Parecia que todas as pessoas que visitavam ao shopping naquele instante estavam ali ao redor de nós. E a situação parecia querer sair do controle, pois eles não estavam conseguindo conter tantas pessoas.

    Rogers chamou reforços enquanto nos dirigiu a uma das lojas próximas e pediu que fechassem as portas rapidamente ao entrarmos. As vendedoras assim que me reconheceram chamaram seus seguranças que imediatamente trancaram as grandes portas de vidro. Eu estava aflita. Aflita e aborrecida. Como uma pessoa não conseguia fazer algo tão básico como dar um passeio?

    Era difícil de acreditar que eu estava trancada dentro de uma loja enquanto centenas de pessoas esmurravam as portas para tentarem entrar. Estava tão enfurecida que perguntei a vendedora se podia subir para o segundo andar. Não queria olhar para aquela situação, onde eu era quase que um animal em exposição, presa do lado de dentro.

    A gerente prontamente me atendeu e nos recebeu no escritório da loja juntamente com minha mãe e Flávia. Sentamos nas cadeiras, e ficamos a nos olhar, sem que ninguém tivesse coragem de dizer alguma coisa. Stanton, Clint e Thomposon permaneceram lá embaixo enquanto se comunicavam com os reforços e vigiavam as portas.

- Filha, me desculpe. Eu que pedi para que a gente saísse... - minha mãe era só tristeza, pois ela me conhecia mais do que ninguém para saber o quanto me entristecia a sensação de impotência.

- Mãe, você não precisa se desculpar. Você não tem culpa. Ninguém tem culpa. Só é um saco isso, sabe. Eu sou uma pessoa, eu tenho um vida, merda! - não consegui me controlar e acabei deixando algumas lágrimas escorrerem por detrás dos óculos espelhados.

    Era lindo pensar que você tinha o poder de inspirar e de ser motivo de admiração para outras pessoas. Mas era absurdamente insano pensar que por você ter determinada profissão, as pessoas quererem exageradamente saber aonde você está, o que está fazendo, querendo te seguir, querendo ser você, excluindo totalmente o seu direito de ser uma pessoa. Alguém que tinha necessidades como qualquer um.

- Danny, não fica assim. Eu sei o quanto isso é um porre, mas vamos resolver essa situação. Aumentar a segurança, traçar uma estratégia.

    Flávia olhava pra mim na tentativa de me reconfortar, todavia ela mesma deixava transparecer que nada disso resolveria problema algum. E ela sabia que eu conseguia ver isso.

    Passados alguns minutos os reforços de segurança chegaram. Mais três caras que eu nunca tinha visto apareceram. E depois de agradecermos a bondade dos funcionários da loja, nos encaminhamos até a porta para a tentativa de atravessar aquele mar de pessoas. Estava tão chateada que não fiz questão de ser simpática: apenas olhava para frente, para onde Rogers, me conduzia.

    Foi preciso um cara de cada lado, um na frente e um atrás para que eu conseguisse passar. Em algum momento alguém que eu não consegui perceber agarrou o meu braço tão forte que me levou abaixo, fazendo com que eu acertasse meu joelho em cheio no chão.

    Um dos caras que eu não conhecia o interceptou rapidamente fazendo quem quer que fosse me soltasse. Rogers me ajudou a levantar. Senti aonde tinha sido puxada arder e vi um imenso arranhão vermelho começar a se formar. Era o meu limite. Eu tinha que sair dali.

 Eu tinha que sair dali

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