𝐒𝐇𝐄, 𝐠. 𝐛𝐥𝐲𝐭𝐡𝐞

Por MichValle

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Obrigada a deixar Londres, Rory se vê agora num lugar pacato chamado Avonlea, terra onde seu pai nasceu e cre... Más

𝐒𝐇𝐄
Recomeços
Fã de Gilbert Blythe
Oficialmente amigos
Fã Clube
Feliz Natal
Você é perversa!
(Não tão) Querido Gilbert,
O Casamento de Prissy
Senhorita Stacy
O Jardim Secreto
Ruby estava certa
Você é um covarde!
Não sou fã de...
Não sei nadar!
Sem Camisa
Colher de Sobremesa
O Mural de Interesses
Dois bobões
Noite de Estudos
Você Fala Dormindo...
O que você faria?
De: Richard, Para: John
Pilpert
Eu sinto muito
Discutir Detalhes
Devia ter contado a ele
Não tínhamos um plano?
Siga Adiante (Epílogo)

Festa na Clareira

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Por MichValle


Rory se sentia incrivelmente tranquila e confiante enquanto andava rumo a escola na manhã do exame. Ela hora parava em seus pensamentos para reafirmar todo o conhecimento que possuía e se conformou. O que quer que desse seu resultado, sabia que foi fruto de todo o seu esforço.

-Talvez eu seja burro. – murmurou Gilbert ao seu lado. – Como se escreve meu nome mesmo?

-Gilbert, relaxa! Você que é o calmo, não fica nervoso, senão eu vou ficar nervosa.

-Porque você está calma? Eu que deveria estar pedindo pra você estar calma! Rory, peça para eu ficar calmo.

-Gilbert, fique calmo.

-Céus, isso realmente nunca funcionou! Porque as pessoas insistem nisso?! – esbravejou o rapaz.

Rory segurou o garoto pelos ombros e o encarou. Gilbert estava extremamente agitado e avoado; ele nem percebeu que abotoou a camisa errado e seus olhos estavam em pânico, pela primeira vez.

-Você vai passar, não tem nada a ver com o fato de você ser um nerd que lê um livro por semana ou mais, mas sim porque o avaliador vai ver seu rosto e pensar "hm... esse tem cara de médico, não preciso nem corrigir a prova desse nerdola."

Gilbert sorriu e suspirou.

-Mas e se eu não passar? Sua avó está precisando de algum mordomo?

-Talvez um escravo sexual. - sussurrou.

-O que?

-Nada. - a menina sorriu e olhou o peito de rapaz subir e descer aceleradamente. Os botões trocados, então ela colocou a mão por sob o sue peito. Gilbert de repente ficou imóvel e atento. Ela aproveitou e desabotoou o botão errado até o terceiro, onde ele havia pulado a casinha e a ajustou.

-Pronto. – ela murmurou satisfeita. Gilbert estava duro feito uma estátua. – Estava dizendo alguma coisa? – ela sorria angelicalmente para o rapaz.

-Hm? Não, nada. – ele sussurrou um pouco desnorteado ainda.

-Ótimo. Porque você vai passar. – Rory deu um tapinha em seu peitoral e sorriu, o rapaz ficou ligeiramente corado e engasgou um sorriso envergonhado.


Todos estavam desesperados em frente a escola. Moody vomitou duas vezes e Josie repetia constantemente fatos históricos da ilha do Príncipe Eduardo. Anne e Diana chegaram bem tarde, e quase perderam a entrada do avaliador.

-Nós fugimos dos Barry. Diana vai tentar a prova! – Anne abraçou a amiga, encorajando-a. Diana parecia vermelha de excitação e medo.

Cerca de quatro horas de exames. Língua inglesa, história e geografia canadense e inglesa, matemática, biologia, química, física e uma longa redação sobre os indígenas e uma carta sobre políticas de exportação.

Rory sempre esteve acostumada com exames assim. Uma vez por mês em sua escola em Londres faziam preparação desse nível, mas na hora foi muito mais estressante e cansativo do que qualquer preparatório. Seu alívio foi erguer os olhos ao longo das horas e ver rostos conhecidos em suas próprias batalhas acadêmicas.

Anne murmurava para si e agitava as mãos fazendo contas ou relembrando fatos. Diana franzia o cenho a cada questão lida e talvez tenha roída uma mão inteira de unhas. Cole colou a cabeça tão perto da prova que por muito tempo Rory suspeitou que ele estivesse dormindo se não fosse sua mão escrevendo habilmente.

Gilbert estava a calma em pessoa, era incrível como o mundo podia estar desmoronando para ele, mas quando diziam "ação" ele assumia a postura que todos esperavam, que ele esperava. Ele tinha o hábito de travar o maxilar, puxar as mangas e apoiar os cotovelos a mesa quando algo o desafiava e por muitas vezes Rory tinha que se lembrar que deveria fazer sua própria prova, se não passaria a tarde admirando-o fazendo isso; era, com certeza, um grande estimulador visual.


・✻・

Anne se apoiava em Rory quando saíram para o mundo real no fim daquele extenso dia de avaliação. Já era fim de tarde e logo o sol iria se pôr quando o sino tocava enquanto os jovens se arrastavam escadas afora da escola.

-Estou morta! – exclamou a ruiva se pendurando nos ombros de Rory.

-Nunca achei que diria isso novamente, mas precisava muito beber. – murmurou Diana rindo.

-O Moody e o Charlie foram buscar bebidas já. Eles vão direto paras a ruínas.

-Que as deusas abençoem o Charlie! – Anne suspirou animada. Olhamos a ruiva e ela corou. – E o Moody, que abençoe o Moody também.


As ruínas era um campo onde se cultivava uvas, mas uma forte praga a detonou há bons anos atrás e o dono deixou Avonlea pelo prejuízo. O terreno era inabitado, mas possuía um celeiro destrancado e Rory ficou sabendo por alto que ali serviu de rito de passagem para várias gerações recentes de alunos.

Quando chegaram ao terreno, presenciaram o sol se pondo atrás das montanhas próximas e Moody e Charlie acenando para todos.

-Ao fim da escola! – eles gritaram erguendo duas grossas garrafas de vidro. Cada um deu um gole e foi passando por cada jovem ali presente.

Rory riu nervosamente. Nunca bebera nada em sua vida, mas todos estavam tão animados que nem pensou quando entornou o líquido goela abaixo. Gilbert pegou a garrafa de suas mãos e deu um grande gole também.

  Ao contrário de Rory, o rapaz não fez sequer uma careta e ela o olhou impressionada.

-Bash já me fez beber coisa pior, acredite. – o rapaz comentou rindo das expressões da morena.

Rory não saberia dizer em que ponto pareceu ter deixado de ser a exemplar e esforçada menina londrina. Ela ria e bebericava a bebida, conversando com os amigos. Eles falavam da prova, do ano letivo, das expectativas para o futuro... De repente, Josie teve a brilhante ideia de começar jogos.

Quem conseguisse passar pela barreira, ficava ileso. Quem não resistisse, teria que beber uma dose. Parecia ser divertido, até Rory sentir que estava segurando cada vez mais a garrafa pesada em mãos.

Anne se tornou uma grande piadista e Rory teve certeza que se professora não fosse um sonho possível, Anne com certeza gostaria de ser uma pirata.

-Vamos apostar corrida, quem chegar por um último se casará com o Padre Black! – gritou Moody e todos gritaram desesperado.

Talvez seja o excesso de energia e felicidade, mas todos começaram a correr. E, de repente, todos estavam se embrenhando na floresta, rindo muito enquanto se esbarravam uns nos outros.

Cansados, pararam perto de um morro. Rindo e trocando olhares intensos, afinal, era um bando de jovens no meio de floresta a noite, longe dos olhos julgadores dos pais, cheio de possibilidade.

-Ruby, deixe que eu segure sua mão. – Rory ouviu Moody sussurrar.

Ruby estava com os longos fios loiros soltos e volumosos e a face muito corada. Na verdade, todos os cachos e fitas já não existiam em cabelo algum e as roupas dos rapazes estavam soltas e amarrotadas, ninguém parecia se importar com decoro uma hora dessas.

-Vamos, Diana! – Anne chamou e Rory conteve um grito quando as duas simplesmente se jogaram do topo do morro.

A morena não enxergava quase nada no meio das árvores, estava muito escuro, mas logo ouviu o som de água. Antes que percebesse todos pulavam para um rio abaixo deles.

Seja pelo excesso de álcool em sua mente, seja porque não conhecia essa parte, mas ela ficou parada olhando fixamente para frente num tipo de transe, ela sentia seu rosto quente e se perguntava porque queria gritar sem algum motivo plausível.

-Podemos descer pela encosta. – Ela ouviu e percebeu Gilbert a observando, finalmente acordando de seus pensamentos alcoólatras.

Era apenas os únicos que haviam ficado para trás.

-Hm?

-O lago. Sei que não sabe nadar muito bem. – Ele sorriu.

Gilbert estava, no mínimo, envolvido por algum tipo de luz divina naquele momento. O rosto muito corado pela bebida, os cachos levemente bagunçados. O casaco e colete haviam se perdido em algum momento, com a blusa de linho um pouco aberta, ela nunca o vira tão solto como naquele momento.

-Eu quero pular. – comentou Rory e olhou para frente, ela ia dar um passo.

-Rory, o quão bêbada você está? – riu o rapaz parando a sua frente.

-Um pouquinho, mas e daí? Amanhã eu vou me arrepender de não ter pulado.

-Rory. - Gilbert se aproximou, avaliando-a preocupado. Ela arqueou as sobrancelhas, incentivando-o a falar, mas ele apenas suspirou. -Certo. – ela sentiu a mão dele envolvendo a sua. – Eu te seguro lá embaixo, ok?

-Eu sei que vai.

Eles se aproximaram da borda e pularam do morro. Rory gritou animada e com medo e logo sentiu a água engoli-la por inteiro. O som de risadas sumiu, o mundo sumiu e apenas um zumbindo tampou seus ouvidos embaixo d'água. Por um segundo ela se permitiu afundar, ser consumida pela água. Ela tinha medo? Naquele momento não. Naquele momento ela era invencível.

Rory sentiu ser puxada pela mão e logo emergiu na água, inspirando profundamente. O som de risadas voltou e Gilbert a segurou pela cintura. Ela piscou várias vezes e, de repente, o efeito do álcool pareceu ter sumido.

-Eu tenho pavor de água! – ela gritou se desesperando. Gilbert riu enquanto tentava conter a louca que queria montar em cima dele, como uma ilha.

-Relaxa, Gilmore. Vou te tirar daqui. – ele riu e começou a puxá-la para a borda.

Rory muito mais sóbria com o banho gelado tomou consciência de seus amigos. Charlie, Anne e Cole acendia uma fogueira na orla. Jane, Diana e Josie faziam guerra de água com Moody e Ruby, Tillie estava cercada pelos dois Paul's que disputavam sua atenção.

-Ah, oi vocês. – acenou Anne, o rosto extremamente corado e olhos brilhantes, o cabelo ruivo colado ao rosto. – Charlie é ótimo com fogueiras. – pontuou a ruiva e os três olharam o rapaz agachado enquanto ajustava o nível da chama da fogueira

-Você ajudou muito com a parte técnica. – ele murmurou sem jeito.

-E eu fiquei de vela. – disse Cole ao lado fazendo Rory e Gil rir.

-Vem, Cole. Eu te faço companhia. - Gilbert riu, achando graça da Anne ficando vermelha.


Continua...

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