HOPELESS | BUCKY BARNES

De tomcruisre

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Buscando se encaixar em sua nova vida, Bucky se vê perdido tentando se recuperar das memórias e das lembrança... Mai multe

⍟ ᴘᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs
⍟ sᴏᴜɴᴅᴛʀᴀᴄᴋ
ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ
01. ᴇɴᴄᴏɴᴛʀᴏ
02. ᴛᴇsᴛᴇᴍᴜɴʜᴀ
03. ᴅɪᴀᴍᴀɴᴛᴇ
04. ᴄᴏɴᴛᴀᴛᴏ
05. ᴅᴇsᴏʀᴅᴇᴍ
06. ᴇsᴘɪᴀ̃ᴏ
07. ᴀɴᴛɪ-ᴠɪᴅᴀ
08. ʀᴇғᴏʀᴍᴀ
09. ʙɪɴɢᴏ
10. ᴄᴏɴᴠɪᴛᴇ
11. ᴅɪsғᴀʀᴄᴇ
12. ᴇᴄʜᴏ
13. ʙᴜɴᴋᴇʀ
14. ᴛʀᴀɪᴄ̧ᴀ̃ᴏ
15. ʟɪᴍɪᴛᴇ
16. ᴄᴏɴғɪssᴀ̃ᴏ
17. sɪɴᴛᴏɴɪᴀ
18. ᴛᴇᴍᴘᴇsᴛᴀᴅᴇ
19. ᴘʀᴏᴘᴏsᴛᴀ
20. ᴠᴇʀᴍᴇʟʜᴏ
21. ʙᴇʟʟᴇ ʀᴀᴠᴇ
22. ᴍɪssᴀᴏ
23. ʙʙᴄ ɴᴇᴡs
24. ᴏʙsɪᴅɪᴀɴᴀ
26. ᴄᴀᴄ̧ᴀᴅᴏʀ
27. ᴀɴᴇʟ
28. ᴄᴀʀᴛᴀs
29. ᴀᴛʀᴀsᴏ
30. ᴅᴇᴍᴏʟɪᴅᴏʀ
31. ʀᴇᴠᴇʟᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ
32. ғᴇsᴛᴀ
33. ᴅᴇsᴛɪɴᴏ
34. ᴀᴘᴀɢᴀ̃ᴏ
35. ɪɴᴛᴇʀʀᴏɢᴀᴛᴏ́ʀɪᴏ
36. ᴠɪʙʀᴀɴɪᴜᴍ
37. ᴅᴇᴠᴏᴄ̧ᴀ̃ᴏ
38. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 1
39. ᴛʜᴜɴᴅᴇʀʙᴏʟᴛs - ᴘᴀʀᴛᴇ 2
40. ᴄᴏɴғʀᴏɴᴛᴏ
41. ᴍᴇᴍᴏ́ʀɪᴀ
42. ᴜʟᴛɪᴍᴀᴛᴏ
43. ᴘᴇʀɪɢᴏ
44. ᴘᴀssᴀᴅᴏ

25. ʀᴇᴄᴏᴍᴘᴇɴsᴀ

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De tomcruisre

Ao voltar de sua caminhada Bucky foi até a caixa de correios vendo uma encomenda da S.W.O.R.D. Havia um enorme selo de confidencial e pelo formato do envelope aquilo parecia um pen-drive.

Alpine foi a primeira a recebe-lo, miando e se esfregando em sua perna. A gata estava morrendo de saudades por ele não ter dormido com ela como sempre fazia.

Depois daquele pesadelo intenso, Bucky se recusou a voltar a dormir com medo do que suas memórias continuam a lhe assombrar em mais um pesadelo e por isso desde as duas da manhã ele resolveu que não ficaria em casa, sozinho alheio aos seus pensamentos. Passear pelas ruas vazias e observar o nascer do sol no ultimo andar daquele prédio parecia o melhor a se fazer.

— Você está se sentindo melhor? — Selene tinha acabado de sair do banho quando ouviu a porta da frente sendo aberta.

Ela estava com uma toalha envolta do corpo e outra enrolada na cabeça e Selene nem ao menos se deu ao trabalho de tirar a escova de dentes da boca quando ouviu a porta se abrir.

— Eu ia bater na sua porta para saber se você estava bem. — Selene disse apontando para a porta do quarto dele que estava trancada como sempre. — Mas eu vi a Alpine do lado de fora e imaginei que você tivesse saído para caminhar. 

Falar sobre a noite passada estava fora de cogitação para Bucky.

— Uma encomenda da S.W.O.R.D. — Bucky disse balançando o envelope na mão o jogando de qualquer jeito em cima da mesa.

— Não vamos falar sobre ontem? — Selene perguntou se aproximando fazendo Bucky recuar, ele não queria falar sobre seu pesadelo. — Agora a Vallery faz parte da equipe?

— Ah, é isso. — Bucky deu um suspiro aliviado.

— O que você achava que fosse? — Selene perguntou e Bucky deu as costas coçando a nuca para tentar desviar aquele assunto.

— A Vallery disse que nos traria notícias o quanto antes.

— Isso é muito vago.  — Selene cruzou os braços. — Não achou aquela conversinha nem um pouco suspeita?

— Acredito na boa intenção dela. — Bucky respondeu e ele não esperava que Selene entendesse.

Havia algo em Vallery que lembrava seu eu do passado. Talvez fosse a inocência ou a sede de querer fazer justiça custe o que custar.

— Por que? — Selene não iria aceitar aquilo tão facilmente.

— Porque ela me parece uma boa pessoa e talvez você pudesse ver isso se não estivesse com inveja. — Bucky disse causa uma reação não esperada em Selene que estava prestes a pular no pescoço dele.

— Inveja? — Selene riu achando graça. — Inveja de que?

— Deixa pra lá. — Bucky disse tentando atravessar o corredor mas Selene se colocou na frente dele.

— Anda, Barnes. — Selene disse sem esconder sua irritação. — Seja homem e diga o que iria dizer.

— Está com inveja porque a Vallery está a um passo de conseguir pegar o Fisk. — Bucky disse e Selene deu uma risada sarcástica. — Estamos meses atrás desse cara e só conseguimos um diamante e uma charada.

— Uma equação. — Selene o corrigiu.

— Aquilo me parece mais uma charada.

— Você não faz ideia do que está falando. — Selene disse dando uma risada alta.

— Então você vai agir como uma adulta quando ela aparecer aqui com as provas que precisamos para jogar o Fisk na prisão? — Bucky perguntou com a voz firme e aquilo foi o bastante para o sangue de Selene ferver.

— E você vai agir como um adulto quando eu falar "eu te avisei" no momento que essa mulher estragar tudo? — Selene perguntou debochada fazendo Bucky fechar a cara.

— Temos uma missão. — Bucky apontou para o envelope que estava em cima da mesa para fugir daquela briga sem sentido.

— É, eu vi. — Selene disse indo até o quarto arrumando o nó da toalha que estava quase caindo.

Bucky deu uma olhada nas pernas desnudas de Selene mas virou o rosto para não ter que cair na tentação daquela mulher que parecia provoca-lo a cada segundo que passava.

— Aqui. — Selene empurrou o laptop no peito de Bucky que o pegou com uma carranca no rosto. — Sabe como funciona? É só plugar o pendrive e...

— Eu sei como funciona. — Bucky respondeu no mesmo tom de deboche.

— Só estava checando porque na era jurássica não tinha tecnologia. — Selene forçou um sorriso encarando Bucky que tinha se sentado na cadeira para usar o laptop.

— Mais alguma piada antes de começarmos?

— O que foi? Vai me puxar pelos cabelos, homem das cavernas? — Selene perguntou debochada.

— Eu deveria. — Bucky respondeu e Selene não tinha percebido o duplo sentido da sua frase até ele sorrir para ela daquele jeito.

— Você já pode colocar o pendrive. — Selene puxou a cadeira para se sentar já que suas pernas começaram a bambear.

Bom dia, agente Ackard e agente Barnes, sua missão caso desejem aceita-la...

Por mais que estivesse tentando se concentrar na sua missão, Selene estava ocupada tentando controlar seu corpo e seus pensamentos que giravam em torno do homem sentado ao seu lado.

Se ele estava flertando com ela significava que o acordo que eles tinham ainda estava de pé e que o beijo com Vallery não havia significado nada e se ela quisesse que continuasse desse jeito ela precisaria se impor ou ao menos demonstrar isso.

Essa mensagem se auto destruirá em 5 segundos. — A voz disse e imediatamente Bucky desplugou o pendrive.

— Isso vai... — Selene nem terminou de falar quando Bucky fechou o punho de vibranium destruindo o pendrive antes do sistema explodi-lo. — Uau, como sabia que não iria explodir se destruísse antes?

— Eu não sabia. — Bucky abriu o punho mostrando os pedacinhos do que restou do pendrive. — Mas e ai? O que achou?

— O que você achou? — Selene perguntou tentando conseguir qualquer informação já que ela não tinha prestado atenção em nada.

— Eu detesto cruzeiros. — Bucky disse levantando para jogar o pendrive destruído no lixo.

— Cruzeiro. — Selene respondeu pensativa.

— Você por acaso prestou atenção?

— Não, você poderia explicar? — Selene perguntou mas ao ver a cara de Bucky ela resolveu apelar pelo sentimentalismo. — Por favor, Bucky.

— Um carregamento de plutônio está sendo contrabandeado dentro do cruzeiro e precisamos recuperar antes que chegue ao destino. — Bucky respondeu tentando esconder o sorriso ao vê-la chamar pelo seu nome e não por "Barnes" como sempre fazia para provoca-lo.

— Quantos homens armados? — Selene perguntou se levantando puxando a toalha para mante-la no lugar.

— Uma duzia. Homens possivelmente armados. — Bucky respondeu com toda a informação que havia recebido daquela encomenda.

— E qual o seu plano?

— O meu plano? — Bucky não escondeu a surpresa. — Vai ouvir o meu plano? —

— Sinta-se a vontade. — Selene não fazia ideia do que tinha naquela mensagem e ouvir o plano de Bucky iria ao menos lhe direcionar.

— O cruzeiro tem três andares e com muitos civis a bordo, por isso uma carga como plutônio deve estar muito bem escondida em algum depósito no último andar.

— Você quer entrar por baixo?

— Nós precisaríamos ter certeza que o plutônio está no depósito de carga e não sob a posse de algum tripulante. — Bucky disse concentrado em seus pensamentos fazendo Selene sorrir ao vê-lo daquele jeito. — Ainda existe detectores de radiação?

Selene meneou a cabeça.

— Aquela coisa... — Bucky tentou gesticular e ao perceber que Selene estava se divertindo com aquilo ele logo a cortou. — Você sabe do que estou falando.

— Então entramos pelo deck principal? — Selene perguntou e Bucky concordou com a cabeça. — Tudo bem.

— Sério? — Bucky perguntou surpreso por ouvi-la concordar com ele pela primeira vez na vida.

— É um bom plano mas como pretende sair de lá sem ser visto?

— Do mesmo jeito que entramos.

Selene fez uma careta finalmente achando um erro no plano dele.

— Você nem ouviu o que tenho a dizer.

— Estamos em um cruzeiro e já vamos invadir por cima em um campo aberto. — Selene disse balançando a cabeça em negação. — Voltar por onde entramos é arriscado e podemos ser vistos. Não estamos invadindo o prédio de uma farmacêutica onde pessoas foram instruídas para nos matar. É um cruzeiro com mulheres, idosos, crianças...

— Se conseguirmos a planta do cruzeiro eu consigo traçar um rota de extração sem que nos vejam.

— Esses cruzeiros tem barcos reservas que ficam na lateral do convés. — Selene disse dando de ombros. — Você sabe, para caso o cruzeiro vá de titanic.

Bucky ficou em silêncio ouvindo o plano de Selene.

— Se identificarmos a rota marítima dele conseguimos nos abrigar em uma ilha até o resgate chegar. — Selene deu de ombros. — Muito mais simples.

— Você quer nadar até uma ilha carregando uma bomba radioativa? — Bucky perguntou achando que tinha ouvido errado.

— Quero. — Selene respondeu.

— Sem chance. — Bucky a cortou e Selene bufou.

— Confia em mim, tá legal?

— Não, eu não confio. — Bucky respondeu e Selene fechou a cara.

— Mas você confiou na Vallery a ponto de pedir ajuda com o Fisk.

— É diferente. — Bucky pareceu não se importar com o ciúme de Selene por que ele nem tinha notado, que se tratava disso. — Ela não é louca como você.

— Ah, agora eu sou louca? — Selene perguntou empurrando o ombro de Bucky dando vários socos nele.

— Está agindo feito uma. — Bucky tentou se afastar esquivando dela.

— Eu sou a líder dessa equipe...

— Que equipe?

— Essa equipe. — Selene disse apontando para si e para Bucky.

— Eu acho que precisa de mais de duas pessoas para se intitular uma equipe. — Bucky disse sério

— Escuta aqui seu... — Quando Selene deu um passo para frente a toalha que estava envolta do seu corpo caiu sob seus pés.

Bucky desceu seu olhar para o corpo de Selene passando tempo demais encarando os seios da mulher e seu olhar fixo foi o bastante para fazer a pele dela se arrepiar ao redor dos mamilos.

— Ei! Olhos aqui. — Selene estalou os dedos apontando para o próprio rosto. — Eu estou falando com você.

— Você quer fazer do seu jeito? Tudo bem. — Bucky respondeu ainda admirando o corpo dela.

— Sério isso? — Selene perguntou com uma ruga na testa. — Era só eu ficar pelada na sua frente pra você concordar comigo? Se eu soubesse teria feito isso antes.

— Acha que estou concordando com você por isso?

— Acho porque até agora você não olhou nos meus olhos. — Selene se aproximou de Bucky que finalmente levantou o olhar para o rosto dela.

— Eu estou soado. — Bucky disse assim que Selene levou as mãos até a barra do moletom que ele usava o puxando para cima.

— Não tem problema.

[...]

Selene e Bucky chegaram na agência juntos mas nem ao menos trocaram uma palavra desde que colocaram os pés naquele lugar para tentar manter as aparências ou melhor, fazer com que todos acreditassem que eles ainda se odiavam.

Mas se alguém chegasse perto demais de Bucky era capaz de sentir o cheiro do perfume floral de Selene em suas roupas.

— Selene! Selene! — Gina foi correndo em direção a a amiga mas ela pareceu travar quando viu Bucky acenar com a cabeça e seguir pelo corredor. — Aquele era o Bucky? Ele está diferente.

— Diferente como? — Selene perguntou olhando para trás vendo-o se distanciar.

— Eu não sei. Ele parece domesticado. — Gina tombou a cabeça para o lado tentando identificar seja lá o que estivesse de diferente no homem.

— Não faço ideia do que está falando.

— Preciso que veja isso. — Gina entregou um tablet nas mãos de Selene e lá ela pode ser sua foto com um aviso "Recompensa pela Canário Negro".

— Que porra é essa? — Selene esbravejou chamando a atenção de alguns agentes que passavam ali.

Gina agarrou o braço de Selene a levando até um lugar mais afastado.

— Todos os caçadores de recompensas estão atrás de você. — Gina disse mostrando o valor milionário logo abaixo de sua foto. — E não para de aumentar desde que foi publicado.

— 5 milhões de dólares por mim? — Selene perguntou com um sorriso debochado. — Deixe-me adivinhar, isso é coisa do Fisk. Ao menos ele escolheu uma foto bonitinha.

— Você tem noção do que isso significa?

— Significa que o Fisk está desesperado atrás do diamante. — Selene entregou o tablet nas mãos de Gina. — Isso é bom porque a obsidiana não resolveu o que ele queria.

— O submundo do crime está atrás da sua cabeça e você está sorrindo? — Gina perguntou preocupada. — Você quer morrer? Porque você é minha única amiga nesse lugar e eu não quero ficar sozinha.

— Não é isso. — Selene sacudiu a cabeça. — Estou tentando pensar positivo. Desde que o Fisk conseguiu a obsidiana em Wakanda eu vou dormir e acordo preocupada, Mas se ele ainda está atrás do diamante significa que ainda temos uma vantagem.

— Ele não vai parar até conseguir esse diamante.

— Conseguimos um informante. — Selene sentiu um pedaço de si morrer por admitir aquilo.

— Quem?

— A Vallery Forbes. — Selene resmungou o nome da mulher.

— Quem? — Gina mal tinha conseguido ouvir o nome da mulher saindo da boca de Selene.

— A Sombra Da Noite.

Gina agarrou o braço de Selene e a arrastou pelo corredor em direção a sua sala fechando as cortinas e trancando a porta.

— Não pode confiar nela. — Gina disse de uma vez fazendo Selene piscar os olhos pela forma que ela despejou aquela informação.

— Você encontrou alguma coisa enquanto fazia o dossiê dela ou isso é só aquele seu lance místico de não ir com a cara da pessoa? — Selene perguntou franzindo os lábios. — Por que eu sinto isso.

— O problema foi o que eu não encontrei. — Gina foi até uma pasta que estava em cima da mesa tirando de lá uma folha. — Procurei por informações sobre ela e só encontrei isso.

— Mas isso é a notícia do jornal da cidade sobre o prédio do Fisk. — Selene disse olhando para a matéria do Clarim diário.

— Exatamente.

— Impossível. Você não conseguiu um histórico escolar? Uma multa de trânsito? Inscrição no MIT? — Selene perguntou e toda as vezes Gina negou com a cabeça.

— Nada. É como se essa mulher não existisse.

— Ela está trabalhando para o Fisk. — Selene confessou. — Talvez ele tenha apagado todo o histórico dela para que não achássemos.

— Se ele apagou é porque ela esconde alguma coisa.

— Valeu pela informação. — Selene dobrou o pedaço de papel colocando dentro do bolso de sua calça. — Fico te devendo essa.

— Por favor se cuida. — Gina não conseguiu esconder a preocupação. — Com esses caçadores de recompensa atrás de você... Não quero que se machuque. Você é minha única amiga e quase da família. A mamãe até colocou sua foto no álbum de natal.

— Não precisa se preocupar, tá legal? — Selene tentou tranquilizar Gina que estava tão assustada que não conseguia entender a calma dela. — Enquanto eu estiver com o robôcop do meu lado nada vai acontecer e mande um beijo para a Tia Meg.

Saindo da sala de Gina para ir até o último andar buscar seu traje, Selene pode ver Walker seguir em direção aos banheiros assobiando despreocupado.

Olhando para os lados para ter certeza que não tinha ninguém por perto, Selene abriu a porta do banheiro de supetão.

— Esse é o banheiro masculino. — Walker disse se virando para Selene que acertou um soco bem no rosto dele fazendo se afastar. — Ouch!

— Isso foi por ser um traidor mentiroso e esse foi por machucar o Barnes. — Selene ergueu o punho para acerta-lo novamente mas Walker o segurou no ar.

— O Buck não é homem para resolver os próprios problemas e por isso mandou você? — Walker debochou com um sorriso no canto dos lábios.

— Eu meu problema com você é pessoal, Walker.

— Já falei mil vezes que não vai rolar nada entre a gente. — Walker fez biquinho e Selene sentiu o sangue ferver com todo aquele deboche.

Sem aviso prévio, Selene agarrou as bolas dele por cima da calça com toda a força que tinha fazendo-o abrir a boca desesperado mas sem gritar para não chamar a atenção de ninguém, ele não iria querer que as pessoas vissem ele naquela situação constrangedora.

Empurrando ele contra a pia de marmore, Selene pegou o sabonete que estava ali e enfiou na boca dele.

— Eu resolvo meus problemas sozinha, Walker. — Selene disse apertando as bolas dele com mais força, e naquele momento ele estava com os olhos vermelhos de raiva por estar em uma posição tão vulnerável. — Espero que um dia você seja homem o bastante para fazer o mesmo.

Selene se afastou dando dois passos para trás vendo Walker cuspir aquele sabonete.

— Você tem muito culhão para aparecer aqui e me ameaçar desse jeito. — Walker apontou o indicador para o rosto de Selene.

— Se você tentar ferrar com o Barnes de novo eu juro que te mato.

— Porque se importa tanto com ele? — Walker perguntou olhando dentro dos olhos de Selene que não se intimidou nem por um segundo.

— Foi meu último aviso. — Selene deu as costas para ir embora mas Walker foi mais rápido se colocando em frente da porta.

Sem muita paciência, Selene tentou empurra-lo da sua frente mas Walker era muito mais forte que ela e todo esforço que ela fez foi em vão.

— Sabe, eu sempre me perguntei o que o soro do super soldado fez com você. — Walker deu um sorrisinho ao vê-la bufar frustrada. — Eu vi a Karli injetar o soro em você e te vi definhar enquanto o Sam e o Bucky te tiravam daquele galpão.

Selene deu dois passos para trás ao se lembrar daquele fatídico dia.

Sentir o soro do super soldado queimar em suas veias como lava quente foi uma experiência que ela jamais esqueceria. Até porque aquilo a mudou para sempre.

— Chequei seus registros médicos na S.W.O.R.D e você não deu entrada aqui esse ano e na sua ficha não consta nada sobre você ter o soro correndo em suas veias.

— O que? Vai ameaçar me expor para a agência?

— Eu poderia. Você seria o ratinho de laboratório mais bonito que aquele malucos já espetaram. — Walker riu. — Mas eu não faria isso, afinal somos amigos e amigos apoiam um ao outro.

— Ou seja você vai usar isso para me chantagear um dia. — Selene deu uma risadinha debochada. — Ótimo, é exatamente esse tipo de coisa que eu espero de você.

— Nada pessoal mas você sabe que essa é uma informação muito preciosa. — Walker deu de ombros. — Agora o que me intriga é que você continua essa mulher fraca...

Walker empurrou o ombro de Selene que deu um tapa na mão dele para que não a tocasse.

— O soro não funcionou com você. — Walker franziu o senho. — Talvez por você ser uma mutante ou...

O coração de Selene batia forte por Walker estar tão perto da verdade.

— Ou funcionou e você não quer que ninguém saiba. — Walker sorriu de forma venenosa.

— Por que você não diz logo o que você quer de mim?

— Nada. Eu só quero que você mostre um pouco de respeito. — Walker abraçou o corpo de Selene de lado. — Somos melhores amigos.

— Vai se foder babaca. — Selene acertou um cotovelada na costela dele para que ele pudesse solta-la.

Se Walker abrisse a boca sobre aquilo, Selene provavelmente passaria meses ou anos dentro de um laboratório sendo estudada porque ela era a primeira mutante a carregar o soro do super soldado, soro esse que ampliou seu gene x fazendo com que ela precisasse usar um dispositivo para controlar seus poderes mas a única pessoa que sabia sobre aquilo era Sam, Bucky e Gina que havia feito o dispositivo sem que a agência soubesse.

Quando o elevador se abriu, Selene pode ver Bucky de costas em frente ao balcão assinando a ficha depois do seu atendimento com a psicóloga.

— Barnes, precisamos conversar. — Selene segurou em seu braço tentando se apoiar nele.

— Você está com um cheiro estranho. — Bucky disse olhando para o rosto e o pescoço de Selene como se procurasse algo de errado.

— Cheiro?

— Senhorita Ackard. — A voz de Raynor fez Selene largar o braço de Bucky e se afastar o máximo que conseguia. — Fico tão feliz vendo que vocês dois estão se dando tão bem juntos... Muito bem pelo visto.

— Eu vim buscar o Agente Barnes. — Selene pigarreou. — Assuntos da agência.

— Claro, eu não quero atrapalhar. — Raynor deu um sorriso simpático para Selene. — Não se esqueça das nossas regras durante as missões. É muito importante que siga todas elas.

— Vou garantir que ele vai seguir todas elas. — Selene o empurrou para longe do balcão. — Agora precisamos ir.

Bucky estava completamente sem reação com todo aquele nervosismo de Selene mas sua preocupação maior era identificar o cheiro diferente que vinha dela.

— Temos problemas. — Selene disse assim que entraram dentro do elevador e ela apertou o botão de emergência para que ficassem um tempo ali. — O Fisk ainda está atrás do diamante, então isso significa que a pedra Wakandana não serviu para o plano dele.

— E como isso pode ser um problema? — Bucky perguntou e Selene desbloqueou o celular entregando nas mãos dele.

Havia uma foto de Selene e embaixo uma recompensa de 15 milhões de dólares em troca do diamante que estava sob sua posse.

— O que faremos? — Bucky perguntou e Selene balançou a cabeça.

— Nada.

— Como assim nada? — Bucky perguntou incrédulo. — A agência não pode resolver isso?

— Não porque assim eles saberiam que eu estou atrás do Fisk. — Selene respondeu. — E eu fui instruída a ficar longe dele.

— Então vamos obriga-lo a tirar essa recompensa. — Bucky disse e Selene riu debochada.

— E como vamos fazer isso? Entregando o diamante?

— Talvez a Vallery...

— Ah, que bom que me lembrou. — Selene tirou do bolso de trás da sua calça o papel entregando nas mãos de Bucky.

— Está colecionando recortes de jornais?

— Pedi para a Gina investigar a Vallery e juntar o máximo de informação sobre ela. — Selene disse encostando no elevador e cruzando os braços com um sorriso convencido nos lábios.

— E?

— Tá ai, toda a informação que ela conseguiu. — Selene disse apontando para o papel na mão dele. — A Vallery não existia até ontem e por isso que eu digo que essa mulher não é confiável.

— A família dela a manteve em segredo por causa dos poderes. — Bucky dobrou o papel em sua mão. — Talvez seja por isso que não exista registros sobre ela em nenhum banco de dados.

— Está tão cego por ela que não consegue ver?

— Estou dando o benefício da dúvida, isso não significa que eu confie nela. — Bucky respondeu fazendo Selene dar uma risada sarcástica. — Até agora a única coisa que ela fez foi se arriscar para nos ajudar.

— Já parou para pensar que quem destruiu o histórico dela tenha sido o Fisk? — Selene perguntou.

— Por que você está criando uma teoria da conspiração em cima disso?

— Eu não acredito que está confiando nela.

— Não estou. — Bucky disse olhando nos olhos de Selene. — Mas eu acho que ela merece o benefício da dúvida.

— Eu só espero que não esteja errado. — Selene apertou no botão para que o elevador continuasse o seu caminho.

O ateliê e a sala de armas ficavam no mesmo andar e Selene havia recebido uma mensagem informando que ela e Bucky deveriam ir até lá para buscar todo o material necessário para a missão.

— Olha o que a maré trouxe de volta pra mim. — Walker estava parado em frente ao balcão e ao vê-lo Selene fechou os olhos com força.

— Eu sugiro que você suma da minha frente antes que pegue um lança granada e enfie bem no meio do seu... — Selene não conseguiu terminar de falar quando Walker a interrompeu.

— Com uma boca dessas você deve fazer um estrago. — Walker riu debochado. — Buck, velho amigo...

Quando Walker se aproximou e apertou o seu ombro, Bucky teve a certeza que o cheiro que havia sentido em Selene há poucos minutos era dele.

— Deixa esse idiota falando sozinho e vamos logo. — Selene passou sua digital e imediatamente a porta se abriu.

— Desculpe mas eu preciso ver um documento. — Walker se colocou na frente de Bucky o impedindo de seguir Selene para dentro daquela sala.

Bucky ficou em silêncio tentando controlar toda a sua raiva já que ele havia saído da terapia naquele dia e nada nem ninguém iria tira-lo do sério.

— Eu preciso ver alguma coisa para te deixar passar.

— Que tal ver o interior de uma ambulância? — Bucky perguntou em um tom sério prestes a socar o rosto de Walker mas por sorte Selene apareceu.

— Para de dar bola para esse babaca. — Selene segurou a mão de Bucky o puxando para dentro da sala.

Walker não deixou de notar aquele simples gesto de intimidade.

— Vocês estão atrasados. — Jessica jogou a metralhadora em cima da mesa fazendo um estrondo alto.

— O Agente Barnes estava com a Dra. Raynor no 7 andar. — Selene estava com as mãos em frente ao corpo. — Ela pode confirmar.

— Não precisa. — Jessica respondeu de forma seca. — Eu repassei toda a rota para o Walker e agora vocês precisam...

— Perdão, você disse Walker? — Selene perguntou com uma ruga na testa.

— O primeiro e único. — Walker respondeu parando logo ao lado dela.

— Ele está na nossa equipe? — Selene perguntou olhando para Bucky que até então estava calado provavelmente criando um monólogo em sua cabeça com diversos xingamentos. — Sem chance. Estamos fora.

— Ótimo, eu gostaria de montar a minha própria equipe. — Walker disse com um sorriso convencido nos lábios. — Esses dois só iriam me atrasar.

— Não tão rápido. — Jessica chamou a atenção dos três. — A agente Ackard é a comandante dessa missão, então ela pode designar cada um de seus subordinados para onde ela bem entender.

— Eu estou no comando? — Selene sorriu olhando para Walker que havia mordido a própria língua para engolir seu orgulho depois de ouvir isso. — O que acha, Barnes?

— Alguém precisa trocar o óleo do barco. — Bucky disse pensativo.

— Que tal pescar um peixe? — Selene perguntou e Bucky concordou com a cabeça.

— O plano de vocês é chegar até o cruzeiro em um barco qualquer? — Walker riu como se tivesse contando uma piada. — Com certeza eu deveria ser o comandante dessa missão.

— Quer fazer as honras de repassar o plano? — Selene perguntou e Bucky franziu os lábios e negou com a cabeça.

— A vontade, comandante. — Bucky respondeu.

Digitando algo no laptop que estava na mesa, um holograma se materializou na frente deles.

— Eu e o Barnes vamos entrar pelo cruzeiro através do deck principal ás oito da noite quando um show de tango vai começar no saloon.

— E se alguém resolver sair para pegar um ar livre? Não parece muito inteligente. — Walker disse debochado.

— O cruzeiro é automatizado ou seja controlado por wifi e travas de segurança eletrônica. — Selene disse apertando em um botão fazendo as luzes vermelhas apareceram indicando todas as travas do lugar. — Vamos trancar todo mundo do lado de dentro do cruzeiro até extrairmos o pacote.

— Excelente. Sem testemunhas. — Jessica elogiou e Walker continuou de cara feia.

— E onde eu entro nisso?

— Vamos sair de lá utilizando um dos barcos do cruzeiro e você vai encontrar a gente nessa ilha aqui. — Selene apontou com o indicador para o local marcado. — Esperando caso a gente precise de reforços.

— Então eu sou o plano B?

— Sinta-se honrado por isso. — Selene respondeu.

— Peguem todas as armas que precisarem. — Jessica disse apontando para o arsenal atrás dela. — Está fazendo um ótimo trabalho liderando a equipe.

— Obrigada, mas a ideia toda foi do Agente Barnes. — Selene disse fazendo Bucky parar o que estava fazendo para olhar em direção a mulher.

Ele estava ocupado montando algumas armas que estavam ali.

— Você seria um excelente líder de equipe. — Jessica acenou com a cabeça e então deu as costas saindo

— Me coloque em campo. — Walker segurou o braço de Selene que tentou se afastar mas ele a segurava firme.

— Tire suas mãos de mim. — Selene tomou um susto quando Bucky se aproximou empurrando Walker com tanta força que o corpo dele foi arremessado para longe fazendo-o praticamente dar uma cambalhota para trás. — Não faz isso aqui.

— Se tocar nela de novo eu te mato. — Bucky disse em um tom ameaçador prestes a dar uma surra em Walker se não fosse por Selene o segurando pelo braço.

— Estão esquecendo que eu sei de coisas que poderiam acabar com vocês?. — Walker se levantou furioso se aproximando de Bucky. — Quer voltar para a prisão? Eu posso arrumar uma cela para você bem ao lado do maior terrorista dos EUA. Aposto que vocês vão ter bastante assuntos em comum.

— Já chega. — Selene se colocou no meio dos dois antes que aquela briga piorasse. — Ouviu a Jessica, eu estou no comando e se eu fosse você obedeceria.

— Eu não estou pedindo muito. — Walker disse. — Só me coloque em campo.

— A minha decisão final é essa.

NOTAS!!!!

Parece que essa próxima missão vai dar o que falar e o Walker não está pra brincadeira... E ai? Acham que a Vallery está do lado do Bucky ou ela está do lado do Fisk????

Eu comecei a escrever uma nova fic do Sebastian, já está disponível no meu perfil se chama "HEARTBREAKER", sintam-se a vontade para ler se gostarem!

Beijos e até o próximo capítulo!

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