— Julia, todos os policiais do distrito, se não do estado, me odeiam.

— Porque você tentou cuidar de problemas que eles têm medo. Acho que você se sairia bem no FBI também, mas é preciso ter 23 anos e você tem 20. Quase 21, mas ainda assim. São dois anos para pensar, você pode entrar em uma faculdade antes de decidir. Se minha opinião é válida, acho que você daria muito certo lá.

Balancei a cabeça, nem cogitando a ideia.

— Depois eu vejo isso. Agora só quero ir pra casa, tomar um banho quente e dormir pelo resto do ano.

— Certo. Vamos lá, então.

Troquei a roupa laranja pela que estava usando no dia do julgamento, e rosnei ao ver que o broche da minha mãe não estava na blusa.

— Ei, cadê o broche que estava aqui? — perguntei ao funcionário.

— É proibido por ter coisas da guerra.

Não acreditei no que tinha ouvido.

— O quê? Tinha algum símbolo nele por acaso? Não. Tinha alguma saudação àquele anos horríveis? Não. Só tinha uma frase em alemão.

— Era...

— "Mein geliebter Sohn", meu filho amado. O Google Tradutor ainda existe, sabe? Cadê meu broche? — digo, raiva exalando dos meus poros.

Trêmulo, ele pegou o telefone e ligou pra alguém. Abriu algumas gavetas, e me deu o plástico com o broche dentro. Dei uma última olhada no cara e falei:

— Eu não me orgulho do que o meu país fez. Nem um pouco. Mas é injusto você julgar que uma frase qualquer em alemão seja uma saudação ao inferno na Terra. A gente luta todos os dias para sermos melhores no presente, de forma que o passado fique no passado e aquilo nunca se repita. É o maior arrependimento do país.

Saí pela porta e fechei os olhos para sentir o calor solar na minha pele. Não liguei para ninguém vir me buscar, eu tinha dinheiro e queria que quase todas as pessoas, menos a minha filha e a Heaven, fossem pro inferno. Mesmo assim, a Julia me deu uma carona para a cidade enquanto me instruía sobre os últimos passos do processo. Antes de ir para casa, no entanto, passei na casa da Vivian para ver minha filha. A menina abriu a porta, e me derrubou no chão.

— Papai! Você voltou! Por que demolou tanto?

— Eu estava resolvendo algumas coisas, querida. A mamãe está em casa?

-— No quintal com aquele homem. Fiquei no quato, não gosto dele, ele me assusta.

— Volte para lá, ok?

— Tudo bem. O tio Zack vai me levar pra passear no fim de semana! Fola do estado! É a plimeila vez que vou sair daqui. — sorriu.

Não falei que na minha tentativa desesperada de tirá-la de perto da Vivian e as drogas dela, fomos até o Kansas. Lembra-la disso traria perguntas que eu não queria responder.

— Que legal, meu amor. Vá para o quarto agora, vamos ver desenho quando eu puder subir.

Ela foi animada, e eu escancarei a porta do quintal, indo a passos largos até a Vivian e o imbecil.

— Você não aprende mesmo, não é Vivian? Eu fui preso para salvar sua pele, e é assim que você me agradece?

— P-Peter? Mas você ia ficar na prisão até...

— Dois mil e sessenta e sete? Surpresa! A inocência provada faz maravilhas. Eles vão vir atrás de você, e eu não vou te ajudar mais. Enquanto eu estava pagando pelos seus crimes e da minha irmã, que tomou algum juízo finalmente, você estava aqui usando coisas proibidas com o dinheiro da herança da minha mãe. O dinheiro da Gwen. Chega. Minha advogada vai entrar com o pedido de guarda, e eu vou tirar minha menina desse inferno.

Provocando Amor - Série Endzone - Livro 4Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ