Continue a voar (concluído)

Capítulo 1

*Nota do autor*

Primeiramente, eu quero agradecer a todas as pessoas que me incentivaram  a continuar escrevendo. Acho que se não fosse por vocês isso aqui não iria existir. Queria agradecer também a todas as críticas construtivas do meu texto "amor" — sim irá ter continuação, e não, essa não é a continuação.

Essa é uma história de superação que acho que irá deixar vocês bem triste no final, mas se vocês entenderem o recado já vai ser muito gratificante pra mim.
Segundo, eu quero agradecer uma pessoa. Não irei dizer o nome dessa pessoa, mas acho que se um dia ela parar pra ler isso, vai saber. Obrigado por todos os momentos incríveis que tive com você. Você é o real motivo de eu entender bem sobre tudo isso que eu escrevo, o real motivo de eu gostar de escrever sobre amor. Eu nunca iria ser o que sou hoje em dia se não fosse por você, que me fez aprender a amar alguém, e que fez com que eu tivesse que aprender a superar alguém, mesmo que a nossa história tenha acabado e os nossos caminhos tenham ido pra direções opostas. Espero que você seja a garota mais feliz do mundo, eterna Rodney lataria — só ela vai entender também.
E por último, "jack" se pronuncia do mesmo jeito que o cachorro do Finn de "Hora de Aventura"
                
                              ∞

  *_"E foi no seu bater de asas que   
  meu mundo foi por água abaixo."_*

                             *_E_*

                   *28/05/2018*

Meu nome é Eliza, tenho 17 anos, e fui nascida e criada em uma família classe média baixa. Minha mãe veio a falecer quando eu tinha 6 anos, desde então eu fui criada pelo meu pai, quando eu era pequena, meu pai costumava contar histórias pra eu cair no sono. Papai sempre dizia que o livro favorito dele era o do Jack a largata, um livro de romance que conta a história de 2 largatas.
Eu acabei de ler esse livro depois de muitos anos e hoje eu consigo entender o por que esse era o livro favorito dele. Eu não entendia o que esse livro queria realmente passar, eu chorei pelo o que aconteceu com o Jack, mas não foi sentindo o que eu senti agora. Hoje eu entendi e entendi em um momento da minha vida que eu precisava muitíssimo entender.
O livro é e aparentemente bem antigo. Eu abro e entro em um mundo simples e delicado, mas até mesmo em lugares assim corações são partidos.

                           *_J_*

De todas as largatas que eu vi e conheci, ela era como uma borboleta antes mesmo de passar por aquela metamorfose, a tal metamorfose que todo mundo é sempre muito ansioso pelo tal dia, que dizem eles ser a benção sagrada na vida de toda largata. Onde as nossas asas surgem e a tal da liberdade e felicidade inexplicável é alcançada...
bla bla bla, eu não fazia um pingo de questão pra ter asas, eu não fazia questão nem de comer antes de conhecer ela.
Ter que subir ali, subir aqui pra comer mizeras Folhas...
Cara, essa vida é tão chata que eu simplesmente queria deixar de existir, e voar pra lá e pra cá. Eu já imaginava que um dia eu iria perder o rumo muito antes de chegar nos primeiros metros de vôos, porque sinceramente, não sei dizer se alguma borboleta já atingiu quilômetros de distância. Mas creio eu que não.
Aí eu saí de casa, mais um dia normal. Comer, comer e comer,
... E aí eu encontrei ela, a que me daria vontade de viver cada segundo se fosse ao lado dela.
Ela era linda, redondinha, comia de uma maneira delicadamente diferente. Meu coraçãozinho de largata começou a bater 70 bilhões de vezes por segundo.

— o que você tá olhando?
— Ah, oi.
— Pensei que você ia ficar aí sem falar nada o dia todo.

Tá nosso encontro não foi tipo amor a primeira vista de uma forma recíproca, mas eu ri e me apresentei. Estava nervoso, quis acreditar que tinha um lado delicado dentro dela.

— Então, qual é o seu nome?
— Jack, e o seu?
— Scar.

_Aaah, Scar... Que nome lindo meu deus borboleta do céu._

                           *E/2*

AAAA o primeiro encontro. Amor a primeira vista, é raro mas existe, o jack nem tentava mentir pra si mesmo. Ele estava amando desde os primeiros segundos em que a viu. Ele não tinha visto muitas coisas que o fazia sentir vontade de viver. Creio eu que ela foi a primeira mesmo, pelo jeito que ele falava.
Existe sensação melhor do que encontrar uma pessoa que te dá vontade de viver?
eu sei que você pode ter pensando em comer um empadão de frango — inclusive, eu amo! — ,mas essa sensação que o Jack sentiu é uma sensação inexplicável e que poucas pessoas sabem valorizar como ele valorizou.

                           *J/2*

— Eu nunca vi você por aqui
— É, eu não costumo ir tão longe.
— Falta quantos dias pro seu dia chegar?

Eu entendi claramente que ela estava querendo saber quando eu iria me transforma, é basicamente assim que a gente sabe a idade um do outro e se nossos destinos estão juntos.

— 14 dias e você?
— 7 dias.

Aaaah, eu não podia acreditar que ela era bem mais velha...

— Você não fica curioso em saber o que tem do outro lado daquela árvore?
— Sinceramente? Não mesmo. Eu não gosto de ser uma largata, mas eu tenho medo do que tem por aí, acho que tem muito mais perigos que qualquer coisa.
— ah, mas você não pode ter medo guri. O legal da aventura é os perigos. Eu adoro comer mas ser livre... isso não tem preço.
— Talvez o preço seja a morte.
— Então tá seu medroso, viva assim cada segundo, tenha medo de fugir e ser feliz e você verá no final que tudo foi sem sentido e vazio.

Sinceramente, eu estava começando a concorda com ela, pois já me imaginava voando por ai com ela. Estava admirando muito o jeito dela de querer se libertar e eu também queria, mas o medo dentro de mim sempre falou mais alto.

— E você? Tem vontade de visitar qual parte da floresta?
— Dizem que tem uma parte onde tem uma cachoeira e flores muito lindas, eu tenho certeza que é pra lá que eu vou.

borboleta dos céus vocês tem noção de quanto é perigoso uma borboleta ficar perto de uma cachoeira? lá deveria ser considerado um lugar proibido, mas largatas vivem tempo de mais comendo e borboletas não pensam em nada além de seguir em frente e conhecer coisas novas. Ninguém cria boas leis nesse nosso mundo...

— Eu estava na dúvida sobre você ser doida, mas agora eu tenho certeza que é.
— Gosto de admirar as coisas guri, de comer também. Admirar uma cachoeira comendo deve ser incrível e você vai ficar em cima dessa folha sem comer nada por quanto tempo?
— Quer um pedaço né? — perguntei rindo de uma maneira controlada.
— A metade se possível, porquê a coitada da folha se depender de você, não vai ser devorada nunca então eu vou aceitar.
— Tem certeza que falta 7 dias pro seu dia? Da forma que você come eu diria que falta 2 dias...

Sim, se você come muito mais que o normal a data da evolução se torna imprevisível.

— Eu imagino que deva ser 7 dias, guri. Já estou tirando uns dias por conta desse meu jeito de comer.

Fiquei dividindo folhas e parando pra conversa com ela até o anoitecer. E foi assim nosso primeiro encontro, pra ela não foi lá bem um encontro, mas pra mim sem dúvidas, foi. Eu estava extremamente apaixonado, e eu tive que marca um segundo encontro né...

— Você vai vim aqui amanhã?
— Eu sempre estou aqui, guri.
— Então vamos nos encontrar aqui amanhã no mesmo horário?
— Eu gostei de você, não só por dividir umas folhas comigo e se for pra motivar a você a ser menos medroso. Eu aceito!

                           *E/3*

Eu já me senti a largata mais feliz do mundo. Digo.. a garota mais feliz do mundo. Foram bons momentos, ele foi a pessoa que esteve comigo nos meus piores e melhores momentos. Seu abraço, seu sorriso, o jeito que ele me fazia me sentir a garota mais especial do mundo...
É, não é fácil aceitar que era o fim, mas eu passei por uma fase muito complicada de não aceitar, colocar na minha cabeça que era o fim...
Bom, não foi nem um pouco fácil, mas se tem uma coisa que a gente aprende quando fica muito tempo na merda por perder alguém, é que a gente tem que sair da merda. Eu aprendi lendo esse livro, esse livro me ajudou a entender que se eu ficasse chorando e parada no tempo pelo o que eu perdi, isso só iria me prejudicar, não iria trazer a pessoa que eu tanto amo de volta.

Às vezes, as pessoas vão, e é simplesmente o destino.