Origem do Além - Evezel

De azocomvc

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O Sol e o Caos travam uma incessante batalha pela liderança do novo Sistema que surgiu em uma nova Galáxia, c... Mais

Dominus Vitae
Capítulo 1: Sistema Solar

Capítulo 2: A Armada do Sol

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De azocomvc

O Sol era um líder de Sistema que até então não havia precisado de forças para lidar com seus maiores problemas. No entanto, ele, assustado, exclama para todo o Sistema ouvir.

– As Trevas emergiram, eu preciso das forças! Regentes, dar-me-ão tuas forças!

Imediatamente é avistado um brilho forte vindo da direção da estrela conhecida como Hamal.

Humanoide, de baixa estatura, mas com uma postura robusta, cabeça de tamanho médio, larga e curta. Perfil craniano meio convexo. Tem a boca grande, com lábios grossos. Olhos grandes, vermelhos e expressivos, com arcadas orbitárias não muito salientes. Orelhas pequenas e horizontais. Cornos enrolados em espiral fechada, rugosos e de secção triangular. Sua pele é bem revestida de lã, a qual cobre parte da face e do frontal. Apresenta-se, naquele momento, o primeiro guerreiro. O Sol sorri.

– Áries, a fúria de Marte!

– Farei o que for preciso pra me proteger, senhor – balbucia diretamente o parrudo.

– Isso é bom e preciso – retruca. – Como fostes o primeiro a me aparecer, dou-te a missão de tornar os outros cientes da ação.

– Eu já queria estar lá arrancando umas cabeças. Não tenho medo de nada... Muito menos do escuro. Se quiser, eu já vou pra lá agora!

– Não – diz calmamente o mestre. – Tens de aprender a trabalhar em grupo. Sei que és forte, mas a força que enfrentarás lá em baixo é mais forte do que eu.

Áries bufa zangado. O Sol olha pra ele e conclui:

– És o ser mais corajoso que conheci, mas tens de aprender a controlar melhor tua impaciência.

O parrudo assente e logo põe a mão sobre os olhos, uma luz brilha de longe. Avistam, então, vindo próximo de Aldebarã, outro aliado. Este, por sua vez, é bem alto, carrega também um par de chifres em sua cabeça, mas esses chifres são diferentes, não ramificados, ocos e permanentes, com pontas afiadíssimas. Seu rosto é coberto por pelos negros, enquanto no corpanzil variam-se as cores do pelame entre branco e preto, como se fossem manchas, lindamente distribuídas, indo até o meio de seu corpo, já que o final é vestido por um tecido de cor marrom, no qual são deixadas apenas suas cascudas patas à mostra. Tem os olhos castanhos, uma expressão amigável, carrega sobre o queixo uma longa barba trançada e, entre a região lombar e glútea, porta um rabo não tão comprido nem tão curto. Chega à frente do Sol, curva-se e diz, com uma profunda voz:

– Tu tens a minha força.

– É bom saber que tenho Touro, a base de Vênus, ao meu lado. Obrigado.

– Ô, grandão, iremos trabalhar juntos – disse o parrudo em tom seco, intrometendo-se.

– Esse é Áries, uma das forças que servirão a mim – concluiu o mestre.

– É um prazer trabalhar ao lado de alguém tão corajoso. Já ouvi falar a teu respeito e tu tens a minha admiração.

– Também já ouvi falar de ti – balbuciou Áries, meio sem jeito. – Dizem que tu é o mais forte das forças planetárias da galáxia... Então é uma honra pra mim também, gigante.

Touro sorri:

– Sejamos leais um ao outro então – fala estendo a mão. Áries a aperta, os dois se olham durante um tempo e há muita verdade naquele olhar.

Surge então, do nada, outro aparente guerreiro. É um ser um tanto quanto exótico, nunca haviam visto algo parecido. Como se tivesse dois rostos, duas expressões, duas vidas. Tem um cabelo ondulado e comprido, cor preta com mechas brancas. Um dos lados de sua face era bastante vivo, portando um branco incandescente, já o outro era sombrio e vazio, de cor preta. Tem um olho claro e o outro escuro. Suas nobres vestes de um lado são negras, do outro, vívidas.

– Sou Gêmeos, conhecido como a dualidade de Mercúrio – exclamou com um estranho sorriso estampado.

– Ora, é claro que é – disse o mestre meio confuso. – Teu conhecimento sobre o não conhecido será uma honra, Gêmeos – conclui.

– Eu sou Touro e esse é Áries. Trabalharemos juntos a partir de agora.

– É um prazer tê-los junto a mim, sinto-me mais seguro ao saber disso. São grandes nomes, eu os respeito.

Ambos assentem.

– Gêmeos é um ótimo diplomata e um mestre da arte das sombras, tanto que não percebemos sua chegada – fala o Sol em tom esclarecedor.

– Serás de grande serventia então. Ótimo! – Brada o gigante em tom excitado.

Naquele momento um forte brilho irradia da Lua. Surge então uma figura com sólida carapaça nas costas, parece ser um escudo. Meio encurvado, possui duas pinças, uma em cada uma das mãos. Elas abrem e fecham constantemente, vestindo uma grande, brilhante e negra armadura. Tem cabelos espetados de cor branca e sobre eles uma espécie de coroa com oito ferrões sólidos e fixos espinçados. É misterioso e sombrio, mas todos conseguem sentir alguma coisa ao vê-lo, uma espécie de segurança.

– É Câncer, o guardião da Lua – exalta o Sol que brilha ainda mais.

– Tenho como objetivo nos proteger e nos manter unidos – fala em tom calmo o guardião.

– Eu não preciso de proteção – exclama o parrudo, zangado.

– Este é Áries, um grande guerreiro, só meio cabeça dura – explica o mestre enquanto aquele cruza os braços. – Este à sua direita é Touro, um fortíssimo guerreiro.

– Já ouvi falar de vocês... A propósito, olá, Gêmeos.

– Oi, Câncer – responde o diplomata que logo se assusta e põe a mão sobre os ouvidos, tapando-os.

Algo ecoa perante a galáxia. O Sol exclama, aparenta dor. Estremecem-se as estrelas. Então, de dentro do próprio Sol, sai algo flamejante. As labaredas desaparecem e mostram um robusto e cabeludo ser. Possui uma curta unicolor, variando do castanho claro ao cinza prateado. Tem a cabeça arredondada e curta, com a face larga e orelhas arredondadas, o pescoço relativamente curto e o corpo musculoso e bem proporcional, uma juba característica castanha, variando em tonalidades amareladas. É brilhante, sua aparência e estadia agradam a todos, apresenta um fogo etéreo sobre o corpo.

– Tu és meu filho, Leão – as demais forças ficam boquiabertas. – Dou-te a missão de mostrar a todos o caminho, a liderança. Mas tu precisas tomar cuidado com o orgulho, lembre-te que és criação minha, não tua. Caso te esqueças disso, irão desprezá-lo – Leão assente com a cabeça para o Sol. Logo o mesmo é aplaudido pelas forças que ali estão.

– É um grande prazer agir ao seu lado, filho do Sol – diz, diplomaticamente, Gêmeos.

– Nossa! Obrigado. Eu fico muito feliz em ouvir isso.

– Vai nessa... – bufa rindo Áries.

– Eu o conheço, bárbaro. Já vou me acostumando com teus balbúcios – disse Leão sorrindo e logo botando uma das mãos, já não mais flamadas, sobre o ombro do parrudo. – Ouvia os diálogos de vocês, ouvia também o dançar das estrelas, ouvia tudo que ecoava perto daqui enquanto meditava dentro do Sol. Sentia os fervorosos raios banhando-me de luz, esta vastidão cósmica não é nada radiante como o lugar de onde eu acabei de sair – concluiu.

Enquanto falavam, um grande raio púrpuro tomava forma, deu-se início na estrela Spica. Acompanhado desse raio, é introduzido ao círculo que ali em volta do Sol se formou o mais belo dos seres. Cabelos compridos, cor de fogo, pele lisa e pálida, olhos cor de âmbar, seios robustos, como se tivesse sido esculpida pelo próprio Deus. Tem uma expressão e postura elegante.

– Sabia que eras tu, Virgem, brilho de Mercúrio – falou o globo dourado.

Virgem sorri.

– Entregar-te-ei toda a análise da situação, grandioso Sol – disse com uma doce voz.

– E eu irei te entregar o poder do meu serviço, mestre! – exclamou um ser vindo de cima, batendo suas asas brancas empenadas, portando uma balança dourada em uma das mãos. Na outra, uma espada ensejando prata e ouro, distribuídos na mais perfeita proporção. Possui uma faixa cinza que cobre os próprios olhos e veste um pano branco sobre o corpo.

– O equilíbrio de Vênus és tu, Libra – afirma contente ao ver as forças respondendo ao seu chamado. – Apresento-lhes a Câncer, Áries, Leão, Touro e Gêmeos. Vós conheceis uns aos outros de outras batalhas. Cruzaram-se em alguma estrela, presumo eu.

– Sim, conheço a todos – diz Virgem com um lindo sorriso no rosto.

– Eu não os conheço – retruca Libra. – Mas suas histórias ecoam de planeta a planeta. Fico lisonjeado ante vocês.

– Obrigado – agradece o gigante Touro, coçando por detrás de sua cabeça, meio sem jeito.

Naquele exato momento tudo escurece.

"As trevas enegreceram tão rápido assim?" – Pensa consigo mesmo o Sol.

– Não importa quem seja, eu matarei! – exclama o parrudo Áries, espumando pela boca.

– Eu não tenho medo do escuro! – brada Leão, colocando-se à frente de todos. – Eu não temo a nada!

– Acalmem-se, sinto que é uma força do bem – retruca Câncer. – Sinto também que é mal compreendida – logo que conclui, vê um grande feixe de luz caindo em frente ao Sol. Põe as garras sobre os olhos, pois como guardião da lua não gosta muito da luz.

– Não, Mestre! – grita Virgem desesperada, com lágrimas nos olhos.

Tudo volta ao normal. Desse raio surge alguém. Está curvado diante do Sol. Tem longos e escuros cabelos, parece ser muito sombrio, possui uma grande cauda com algo aparentando ser uma agulha na ponta, seu corpo é envolto por um silício que reluz um brilho negro. Sorri orgulhosamente com seus dentes afiados, olha fixamente com os seus olhos cor de chumbo para o Sol e exclama:

– Escorpião, a fatalidade de Plutão, senhor!

– É uma honra conhecer-te, senhor do propósito – disse engrandecendo-se novamente o mestre.

– Você nos assustou, Escorpião – afirma Virgem, sem jeito.

– Eu costumo causar isso – retrucou com um sorriso sarcástico.

Todas as forças, com exceção de Câncer, que sorri acenando negativamente a cabeça, olham para Escorpião com desdém. Mas logo após olham para o alto, mais precisamente em direção à estrela Kaus Borealis, de onde veem uma flecha irradiando uma extensa luz dourada. Vai para a direção deles, como em um ataque. Touro se prepara para revidar. A flecha atravessa o gigante e cai à frente de todos. Então dela surge um centauro, mas não um centauro qualquer. Este, por sua vez, possui um rabo de sátiro, porta um arco e carrega nas costas uma aljava de apenas uma flecha. Tem uma expressão cômica, mas olha sério, com seus olhos castanhos, para todos, encarando-os. Um grande momento de tensão toma conta do círculo.

– Sei ou não sei fazer uma entrada dramática? – Pergunta sorridente.

Todos ficam sem entender o que acabara de acontecer. Gêmeos e Libra olham-se, então dão de ombros.

O Centauro começa a gargalhar sem parar. Todos riem com ele, mesmo não sabendo porquê.

– Este é o muito bem-humorado Sagitário, o caçador de Júpiter – esclarece o Sol, sorrindo.

– Te enganei, não é gigan...

– O que é aquilo? – Virgem interrompe o arqueiro e aponta para os anéis de Saturno.

Eles avistam alguém correndo rápido demais, anel sobre anel, no gigante gasoso. Parecia querer deixá-lo em constante movimento. Os anéis criam força para manter o núcleo girando por uma boa quantidade de tempo. Então esse alguém que corria sobre os anéis ofusca e paira rapidamente ao lado de Sagitário. Todos o analisam bem. Possui um par de cornos curvos na cabeça e uma barba branca sobre o queixo. Tem duas patas cascudas quase escondidas por suas longas vestes brancas e, entre elas, uma grande cauda escamosa. Aparenta estar cansado, pois suava bastante. Ele olha para o Sol, quando este diz calmamente:

– Capricórnio, a proteção de Saturno... Precisamos do teu trabalho.

– Eu ouvi o chamado, mestre – esclarece tirando o suor do rosto. – Deixei que os anéis girassem para manter o núcleo em constante movimento. Ele ficará bem sem mim por um tempo. Também avistei duas grandes forças vindo nesta direção. Agora, se estão patrulhando ou se estão vindo se apresentar para esta missão, não sei responder-vos.

– Como elas eram? – Pergunta o centauro, coçando o queixo.

– Bom, de uma eu vi apenas um envolto azul. E a outra aparecia uma hora e noutra desaparecia, como se estivesse adentrando de porta em porta, entrando e saindo sem parar.

– Parecem poderosos – palpita Virgem, mexendo nos longos cabelos.

– Aposto que não são mais poderosos do que eu – disse Áries que estala o pescoço de um lado, depois de outro, sorrindo. Virgem o olha com desdém e vira o rosto. O parrudo franze a testa. – Eu estava brincando – balbucia.

– Não é o momento para brincadeiras – intromete-se Escorpião, pondo-se à frente do parrudo.

– Acalmem-se, não precisam discutir por coisas bobas como estas. Sejam virtuosos, por favor – fala Gêmeos, com diplomacia.

Todos estavam à espera dessas duas novas forças, parecia que estava levando uma eternidade para darem as caras. Foi então que surgiu uma grande onda aquática sobre o cosmos. Pareceu vir da estrela Skat ou próximo dela. As ondas trazem um ser esbelto, de cabelos e olhos azuis, com um grande balde, que faz sua água de lá sair. Aproximou-se do Sol.

– Sou Aquário, senhor, ouvi a tua súplica.

– Eu te conheço, beleza de Urano. É fácil identificar tua patrulha. Por causa da água que o ar leva, és lindo de ver.

– Esse era um deles – explicou Capricórnio com um sorriso no canto da boca.

– Desculpe interrompê-los, mas o que é aquilo, afinal de contas? – pergunta Leão, com os olhos arregalados, apontando para o que acabara de ver.

No lugar donde Leão acabara de apontar, não tão longe dali, entre as estrelas de Alpherg até a estrela de Alrischa, forma-se uma grande espiral cinza, como um portal. De lá sai uma poderosa força, Câncer sente a força cada vez maior. Vem se aproximando lentamente de todos. Quando chega, põe-se de joelhos diante do sol. Todos o observam. Seu corpo é todo forrado por escamas, dos pés à cabeça. Aparenta uma cor acinzentada, tem os olhos negros e uma expressão melancólica. Carrega junto de si um grande Tridente prateado.

– Peixes, a polaridade de Netuno e Júpiter, por que está chorando? – Pergunta o Sol sem entender a situação.

– É uma honra proteger o nosso Sistema por ti. Eu compreendo que não é fácil, mas compreendo também que não é impossível! – brada Peixes, que logo levanta a cabeça.

Câncer sente o peso que aquele carrega nas costas. Os dois se olham e depois de um tempo assentem, um para o outro.

– Façam as devidas apresentações quem ainda não se conhece – profere o mestre.

Todos foram se apresentando. Uns já se conheciam por serem regidos pelo mesmo planeta ou por terem cruzado em alguma patrulha na mesma estrela.

Um bom tempo se passa. Ninguém mais aparece.

– Então, somos doze, certo? – Pergunta Gêmeos, botando as mãos sobre a cintura.

– Sim! Esperava que Ofiúco, Órion ou um guardião constelar aparecesse? Devem achar que isso tudo é muito pequeno. Mas eu sinto que, de algum jeito, isso envolverá de trevas toda esta galáxia se não for parado – responde o Sol, meio decepcionado. – Nenhum guardião constelar veio até mim. Admiro muito a coragem de vocês, guardiões planetários. Admiro de verdade. Vocês têm o meu respeito – o mestre curva-se diante das doze pequenas forças.

– Não te preocupes, nós daremos conta – retruca Sagitário em tom confiante.

O mestre olha para o arqueiro, depois olha para todos, sorrindo, e brada incandescendo ali perto com suas luzes:

– O universo vos contemplará. As doze forças da Armada do Sol – um círculo de fogo forma-se sobre cada uma das forças. – Agora vós carregais um pouco do meu poder. Lutem com vontade, é tudo que vos peço.

As forças olham umas para outras e assentem com a cabeça. Eles sabem que o que está por vir não é fácil.

– Então, quando começamos o ataque? – Pergunta Áries com um sorriso no canto da boca, estalando os dedos.

– Calma – disse rispidamente Virgem, franzindo a testa. – Não é assim que funciona. Devemos organizar tudo antes.

O parrudo vira o rosto. Touro, Gêmeos e Capricórnio olham-se surpresos, não esperavam tal autoridade da linda moça. Escorpião dá um sorriso debochado e acena negativamente com a cabeça.

– Eu pensei em algo – disse o Sol. – Pelo que conheço da história de vocês e pelo que pude calcular, cada tríade possui um elemento.

– Eu não entendi – intromete-se Leão que levanta uma sobrancelha e logo leva um dedo nos longos cabelos, coçando-os.

– Shh... Deixe-o terminar – cochicha o sempre brincalhão Sagitário, com o dedo indicador sobre a boca. Leão cruzou os braços e olhou para seu pai.

– A tríade do fogo é composta por Áries, Leão e Sagitário. A terra é por Touro, Virgem e Capricórnio. Gêmeos, Libra e Aquário pertencem ao ar, enquanto a água é invocada pelo trio Câncer, Escorpião e Peixes – concluiu o Sol olhando para Leão.

– Tudo bem – sussurra Aquário, meio confuso. – O que isso quer dizer, senhor?

– Quer dizer que quando vós precisais adentrar ao Caos e separar-vos for o mais coerente, as forças portadoras do mesmo elemento não poderão ficar no mesmo grupo, pois o equilíbrio sempre será preciso – retruca em tom brado. – E, de acordo com minha sabedoria, serão três grupos contendo quatro forças de diferentes elementos. Áries, Câncer, Libra e Capricórnio formarão um grupo. Serão os imediatos e precisos. Touro, Leão, Escorpião e Aquário serão os pacientes e lógicos, enquanto Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes serão os versáteis e imparáveis. Agora vos divirtam e escolham um nome para cada modo – concluiu observando o que ia acontecer.

Dividiram-se de acordo com o que o Sol havia falado.

– Cardinal – curto e grosso disse Câncer.

– Gostei! – Exclamou Capricórnio, bem entusiasmado. – És criativo, Câncer – o guardião sorri.

– Estou de acordo, seremos os Cardinais, então – com uma voz enérgica disse Libra, que chairava sua espada com a bainha. – O que acha, Áries?

O parrudo, com os braços cruzados, apenas assentiu com a cabeça. E assim formou-se o primeiro modo.

Enquanto os Cardinais resolviam de uma vez, os outros quartetos levavam mais tempo para escolher um nome, não entravam num consenso. Ouviam-se vozes falando simultaneamente entre os dois grupos, era um tanto confuso.

– Eu acho que devemos ser os Supremos – disse convictamente Leão ao grupo.

– Não, não faria sentido – fala Touro, de cara fechada. – Precisamos escolher um nome que tenha a ver com o que somos.

– Aí eu concordo com o grandão – discorreu Escorpião com seu sádico sorriso estampado na face.

Os grupos só chegavam a impasses, sempre havia alguém que não estava de acordo, destacando Aquário, que, sempre que os outros concordavam, discordava. Dizia que o nome precisava ser diferente. Leão cismava em criar nomes grandiosos, enquanto Touro teimava em escolher um nome característico. Os Cardinais riam dos impasses, das bobas discussões e das piadas de Sagitário a respeito daquilo. Era um momento de decisão, mas também de descontração. Até que o silêncio tomou conta de um dos grupos.

– Já escolhemos, senhor. Virgem, Peixes e Sagitário concordaram. Seremos os Mutáveis – falou Gêmeos denotando orgulho.

Touro sorriu e botou a mão no queixo, aparentando entender algo:

– Mas é claro! Câncer escolheu Cardinal, pois, assim como os números, suas características são organizadas e precisas. Gêmeos, por sua vez, escolheu Mutáveis, pois o grupo caracteriza-se por gostar do movimento e não do imóvel. Então, sejamos os Fixos.

– Gostei! Faz sentido porque somos persistentes, estáveis e resistentes. Fixo é um ótimo nome. E é um nome contrário a Mutáveis – conclui Aquário, que limpa seu balde com a própria roupa.

Leão cruzou os braços, franziu a testa e murmurou:

– De acordo. Mas ainda prefiro os Supremos.

– Ok! Chegamos a um acordo aqui, mestre – diz Escorpião virando-se para o Sol. – Nós seremos os Fixos.

– Nomes bastante característicos, se vós quereis minha opinião. Então temos os Cardinais, os Fixos e os Mutáveis – comentou o globo dourado sorrindo. – Agora teremos que organizar a vossa entrada, que será um pouco mais fácil por estarem com minha chama junto a vós. Mas mesmo assim vos alertarei: lutar contra os Tenebris não é nada fácil, eles são muito poderosos, convocados do Caos. São pura escuridão – concluiu em tom sombrio.

– Tenebris? O que é isso? – pergunta Áries em seguida.

– Tenebris, também conhecidos como contra forças são seres privilegiados com poderes do mau, são nomeados a esses cargos pelo próprio Caos – interpõe-se Libra de imediato.

– No momento existem quatro Tenebris neste Sistema – concluiu o radiante globo dourado.

– Entendido, mestre. Mas teremos de adentrar as trevas nestes respectivos grupos? – Indagou Virgem mexendo nos seus ruivos cabelos.

– Não. Todos adentrarão juntos – respondeu rapidamente. – A vossa entrada será fácil, pois, estando juntos, carregarão mais da minha chama. Aviso-vos também que depois que entrarem não terão mais minha ajuda física. O fogo dissipará assim que vós botais os pés em solo. Proteger-vos-ei através de conselhos que buscarão internamente, em momentos totalmente obscuros, quando só eu poderei iluminá-los.

– Certo – disse Peixes em tom confuso. – Mas quando precisaremos nos separar, mestre?

– Em momentos em que não constar mais Tenebris por perto – respondeu o Sol. – Dentro do Caos existem diversos subnúcleos, conhecidos também como Umbra. E é de lá que saem todos os tipos de trevas. Somente poderão destruir os Umbra se por perto não houver um Tenebris. Se destruírem todos os subnúcleos, salvarão nosso Sistema da escuridão e, assim, poderei lutar contra o Caos individualmente, como sempre fiz.

– Entendido, mas, se nos separarmos, não ficaremos mais vulneráveis aos Tenebris? – indagou Capricórnio, coçando a barbicha.

– Não são muitos os Tenebris que eu conheço. Deixe vos explicar toda a situação. Imaginem um exército: os soldados, nesse caso chamados de Crudelis, são comandados por um general, certo? Esse líder, na situação que vós irais enfrentar, é o Tenebris. Só que existe mais de um exército e mais de um comandante respectivamente. Pela circunferência desse novo planeta que está emergindo das trevas, creio que haverá mais de um exército, um para cada ponto cardeal. No caso desse núcleo, são quatro, ou seja, o Caos recrutou os quatro Tenebris que vivem nesse Sistema para enegrecer ainda mais este novo núcleo.

– Compreendo perfeitamente – disse Peixes, logo olhando para os outros. – Vocês também? – Todos assentiram em concórdia.

– Agora explicarei o terreno a vós – interpôs-se o Sol. – Tudo estará envolto de trevas, existirão muitos Crudelis rodeando o solo. Então, assim que vós chegais perto de algum Umbra e não houver um Tenebris por perto, tratem de entrar nele e tentar destruí-lo.

– Certo, mas onde nos dividimos? – I

Indagou Aquário fazendo uma careta de dúvida.

– Já ia chegar lá, Aquário. Assim que entrarem no subnúcleo, dividam-se, pois dentro de um Umbra existem três pontos cruciais a serem destruídos, que são os escravos que trabalham para o Caos, também conhecidos como Portentum. Se os destruírem, o Umbra não será mais de serventia alguma, pois dentro dele não existirá mais trabalho sombrio.

– E por que um Tenebris não pode estar por perto quando formos entrar no Umbra? – Pergunta Sagitário com uma expressão confusa.

– Um Tenebris é muito poderoso, filho, e fica ainda mais poderoso dentro de um Umbra, pois é o Umbra que gera forças para os Tenebris – explica o mestre.

– Então, se destruirmos um Umbra, os Tenebris ficarão mais fracos – acrescenta Virgem.

– Exato – diz o Sol. – O que vós enfrentais não será diferente de um exército de meteoros. O que os diferenciará é que esse exército terá um líder, que é muito poderoso. Então, tomem cuidado com os Tenebris e apenas se dividam dentro dos Umbra.

A Armada assente. Todos olham pra baixo e veem aquele globo gigante de energia negra expandindo cada vez mais. Eles se olham, alguns com medo, outros com raiva e outros convictos. Reconhecem que será muito difícil saírem vivos de lá. Mas eles aceitam a morte, pois, para eles, proteger o seu lar sempre foi o mais importante.

Logo tomam suas posições, formando um grande círculo de fogo. Curvam-se diante do Sol e, como um raio dourado, partem em direção a seus destinos. O Sol se preocupa pela partida de suas mais fiéis forças.


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