recebidos, uma luxação na mão esquerda, as pernas com arranhões longos, que iam da coxa até o tornozelo e o couro cabeludo completamente dolorido pelos puxões. Harry tinha a sobrancelha partida, assim como a boca, que já era blasé, vários talhos nas laterais do rosto e pescoço, as costas retalhadas de unha, um corte debaixo dos cabelos pelo vaso que levara ali, a barriga dolorida pelos pontapés que recebera... Enfim, os dois pareciam ter voltado da guerra. Foram pro quarto de Melanie, ligando a ducha bem quente, pra espantar o frio que fazia lá fora. Os ardores quando a água caiu nos cortes recentes foram bravamente ignorados pelos dois, que ficaram se namorando, se curtindo ali por um bom tempo.

Harry: Um dia... Daqui há anos ou uma vida... O que você acha de filhos? – Perguntou, abraçando-a por trás, e Melanie franziu o cenho.

Melanie: Sabe que eu não posso. – Disse, confusa.

Harry: Sei que você fez besteira. – Repreendeu, mordendo a orelha dela, que riu – Mas em alguns casos é reversível. Eu precisaria conversar com o médico que te operou pra saber. – Melanie passou um tempo, imaginando.

Melanie: Seria engraçado. Um bebê teimoso igual a você. – Alfinetou.

Harry: É, e teria o talento de mentir vindo do berço, igualzinho a mãe. – Rebateu, e ela riu.

Melanie: Não seria justo. Quero dizer, que futuro nós podemos oferecer pra ele? – Perguntou, e Harry a virou pra si, passando a mão no rosto dela, pensativo – Não podemos condená-lo a viver uma vida que escolhemos pra nós dois.

Harry: Poderíamos fugir. Quando fosse a hora. – Disse, acariciando os braços dela – Largar. Ter uma vida normal.

Melanie: Eles iriam atrás de nós. Até o fim do mundo. – Disse, sorrindo. – Isso incomoda você?

Harry: Não. – Disse, dando de ombros – Me incomoda só pensar no que poderia ser. Você seria uma ótima mãe.

Melanie: Eu seria uma mãe presente. – Ao contrário da própria mãe, pensou – O resto seria no improviso. – Disse, sorrindo. – Eu amo você. – Disse, e ele sorriu de canto, beijando o nariz dela.

Harry: Eu também. Bem desse modo confuso que você é. – Respondeu, enchendo o rosto dela de beijinhos.

Melanie o encarou, pensativa, e ele ergueu as sobrancelhas, esperando. Ela nunca imaginara, no momento em que o parara no trem, que terminaria assim. Nunca imaginara que ele conseguiria ultrapassar o escudo que ela criara pra si própria. Nunca imaginara que iria amá-lo. Verdade seja dita, não tinha explicação alguma para ter escolhido, uma vez que não tinha a mínima semelhança com Niall, mas começava a acreditar que fora Deus que a fizera escolhê-lo naquele momento. Pra dar um sentido a vida dela, pra trazer felicidade onde ela só tinha alegria. Para completá-la. Ela sorriu pra ele, beijando-o em seguida, e ele retribuiu, abraçando-a. Gostava desse tipo de reação, de senti-la entregue, apaixonada a esse ponto. Desse modo ele sentia que poderia dar certo, funcionar entre eles dois. O beijo se aprofundou, ganhando intensidade e Melanie suspirou, se estreitando contra ele. Harry a amparou na parede, por instinto, as mãos possessivas segurando-a contra si, ambos ignorando o fato de terem transado mais que satisfatoriamente há menos de uma hora. Harry subiu as mãos pela barriga dela, encontrando-lhe os seios e ela prendeu a respiração. Estava machucada, ele fora bruto da primeira vez. Harry desceu a boca pelo pescoço dela, passando por todas as marcas que deixara ali com beijos molhados, tocando-a com cuidado. Dessa vez foi diferente. Sem pressa, sem raiva, com carinho, paixão, cuidado. Se amaram debaixo do chuveiro, ignorando a loucura que a situação em si representava, apenas felizes por estarem juntos de novo.

Melanie teve uma dificuldade razoável para recebê-lo a inicio e ele não precisou questionar porque: A violência dele deixara rastros, machucados, e ainda que ele estivesse com ódio, ela ainda era mulher. Estava sensível, tanto que chegou ao ponto dele querer desistir perante o desconforto/dor dela, mas ela não deixou. Disse que ficariam bem, e o beijou. Aconteceu assim: Depois da tempestade na sala, a calmaria no chuveiro. Quando terminou os dois ficaram abraçados um bom tempo, em silencio, só se sentindo. Só deixaram a água quando o frio prevaleceu. Se vestiram com roupas agasalhadas (Harry se agradecendo internamente por ter levado pouca roupa para a Grécia) e voltaram pra sala.

Harry: Santo Deus. – Gemeu, vendo o estrago.

Levou quase meia hora pra limpar os cacos de vidro, jogar tudo fora, colocar as coisas no lugar, se livrar das roupas rasgadas de ambos, consertar o que tinha conserto, encontrar o cachorro... Enfim, deixar a sala apresentável outra vez. Por fim Harry levantou o sofá virado, branco, pesado, pondo-o no lugar de novo e se jogou ali, respirando fundo. Estava acabado. Depois do banho tivera que fazer curativos nas plantas dos pés, retirando lascas de madeira e cacos de vidro dali. Seu corpo todo doía pelo dia esforçado, tanto quanto em sexo quanto na briga e na fuga do hotel. Melanie não ficava muito atrás. Tinha tido a viagem da Grécia, que a derrubou emocionalmente, a volta pra casa, as horas em pranto, o golpe que levara de Niall, a noite mal dormida (ela desmaiara com o golpe de Niall, então vagava entre a consciência, onde caia no choro novamente, e a inconsciência, onde tinha pesadelos onde Harry de certa forma sempre parecia fugir de suas mãos quando ela estava prestes a tê-lo), depois não se alimentara, brigara com ele, apanhara feio, então o sexo. Mal conseguia andar, sentar era um tormento.

Harry viu ela prender as armas que os dois haviam derrubado debaixo da mesinha de centro e chamou ela com a mão. Melanie engatinhou até ele, subindo em seu colo e gemeu, totalmente dolorida. Ele usava uma camisa branca e calça abrigo, e ela um short cinza com uma blusa bege de manga cumprida. Sexta-feira, passado o susto da briga na sala, estava muito confortável, sentado em uma das poltronas da sala.

Harry: Durma. – Disse, acolhendo-a em seu peito, tirando-lhe o cabelo do rosto e ela assentiu, acomodando a cabeça no peito dele.

Nem tinha como recusar. Ambos dormiram quase que instantaneamente, caindo em um sono pesado, profundo, abraçados. A chuva continuava impiedosa lá fora. Foi a chuva que encobriu o barulho de carro, quase seis horas depois, e as pisadas do lado de fora. Harry só despertou porque Sexta-feira fez festa, o rabo abanando pros lados, recebendo quem chegou. Harry cerrou os olhos e olhou Melanie dormindo em seu colo. Apertou o abraço nela e olhou em volta, tentando se situar das horas, morrendo de vontade de voltar a dormir. Foi então que viu um vulto feminino subindo a escada, e Niall apareceu na porta da sala, salpicado de chuva.

Niall: Precisamos conversar. Você e eu. – Disse, o semblante e a voz sérias, o rosto fechado, como Harry nunca havia visto antes.

Não havia visto antes e preferia passar a vida sem ver, mas agora já era tarde.

Harry fez sinal pra Melanie, que dormia, e Niall assentiu, apontando com a cabeça pro escritório e saindo dali. Harry se virou com Melanie no sofá, como se tivesse deitando de conchinha com ela e esperou até o sono dela se tranquilizar de novo. Deu um beijinho no ombro dela e se levantou, mancando até o escritório. Chegando lá Niall estava parado ao lado da mesa, girando o revolver entre os dedos. Harry parou na porta, entendendo. Niall estava furioso pelo que ele havia feito.

Niall: Eu perdi dez homens essa noite porque você resolveu cantar. – Disse, girando o revolver na mesa – Dez vidas. Parece certo pra você?

Harry: Não. – Disse, entendendo.

Niall: Feche a porta. – Ordenou, sério. Harry não tinha certeza de que queria fazer isso, mas fechou a porta.

Harry: Eu não entendo. Eu não disse nada comprometedor, porque mataram seus homens?

Niall: Sabe por que todos nós estamos soltos, Harry? Andando na rua tranquilamente, sem precisar nos esconder? Porque o FBI sabe quem somos, sabe o que fazemos, mas não tem como provar. – Disse, virando o rosto sério pra Harry – Você foi de livre e espontânea vontade, nas mãos deles, e se ofereceu como a prova. Bastou.

Harry: Oh.

Niall: Tá pensando que isso aqui é brincadeira, Harry? Que é como seu relacionamento com Melanie? – Perguntou, se virando. Harry estava ciente da arma na mão dele – Existe todo um esquema em torno de mim, e aquelas pessoas, aqueles que morreram pra guardar meu segredo, morreram acreditando que eu não os entregaria!

Harry: Você não os entregou. – Disse, quieto.

Niall: Não fui eu, mas foi alguém do meu circulo interno. Alguém que soube de tudo praticamente pela minha boca. É como se tivesse sido eu. – Disse, quieto.

Harry: Eu sinto muito. – Disse, sem ter o que dizer. Niall hesitou, respirando fundo.

Niall: Harry, o certo e o justo é que eu mate você agora, por ter feito o que fez, em memória dos dez que morreram pelo seu erro. – Disse, sério, o dedo tracejando o gatilho da arma.

Harry não teve reação pra isso. Um movimento de Niall e ele estaria morto antes de bater no chão. Não tivera tempo nem de se despedir de Melanie, de lhe dar um ultimo beijo ou dizer que a amava. Que pena.

Ga verder met lezen

Dit interesseert je vast

90.6K 7.4K 44
Almas que não foram feitas para a paz, mas feitas a mão para a morte e assassinato, sangue e ossos... Almas gêmeas forjadas no fogo, sob o olhar aten...
1.4M 126K 93
Após ser inseminada artificialmente por engano, Mariana descobre que o artilheiro do time rival, e que por sinal ela não vai nenhum pouco com a cara...
1M 59.6K 85
Ysadora Lewis tem 18 anos, é uma menina batalhadora, sempre sofreu nas mãos de seu pai depois da morte de sua mãe. Ysadora trabalha em uma sorveteria...
142K 9.7K 36
Após sair do Clube de Regatas do Flamengo, Maria Eduarda passa a exercer sua profissão de preparadora física na Sociedade Esportiva Palmeiras. Ela só...