— Uma enfermeira vai te acompanhar para realizar os exames, você está se sentindo bem, Alice?

— Sim, estou bem, só... o cansaço de sempre.

— Amanhã bem cedo um funcionário vai a sua casa recolher seu sangue. – Ela me surpreende com isso. – Não se preocupe, é procedimento padrão quando os pacientes estão com a doença avançada.... – Martina se arrepende, tem mais isso, tenho que lidar com isso também, com o constrangimento de algumas pessoas sobre a minha condição.

Minha mãe me acompanha de sala em sala, não espero nenhuma vez, Depois de três exames, estamos finalmente dispensadas, queria voltar a sala dele e agradecer o bom tratamento, vou ter oportunidade.

— Gostou dele? – Minha mãe pergunta quando dirige de volta para casa.

—Ele não devia ser tão bonito, não é bom para o trabalho, acho que constrange um pouco, fiquei pensando em como ele deve estar sempre acompanhado por linda e exuberantes mulher e isso me fez sentir ainda mais doente.

— Achei que tinha gostado dele, foi tão gentil e interessado. – Mamãe se decepciona.

— Eu gostei, apenas relatei um fato. Não muda quem ele é como médico, ele deve mesmo ser bom, é mais... uma opinião pessoa. – Encaro a rua sem querer olhar para ela e pensando que tipo de jovem mulher eu seria aos vinte e cinco anos.

— Eu sei filha, eu te entendo, ele é mesmo muito bonito. – Minha mãe concorda antes de sorrir.

—Se interessou por ele? – Mamãe junta as sobrancelhas, se volta levemente em minha direção, dá um meio sorriso e se concentra de novo no trânsito.

—Cada ideia, ele é seu médico e mais jovem, claro que não me interessei por ele. Aliás, ele nem me notou, só viu você o tempo todo.

— Médico, doente, faz sentindo.

— Boba. – Ela estaciona em frente a nossa nova casa. O processo de deixar o carro seguir até o elevador e subir ao apartamento parece consumir o resto das minhas forças e só penso em me deitar e colocar o oxigênio.

Minha mãe providencia nosso almoço, minha comida se parece muito comigo, sempre sem graça. O que eu não daria por um hamburguer?

Adormeço no sofá logo depois do almoço, no meio de uma comédia romântica e quando acordo a sala está escura, uma luz acesa no corredor denuncia minha mãe, ela está em seu escritório se matando de trabalhar para pagar pelo tratamento caro enquanto não posso nem mesmo ajudar com as despesas.

Roubei sua vida, roubei seu tempo, seus sonhos, seu amor por mim, tirou sua chance de construir algo para si.

Ando lentamente até a porta da sala, ela seca uma lágrima escondida encarando a tela do computador, é por ela que ainda insisto, mesmo quando tudo parece se esvair em dor e medo, eu ainda tento, porque ela investiu tudo em mim e quando acabar não vai restar a ela mais nada.

Me dá uma saudade dela, um medo de perde-la, de nunca mais poder me encolher em seu colo, é tão triste.

Ando até ela, mamãe me nota e afasta a cadeira confortável em que se acomoda todos os dias para mergulhar em seu trabalho, abre os braços e me recebe em seu colo, me encolho em seu peito ouvindo seu coração forte a bater, sentindo o cheiro de mãe que me mantem viva.

Seus dedos mergulham em meus cabelos enquanto fico de olhos fechados deixando as lágrimas rolarem. Queria dizer a ela que vou sentir sua falta, que a maior dor de todas é perde-la, mas eu não posso, não posso dizer a ela e matar mamãe um pouco.

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⏰ Laatst bijgewerkt: Jun 30, 2019 ⏰

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