— Fala logo! — todos praticamente gritamos para ela.
— Ai, bem... todos sabemos que em novembro o clube de teatro apresentará uma peça, o clube de música uma orquestra e o de musical provavelmente um algum álbum de músicas clássicas genéricas qualquer...
— Minha nossa, como ela sabe? — Amalie perguntou tão indignada que, com seu sotaque francês, fez aquela cena parecer hilária.
— Enfim — a garota aparentemente de outro planeta continuou, — e se juntássemos tudo numa só apresentação? Tipo, o clube de música e musical compõem a peça do clube de teatro... seria uma atividade em conjunto... fiz algumas pesquisas com ex-alunos que encontrei no Facebook e todos me disseram que nunca se teve algo assim na Jorge Dallas em toda sua história.
— Como você consegue dizer tantas coisas sem respirar? — Vinicius perguntou sem ar.
— Acho interessante — falei, — mas como faríamos isto? Digo, estamos no começo de outubro e todos os ensaios para as apresentações finais começaram em agosto... se formos fazer algo assim, todos teríamos que readaptar tudo e ensaiar para que consigamos apresentar perfeitamente, tipo, mês que vem.
— Podemos tentar, o não já temos, precisamos ir atrás...
— ... da humilhação? — Vini perguntou sarcástico.
— ... do sim — ela disse. — Enfim, preciso da ajuda de vocês para conversar com os líderes desses três clubes: o José, a Alice e a Marcela.
— Olha, eu acho uma ideia legal... por mais difícil que seja reensaiar e tudo mais, podemos sim tentar! — Amalie concordou com o plano maluca da garota.
— Eu também! — falei.
— Acho que vou ajudar também — Vini riu.
— Foi ótimo fechar negócios com vocês meus caros.
— Qual seu nome? — Amalie perguntou.
— Isadora. Conversaremos com eles amanhã.
Isadora apertou a mão de cada um de nós três. Confesso que, de início, achei aquela ideia completamente maluca e impossível de se obter a aprovação dos líderes dos respectivos clubes e, menos ainda, da direção, mas o que seria da vida sem a esperança?
Tínhamos a chance de fazer algo legal e podíamos sim conseguir, afinal até que a ideia era boa. Quem acharia o contrário?
***
— Mas... é... claro... que... NÃO! — Alice disse no dia seguinte após ouvir a proposta de Isa, quando todos os três líderes dos clubes e Isadora, Amalie, Vini e eu estávamos reunidos no fundo da biblioteca. — De onde vocês tiraram que isto seria possível? Vocês são idiotas ou o quê? São imbecis? Burros?
— Já entendemos, Alice. Obrigada. — disse Amalie plena.
Todos nós estávamos no único lugar da biblioteca onde ninguém parecia ligar se gritávamos ou não, que por coincidência, fora o mesmo canto onde outrora eu havia tido aquela conversa com Antoine.
Encontramos sete pufes amarelos infantis em formato de flor num canto empoeirado e colocamos em círculo onde cada um sentou em cima.
— Eu acho muito arriscado — Marcela confessou, — se alguém tivesse tido esta ideia, sei lá, em agosto, poderíamos fazer isso. É realmente uma ideia muito boa! Não acredito que você, Isa, pesquisou tão afundo a ponto de descobrir que nunca teve algo assim na Dallas antes, parabéns!
— Eu acho que podemos tentar. Vida temos só uma e a mesma foi feita para acertos e erros — admitiu José, o líder do clube de música e talvez o aluno mais lindo de toda a escola, depois de Vinicius, obviamente. — Pessoal — ele direcionou as palavras especificamente para os líderes dos clubes, — estamos no último ano... não gostariam de tentar algo diferente para sairmos sem nos arrependermos de termos deixado de fazer algo inesquecível aqui?
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O melhor ano do nosso colegial
Teen FictionNicholas é um garoto gay que acaba de sair da sua antiga cidade para viver uma aventura em São Paulo junto com a mãe Joana, que luta para encontrar um emprego e manter uma vida estável com o filho, logo após um trágico divórcio. O jovem amante de mú...
40 • A ideia
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