Meu Campeão

andressafelix01 tarafından

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Sem um passado obscuro, sem traumas, sem inimigos. Mika é um homem extremamente alto astral. Sempre sorrindo... Daha Fazla

Prólogo
Enfrentando o passado

Verdadeira mudança

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andressafelix01 tarafından

Estou sentado praticamente de frente para o meu pai e posso notar algumas mudanças, claro que não são tantas, mas algumas não perceptíveis a olho nu.

Seus cabelos estão bem mais grisalhos do que da última vez que o vi, quando ele ficou internado. Ele também perdeu bastante peso e ganhou alguns músculos, talvez ficar doente tenha o feito olhar mais para sua saúde e menos para o trabalho.

— Antes de entrarmos no assunto, que creio eu deve ser muito importante, quero que me digam como vocês estão. Ainda estão em Campinas? — Sua pergunta pega Saul e eu de surpresa. — O que? Que pai eu seria se não estivesse de olho no meu filho? Posso não me intrometer, mas algumas vezes por ano peço para que alguém dê uma olhada em vocês dois.

— Se é assim, então sabe que Saul e eu saímos da polícia a um tempo, não sabe? — Pergunto já sabendo a resposta, então quando ele acena que sim não foi surpresa. — Fomos recrutados para fazer parte da Angels Protection Security, que é comandada por Sony e Roger Salomão, dois irmãos que fizeram parte das operações especiais da polícia.

— Sim, uma importante empresa de segurança, que treinam homens para serem seguranças particulares de magnatas, tem clientes dentro e fora do país.

— Exatamente, senhor Mallet. Mas a Angels é mais que isso. Temos um seleto grupo, que Mika e eu fazemos parte. Nós fazemos resgastes de pessoas sequestradas por facções que mexem com tráfico humano, é quase a mesma coisa que meu irmão faz em Virgínia, mas a diferença é que eles tem o governo com eles e nós só podemos contar com a gente mesmo.

— Isso pode ser mudado? — Papai pergunta interessado.

— É para isso que estamos aqui, pai. Precisamos de ajuda, muita ajuda. Saul vai para casa amanhã, para ter a mesma conversa com o pai dele e pedir que ele nos ajude a legitimar o que fazemos. — Respiro fundo para entrar na história do cartel do maldito Conde. — A mais ou menos dois anos atrás, conheci uma garota, seu nome é Letícia. Ela abriu uma lanchonete em frente a sede da Angels, uma garota linda e trabalhadora. Depois de algumas semanas que a sua loja foi aberta, aconteceram algumas invasões que pensávamos ser de bandidos meia boca, mas no final era algo muito maior do que imaginei.

Então conto sobre a Samira, o que ela foi mandada fazer naquele dia e como foi impedida pela Vivian, assim como conto que ela estava ali para sequestrar e até mesmo matar a minha garota.

Meu pai me olha atentamente, como se estivesse assistindo um dos seus canais de finanças.

— Quando soubemos sobre o que a Samira iria fazer e para quem, meu patrão, o Sony, resolveu interrogar a Letícia. Pai... ela já era maltratada pelos pais, então eles morreram em um acidente e sua guarda foi dada para os tios ou algo assim. Ela começou a ser estuprada com treze anos, os tios faziam parte de uma rede de pedofilia, eles leiloavam a virgindade das crianças e os alugavam por um bom preço.

— Senhor amado! — Meu pai exclama horrorizado.

E continuo contando todo o resto, sobre ela ter matado um dos clientes importantes dos tios dela, sobre ter vivido nas ruas após roubar o homem e ter dado praticamente tudo para a avó da irmãzinha dela.

— O que acontece é que, essa história é pior do que imaginávamos e está interligada a um dos meus chefes, o Paolo. Os donos desse cartel, são pai e irmão da mulher desse meu chefe, e a menina que eles enviaram para matar a Letícia, era abusada e violentada por um deles, que vem a ser seu irmão. Tem noção do que essas duas meninas tiverem que passar?

— Do que vocês precisam? Qualquer coisa, basta pedir. — Meu pai diz decidido. — Não importa o que seja, é seu. Vou trabalhar com o Moreau de perto para tentar fazer a mesma coisa que o Caspian faz fora do Brasil.

— Senhor Mallet, estamos lidando com um cartel gigantesco, um dos principais carteis que agem no Brasil. Eles tem as garras espalhadas por vários países, meu irmão Caspian e sua equipe, inclusive, estão atrás deles em vários países. Só que nós não chegamos aos pés da estrutura que Os Fantasmas têm lá fora, tudo o que a Angels tem foi com o dinheiro do Sony e do Roger, somos bem-preparados, mas não para enfrentar algo tão grande como esse cartel.

— Dinheiro não é o problema, tudo o que tenho será de vocês, então usem para se preparar. Se for para lhes dar uma chance de lutar contra esses malditos, então usem. Quero vocês seguros, mesmo que isso seja meio impossível.

— Trouxemos a avó e a irmã da minha garota, elas precisam de um lugar seguro para ficar até que possamos resolver tudo para que elas possam viver livremente, sem medo de que algo ruim aconteça. Eu prometi isso para a minha garota. Você pode cuidar delas por mim?

— Com certeza! Romena vai amar ter outra criança aqui em casa, se posso adivinhar, você nunca mais vai conseguir tirar essa menina daqui. Quantos anos ela tem? Vou pedir para o Rei, comprar tudo o que ela ou elas precisarão. Aposto minha sobremesa do jantar que ele já está fazendo isso.

— E acertou senhor! — Rei diz, entrando no escritório com uma ampla bandeja de café. — Romena já está estragando a menina, creio eu que ela deve ter uns três ou quatro anos.

— Ela vai fazer seis anos, Rei. Ela é apenas miudinha para a idade dela, talvez por não poder ter tido todo o cuidado, a avó fez o que pode com o que tinha em mãos, ainda mais tendo que viver fugindo. — Saulo conta. — Também não ajuda que a mãe usava vários tipos de drogas e bebia muito.

Meu pai permanece em silencio, enquanto Saul e Rei entram em uma conversa sobre o que a menina irá precisar, como; médico, roupas, uma boa alimentação e tudo mais.

O senhor Thenório Mallet, crava seus olhos sagazes em mim, me olhando intensamente, como se estivesse tentando ler a minha mente. Sempre tivemos nossas diferencias, brigávamos muito justamente por isso; por eu não me enquadrar aos padrões que ele estabeleceu para mim, seu herdeiro.

Eu sempre fui do mundo, da liberdade e nosso maior impasse era justamente isso, dele querendo me manter trancado, como se tivesse medo que o mundo me roubasse dele.

— O que foi pai?

— Nada, só estou olhando para o meu filho, que a anos não via... você cresceu garoto. Cresceu e se tornou uma homem de caráter. — Ele diz, engolindo em seco. — Você trouxe a criança e a avó dela, mas e a sua garota? Ela não deveria estar aqui também, em um lugar seguro?

— Eu sei que o senhor emprega apenas os melhores, que dificilmente alguém poderia invadir essa fortaleza, mas quando se trata dela só confio em mim e nos meus irmãos.

— E você está certo. — Ele diz se levantando. Ele rodeia a mesa e para a meu lado e ao lado do Saulo, colocando suas mãos em nosso ombros. — Estou feliz por tê-los em casa e por ver que estão bem. Vou me retirar para o meu quarto, mas nos encontramos no jantar.

— Pai...

— Mais tarde Jefferson.

E com isso ele nos deixa a sós.

— Pedir para as ajudantes prepararem os quartos, então vão tomar um banho e logo levarei a refeição de vocês. Espero que possam descansar. — Reinaldo diz contido e segue para fora do escritório.

— Eu jurava que isso seria mais difícil, achei realmente que seu pai mandaria trancar todas as saídas para te impedir de sair, ainda mais depois de ouvir tudo o que estamos fazendo. — Saul fala confuso.

— Parece que ele mudou muito, não só fisicamente, mas por dentro também.

— Vamos, vamos tomar um banho, comer uma comida descente e então vou atualizar o Sony. Paolo parece uma mamãe galinha preocupada com seus pintinhos, já me mandou umas mil mensagens. — Diz Saul rindo.

Saímos do escritório e subimos as escadas em direção aos quartos, como antigamente, Saulo caminha até o quarto que ele ocupava quando éramos mais novos e eu entro no meu. Tudo permanece o mesmo, parece que eu só dei uma saída rápida.

Os posters, as fotos, meus CDs, e até minhas coleções de carrinhos e motos. Meus livros preferidos, os de estudos sobre finanças que sempre gostei de ler. Meu pai acha que eu sempre odiei a carreira que ele queria que eu seguisse, mas o que eu odiava era ficar preso, de ser obrigado a fazer as coisas do jeito dele. Típico de adolescente rebelde.

Depois de tomar um banho, caio na cama e desmaio em um sono profundo, acordando horas depois. Olho para o relógio e já passa de uma hora da manhã.

Visto uma bermuda e sem camisa e descalço, saio do meu quarto em busca de algo para comer. A casa está no mais absoluto silencio, olho pela janela e vejo os seguranças patrulhando o lugar. Sigo para cozinha, invado a geladeira e faço um lanche rápido. Com um copo de suco, me sento na bancada da cozinha e devoro meu lanche.

Depois de saciar a minha fome, agarro uma cerveja e sigo para a garagem, onde meus bebês estão adormecido por anos, sem receber meu toque e meu amor. Meus olhos chegam se enchem de lagrimas ao passar a mão por eles, conferindo se tudo está ok. Acho que o Rei deve ter mantido a manutenção deles, pois até seus pneus estão novos.

— De vez em quando, eu saio com um deles, para manter a maquina lubrificada. — A voz do meu pai invade a garagem, me pegando de surpresa. — Eu sabia que você acabaria vindo aqui para matar a saudade dos seus brinquedos.

Ele para ao meu lado e me entrega uma cerveja.

Ficamos no mais absoluto silencio, cada um perdido em seus pensamentos, querendo falar alguma coisa, mas com medo de quebrar o silencio.

— Desculpa por ter saído daquele jeito, por não ser do jeito que você queria, por não dar continuidade a tudo o que o senhor batalhou tanto para construir. — Decido ser o primeiro a falar.

— Eu quem tenho que te pedi desculpas, Jefferson. Queria te moldar em alguém que você não nasceu para ser. Achei que assim, estaria te protegendo do mundo, da dor, mas eu quem acabou causando mal a você. — Ele responde em um tom calmo. — Você é meu único filho, eu te desejei por tanto tempo, planejei coisas antes mesmo de você nascer... mas não foi fácil. Eu tentei de tudo para que fossemos uma família, abri mão de muitas coisas, mas ainda assim não consegui.

— O senhor está falando da minha mãe, não é?

— Eu sempre fui assim, sabe? Sempre focado, rígido, sério, cheio de regras, mas eu fui criado assim. Fui criado para ser o sucessor do meu pai, nunca recebi dele uma palavra de incentivo ou um parabéns, para o seu avô era obrigação. E foi assim até eu conhecer sua mãe, eu estava no auge dos meus quase trinta anos... ela era nova, mal tinha completado vinte anos, mas ela viu em mim algo que chamou sua atenção.

— Para pai, não precisa falar dela, eu sei que isso te machuca, te magoa.

— Para você me entender, eu preciso falar dela. — Ele diz com um sorriso triste. — Ela era linda, com um sorriso de menina arteira, um olhar de quem amava a vida e isso me encantou, me enfeitiçou e passei a ser cego para tudo em minha volta, só conseguia vê-la. Eu me apaixonei de um jeito inexplicável, e achei que ela também, mas eu estava errado... tão errado.

Ele se cala por longos minutos, como se estivesse revivendo a época em que conheceu minha mãe.

— Seu avô era contra, nunca me explicou o porquê, ele só era contra. Seu avô odiava sua mãe, mas nunca me impediu de continuar a vê-la. Sua mãe começou a falar de casamento, começou a exigir apenas coisas caras, viagens, roupas, joias, mas eu não vi nada de mais nisso, pois eu podia proporcionar essas coisas para ela que veio de uma família muito humilde. — Ele engole seco e posso ver como ainda é difícil ele falar sobre ela. — Ela era muito nova, eu queria que ela estudasse, que fizesse uma faculdade, para que ela pudesse fazer o que quisesse, mas ela nunca aceitou.

— Então ela engravidou e vocês se casaram. — Falo calmamente e ele sorri triste.

— Antes dela engravidar, começamos a ter alguns problemas, pois passei a assumir algumas coisas na empresa. Seu avô começou a me passar o domínio de alguns projetos para que eu tivesse responsabilidades e isso deixou ela revoltada, pois eu não podia mais viajar como fazíamos antes, não podia estar em festas importantes e ela queria isso. — Ele me olha fixamente. — Um colega me parou um dia e disse que ela estava frequentando lugares questionáveis, com algumas pessoas do meu meio social. Um dia acompanhei seu avô a um jantar de negócios e para a minha surpresa, ela apareceu como a namorada de um dos homens com quem meu pai estava fazendo negócios.

— Pai...

— Aquilo me quebrou de um jeito inexplicável, mas a maneira com que ela me olhou me jogou no fundo do poço. Eu queria dar o céu para sua mãe, pensava em casa, queria que ela estudasse para ser alguém, por que o nosso meio não é fácil para ninguém, muito menos para alguém que veio de uma família humilde. Eu não queria que ela se sentisse inferior a ninguém, mas tudo o que sua mãe queria era status e dinheiro. — Ele se afasta do carro em que estávamos encostados e se encosta do outro lado, ficando de frente para mim. — Brigamos feio depois do jantar e ela jogou na minha cara que tudo o que queria de mim era o meu dinheiro... ali foi como se ela tivesse arrancado meu chão, mas ainda assim eu segui amando-a.

— Eu sabia que alguma coisa estava errada, não me lembro do que aconteceu para ela ir embora.

— Dias depois, ela me procurou dizendo que estava gravida e que se eu não casasse com ela, eu poderia dar adeus ao meu filho.

— Como o senhor sabia que o filho era seu? Ela andou com vários homens. — Pergunto indignado e com raiva da mulher que me deu a luz.

— Eu apenas presumi que era meu, mas quando você nasceu fizemos o exame. Ela procurou seu avô e fez a mesma ameaça, então ele comprou uma casa, encheu de empregados, fez todas as vontades dela, mas ainda assim ela fez ameaças de tirar o bebê. — Ele diz com a voz embargada. — O amor que eu senti por ela se transformou em ódio, não por ela ter me enganado, mas por enxergar pela primeira vez o tipo de mulher que ela era, uma mulher abominável capaz de usar um ser inocente como moeda de troca.

— Pai...

— Deixe-me terminar. — Ele pede. — Eu casei com ela para poder controla-la e cuidar da gravidez, pois ela estava bebendo muito e se alimentando mal. A condição para casar com ela foi; que ela teria o que quisesse, desde que ela cuidasse da gravidez e que quando você nascesse a guarda seria exclusivamente minha.

— Mesmo não sabendo que eu era seu filho, você ainda aceitou? Por que pai?

— Porque mesmo não sendo meu, você ainda seria um pedaço da mulher que eu amei. Mas você é meu filho, o exame confirmou isso e eu nunca fui tão feliz como naquele dia.

— Ela me entregou e foi embora? Quero que me conte tudo pai.

— Ela te deu a luz, assinou os papeis passando sua guarda para mim e seu avô deu o que ela queria, mas ela achou que poderia conseguir mais. Ela mudou, passou a ser a garota que eu conheci, meiga, alegre, carinhosa, ela cuidava de você com tanto zelo, fazia planos para a nossa família e eu caí mais uma vez no golpe dela. — Ele sorri sem alegria alguma. — Você estava para completar dois anos, seu avô estava maluco para sua festa de dois anos, ele não soube ser um pai carinhoso para mim, mas ele foi um avô maravilhoso para você.

— Eu lembro disso, ele sempre me ajudava quando eu queria aprontar. Só tenho boas memórias com ele pai.

— Sim, curamos nossa feridas através de você meu filho. Ele partiu em paz por isso. — Ele confessa e isso me emociona. — Seu aniversário seria comemorado no final de semana, a casa estava em festa, os empregados muito ocupados, o Rei e a Romena estava deixando todos loucos, por isso a atenção sobre você relaxou. Sua mãe fez questão de cuidar de você, o que eu achei estranho, pois ela estava distante e quase não te dava atenção... naquele dia, eu cheguei em casa mais cedo e os funcionários na correria, então subi para te ver e quase tive um ataque do coração.

— O que o senhor viu?

— Sua mãe estava te afogando na banheira do quarto. Quando vi aquilo eu enlouqueci, comecei a gritar, empurrei ela e peguei seu corpinho em meus braços. Você estava mole, boquinha sem cor, praticamente morto em meus braços. Sua mãe ria, dizendo que era bem-feito, que a culpa era minha por não dar o que ela queria. Que já que eu não fazia o que ela queria, ela iria me tirar o que eu mais amava.

— Meu Deus pai! — Exclamo abismado.

— O Rei tomou você de mim, Romena ligou para o resgate enquanto o Reinaldo tentava reanimar você. Foram minutos desesperadores Jefferson, a polícia foi chamada por algum empregado que soube o que aconteceu, alguém ligou para o seu avô que veio correndo. O Rei conseguiu com sucesso a reanimação e graças a Deus não teve nenhuma sequela, você apenas ficou com um medo descomunal de água; piscina, mar, banheira.

— Deus pai! Tudo isso por causa de dinheiro?

— Sim, tudo por dinheiro e olha que seu avô deu milhões para ela, e ainda assim ela queria mais. Nunca te contei isso, pois tive medo que você pensasse que eu te comprei dela, porque era isso que ela falava; que eu tinha comprado um filho. Mas eu sempre te amei, por isso escondi essa história. Preferi contar que ela nos abandonou por outro, deixei que você pensasse que eu a expulsei, que foi por minha causa que você ficou sem mãe.

— Eu nunca, sequer uma vez na minha vida, eu cheguei a te culpar. Eu poderia não saber de toda essa merda pai, mas sabia que alguma coisa tinha acontecido. Uma boa mãe não abandona um filho.

— Eu passei a controlar tudo ao seu redor, por medo dela um dia aparecer e virar sua cabeça. Te fiz estudar, te fiz dar valor a cada real gasto, a cada presente que ganhava. Te proibia de fazer merda, porque você era tudo o que eu tinha, escolhia suas amizades por medo de você encontrar pessoas como ela. Porém, quando você me enfrentou e saiu de casa, eu enxerguei que você nunca seria como eu, muito menos como ela. Você tem opinião própria, tem um caráter inabalável e um coração grandioso. — Ele diz e seus olhos brilham de orgulho e isso enche meus olhos de lagrimas.

— Fiz muita merda pai...

— Não, você fez o que achava certo. Seguiu seus instintos, entrou para polícia por conta própria, estudou pra caramba, foi recrutado como um dos melhores da sua equipe para um esquadrão especial. Esteve ao lado do seu melhor amigo quando ela mais precisou, segurou a barra mesmo sofrendo, não o deixou se perder. Você, meu filho, é um homem que me enche de orgulho. Diferente de anos atrás, eu vou te apoiar em tudo o que quiser fazer, seja com dinheiro, seja com a minha influência ou apenas com as minhas palavras. Quero que saiba que você me enche todos os dias de orgulho, até mesmo que com esse cabelo doido e suas tatuagens maneiras, talvez eu até faça uma.

Nos caímos na risada, nos abraçamos fortemente e eu deixo minhas lagrimas caírem, pois por mais durão que seja, ter a aprovação do meu pai e saber que ele se orgulha de mim, era tudo o que eu queria na vida.

— Agora me diz, como sua garota é? — Ele me solta, perguntando sobre a minha morena enquanto vai até o frigobar que nem sabia que tinha na garagem.

Ele pega mais duas cervejas, me entrega um e se senta na minha Ducati.

— Minha morena é linda pai, dos pés á cabeça ela é perfeita, com cabelos cheios de cachinhos, um corpo fenomenal e um sorriso que poderia ter o poder de acabar com muitas guerras. E sua comida? Pai!!! Ela cozinha como uma deusa.

— Não deixe a Romena escutar isso ou jamais teremos paz na vida.

Ficamos sentados na porta da garagem até o dia clarear, conversando sobre minha vida, sobre a vida dele. Falo dos meninos, de como somos unidos, conto um pouco sobre cada um e de como eles, conto da Samira, da Vivian, da primeira-dama e da Lupe.

Pela primeira vez, estou conversando com o meu pai como um amigo. Não foi apenas eu quem mudou, ele também mudou muito e parece que se abrir e contar sobre o segredo com a minha mãe, o deixou mais leve.

Okumaya devam et

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