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— Uau vai pra onde assim? Vestida para matar. — Matheus grita de onde está, ele foi o primeiro a me ver quando sai para o jardim.
Felipa chamou ele, Lari e mais uns amigos para fazerem um churrasco aqui em casa. Ela ia sair com as amigas mas acabou optando por fazer algo em casa, o que acabou com as minhas chances de sair despercebida por eles.
— Estou saindo, curtir um pouquinho a noite. — Digo com um meio sorriso.
— Com quem? Pensei que ia participar do churrasco. — Fê diz me analisando, certeza que ela está pensando que estou indo encontrar o Nathan.
— Fique tranquila que não é com ele. Agora preciso ir, beijinhos.
— A outra indo transar e a gente aqui comendo churrasco queimado graças ao único hétero que temos aqui. — Matheus lamenta e eu dou risada.
Pois bem cada um tem o sábado que merece. Saio de casa e Graham está me esperando dentro do carro, falei pra ele não sair para não correr risco de alguém o ver. Entro no carro e o cumprimento com dois beijinhos na bochecha.
— Você está incrível. — Ele diz analisando o pouco que pode ver.
— Você também. — Ele está usando um blusão com estampa florida e calça jeans, seu braço musculoso a mostra e seu pulso com um relógio bruto e sexy, amo homens que usam relógios.
— Eu escolhi um restaurante japonês ok? Você falou que gosta aí pesquisei alguns.
— Por mim está ótimo. — O restaurante fica na Zona Sul da cidade então demoramos um pouquinho para chegar.
Mas é tudo bem chique, tem o manobrista que nos espera em frente para estacionar o carro. Assim que saímos Graham me analisa melhor. Estou usando um vestido vermelho, queria estar sexy nesse encontro e botei um super salto, meu cabelo eu optei por deixa-lo preso em um rabo de cavalo no alto da cabeça com alguns fios soltos, maquiagem bem forte e argolas.
— Eu amei esse vestido.
— Quando quiser eu te empresto. — Digo o fazendo dar risada, nós entramos e ele da o nome na recepção e a Hostess nos acompanha até a mesa reservada.
Restaurante bem chique e reservado, nos sentamos no fundo em uma mesa no canto.
— É incrível como você chama atenção e nem percebe. — Graham diz assim que sentamos.
— O que?
— Quando passamos pelo restaurante os caras quase babam em você. — Sério isso? Eu não percebi mesmo, ai eu tô solteira tinha que olhar pro lado pra ver se eu enxergo alguém bonitinho.
— Isso é bom, quer dizer que estou linda.
— Isso você pode ter certeza. — O garçom nos traz o cardápio digital que é em um Tablet e escolhemos juntos nossa refeição, e eu peço um Chopp pois estou cansada de só beber vinho e champanhe.
— Vamos lá, quero te conhecer melhor. Antes de qualquer coisa podemos tentar ser amigos o que acha? — Diz me olhando atentamente.
— Acho ótimo... bom sobre mim, não tenho muito o que falar. Se você não sabe eu tenho 21 anos, curso Educação Física, mas a faculdade é mais como um plano B para mim.
O garçom logo nos traz a comida e eu já me sirvo pois estou com fome e não vou ficar fazendo a fina, além de que eu amo japonês.
— E qual é o plano “A”?
— O Vôlei, quero ser uma jogadora profissional e quem sabe um dia jogar nas Olimpíadas? Eu participo de alguns campeonatos pequenos e Estaduais, mas para o mês que vem vamos jogar uma partida importante em São Paulo, eu estou muito ansiosa. — Digo, pois é o que realmente estou sentindo.
Na minha vida eu estou vivendo muitas emoções, como o término com o Nathan, essa atração sexual com o Graham, todos os episódios no mínimo traumáticos que vivi com Nathan nos últimos dias. E ainda tem essa partida de vôlei que é muito importante para todas do time pois terão olheiros nas arquibancadas atrás de novos talentos e é a minha chance de chamar atenção de algum time grande que possa me deixar um pouco mais perto da seleção e das Olimpíadas.
— Uau, isso é muito grandioso. Mas fique calma, a ansiedade só atrapalha, só foque nos treinos e confia que dará tudo certo. — Ele diz e segura minha mão por cima da mesa me dando um sorriso reconfortante.
— Obrigada, eu estava realmente precisando falar sobre isso, é algo muito importante para mim. Mas todos estão tão ocupados ultimamente, Felipa e Larissa reataram há pouco tempo então elas vivem juntas, Fê daqui a pouco se muda pra casa da Lari e o Fábio nunca para em casa também.
— Sempre que quiser pode falar comigo, você sabe meu número. Será uma honra conversar com você e te ouvir, e eu falo sério. — Dou um sorriso de agradecimento.
E durante os próximos minutos um silêncio reconfortante nos cerca. Acabamos conversando mais um tempão, ele fala sobre sua época de lutador famoso na Noruega, sobre a lesão que sofreu e seu afastamento definitivo dos octógonos profissionais, e o uso de seu plano B que graças a Deus deu super certo. Nós pedimos a sobremesa, eu peço uma taça de sundae e ele um pudim sem graça.
— O que aconteceu com o seu braço? — Pergunta do nada e eu sigo seu olhar, meu braço tá roxo e bem marcado. A alça da bolsa me machucou mesmo, com o puxão que o traste deu.
— Eu me machuquei nada demais.
— E o seu celular? Acidente?
— Caiu da escada, aí já era. — Ele se levanta do lugar dele e senta ao meu lado, no sofazinho de canto elegante. Assim estamos de costas para todos no restaurante.
— Já conheci pessoas que se machucaram sozinhas e que o celular também caiu da escada. E no final o nome do acidente e do tombo vieram a tona. Foi o seu ex né?
— Graham não estraga o jantar, você ta acabando com o clima todo. — Digo tentando fugir e me tremendo por dentro.
Eu só queria passar uma noite tranquila sem falar do Nathan, esquecer um pouco ele e tudo que aconteceu. Estava tão bom a conversa sobre nossas carreiras futuras, sobre o vôlei... e eu só quero continuar nisso. Então tento fugir do assunto.
— Meu sonho é ir nesse hotel ali na frente. — Aponto para o Hotel do outro lado da rua.
É bem chique e parece ser bem caro, além de ter uma vista para a praia bem foda e eu realmente sempre tive curiosidade de ir lá.
— Está tentando me comprar com propostas indecentes para eu esquecer o assunto né? — Eu passo a mão pelo peito dele por cima da camisa e depois passo os braços por seu pescoço e beijo seu queixo que está com a barba por fazer.
— Depende estou conseguindo comprar?
— Sim está.
— Então sim eu estou usando isso ao meu favor. Vamos pedir a conta? — Ele já estava levando a mão para chamar o garçom que chega em dois tempos.
— Mas o plano era começarmos pela amizade né? — Graham pergunta se afastando para poder me olhar.
— Pensei que já fossemos amigos. Mas se quiser, você pode me levar pra casa e damos a noite por encerrada.
— Claro que não, somos amigos de longa dada lembra? — Depois de pagar a conta eu o puxo pelo braço para fora do restaurante.
E em menos de dez minutos nós estamos entrando no elevador do hotel elegante e bem bonito. Eu dou uma olhada no espelho para avaliar minha aparência e eu continuo linda, Graham me olha faminto e eu dou um meio sorriso antes de me agarrar em seu pescoço e enfiar a língua em sua boca.
Aperto sua nuca e encosto todo o meu corpo contra o dele, suas mãos caçam o meu cabelo depois minha bunda. Chupo seu lábio inferior e dou uma apertada no pau dele por cima da calça, mas aí o elevador apita nos avisando que chegamos em nosso andar. Saímos na força do ódio, ele destrava a porta e não da nem dois segundos antes de estar me atacando de volta, me beijando desesperado por mais. Começo a abrir sua blusa para poder tocar sua pele quente. Mas aí o clima é cortado novamente quando o celular dele começa a tocar sem parar.
Ele desliga mas na terceira vez eu me dou por vencido e me jogo na cama.
— Atende isso aí vai.
— Um minuto. — Ele vai para o banheiro e eu dou uma olhada em volta. O quarto é tudo de bom, ai já quero um tour por aqui e ver o que tem a mais.
— Eu preciso ir. — Graham diz saindo todo nervoso do banheiro e abotoando a blusa.
— O que aconteceu?
— Minha mãe está no hospital. Preciso ir pra lá. Você me desculpa?
— Que? Claro que não... quer dizer, vai garoto. Veja como ela está e me liga. Ah não, tô sem celular, esqueci desse detalhe.
— Vamos eu te deixo em casa.
— Ficou louco? Eu vou ficar aqui, irei aproveitar esse quarto. Você já pagou esqueceu? — Ele concorda e respira fundo.
Me da um rápido beijo e vai embora todo apressado e preocupado.
Ai sogrinha, você empatou minha foda... misericórdia eu pensando nisso e a mulher lá, sei nem qual o estado de saúde dela, espero que não seja nada grave.
Mas agora vamos aproveitar minha estadia nesse quarto maravilhoso.