Capítulo 6.

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*

POV Zayn

            Observo-a a correr e começo a andar de um lado para o outro nervosamente. Ela vai meter o pé na argola e eu vou ter de a mandar embora, como a todas as outras.

Só que desta vez vai custar muito mais.

- Mais um teste, hein? – Niall entra na sala e senta-se confortávelmente num dos sofás. Esta secção do edifício está feita de forma a que se possa observar tudo o que acontece nos andares anteriores sem que nos vejam a nós. É bastante útil, na verdade, especialmente para este teste.

            - Sim. – Confirmo, sem tirar os olhos dela. Vejo que corre em direção ao bar, entrando pelas cozinhas a dentro.

Mas que raio?!

            - Que tal se está a sair?

            - A não ser que tente envenenar os homens ou então entretê-los com comida, não faço ideia o que ela está a tentar fazer.

- Zayn, deixa-a ficar.

Suspiro profundamente, enterrando o rosto nas mãos. Eu não posso dar-me ao luxo de criar simpatias. Não posso.

- Se ela passar nos testes.

- Zayn, isso é ridículo! A lealdade não se mede! Tu não podes…

Rose passa a correr de volta com uma toalha branca debaixo dos braços e um carrinho de mão cheio de almofadas roubadas dos sofás da entrada.

Eu não faço a menor ideia onde ela foi desencantar um carrinho de mão.

- O que é que ela está a fazer?! – Niall aproxima-se do vidro, assim como eu, observado Rose a arrancar flores artificiais das várias jarras ao longo dos corredores, sempre em passo apressado, e lançando tudo para o carrinho.

- Eu não faço ideia. Ela é completamente maluca.  

- No bom sentido.

Vejo Rose a dirigir-se para o terraço, e um sorriso desenha-se no meu rosto ao perceber o que ela está a tentar fazer. A empresa tem um pequeno terraço bem acolhedor com pufs brancos e pequenas mesinhas. Rose coloca as flores em cima das mesas, as almofadas nos pufs e empoleira-se numa das cadeiras para prender a toalha branca contra a parede. Treme ligeiramente ao descer da cadeira e o meu coração dá um pequeno sobressalto, que pára assim que ela aterra em segurança.

- O que é aquilo? – Pergunta Niall, referindo-se à toalha.

- Vais já ver.

Rose tira um pequeno aparelho da mala e apesar de não o ver daqui, eu sei o que é: um retroprojetor portátil.

Testa-o, exibindo umas imagens ao acaso na toalha branca, que serve de tela, e sorri triunfante.

Sem perder tempo, Rose corre até ao local onde eles a esperam, impacientes. Ela recupera a postura como se nada tivesse acontecido, caminhando calma e confiante. Se não fosse o ar corado, nada a denunciaria.

Gosto de a ver corada, mas afasto esse pensamento de imediato.

Ela conduz as pessoas até ao terraço, onde alguns dos cozinheiros do bar estão a distribuir bebidas. O ar de satisfação dos designers é mais que óbvio, e falam alegremente com Rose, que os incentiva a começar a apresentação, projetada na toalha.

- Está na hora de descer. – Informo, sorridente, dirigindo-me para a porta.

- Ela passou?! – Pergunta Niall, expectante.

Observo Rose uma última vez. Ela está encostada a um canto do terraço, bebendo algo colorido por uma palhinha e falando ocasionalmente com vários dos Designers. Eles estão encantados com ela. Respondo a Niall sem me voltar na sua direção:

- Com excelência.

*

POV Rose

Ele vai-me matar.

Eu fiz tudo isto sem a permissão dele e ele vai passar-se da cabeça e vai mandar-me embora. E nem vou sequer poder pagar a renda ao Lou e vou ter de sair do apartamento. Bonito.

Ele entra no terraço e eu encolho-me institivamente. A sua expressão está impenetrável, como sempre. Assim que ele se aproxima eu mordo o lábio, nervosa.

- Eu…desc…

- O que é isto, Miss Everdeen? – Pergunta ele, num sussurro, para não interromper as apresentações.

- Eu…ah..pois…

Ele dá uma pequena risada e pega numa bebida, bebendo um longo gole antes de falar. Acho que é a primeira vez que o ouço rir e tenho a certeza que não vou esquecer este som.

- Parabéns. – Um sorriso desenha-se no seu rosto e eu tenho de me concentrar para não deixar a minha mente divagar. – Esteve muito bem.

Ele afasta-se antes de eu poder responder e senta-se junto dos Designers, discutindo questões para as quais eu não estou nem aí. Volta e meia dou por mim a fixar o olhar nele e a perguntar-me o que será que lhe passa pela cabeça. Ele é tão pouco transparente, e isso agrada-me mais do que deveria.

De repente o meu telemóvel toca, despertando-me para a realidade. “D. Leila” aparece no ecrã. Eu sei que é a governanta de Zayn pois ele pediu-me para apontar o número dela para quando ele não pudesse atender.

 - Estou sim, boa tarde.

- Quem fala?! – Pergunta a senhora, nervosa, do outro lado da linha.

- Sou a Miss Everdeen, Dona Leila, a assistente do Mr. Malik.

- Onde está o menino Zayn? - Balbucia ela.

- Ele não pode atender neste momento, está em reunião. – Informo, mas pela forma como ela fala parece-me que se trata de algo importante.

- Chame-o, por favor.

- Mas ele…

- AGORA! – Ela grita do outro lado da linha.

Eu baixo o telemóvel e aproximo-me do local onde Mr. Malik conversava em voz baixa com algumas pessoas.

- Peço desculpa por interromper, Mr. Malik. – Dirijo-me a ele e chamo a sua atenção, interrompendo a discussão. – Pode acompanhar-me por favor?

- Ros… Miss Everdeen, o que é assim tão importante que não pode esperar?! – Sussurra ele, severamente. Não me passa despercebido o facto de ele quase me tratar pelo primeiro nome e estupidamente isso faz-me sentir uma certa agitação.

- Dona Leila está ao telefone. – Aviso, notando uma certa agitação no seu olhar.

- Diga-lhe que já lhe ligo dentro de 5 minutos.

Eu volto a colocar o telemóvel junto ao ouvido e repito o que ele me disse.

- Eu preciso de falar com ele, JÁ! – A senhora irrompe num choro desesperado e eu fico atrapalhada. – Diga-lhe que a Emma está no hospital!

Oh meu deus. A namorada.

- Mr. Malik…

- Cinco minutos! – Sussurra ele, severamente.

- Miss Emma está no hospital.

Então tudo aconteceu muito rápido: uma expressão de profundo choque atravessou o seu rosto assim que pronunciei aquele nome e as suas mãos tremeram. 

Ele levanta-se bruscamente e sai disparado do terraço, sem sequer se justificar perante o grupo de Designers. Consigo vê-lo correr em direção ao carro e arrancar a toda a velocidade.

Nunca o vi tão fora de si como neste momento. Só espero que tudo se resolva.

*

Love WingsWo Geschichten leben. Entdecke jetzt