PRISIONEIRO 77 (DEGUSTAÇÃO)

By Laniqueiroz

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PRISIONEIRO 77 Quando sua colaboração é solicitada numa operação internacional, a agente federal Olívia Ferr... More

A MAMIS VOLTOUUUU!
PRÓLOGO
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO
COMUNICADO

Capítulo Dez

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By Laniqueiroz

Olá, amores! Cap quentinho saindooo!

Desculpem não ter postado na quarta, como tinha avisado. Lancei novo livro, O Paciente, na amazon, e a correria foi grande. 

AVISO IMPORTANTE: Prisioneiro 77 e O Paciente se encontram completos na amazon. Confiram quando puderem, amores <3

Bora mergulhar mais um pouquinho no mundo sombrio de Aquiles e Olívia? Vamosssss!


Ninguém é perfeito até que você se apaixone por essa pessoa.

(William Shakespeare)

Olívia

Eu desligo o motor do carro que loquei na Barra. Meu jipe está na garagem do meu apartamento, mas não o usaria de qualquer maneira. Não quando a minha intenção é bisbilhotar aqui no IML. É pouco depois das 19h e já não há uma viva alma por aqui. Minha nossa, que trocadilho infame. Bufo e afundo ainda mais o boné na minha cabeça, pegando minhas pistolas no banco do passageiro e enfiando-as no cós da calça jeans. Uso um moletom preto e puxo o capuz por cima da cabeça. Fiz um coque apertado, escondendo meu cabelo para evitar ser reconhecida, caso o filho da puta que me ligou fazendo ameaças esteja me seguindo. Desço do carro e atravesso a rua, com um andar despojado, encenando um personagem masculino. A calça que uso não é justa e o casaco cai abaixo da minha bunda, disfarçando bem minhas formas femininas. Ianis e mais dois seguranças estão me acompanhando à distância, para não chamar muito a atenção. É arriscado, mas eu precisava vir dar uma olhada no corpo do governador. Por sorte, o legista é um colega do ensino médio e sempre facilita meu acesso quando preciso tirar minhas próprias conclusões sobre uma suspeita de assassinato.

Aquiles viajou hoje bem cedo. Foi às pressas, pelo que entendi, uma série de reuniões que teria na próxima semana, foi antecipada para amanhã. Para o meu desprazer, foi a vaca da Petra que me atualizou quando desci para preparar o café da manhã e a encontrei na cozinha. A cara de desprezo da vadia ao me informar sobre a viagem, fez com que me sentisse uma merda. O desgraçado passou a porra da noite quase toda me comendo, mas não teve a decência de avisar que estava indo viajar hoje?

— Aquiles ficará fora por uma semana e me incumbiu de ficar de olho nas coisas por aqui — a infeliz disse, seu olhar maléfico deixando claro que estava de olho em mim especificamente.

— Eu não lembro de ter perguntado algo a você. — Bufei, começando a preparar a massa das panquecas.

A insuportável riu e se serviu de outra caneca de café direto da cafeteira. Recostou-se na bancada de dentro da ilha, seu olhar correndo por mim inteira. Eu estava usando uma das camisolas e penhoar de seda do meu novo guarda-roupas.

— Não perguntou, mas como sei que ele não compartilha sua vida pessoal com suas putas, seja grata por eu estar lhe fazendo esse favor — murmurou com um riso cruel.

Aquilo me causou uma sensação desconfortável no peito. Meus olhos picaram, um sentimento de inferioridade se infiltrou e revolveu minhas entranhas. Eu não sou nada para ele. A miserável está certa, sou apenas uma puta para Aquiles. A atual de uma fila, que desconfio, seja longa. Deus, por que estou me sentindo assim? Ele também não é nada para mim. É a porra de um criminoso que me sequestrou e me obrigou a ser sua prostituta. Tentei lutar contra o sentimento estúpido e inadequado. Não somos nada um para o outro. O sexo sombrio que gostamos, é a única coisa em comum que temos. Gostamos de foder, do prazer obscuro que obtemos no corpo um do outro. Nunca será mais do que isso. Ele não quer, eu também não. Ponto final. Porém, a vaca merecia uma resposta à altura. Respirei fundo e me virei para a infeliz despeitada. Decidida a tripudiar sobre a paixão incubada que tem pelo seu chefe, abaixei as mangas do penhoar, mostrando as marcas das chupadas e mordidas em meus ombros, pescoço e costas.

— Vê isso, querida? Aquiles fica louco quando está dentro de mim. — Devolvi-lhe o riso cruel e seu rosto se encheu de cólera. Com ainda mais crueldade, murmurei: — Ama gozar dentro e sobre o meu corpo. E ele é muito, muito gostoso.

— Vagabunda! Você não é nada para ele! Não passa de uma prostituta! — Ela cobriu a distância entre nós rapidamente e tentou me acertar um tapa no rosto. Peguei sua mão com agilidade e torci seu braço para trás, empurrando-a de bruços sobre a bancada de granito. Sem qualquer gentileza, esmaguei sua cara de vaca na pedra fria. — Vadia! Me solta! — Debateu-se, mas podia ver o seu medo naquele momento.

— Quem disse que quero ser algo mais? — Chutei seus tornozelos separados, como numa batida policial, fazendo-a grunhir de dor. Abaixei bem perto do seu ouvido e espezinhei mais um pouco: — Não preciso de mais. Você nos ouviu no jato? Ouviu seus sons de prazer quando gozou dentro de mim? — Vi lágrimas de ódio em seus olhos e ri vingativa. — Amo foder com ele e Aquiles sente o mesmo, querida. Deve ser doloroso para você vê-lo me querendo tanto que mal consegue sair de cima de mim.

— Vadia! — sibilou, tentando se soltar. — Acha que é importante porque é a puta atual? Ele vai comer uma, talvez duas iguais a você nessa viagem. Você não é nada!

Meu coração apertou com suas palavras. Não queria, mas o ciúme me invadiu por completo. Queria arrancar os olhos dessas vadias sem rosto, e queria encher essa puta aqui de porrada. O sentimento possessivo insistia em me tomar sempre que imaginava Aquiles fodendo outras mulheres. Para meu desgosto eu o sentia cada vez mais forte e pungente. Decidida a não deixar a desgraçada me abalar, eu segui usando as armas que também iriam feri-la:

— Ele me quer. Pode comer vadias lá fora, mas vai chegar ansioso para estar dentro de mim, acredite, puta despeitada do caralho. E eu estarei aqui, esperando o meu dono chegar, pronta para ser dominada, usada, dar prazer de todas as formas que ele quiser. — A vaca me xingou mais e minha voz caiu para um sussurro cruel bem no seu ouvido: — Quanto a você, vai morrer seca, querendo desesperadamente estar no meu lugar. — Escarneci: — Agora, some da minha frente antes que resolva te dar a surra que está implorando para levar desde que nos conhecemos.

Petra se afastou rapidamente, contornando a bancada. Massageou a mancha vermelha na face direita, onde bateu no granito. Eu ri, satisfeita com sua cara de dor. Se olhares matassem, eu cairia dura. Então, um sorriso maquiavélico curvou sua boca.

— Você não sabe o que te espera, puta — disse entre os dentes e virou as costas, saindo da cozinha. Eu bufei e segui preparando as panquecas preferidas de Alice.

Entro no prédio do IML, voltando da lembrança de mais um encontro com a mulher desagradável. Paulo vem me receber na recepção e seguimos pelo corredor do lado esquerdo em direção à sala da necropsia.

— Te devo uma — murmuro ao entrarmos no ambiente refrigerado.

— Você me deve umas mil — meu colega de longa data, resmunga.

— Culpada. — Sorrio, cavando minhas luvas cirúrgicas no bolso do casaco. Coloco-as e ando em direção ao corpo estendido na pedra. — Quais são suas impressões até agora? — inquiro, iniciando minha própria verificação. Uma sensação ruim me invade ao olhar a cabeça destruída de Lupércio. O homem sempre foi muito atencioso nas poucas vezes em que nos encontramos. Quem o matou? Há alguma ligação com o assassinato do meu pai? Recebi a ameaça tão logo cheguei ao terraço e o vi espatifado no concreto. Foi o assassino do governador quem me ligou? Era alguém que estava na festa? Perguntas. Muitas perguntas estão fervilhando em minha mente desde o fim trágico do homem.

— Você viu o noticiário? Estão plantando a ideia de que ele tenha se suicidado por causa dos boatos de envolvimento com o narcotráfico — Paulo comenta, colocando suas luvas também.

— Sim, eu vi — murmuro, pegando a mão direita do cadáver, notando que faltam as unhas do dedão e indicador. Há escoriações em sua palma e nas pontas dos dedos, indicando que ele lutou, provavelmente se agarrou em alguma superfície áspera antes de ser jogado da sacada. Hematomas nas costelas do lado esquerdo. Fratura exposta do fêmur direito. Braços e pescoço quebrados. Fora a parte de trás da cabeça, que está toda destruída. — Acredita nessa encenação?

— Não. Esse homem foi assassinado, Olívia — Paulo garante, seus olhos escuros encontrando os meus. Ele é um negro alto e bonito. Andou me dando mole depois que me separei, mas o cortei logo, como fiz com todos que se aproximavam com conversa fiada. — Veja isso. — abre a boca de Lupércio e vejo que está faltando um dente da frente da arcada superior. Não parece que o perdeu na queda. Teria perdido mais ou danificado os outros, se fosse pelo impacto.

— Foi retirado antes da queda. — Aproximo-me, observando atentamente a cavidade comum aos pinos de implantes dentários. — Era uma prótese. — Franzo a testa, intrigada com esse detalhe e encaro Paulo. — Acha possível que o governador tenha guardado algo dentro dessa prótese? — inquiro, a possibilidade acabando de me ocorrer. Hoje em dia, com o avanço da tecnologia, as pessoas escondem informações valiosas em lugares inimagináveis.

— Acredito que sim. Ele não perdeu mais dentes, sua boca não sofreu impacto direto. — Aponta o maxilar intacto. De fato, o rosto de Lupércio está praticamente inteiro, apenas a testa começa rachar em direção ao crânio, se abrindo de forma assustadora. — Além disso, as fraturas sofridas indicam que se debateu no momento da queda, características que diferenciam assassinato de suicídio. — Aceno. Sim, um suicida não esperneia durante a queda, ele cai já pronto para o seu destino.

— Eu sabia que era você. — A voz conhecida me faz olhar de lado. Igor está com a porta entreaberta. Eu faço uma careta, não consigo evitar. Ele entra, sem convite. — Nunca perde a mania de querer se antecipar nas investigações. — Seu tom é meio brincalhão.

— Nem você — resmungo.

— O que temos aqui, Paulo? — Chega do meu lado, parando perto demais. Meu colega cerra o maxilar, descontente com a chegada do meu ex. Paulo ainda acha que terá alguma chance comigo. Coitado. Depois de Aquiles Theodorákis, dificilmente algum reles mortal irá me satisfazer no sexo. Paulo passa a compartilhar nossas suspeitas porque Igor, embora seja um filho da puta traidor de esposa, é um dos melhores agentes que nós dois conhecemos. Ele coloca suas luvas, mostrando que também veio preparado. — Sim, não comprei essa de suicídio também. — Assente, o olhar correndo pelo cadáver. Estende o braço direito para o queixo de Lupércio e abre a boca do homem, iluminando dentro com uma pequena lanterna.

— Procurando algo específico? — questiono, esticando-me e tentando ver o que investiga.

— Se há mais próteses — Igor murmura. — Com sorte, teríamos acesso a mais informações escondidas.

Não há mais. Ele expira, parecendo impaciente e antes de recolher o braço, noto arranhões profundos em sua pele.

— O que houve? — Aponto seu antebraço quando fica ereto.

— Ah, isso? Machuquei no rapel hoje de manhã — relata com um sorriso que outrora achava tão bonito. — Senti sua falta. Quando irá voltar a treinar com o esquadrão?

Faço uma carranca, não querendo tratar desse assunto na frente de Paulo.

— Obrigada, Paulo. Como sempre você foi espetacular. — Dou um sorriso para meu colega. — Que tal um chope qualquer dia desses? — proponho, e seus olhos se iluminam.

— Você é bem-vinda, Liv — murmura, e ouço um bufo de Igor.

Dirijo-me à pia e me livro das luvas, higienizando minhas mãos. Igor faz o mesmo e logo está me seguindo pelo corredor e para fora. Quando alcanço meu carro, ele pega meu pulso antes que abra a porta. Seu braço enrola rapidamente na minha cintura e sinto-o me cheirando por trás. Dou-lhe uma cotovelada, empurrando-o com força.

— Porra, Liv, me diz que vai voltar a ser minha — implora, apertando-me contra si, o pau duro cavando em minha bunda. Não sinto nada. Nada além de repulsa por esse filho da puta continuar achando que vai me ter de volta depois de tudo.

— Você não vai me ter de volta, Igor, pare de uma vez com essa merda! — Ranjo os dentes, e ele me aperta mais. — Me solta, ou vou quebrar a sua maldita cara!

— Por favor, meu amor. Eu faço qualquer coisa. Virgínia já sabe que eu nunca a amei, era apenas um tesão estúpido — ele insiste, e lhe dou mais uma cotovelada, conseguindo me soltar. — Vou fazer o for preciso para ficar livre para você e Alice. Nada irá me impedir de ter vocês duas de volta.

— Você tem Alice, ela é sua filha, mas a mim nunca mais terá — cuspo, muito irritada.

— Está gostando de ser a puta daquele miserável, é isso? — Parece lívido agora. — Você gemeu e gritou como uma vagabunda naquele jato, porra!

— E se for, porra? — explodo, erguendo minha cabeça, querendo jogar tudo em sua cara. — Sim, eu gemi e gritei porque amo tudo que ele faz comigo! Satisfeito?

Seu rosto torce com raiva e uma expressão assustadora toma suas íris. Mas ele apenas flexiona seus punhos, sabiamente não avançando para mim. Nesse momento, Ianis e os outros seguranças nos cercam.

— Se afaste dela, imediatamente — Ianis exige em tom calmo e mortal. A exemplo de Hermes, este também é bonito. Moreno alto, encorpado, cabelo estilo militar e olhos escuros tão frios quanto os de seu patrão. Acho que esse pode ser um critério de seleção para Aquiles. Só serão admitidos os filhos da puta com os olhos mais gelados. Zombo. Como diria Duda: devia ser proibido bandidos se parecerem com deuses gregos.

— Ele não tem nenhum direito sobre ela — Igor range de volta, olhando entre os homens. Com pessoas comuns, o número não assustaria, mas a segurança de Aquiles possui treinamento aniquilador.

— Ele tem. Sobre todos vocês. — Ianis não altera a voz. Seu sotaque é mais forte do que o de Aquiles e Hermes. — Agora dê o fora antes que complique a sua situação.

A atenção de Igor volta para mim.

— Eu vou fazer tudo o que for preciso, mas você será minha de novo, meu amor. — Seu tom e olhar fazem um arrepio ruim percorrer a minha coluna. Parece uma ameaça. — Vamos criar Alice e Luciano juntos. Teremos mais filhos, e juro a você, nunca mais irei te decepcionar.

— Você está delirante. — Bufo e me viro, abrindo a porta e entrando no carro.

Chegamos à mansão às 20h30. O sentimento de alívio é inexplicável. Um dos seguranças devolveu o carro alugado para a locadora e segui com Ianis e mais três homens para o heliponto na Barra, onde tínhamos deixado o helicóptero. Eu sei que ele vai reportar tudo ao seu patrão. De repente, meio que gosto de Igor ter ido e feito aquela cena toda. Aquiles terá ciúmes também, como tolamente estou sentindo, ao imaginá-lo trepando com alguma vadia nessa semana inteira que ficará longe? Deus, tenho que controlar essa merda. Subo direto para o segundo andar, onde ficam os quartos em que estamos hospedadas desde ontem à noite. Alice está dormindo profundamente na minha cama, do jeitinho que deixei. Um pequeno sorriso toca meu rosto, observando o meu bem mais precioso. A sensação de segurança que senti ao voltar para cá, é preocupante, dada a minha situação com o dono dessa fortaleza. Todavia, embora seja inusitado, o meu captor está nos protegendo agora. O alívio que sinto é por saber que dificilmente quem me ameaçou, irá chegar perto de mim ou da minha filha. E, nesse sentido, sou muito grata a Aquiles.

Tomo uma ducha rápida, visto um pijama velho e confortável e volto ao quarto. Meu celular toca sobre a mesinha de centro da sala de estar. Sim, a suíte mais parece um apartamento! Pego-o e sorrio ao ver que é uma chamada de vídeo de Duda. Atendo-a, andando em direção à varanda de frente para o mar. Logo seu rosto bonito surge na tela. Está um pouco abatida, percebo.

— Oi, prima — murmuro, alcançando a balaustrada de madeira maciça. A construção é bem na beirada de um penhasco, as ondas arrebentando na base do rochedo é meio assustador pela escuridão. Contudo, a vista não deixa de ser magnífica.

— Oi, prima. Alguma novidade no IML? — indaga sem rodeios. Embora meu celular esteja espelhando todas as conversas para o aparelho do filho da puta do Aquiles, não tenho me abstido de falar com a minha prima. Conversamos todos os dias, religiosamente, desde pequenas e isso nunca vai mudar. Eu compartilho tudo com ela. Em dado momento, seu rosto assume a expressão travessa que conheço bem e pergunta se o Paulo ainda fica babando à minha volta. Minha primeira reação é bufar, mas percebo que está provocando o Aquiles, sabendo que se não está ouvindo agora, certamente o fará depois. Ela é terrível. Entrando no jogo, eu revelo que o convidei para um chope.

— Ah, caramba! Ele é um gato, Liv. — Seu tom é muito forçado. Rolo os olhos, pois vai ficar claro que estamos encenando aqui.

— E quanto ao Gustavo, Duda? Já parou de ser um idiota? — pergunto, mudando o assunto. O estúpido do seu marido está irredutível sobre ter filhos, tão obcecado que está ficando agressivo pelas nossas últimas conversas. Seu rosto cai, mostrando aquele abatimento do começo da ligação. Eu a conheço bem. Estava fingindo para não me preocupar. — O que houve? — Meu tom suaviza enquanto vejo seus olhos verdes se encherem de lágrimas. — O que ele fez agora? — resmungo. — Se aquele bosta tocou em você, vou arrebentar todos os seus ossos, juro por Deus, Duda!

— Não, ele não me machucou dessa maneira. — Ela soluça e a devastação em seu rosto é completa agora. — O flagrei trepando com o Ivan. Com a porra do Ivan, Liv! — exclama com raiva, e estou boquiaberta. Ivan e Gustavo são melhores amigos desde sempre, pelo que sei. Ou sabia... Deus do céu! Eles são amantes?! — Gustavo me usou para continuar na porra do armário, prima. O covarde me usou para posar de hétero para seus pais e estava acabando com a minha saúde mental para cumprir todos os requisitos do machão, com esposa e filhos — completa aos prantos e meu coração dói por ela.

— Que filho da puta! — rosno, a vontade de quebrar todos os ossos do imbecil desleal, aumentando. — Sinto muito, querida. Sei exatamente como está se sentindo agora. Onde você está? Vou até aí.

— Não, você não vai mais se colocar em risco saindo da casa, porra. — Vem a voz grossa, se infiltrando na ligação, quase me fazendo derrubar o celular. O quê?! Como conseguiu isso? — Quanto a seu marido, ele é um imbecil completo, soube desde o primeiro áudio que ouvi — Aquiles resmunga, dirigindo-se a Duda, pelo visto. Hermes é um maldito bruxo das tecnologias. Nunca ouvi falar que alguém podia se inserir em ligações sem ser convidado. — Você quer passar a noite com Olívia? Alguém da minha segurança irá buscá-la.

— Q-quero sim. — O rosto de Duda é um reflexo do meu, estupefação completa. — É-é seguro? Digo, posso sair na hora que eu quiser? — gagueja e eu reprimo uma risada, embora a sua preocupação seja plausível. Tenho a impressão de ouvir uma risada baixa por parte de Aquiles.

— Sim, você sim — o filho da puta responde. — Esteja pronta em vinte minutos.

— Droga, agora eu não sei mais o que dizer, prima — Duda balbucia, confusão em todo o semblante. Pelo menos o choro se foi. O susto foi bom por esse lado. Eu limpo a garganta e me sentindo grata mais uma vez ao homem por quem só deveria nutrir sentimentos ruins por todo o nosso histórico, eu murmuro:

— Obrigada, Aquiles. — Minha voz sai muito rouca, meu coração saltando de uma maneira estranha enquanto espero sua resposta. Devo admitir que senti a sua falta o dia inteiro. Nos últimos cinco dias estivemos juntos quase todo o tempo. Trabalhando durante o dia, nos devorando à noite. Às vezes durante o expediente também. Por isso Petra está me odiando ainda mais. Ele a expulsou do escritório duas vezes para ficar a sós comigo e não é preciso ser um gênio para imaginar o que fizemos...

— Está proibida de deixar a casa enquanto eu estiver fora — é só o que o idiota diz e se retira da ligação.

— Uau, ele é...

— Mal-educado? — completo o pensamento de Duda, com deboche. Ele deve estar ouvindo ainda. Minha prima ri levemente, e meu coração aquece por tirá-la um pouco da sua miséria. — Vem logo. Vamos nos empanturrar de sorvetes, encher a cara de vodca e o que mais você quiser. — Ela ri, mas seus olhos vão ficando lacrimosos de novo. — Eu te amo — sussurro, não conseguindo evitar minha voz embargada.

— Eu também te amo — declara de volta.

Uma semana depois...

Eu termino de arrumar a mesa na varanda da suíte de Aquiles e agradeço a governanta. A senhora pede licença e me deixa sozinha. Meu coração está saltando descompassado desde o momento em que ouvi o helicóptero pousando, há alguns minutos. A vaca da Petra me avisou que ele chegaria hoje e repassou as ordens para preparar o jantar e servi-lo aqui, exatamente às 20h. Fiquei irritada por não ter sido ele a fazer o contato, mas acho que essa é sua maneira escrota de agir com as escravas. É Petra quem cuida de tudo. Comigo só há comunicação fora das cenas porque minha capacidade profissional lhe interessa também. Pergunto-me se vamos comer e depois seguir para a masmorra. Ele deve querer depois de uma semana longe. Por que Petra não mencionou a sessão? O ciúme estúpido e indesejado volta a me perturbar. Ele esteve com alguma escrava? É por isso que não quer uma sessão pesada comigo hoje? Estou sentindo falta dessa merda? O que diabos há comigo, querendo ser chicoteada e acorrentada? Gemo em recriminação. Não me reconheço mais.

Ando de volta ao quarto, indo até o enorme banheiro luxuoso. Tiro o vestido, sutiã, calcinha e coloco um robe curto de seda vermelho vinho. É desses com plumas nas bordas e mangas. É lindo. Ele me enviou uma mensagem no final da tarde, instruindo-me a usar apenas isso e o esperar na posição submissa do lado da mesa. Sim, para fazer suas merdas de exigências de dominador, sabe usar as mensagens. Bufo, encarando-me no grande espelho. Ele quer o meu cabelo solto esta noite e corro os dedos pelas mechas, afofando-os. Mesmo irritada, meus olhos estão brilhantes, o frisson gostoso e proibido reverberando em minha barriga. Eu quero esse homem de uma maneira absurda e impossível de controlar. Saber que em questão de minutos estará dentro de mim, faz minha boceta molhar e meu corpo inteiro vibrar em expectativa. Volto para a sacada e confiro a mesa posta mais uma vez. Preparei três iguarias da culinária grega. Deixando de lado a decepção pelo seu silêncio por toda a semana, eu quis agradá-lo por trazer a Duda quando precisava de mim. Ela acabou passando a semana comigo e a Alice. Quando foi embora ontem, estava mais animada e firme na decisão de pedir o divórcio do covarde do Gustavo.

Está tudo perfeito. Preparei Moussaka, um dos pratos mais populares da Grécia, confirmei com Ianis. Vai carne de cordeiro moída alternada com camadas de beringela. Por cima, uma generosa camada de molho francês béchamel. Charutos de folha de parreira e salmão grelhado. Estão em recipientes de prata com isolamento térmico, permanecerão aquecidos por algumas horas. Fiz a salada também, com bastante azeitona, pepino, cebola, tomate, azeite e o famoso queijo Feta. O vinho, escolhi um tinto, peguei da adega. Esse foi fácil, Aquiles só toma grego. Abro-o habilmente e sirvo apenas uma taça. Ele gosta de compartilhar bebidas. Respiro fundo e me abaixo do lado da mesa, a brisa noturna soprando entre minhas pernas quando me coloco sentada sobre meus tornozelos. Fico na posição, cabeça baixa, os minutos passam devagar. No segundo seguinte, meu coração retumba no peito ao ouvir os acordes das músicas instrumentais sinistras que meu homem sombrio aprecia. Ele chegou. Não posso parar o sentimento louco de pura alegria atropelando todo o bom senso. Demora um pouco mais até que o sinto me observando. Meus seios entumecem, os mamilos ficam duros, minha boceta pulsa. Em instantes, os pés masculinos param à minha frente. Está descalço, e vendo as pernas nuas, acredito que apenas de robe também.

A mão direita estende diante do meu rosto. A pego, beijando-a com total servidão. Seus dedos seguram meu queixo e levanta meu rosto. Meus olhos se banqueteiam avidamente em seu corpo grande e bronzeado. Sim, ele usa um robe preto, aberto, mostrando a boxer branca. Salivo vendo o grande volume lá dentro. Subo para o abdome firme, então, ofego ao me dar conta de que seu braço esquerdo está envolvido numa tipoia. Está machucado? Como aconteceu? Me pergunto, uma estranha angústia me invadindo por vê-lo assim. Foi por isso que não pediu uma sessão na masmorra. Pondero. Quando nossos olhares se encontram, meu peito vibra, o coração saltando loucamente. Deus, eu senti falta do seu rosto, desses lindos olhos avelãs. Do seu jeito dominante e cínico de me olhar. Suas íris cintilam fugazmente, as raias verdes disputando espaço com as douradas. Suas narinas fremem, os dedos deslizam, subindo pela face direita. Meus olhos pesam, amando a carícia, cativa do seu olhar, como sempre acontece.

— Minha mente me pregou peças a semana inteira — murmura com voz áspera, porém, com certa suavidade. — Você é ainda mais linda do que me lembrava, minha escrava — completa, passando o polegar sobre a minha boca. Meu centro aperta com a carícia, com o elogio, com o tratamento degradante e possessivo, e, sobretudo, a maneira como está me encarando. Parece faminto. Ele esteve com alguém? Que dia dessa semana se machucou? Eu odeio me sentir assim, insegura, ciumenta. Deus, o que está havendo comigo? Pergunto-me confusa, excitada, seduzida demais por esse homem.

— Bem-vindo, dono meu — murmuro, ofegante, lembrando-me da recepção.

— Levante-se — ordena, e obedeço. Nossos corpos ficando bem perto. Assusta-me o quanto quero tocá-lo, sentir a pele quente sob os meus dedos. Seu rosto perfeito e bem barbeado, a boca sensual, os olhos mais bonitos que já vi. Não sei dizer se é a cor ou a expressão gelada e cínica na maior parte do tempo, mas em alguns momentos fugazes, suas íris aquecem, o gelo derretendo, como agora.

— Fez boa viagem, senhor? — pergunto, ansiosa, sem saber como agir, desejando seu toque tão loucamente quanto quero espalmar seu peitoral largo. Estico a mão e pego a taça de vinho, precisando de algo para me ocupar. — Espero que esteja a seu gosto, mestre.

Ele a pega e toma um pequeno gole, os olhos segurando os meus de maneira inquietante.

— Sim e sim — responde e gira a taça, colocando o seu lado para eu beber. Tomo um pequeno gole. Sim, tem um sabor requintado. É forte, deve embriagar rápido, todavia, é delicioso. Tal como o homem à minha frente. Ele torna girar e bebe do meu lado. Acho que estamos nos beijando indiretamente. Drenamos a bebida devagar, nos fitando e eu gemo quando enrola o braço livre em minha cintura, puxando nossas frentes juntas. Meus seios achatam contra seu peitoral nu, a coluna grossa da sua ereção pressionando em meu ventre. Lambo os lábios, minha boca seca, cada célula do meu corpo grita por ele e sua posse dura, viciante. O meio sorriso cínico curva sua boca linda e, merda, eu molho ainda mais. O vinho está fazendo efeito muito rápido. — Sentiu a minha falta, theá? — murmura, o olhar correndo por todo o meu rosto.

— E você, sentiu a minha? — devolvo a pergunta, tentando manter algum controle de mim. Um sorriso perverso se abre lentamente em sua boca.

— Sente o quanto? — Empurra o pau duro contra minha barriga. — Quero sua boceta antes do jantar — resmunga e me solta, indo se sentar numa das cadeiras da mesa posta para dois. — Venha aqui, Olívia — ordena. Eu ando e paro do seu lado, obediente, meu corpo todo sendo dominado pelo apelo sensual e obscuro desse belo homem. Seus olhos cintilam em aprovação à minha servidão, estende a mão, afastando devagar as lapelas do meu robe. Minha pele arrepia pela brisa soprando conforme vai empurrando o tecido pelos meus ombros, deixando-me nua. Estamos em sua varanda. Espero que ninguém da casa nos veja aqui. Tento raciocinar com clareza, embora o vinho esteja me deixando um pouco alterada. Minha boceta lateja, o olhar faminto de Aquiles pousando entre minhas coxas. O canto de boca zombeteiro inclina e seus olhos descem, lentamente, passando por cada centímetro de pele nua. Eu gosto que já tenha me visto assim muitas vezes, mas a fome em seu rosto seja tão intensa quanto da primeira. A mão grande segura a minha cintura num toque possessivo, sovando a pele, descendo pela barriga, subindo pelo vale entre os seios, deixando-me arquejante, o creme umedecendo mais e mais minhas paredes vaginais.

— Deliciosa... — sussurra, os olhos correndo por mim inteira. Algo poderoso vibra dentro de mim toda vez que recebo esse olhar, que ouço seus elogios ao meu corpo. Ao sexo despudorado e obscuro que fazemos. — Porra, eu mal consegui passar pelas reuniões, ansiando para ter a sua boceta apertada sugando, engolindo meu pau todo. — Gemo baixinho, o ciúme sendo aplacado pela sua revelação. Sobe a mão e agarra meu seio esquerdo. Meus joelhos quase dobram pelo prazer do seu toque. Amassa a carne, cravando as unhas. Choramingo, minha boca entreabrindo e arqueio, dando-me sem vergonha. Ele rosna e continua apertando numa pressão gostosa, puxando o bico. Meu núcleo lateja, a excitação lasciva me inundando. Ele grunhe, passando a amassar o outro seio, dando o mesmo tratamento possessivo, depois desce a mão, enfiando entre minhas pernas.

— Aquiles... — murmuro sem controle de mim mesma, dando-lhe acesso, afastando as coxas.

— Sim, escrava, sou eu, o seu dono — declara com aspereza, sondando meus lábios melados com os dedos. Inclina-se e lambe um mamilo, depois no outro. Prazer luxurioso irrompe em meu núcleo, o líquido grosso e quente inundando completamente minhas paredes. Ele lambe uma e outra vez, revezando nos dois bicos. Ofego alto e estendo a mão, firmando-me em seu ombro direito. Deixo o esquerdo livre por não saber a extensão do machucado. Aquiles geme quando começo a acariciar sua pele, raspando as unhas, indo para a sua nuca, pego seu cabelo denso e macio. Com um rosnado alto, se inclina mais e engole o seio direito, chupando-o gostosamente. Choramingo, estremeço inteira. Mete um dedo grosso em minha vulva, entrando fácil pelo meu grau de excitação. Passa a mamar com força, devorando-me, sugando o mamilo, depois o mordendo, abrindo a boca e engolindo boa parte do seio.

— Minha cadela está latejando, toda molhada para o seu dono — ruge, e o som deixando a minha garganta é tão ultrajante e submisso que deveria me envergonhar. Mas já passei desse ponto. Nesses momentos eu pertenço a ele. Uma coisa louca acontece em minhas entranhas toda vez que me chama de sua cadela. Eu molho e pulso ensandecida. Ele ri baixinho, mudando para o outro seio, chupando-o com vontade, enquanto me penetra com o dedo. — Admita que sentiu a minha falta. Vamos. — Esfrega meu clitóris inchado com o polegar e fica mordiscando meu seio, chupando a carne macia com força, reavivando suas marcas, encarando-me com uma expressão possessiva. Estou arquejando, quase gozando, então, ele para. — Monta meu pau. Não posso esperar mais — range, puxando o eixo longo e grosso de dentro da boxer.

Eu solto um som indecente de necessidade, crua, gananciosa, e, sim, possessiva. Quero-o todo dentro de mim. Meu. Todo meu. Aquiles me puxa suavemente, fazendo-me escarranchá-lo. Uma sensação contraventora me percorre ao estar nua aqui, a céu aberto. É tão devasso, lascivo, por isso mesmo, excitante. De repente, não me importaria se Petra nos visse agora. Na verdade, adoraria que a vaca visse o olhar quente e faminto que ele está dando sobre meu corpo nu. A boca morna voltando para meus seios, corta meu devaneio sobre a puta. Lambe, chupa, mordisca e eu me arqueio toda. Aquiles rosna, devorando-me sem pena. Meus seios já doloridos da sua fome. Apoio-me em seu ombro e ergo-me, pegando seu pau com a mão livre. Nossos olhares travam enquanto o guio para a minha entrada. O braço direito enrola em minha cintura e desce, pegando a minha bunda em cheio, arreganhando uma bochecha e eu esfrego a cabeça grande em meu clitóris. Gemo baixinho, então, o encaixo na vulva e começo a descer. Estou muito molhada, mas vai doer tomá-lo todo nessa posição. Ele ruge e volta a sugar meus seios, agora com delicadeza, a língua pincelando suavemente nos bicos. Isso ajuda, deixando-me mais molhada e louca para me empalar até o cabo.

É grande, grosso, gostoso demais. Gemo de boca aberta e vou descendo, levando-o devagar, quando chego até a metade, meu corpo convulsiona pela ganância, a dor e o prazer que só ele me proporciona. Meu canal estica ao seu limite, mas é perfeito.

— Sim, dono meu... Senti sua falta — me rendo, admitindo em voz alta. Aquiles ruge e me dá um tapa forte na bunda, apertando a minha carne em seguida, forçando-me a descer mais. Estremeço, minha respiração entrecortada e desço com força, levando-o todo. Um som animalesco sai da sua garganta. Eu berro, meu corpo todo tremendo. — Merda... Tanta falta disso... — choramingo, dopada pela dor e júbilo por tê-lo todo enterrado em mim de novo.

— É isso. Você me pertence — declara asperamente contra meus seios, puxando os bicos entre os dentes. — Porra, sua boceta é tão pequena que parece que vou te rasgar. — Merda, eu latejo descarada com esse comentário. Por um momento insano, quero pedir que me rasgue. Seus olhos me hipnotizam e ele sussurra, trazendo a boca para perto da minha. — Vamos, peça.

— Isso é loucura — murmuro, mesmo que esteja molhando e pulsando à sua volta. Ele me dá mais tapas na bunda. Fortes, punitivos, e eu gemo alto, devassa. — Faça, senhor. Use-me como quiser. — Eu lambo seu queixo atrevidamente e completo: — Rasgue-me.

— Minha putinha... — range e levantando-me como se não pesasse nada, me abaixa em seu pau, cruelmente, entrando fundo, e sim, a sensação é de que estou sendo rasgada. Dói, estremeço, só que o prazer que vem junto é absurdo e oblitera tudo o mais. Ele é o único que me preenche completamente e, por isso, estou tão viciada nessa sensação deliciosa. — Assim... Porra, que gostosa...

— Aquiles... — gemo seu nome, sem saber ao certo o que quero. Ele ri cínico, malvado, o rosto vermelho, suor brotando em suas têmporas pelo esforço em me levantar apenas com um braço.

— Me abrace pelo pescoço para equilibrar o peso — exige, e o faço no mesmo instante.

— Você está machucado. Não quero sobrecarregá-lo — expresso, tentando ver sinais de desconforto em seu rosto.

— Estou bem — estala. — Vamos, se apoie. — Assinto, pendurando-me nos ombros largos e ele geme guturalmente, puxando-me com força para baixo, me empalando em seu eixo grande e grosso. — Theós... Olívia — geme o meu nome e eu fico ensandecida, levanto e volto a me empalar, ajudando-o a me comer. — Não vou demorar a gozar... Como é gostoso te comer, porra. Que saudade dessa bocetinha perfeita — sussurra com rudeza, e meu coração dá uma guinada, entendendo que ele não esteve com outra nesses dias.

— Sim, goza em mim, senhor — imploro sem nenhuma vergonha, molhando mais e mais, passando a rebolar em seu pau. Aquiles diminui o ritmo, obviamente tentando retardar o gozo, e eu desacelero também, rebolando, engolindo-o até o punho, levantando e abaixando bem devagar. Sua atenção cai para nossos sexos, seu grande volume sumindo todo dentro de mim. As belas íris avelãs estão aquecidas e levantam para o meu rosto, seu hálito sopra bem na minha boca e salivo para mergulhar meus lábios nos seus. Quero beijá-lo, mas estarei ainda mais fodida se o fizer. Preciso me resguardar pelo menos nesse aspecto. Deus, ele é tão bonito. Quero fechar os olhos, mas não o faço para não parar de olhá-lo. — Me enche... — imploro, descontrolada. Ele geme rouco, arreganhando minha bunda e volta a me comer com força.

Eu o cavalgo cada vez mais forte, a penetração é totalmente prazerosa nesse momento. Estou muito molhada, tomando-o todo, com ganância, arquejando de tanto prazer, querendo agradá-lo. Nós nos seguramos e fodemos, nos olhando bem de perto, nossas bocas quase se tocando, nossas respirações e gemidos em uníssono, em perfeita sincronia. Há algo diferente. Nele, em mim. Sinto isso em minhas entranhas. Movemo-nos, sôfregos, o gozo se aproximando, nossos olhares fixos. Não falamos mais nada, apenas nos encarando e fodendo, como se quiséssemos nos cingir permanentemente. Então, o gozo nos arrebata, juntos. Eu grito alto, em seguida gemo seu nome, as ondas de prazer explodindo em meu ventre, causando-me tremores violentos, escandalosos. Ele ruge o meu nome guturalmente, enchendo-me com seu esperma. Esqueço que é errado, imoral estar com um criminoso e lhe entrego a minha servidão. As ondas de prazer proibido perpassam nossos corpos enquanto gememos alto, não nos importando em ser discretos. Enfio o rosto em seu pescoço, precisando fugir da intensidade do seu belo olhar verde no momento do clímax.

— Caralho... — ele sibila, apertando-me contra si, estocando com força, me comendo sem pena. A paisagem linda e assustadora do abismo abaixo da sacada, atrai a minha vista. — Não vou mais viajar sem você — geme roucamente em meu ouvido. Meu coração salta com essas palavras, uma alegria boba me invade. — Me recuso a ficar sem gozar em você... — sussurra com voz áspera e sua boca desce pelo meu pescoço e ombro, lambendo o suor, sugando gostoso. Seus movimentos vão desacelerando aos poucos. Convulsiono, gemendo e o abraço com mais força. Meu rosto levanta para o seu. Pega a minha nuca, fitando-me intensamente. Pisco, atordoada, tentando conter o sentimento novo pedindo passagem dentro de mim. Esse é mais perigoso porque sob uma espécie de lente distorcida, parece certo estar aqui com esse homem, sentindo tanto prazer em ser sua. Seu olhar sério percorre todo o meu rosto, nossas respirações ainda estão alteradas. Ficamos assim por um tempo, nos olhando, sua mão toca meu rosto e quero gemer com o carinho. Não me contenho e toco seu também. — Estava louco, insano para te foder — admite contra a minha boca.

— Isso quer dizer que não esteve com outra? — pergunto. O sorriso zombeteiro se abre em seu rosto.

— Não, eu não estive com ninguém — sussurra, e não consigo conter o alívio. — Eu só pensava em como fui estúpido em não a levar comigo. Mas eram as reuniões da... — Para abruptamente e ergo uma sobrancelha, esperando-o concluir.

— Do seu clube do bolinha? — provoco-o, e ele me surpreende ao sorrir. Acho que é a primeira vez que o vejo sorrindo assim, quase livre do cinismo. E, merda, como fica lindo. Sim, minha prima está certa, não é justo bandidos terem a aparência de deuses gregos.

Aquiles

— Sim, da organização da qual faço parte — assumo e pulso dentro dela. Ainda estou duro. Quero passar a porra da noite inteira fodendo-a sem trégua. Foram dias de merda. Não entendi que sentimento estúpido foi esse que me perturbou nessa semana. Eu sonhei com ela. Nunca fui do tipo que sonha com as mulheres que fodo. Elas não são importantes a esse ponto. Mas essa se infiltrou nos meus sonhos. A cadela deliciosa e linda estava lá, esperando-me quase toda noite. Nem sequer olhei para outras com interesse nos jantares de gala após as reuniões. Apenas as mais lindas mulheres são selecionadas para nos entreter nesses eventos. Ou assim era. Dessa vez, todas que olhei tinham algum defeito. Eram gordas, magras demais. Feias, burras, presunçosas... E a lista segue. Quando cheguei e a vi aqui, esperando-me obediente, entendi que nenhuma me interessou porque era essa que eu queria. Todas tinham algum defeito porque estava comparando-as com Olívia. Uma competição desleal. Porra, depois dessa vadia deliciosa vai ser difícil encontrar outra que mantenha o nível e me faça gozar tão gostoso.

— Você vai me contar sobre isso? — pergunta, apontando meu braço na tipoia. Eu gosto da preocupação que vejo em seus belos olhos verdes. Ainda estão um tanto lânguidos pelo gozo intenso. Como eu, sei que ainda quer mais. Acaricio seu corpo inteiro, irritado por não poder usar o braço esquerdo.

— Meu carro foi emboscado no trajeto de volta da última reunião do meu clube do bolinha — respondo, usando seu termo provocador e ela abre um pequeno sorriso. Caralho, gosto disso, vê-la sorrindo. Acho que nunca havia me dado um sorriso antes. Enruga a testa e fica séria em seguida.

— Presumo que quem fez isso esteja em situação pior? — meio que resmunga, tocando suavemente meu ombro machucado.

— Eu os matei — declaro, e ela arfa, seu corpo enrijecendo um pouco. Embora a mulher tenha acabado de se deleitar e gozar no meu pau, a policial desaprova meu modo de vida.

— Quem eram? Por que o emboscaram? — questiona, não conseguindo esconder o julgamento em seus olhos.

— Decidiu que vamos trocar as confidências, afinal? — Rio cínico.

— Estou empalada no seu maldito pau. Você tem razão, inimigos não se aplica mais ao nosso caso. — Ela bufa. — Talvez inimigos íntimos.

Isso me faz soltar uma risada. Sua cara linda franze numa carranca.

— Tenho muitos inimigos. Pode ser qualquer um — respondo à sua pergunta, dando de ombros.

— Mas? — instiga, seus olhos verdes argutos me estudando com atenção. Ela é muito esperta. Alice tem bem a quem puxar.

— Desconfio de que o mandante seja da minha própria família — confidencio, e ela não parece realmente surpresa. Deve ter descoberto em suas investigações que sou odiado pelos Theodorákis de sangue.

— Deve ser horrível isso — comenta sucinta.

— Numa família normal, talvez. — Meu tom é indiferente. — A minha é um ninho de cobras e não terei nenhum remorso em matar um por um se continuarem achando que podem me derrubar — declaro em tom de aço, e ela se retesa de novo. Minha linda agente federal. Observo-a com cinismo. Ama trepar com um assassino, mas não quer ouvi-lo falar a respeito. Enfio a mão em seus cabelos macios e puxo os da nuca. Ela geme, mordendo o lábio. — Por hoje, chega de confidências. Quero sua boceta de novo, num lugar confortável dessa vez — murmuro, e ela geme, pendurando-se em meus ombros. Seguro debaixo de sua bunda e levanto ao mesmo tempo em que Olívia enrola as pernas em meu quadril. Ando devagar, atravessando a sacada e entrando no quarto, ainda todo atolado em sua boceta deliciosa. Refestelo-me em seu cheiro, seu corpo macio junto ao meu. Minha obsessão é tanta que estou com fome, mas não vou me alimentar até estar pelo menos um pouco saciado dela.

Eu subo na cama com ela, sem sair do seu calor apertado. Olívia geme, as mãos passeando pelos meus ombros, as pernas enroladas em meu quadril. Fazendo um esforço sobrecomum, apoio a mão direita do lado de sua cabeça no colchão e puxo o pau quase todo, voltando numa estocada lenta, metendo bem fundo. Ela geme e pulsa à minha volta, sugando meu pau como uma luva quente e gostosa. Theós... Como pode ser tão perfeita? Pergunto-me perdido em luxúria, comendo-a devagar, reacendendo nosso tesão. Seus belos olhos estão brilhantes de lascívia e ela choraminga a cada estocada. Vou acelerando os golpes, olhando-a bem perto, sua boca entreabre, a respiração saindo entrecortada. Seu corpo inteiro convulsiona à medida em que passo a fodê-la mais forte e profundo.

— Sim, minha linda cadela, me dá bem gostoso — eu ranjo e não conseguindo me controlar, liberto meu braço esquerdo da tipoia. Dói pra caralho, mas pego seu pescoço e bato nela, enfiando-me até o punho. Olívia resfolega, passando a rebolar, recebendo meu pau todo, choramingando de prazer. — Olívia... — rosno seu nome, insano, comendo-a sem trégua. — Vou te deixar toda inchada, a minha porra transbordando nessa boceta apertada.

— Ah, sim... Sim, dono meu — choraminga, o hálito gostoso soprando em minha boca, tentando-me a esmagar meus lábios nos seus. Nunca um maldito beijo foi tão desejado. Enfio a mão direita em seu cabelo e o puxo bem forte, batendo nela, metendo fundo. — Me come com força... — a putinha implora, e acelero, estocando sem pena, atendendo seu pedido. — Me come do jeito que você quiser. — Respira erraticamente, os olhos entregando seu nível de tesão.

Aperto mais seu pescoço, meu ombro doendo como o inferno, mas minhas bolas estão tesas, exigindo o prazer absurdo que essa garota me proporciona.

— Porra... — ranjo, rasgando-a em estocadas profundas e fortes. — Você quer gozar, theá? — Mordo a maçã do seu rosto e ela geme alto, a boceta me sugando com mais força. Levo a boca para o seu ouvido e chupo o lóbulo, mordiscando devagar, instigo perverso: — Goza, minha putinha. — Ela geme ao ouvir o termo degradante. Eu rosno, metendo bem fundo. Ela estremece, seu corpo inteiro me dando os sinais da proximidade do orgasmo. — Vamos, Olívia, eu sou o seu dono. Goza no meu pau. Agora — ordeno, descendo a boca para o seu pescoço onde chupo e mordo.

— Ahh, Deus do céu... — choraminga, pendurando-se em meus ombros, abrindo-se, recebendo-me sem contenção. Em instantes está gritando seu orgasmo, alto e escandalosa, estremecendo inteira. Eu uivo, batendo tão fundo que ela berra ainda mais, convulsionando toda. Meu corpo fica tenso, as bolas doendo até que explodo dentro dela, jorrando em jatos fortes. — Ahh... — geme baixinho, seus olhos desfocados pelo clímax, se fechando devagar. Então, deve lembrar que gosto que goze olhando nos meus olhos e os reabre.

— Deliciosa... — ranjo, não parando de comê-la, querendo ficar aqui o máximo de tempo que conseguir. Ela me agarra, puxando-me, abrindo-se toda. Nossas bocas ficam bem perto, respirando uma na outra enquanto nos olhamos e gozamos, os tremores espiralando impiedosamente em nossos corpos. Meu ombro arde, dói, mas a sensação de gozar nu em sua bocetinha gostosa e quente, soterra o desconforto. Querendo sentir sua boca, eu chupo meu indicador e o forço entre seus lábios. Ela o chupa avidamente, rolando a língua. Puxo e o chupo em seguida, rosnando pelo prazer roubado. Minhas estocadas vão perdendo o ímpeto. — Não quero sair daqui, porra — resmungo, parando todo enterrado.

— Não saia. — A porra da garota tem a audácia de dizer. Resmungando mais ainda, lhe dou um tapa forte na cara.

— Eu não vou — sibilo, voltando a me movimentar e acrescento possessivamente: — Você é minha.

Eu acordo com o ombro incomodando pra caralho e abro os olhos. São oito horas, confiro no relógio de cabeceira. Resmungo um palavrão ao notar a mancha vermelha no lençol de seda cinza escuro. Inspeciono a sutura no meu ombro, notando que alguns pontos arrebentaram. Porra. Contudo, mesmo sentindo dor, meu corpo está relaxado por ter passado boa parte da noite dentro de Olívia. Ela foi perfeita tanto no sexo quanto nas outras funções. O jantar grego me surpreendeu positivamente. Estava delicioso. Depois que comemos e tomamos vinho a fodi em cima da mesa. Estava louco por uma sessão pesada, mas levar uma bala no ombro, frustrou meus planos. Não vou reclamar, no entanto. Olívia me deixou tê-la quantas vezes e da maneira que eu quis. Levanto-me e sigo para o banheiro. Tomo banho e visto apenas uma calça de pijama. É sábado, não tenho expediente hoje. Não dos negócios legais, pelo menos. Tenho videoconferências, mas só às 11h, com possíveis compradores de algumas das obras de Fillipo, que ainda nem roubei. Aquela coleção será minha. Estará tudo certo dentro de três semanas.

Eu tomo comprimidos de ibuprofeno e para dor. Em seguida, recoloco o braço na tipoia. Detesto usar essa merda, mas depois de forçar na foda com Olívia, preciso seguir as orientações médicas. Tenho que estar em forma para um roubo dessa magnitude. A irritação quer voltar. Eu sabia, lá no fundo, sabia que os Theodorákis de sangue iriam querer a minha cabeça, em algum momento. Lamento que tenha que ser assim, mas vou matar um por um se comprovar que o ataque de ontem foi mesmo obra deles. Alimentar meus peixinhos com meus queridos tios e primos parece que não foi suficiente. Terei de pegar ainda mais pesado dessa vez. Ícaro, um primo de segundo grau por parte de pai, irá se casar dentro de dez dias. Havia decidido não comparecer, mesmo sendo o chefe da família. Todavia, pensando melhor, irei a essa merda de casamento. Tenho que descobrir quem é o kólus que está querendo virar comida de peixe também. Hermes e Ianis estão interrogando um dos cinco homens que cercaram meu carro em Oslo, sede da semana de reuniões deste mês. Matei quatro, enchendo-os de bala em suas malditas caras. Porém, um deles conseguiu me atingir no ombro. O projétil entrou e saiu, por sorte não atingiu nenhum tecido ou nervo importante. Fazia tempo que não levava um tiro, esqueci como dói essa merda.

Eu saio do meu quarto e encontro Hermes no corredor.

Kalimera, Aquiles — saúda, com uma expressão intrigada e me estende a pasta que só agora percebo que carregava.

Kalimera, Hermes. O chazo abriu o bico? — cumprimento já questionando, ansioso.

— Ainda não. O deixei com Ianis na madrugada para cuidar do seu assunto com a agente Ferraz — responde. Ele está fuçando sobre o assassinato do pai de Olívia. Além de meu fiel escudeiro, tenho uma equipe de detetives da Cúpula cuidando do caso também. — Veja. — indica a pasta.

Eu abro o documento e tomo um susto ao ver a primeira foto. Olívia está caída num lugar escuro e sujo, sangue escorrendo de um pequeno furo na têmpora, quase dentro do cabelo. Há machucados em seu rosto, indicando que foi espancada. Não sou nada empático, mas sinto algo repuxando meu peito ao vê-la assim. Não condiz com a imagem forte que me acostumei a ter a seu respeito.

— O que diabos é isso? — pergunto, passando para a próxima. Olívia está entubada num hospital.

— Na noite em que seu pai morreu, a agente Ferraz também levou um tiro na cabeça — Hermes esclarece. — Ela ficou em coma por quatro meses.

— Porra... — murmuro, a notícia me impactando. Olho mais fotos, a sensação ruim se espalhando. Ela levou a porra de um tiro na cabeça e ficou em coma. Olho todas as fotos, a sensação ruim vai dando lugar a uma espécie de alívio por saber que essas fotos são antigas. Ela está viva. Um tiro na cabeça é morte certa na maioria dos casos. Que é uma mulher forte, eu já sabia, mas essa informação a coloca em outro nível. — Por que só estou sabendo disso agora?

— Isso não aparece em lugar nenhum, Aquiles — Hermes responde, a ruga entre suas sobrancelhas aprofundando. — Há algo muito podre sobre esse caso — adiciona seriamente.

Sim, eu já havia desconfiado quando não encontramos quase nada na imprensa sobre o assassinato do delegado Ferraz.

— Como descobriu agora? — inquiro, ainda olhando as fotos que parecem de outra Olívia.

— Estavam no computador da tal Eduarda — revela. — A garota protege bem seus dados, me deu trabalho penetrar seus truques de firewall.

— Duda estava ajudando Olívia a rastrear os assassinos de seu pai — esclareço.

— Não foi isso que me intrigou, chefe. — Seu semblante fica ainda mais cismado. — O tiro e o coma da agente Ferraz, não está registrado em lugar nenhum, nem mesmo no hospital em que esteve internada.

Isso tem a minha atenção. Sim, há algo realmente podre nesse caso.

— Parece que há algo mais organizado por trás desse caso — pondero, olhando as fotos novamente. — Corrupção sistêmica. Meu palpite é que o cabeça é um filho da puta com muito poder, mas não necessariamente dentro da polícia.

— Eu vou descobrir — garante com sua arrogância de teimosia de hacker. Eu sei que vai porque ele é o melhor. — Me autoriza interrogar a tal prima?

Faço uma careta. Olívia não gostaria da sua prima tendo contato com nenhum de nós, tenho certeza.

— Não sei se Olívia aprovaria sua proximidade com a prima. A garota chorona é como uma irmã para ela — pondero levianamente.

— Bem, se sua agente quiser colocar as mãos sobre todos os assassinos de seu pai, irá me deixar chegar perto da preciosa prima. — Hermes bufa.

— Ela não é minha agente — sibilo, e ele me olha com sarcasmo. Sua sorte é que o tenho em ótima consideração. — Faça o que tiver que ser feito, desde que Olívia tenha o que lhe prometi — ranjo, devolvendo a pasta. Ele me olha novamente com ironia.

— De captor a protetor, isso é o que chamo de uma mudança — o idiota zomba.

— Não venha com merdas para cima de mim, kólus — resmungo e me dirijo para o elevador.

Em alguns minutos, estou passando pela sala de jantar em direção à cozinha. Uma música dançante vem de lá. Aperto o passo, suspeitando de quem a está escutando. Empurro a porta, não entendendo a ansiedade para ver a garota que estive dentro há poucas horas. Meus pensamentos são cortados quando a vejo. Está dançando do lado de dentro da ilha e não está sozinha. A filha está com ela. Alice está sentada sobre a bancada, batendo palmas e sorrindo entusiasmada para a mãe. Eu fico parado, observando Olívia dançar. Usa um pijama de calça e blusa de manga, bem-comportados. Certamente para não mostrar minhas marcas para a menina e os outros da casa. Meu olhar corre faminto por ela da mesma forma, pouco importando se está na roupa comportada. Eu sei as curvas magníficas que estão embaixo e isso me deixa louco. Percebo que a dança neste momento não carrega a sensualidade que me arrebatou na casa noturna. Não, essa é uma apresentação especial para a sua menina. Reconheço a música do DJ Alok, Werever You Go. Ele já esteve em algumas de minhas casas noturnas.

Eu serei a luz na sua noite mais escura, até você saber que vai ficar tudo bem, porque se o mundo estivesse acabando, você sabe que eu vou te levar pra casa. Eu iria aonde quer que você vá.

— Mamãe linda! — Alice grita, ri, aplaude e um pequeno sorriso tremula em minha boca. Concordo plenamente com a pequena animada. Olívia sorri e gira, as mãos levantadas acima da cabeça, imitando uma bailarina. A menina ri e aplaude mais. Rindo, sua mãe se aproxima e a pega nos braços, escarranchando-a na cintura.

— Você que é a menininha mais bonita do mundo! — exclama, movendo-se com a filha, rindo, dançando pelo amplo espaço do lado de dentro da ilha. Eu ando devagar, o sorriso bobo na cara, meu olhar sobre elas. Olívia é uma mãe incrível. Vejo-me apreciando isso. Vejo-me apreciando cada vez mais ver as duas interagindo. A música fala sobre proteger alguém. Combina com o que a mãe está fazendo pela filha, dançando com ela nos braços quando a pequena não pode se cansar. Alice me nota primeiro e sua risadinha infantil ressoa ainda mais alto.

— Mamãe, o Aquiles chegou! — exclama, e meio que rio, sabendo que serei bombardeado pela mini metralhadora agora. Olívia vira com a menina nos braços e seus olhos encontram os meus. Seu cabelo lindo está preso numa trança e a fome por uma sessão queima imediatamente em meu corpo.

Kalimera, Olívia — murmuro, aproximando-me delas. — Kalimera, Alice.

Kalimera, Aquiles — Olívia responde, seu olhar resvalando em meu peito nu e nas tatuagens em meus bíceps e clavícula.

Kalimela, Aquiles — a pequena esperta diz com seu entusiasmo em dia. Eu gosto da sua vivacidade. — Minha mãe me ensinou algumas palavas em gego. — Eu rio da sua idolatria pela mãe, o que faz todo sentido pela maneira devotada com que Olívia cuida dela. — Você está dodói. Mamãe me leva perto dele, por favor — a pequena pede com sua carinha triste agora. Olívia se aproxima mais e sinto seu perfume sutil.

— Desculpe, a música está alta? — pergunta, parecendo desconfortável com nossa proximidade.

— Não, estou com muita fome para me importar com o volume — respondo, meus olhos correndo pelo seu rosto bonito e descendo pelo colo, encontrando os seios sem sutiã, os bicos pontudos sob a malha verde escura.

— Vai salar logo. — O toque delicado da mãozinha infantil sobre o curativo no meu ombro, impede a luxúria de se espalhar em meu sistema. Desvio a atenção para a pequena tagarela. Seus olhinhos verdes cintilam me observando. Minhas camadas de gelo ameaçam quebrar sempre que vejo seu rostinho lindo e inocente. Deixando-me sem fala, Alice se inclina e beija sobre o local da ferida. — Não é, mamãe? Diz pala ele que vai salar logo — pede para a mãe, e meu peito aquece um pouco, testemunhando o carinho genuíno dessa criança por mim. Eu não sei por que ela cismou que sou seu amigo, porém, me vejo estendendo a mão e tocando sua cabecinha castanha-clara.

— Obrigado, Alice — agradeço na voz suave que usava apenas com a minha mãe. — Não foi nada grave, eu vou ficar bem logo, não se preocupe.

— Mamãe beija também. O Aquiles pecisa ficar bom logo pala jogar xadez comigo. — Ela me faz rir quando expressa sua preocupação. Olívia também não segura o riso. — Vamos, beija o dodói, mamãe. A senhola faz comigo, lemba?

— Meu amorzinho, o Aquiles já é adulto, não precisa...

— Ele tem que ficar bom logo. — A menina faz beicinho, e um sorriso furtivo repuxa a minha boca. Encaro Olívia e ela estreita os olhos.

— Você não deixaria um moribundo sem o beijo milagroso da mamãe, não é? — murmuro cinicamente. Ela rola os olhos, mas se inclina e então, beija sobre o curativo. Todo o meu corpo estremece. Levanta a cabeça e nossos rostos ficam bem perto.

— Você está bem? — murmura, soando com preocupação genuína. — Digo, você forçou o braço ontem...

— Estou ótimo — garanto, tentado a tocar seu rosto, mas não farei na frente da pequena. Isso pode confundi-la.

— Eu fiquei com saudade de você. — Alice me faz olhá-la, novamente o gelo em meu peito derretendo um pouco com suas palavras e carinho desinteressado. — Você sentiu saudade de mim?

Bombardeia-me e em vez de ficar ranzinza como das outras vezes, eu toco o indicador sobre seu pequeno nariz. Ela solta a risadinha que já estou me familiarizando e gostando muito do som, da expressão em seu rostinho bonito.

— Sim, baixinha, eu senti — respondo. Posso sentir o olhar de sua mãe sobre mim.

— Você quer tomar café com a gente? — A pergunta de Olívia me pega totalmente de surpresa. Então, franzo o cenho, notando que hoje ela não parece estar com o medo das outras vezes. — Quero dizer, eu acabei de fazer tudo e...

— Sim, eu quero — respondo, encarando-a. — Tudo bem se Alice jogar xadrez comigo antes do almoço?

— Eu não disse, mamãe? Ele gosta de mim — Alice afirma, batendo palmas entusiasmadas e meu coração aperta um pouco por essa menina inocente achar que sou uma pessoa boa para se ter por perto. Volto a olhar sua mãe e revelo o que já deveria ter dito:

— Eu jamais a machucaria. Esse é um limite rígido para mim — murmuro. Os olhos verdes cintilam fugazmente e ela acena devagar.

— Eu acredito — sussurra e essas duas palavras me causam uma sensação boa. Algo mais profundo está acontecendo aqui. Eu já não desprezo a mãe e estou cada dia mais encantado pela filha. Nunca estive com mulheres que tinham filhos, por ser egoísta demais para dividir atenção, contudo, para essa menininha, me vi fazendo concessões desde que soube da sua existência.

As palavras de Hermes me vêm à mente: de captor a protetor. Elas não são minhas. Elas jamais estariam comigo em circunstâncias normais, todavia, estão aqui e não vou deixar que os assassinos de seu pai e avô as façam qualquer mal. Sim, neste momento, me sinto mais protetor do que captor. Não sei até quando estarei nesse papel. Sei que não deveria, mas acabo de perceber que me sinto confortável com ele. 


Uauuu! Parece que tem bandidão caindo de amores por uma menininha... E a mamãe dela tb kkkk. Estão gostando? Contem p a mamis, amores <3

Não esqueçam de votar e indicar p as raparigas amigas <3

Não saiam daí q tem mais um <3

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