Capítulo 2

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Dirigi por pelo menos mais trezentos metros e como ela não dizia nenhuma palavra resolvi perguntar.

— Então Paola. Para onde quer que eu a leve? — Indago e me volto ligeiramente para olha-la, ela permanecia com o olhar perdido e baixo, mas respondeu.

— Qualquer lugar.

A resposta vaga me faz arquear uma sobrancelha e pensar que não poderia simplesmente deixa-la em qualquer lugar.

— Olha. Diga onde você mora e te deixo em casa, tudo bem? — Perguntei gentil.

Ela me olhou confusa por um momento e logo em seguida mais uma lágrima rolou por seu lindo rosto. Aquilo estava errado, aquela garota tinha problemas e no fundo da minha cabeça eu sabia que estava arranjando um também. Parei o carro logo mais a frente, já tinha me afastado mais de dois quilômetros do caminho para o meu apartamento e nem tinha me dado conta.

Assim que estacionei me virei pra ela que permanecia estranhamento em silêncio.

— Paola? — Ela se vira para mim. — Eu não posso deixar você em qualquer lugar. Você entende?

— Sim. Mas não quero ir para minha casa, então qualquer lugar está bom para mim. — Ela respondeu com simplicidade e quase vejo um sorriso, um suave e triste sorriso. Aquilo me desconcertou.  Olhei pra frente e passei as mãos pelos cabelos, já eram mais de onze da noite, eu estava realmente cansado. Virei para ela e disparei.

— Meu bem, a menos que tenha uma bolsa com dinheiro escondida em algum lugar dentro desse seu vestido, o que duvido muito, creio que não possui nem sequer um dólar com você, muito menos um celular para que possa chamar um taxi. — No mesmo segundo em que disparei esta enxurrada de palavras me arrependi. Ela apenas me lançou um olhar triste e sorriu, depois baixou a cabeça um tanto envergonhada.

— Você tem razão. — Amaldiçoei-me por ter sido tão estúpido.

— Me desculpe, eu sinto muito, não queria ter dito isso, quero dizer, não quis me referir as suas roupas. Eu...

— Está tudo bem. Sério, não tem problema. — Ela ergueu a mão e limpou o rosto, depois me olhou e parecia subitamente mais segura.

— Gostaria de ir até a minha casa? Eu moro bem perto daqui, você pode ficar lá até se sentir melhor. — Abro um sorriso. — Até que queira ir pra casa, aí eu levo você ou posso chamar um taxi, o que acha?

— Olha, agradeço o que fez por mim, mas não precisa fazer mais do que realmente queira por uma desconhecida. ­— Ela parecia desconfortável.

— Estou fazendo e fiz o que fiz porque eu quis. E se estou lhe convidando é pelo mesmo motivo. — Minha voz muito séria. Eu estava cansado e realmente queria muito ir pra casa e tomar um banho. Se ela quisesse ir tudo bem, senão eu a deixaria em qualquer lugar como ela disse e iria embora.

— Tudo bem. Eu vou com você. — Parecia arrependida por ter duvidado das minhas boas intenções.

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