Depois da tempestade

By DanielaKunt

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Eu era grata ao meu pai por me obrigar a ir na psicóloga aquela tarde pois eu te conheci enquanto aguardava... More

Início
A culpa não é minha
foda-se você
Ajuda
A arte em seu corpo
Garota nova
Sexta-feira
Namorado
Louca e problemática
Jantar
você aqui?
Um pouco bêbada
Trauma
Visita
Ela não tem namorado
Apelido
Aproximação
Seu brilho
Eu quero!
Álcool e coragem
Verdades nuas e cruas
Cruel
Quebrados
Você me tem
algo aqui dentro
Ela está aqui
Uma grande confusão
Coragem
Seu toque quente
Me faça sua
Minha terapia
Juntos
Até a lua
Epílogo

Dor e amor

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By DanielaKunt

Não sei exatamente por quanto tempo fiquei encarando o rosto tranquilo e perfeito de Sean, mas imagino que foi por tempo demais.

Ele está sonolento. Já passa das duas horas da madrugada, depois do jantar assistimos um filme e voltamos para o quarto, transamos pela segunda vez naquela noite   e ele sempre tornava tudo aquilo cada vez melhor.

__Não quero te perder.-Sussurrei sem intenção de que ele ouvisse, mas ele ouviu.

Sean passou os braços ao redor de mim e me acolheu em seu peito.

__Louise Clark...-Sua voz sai rouca e pausada.__ você quer namorar comigo?

Ergo o rosto para olha-lo. Ele abre os olhos ainda sonolento, cogito a ideia de que ele seja sonâmbulo então não respondo. Fico a procura de algum indício de que ele esteja realmente acordado e consciente do seu pedido.

__Sean... Você realmente me pediu em namoro?-Digo duvidosa.

Ele ri agora sim parecendo totalmente acordado e alerta.

__Eu pedi.-Confirma.__Mas parece que você está receosa sobre isso, sei que está cedo, mas também não gosto da ideia de perder você.

Não preciso dizer nada. Tomo sua boca em um beijo rápido, mas cheio de desejo.

__Eu quero.-Respondo entre seus lábios.__Quero namorar com você.

__Acho que agora posso dormir tranquilo.-Murmura puxando-me mais contra ele.__Tenho a mulher dos meus sonhos bem aqui em meus braços.

Deslizo meus dedos por suas costas na tentativa de mostrar um pouco de carinho, mesmo que aquilo não fosse nem um terço do que ele merece.

Sean deposita um beijo no topo da minha cabeça e poucos minutos depois o ouço ressonar, sereno.

Levo mais alguns minutos para dormir ou talvez fosse horas, mas simplesmente não durmo, me sentia extasiada demais para isso.

Por volta das quatro e meia me afasto lentamente dele, abro a porta do quarto e saio sorrateira. Estava com sede então me apressei até a cozinha.
Tomei um copo cheio e o deixei na pia. Averiguei a geladeira e cogitei pegar um pedaço do bolo de chocolate, mas deixei de lado ao ouvir um barulho do lado de fora da cozinha. Saio do cômodo e olho em direção ao corredor que leva para o meu quarto.

__Sean?-Digo sentindo um arrepio em minha nuca.

De repente uma mão grande cobre minha boca e me empurra contra a parede que dava para a cozinha.

Meu corpo todo entra em colapso ao ver o rosto do homem que desestruturou minha vida e me fez fugir como uma criminosa quando na verdade eu sou a vítima.

__Sentiu minha falta?-Perguntou com o rosto colado no meu.__Já que você não foi por bem eu vim te buscar.

Me debato tentando gritar, mas sua mão abafa meus gritos transformando-os em nada.

__Quietinha. Você não faz ideia do quanto desejo e espero por essa oportunidade.

Enquanto uma de suas mãos me cala a outra desce pela minha cintura chegando em minha coxa e apertando-a fazendo minha pele arder.

Lágrimas grossas escorrem dos meus olhos enquanto me afundo em desespero.

__Enfim vou matar minha vontade e você poderá viver sua vidinha medíocre depois. -Disse puxando minha camisa e rasgando deixando meus seios quase a mostra.

Abandono todo medo do trauma que ele me causou e reajo. Eu não permitiria nunca que ele tocasse em mim, não depois de Sean me mostrar o amor.

Acerto minha mão em seu pescoço e depois uma joelhada no meio de suas pernas. Ele cai a minha frente.

Respiro com força sugando de volta todo o ar que me faltava. Passo por cima dele e caio quando ele segura meu tornozelo. Mesmo agonizando em dor ele continua agarrado em mim.

Então eu grito.

Grito por Sean.

__Socorro!-A palavra não sai tão alta quanto imaginei.__Sean!-Seu nome sai rasgado do meu peito até a garganta.

Estou encolhida no chão quando aquele maldito monstro acerta um tapa em meu rosto me fazendo calar.

Ele vem por cima de mim e aperta meu pescoço. O ar some de meus pulmões enquanto as lágrimas persistem em cair.

Fecho os olhos imaginando meu fim, mas ele não acontece.

Passos apressados e altos vem em nossa direção e logo depois um grito furioso seguido de um estrondoso barulho.

Sean agarrou Victório e o empurrou para longe fazendo ele cair contra o aparador. Antes mesmo do homem entender o que estava acontecendo Sean já estava em cima dele desferindo socos e mais socos transformando tudo em sangue.

__Eu vou garantir que você nunca mais toque nela!-Esbravejou.

Ele iria mata-lo ali mesmo se eu não fizesse nada.

Me levanto depressa sentindo uma breve tontura.

__Sean. Pare!-Tento puxa-lo para longe.__Eu não quero perder você, lembra? E se você mata-lo eu irei te perder, por favor pare.

Ao ouvir minhas últimas palavras ele segura sua mão suspensa no ar e abaixa lentamente.

Victório está inconsciente.

Sean se levanta e me olha transtornado. Ele observa minha camisa rasgada e engole em seco. Corre até o cabideiro de casacos na entrada e pega um casaco grande do meu pai.

__Me perdoe.-Pede vestindo o casaco em mim e me puxando para um abraço. __Me perdoe por te deixar sozinha.

__Você me salvou, Sean. E não foi somente hoje, você me salvou assim que entrou em minha vida e persistiu em permanecer.-Digo sentindo uma enxurrada de emoções.

Ele me beija. Um beijo que me deixa tonta, um beijo apaixonado.

__Eu amo você, Louise. Amo tanto que chega doer.-Confessa e acaba por me fazer a mulher mais feliz.__Sei que não é o momento mais romântico muito menos adequado,mas quando te vi em perigo tive a certeza disso pois eu não suportaria nem a ideia de perde-la.

Aperto meus braços ao seu redor.

__Eu te amo. Obrigada por estar aqui.

Ele me afasta só o suficiente para me olhar.

__Seu rosto.-Murmura tocando levemente.__Está machucada. Tem certeza que não posso mata-lo?

Sorrio fracamente. A tensão em meu corpo diminuiu uns trinta por cento.

__Vamos chamar a polícia.

Ele assente.

__A tempestade passou, Ise. O sol já vai aparecer pintando um arco-íris no céu. Pode descansar agora.-Sussurrou me pegando em seus braços e levando-me até o sofá.

Ele me deixa ali e pega o celular discando os três dígitos que eu deveria ter ligado há muito tempo.

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