Quatro- Fim

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Branca de Neve

-Essa eu quero ver- Ouvi a voz de Malévola.

-Malévola- Abri a pesada porta -A única coisa que você vai ver vão ser passarinhos rondando sua cabeça.

Olhei para Ambrosia, detida por um guarda, e sorri.

Eu tinha chegado na hora certa!

-Branca de Neve- Malévola não parecia surpresa em me ver -Chegou tarde. Sua filha já foi mordida.

Olhei para Ambrosia e meu coração parou de bater quando vi a mordida em seu pulso.

-Mãe, calma!- Gritou ela -Os vampiros não são maus! Malévola estava chantageando eles.

Era difícil de acreditar, mas se Ambrosia estava dizendo... era verdade. Eu confiava na minha filha.

As três fadas entraram atrás de mim e a expressão de Malévola mudou de pretensão para raiva.

-Então as três patetas voltaram- Disse, esboçando um sorriso.

-Somos três fadas, uma Rainha, sete anões, uma vampira suprema, sua filha, uma princesa, um vampiro e uma princesa/vampiro contra você e seus guardas- Disse minha filha. Eu nunca a tinha visto tão forte e corajosa.

Ela estava enfrentando Malévola!

-Tudo isso e mais...- Cantei minhas famosas notas de sempre e logo vários animais estavam ao meu lado. Desde cervos, á esquilos e pássaros -Isso!

-Eu odeio vocês- Malévola parecia à beira da combustão.

-Ah- A vampira ao lado de Ambrosia estalou a língua -E agora você não nos controla mais.

Ela era apenas uma criança, mas parecia despertar medo em Malévola.

Percebi uma movimentação atrás de mim. Vampiros.

Logo o salão estava cheio deles, que sorriam.

-Devemos nos vingar de você, Malévola?- Perguntou a garota. Notei que os outros vampiros só estavam esperando sua ordem. Ela era a líder.

Notei também que minha filha segurava a mão de um vampiro.

Ambrosia e um vampiro?

-Não- Disse Flora -Malévola vem conosco.

-Nunca- Respondeu Malévola -Guardas!

Os guardas se entre olharam, olharam para os animais, para Malévola, para as fadas, para Malévola, para as reféns, para Malévola, para os vampiros, para Malévola.

Um a um eles deixaram cair as armas e se afastaram.

-SEUS IDIOTAAAAS!- Os olhos dela ficaram verdes e ela estava pronta para amaldiçoar alguém.

Ambrosia, agora livre, correu até mim e me abraçou.

-Ouça agora- Disseram as fadas juntas -Ouça agora e em bom tom. Que Malévola fique do tamanho da bondade em seu coração.

Malévola brilhou em verde e então desapareceu.

Oh, não.

Lá estava ela. Era uma lesma.

-Sinto muito, Tess- Disse Ambrosia à uma garota muito bonita.

A garota fungou, mas sorriu.

-Tudo bem. Ela precisa de uma lição.

As fadas pegaram Malévola e partiram.

-Vamos ajudar os animais a voltarem- Disse Mestre.

Assenti.

Olhei para minha filha.

-Ambrosia!- A abracei como nunca -Senti tanta sua falta.

-Eu também, mãe- Minha filha parecia outra pessoa.

Como algo tão belo e tão forte pode ter saído de dentro de mim?

Como ela podia ser filha de Teddy?

-Estou tão orgulhosa de você, querida- Tentei segurar o choro.

-Mãe- Ambrosia fez sinal para que o rapaz que antes segurava sua mão se aproximasse, e assim ele fez -Esse é Steve.

Steve reverenciou à mim, sorrindo de uma maneira muito gentil.

-Eu sinto muito por não ter protegido sua filha...- Seus olhos se fixaram no pulso de Ambrosia.

-Steve! Isso foi uma escolha minha- Disse ela -Eu escolhi virar vampira para salvar você e seu clã.

Eu sorri.

Minha filha era uma heroína.

-Filha- Segurei sua mão -Entendo sua escolha, e fico feliz pela sua coragem.

Ela sorriu, com tanta sinceridade que quase me rendi às lágrimas.

-Vossa... er... Majestade- Steve coçou a nuca -Gostaria de dizer que amo sua filha e...

-Ama?- Perguntou Ambrosia.

Steve corou e eu sequer sabia que vampiros coravam.

Ele se virou para ela e sorriu.

-Amo- Repetiu ele, olhando nos olhos dela.

Ambrosia sorriu e o beijou.

-Também amo você.

Quem diria... minha filha tímida e com uma péssima auto estima tomando iniciativa e beijando um vampiro bonitão. Uau.

Foram dois dias muito insanos.

-Mãe...- Ambrosia fez a mesma cara que fez quando disse que odiava tingir o cabelo de preto -Eu vou com Steve.

Eu queria que ela fosse um clone meu. Mas ela era outra pessoa, agora eu podia ver. Outra pessoa... pera. O quê?!

-Você o quê, Ambrosia Fuji Argentina de Neve Encantado?- Perguntei.

-O nome todo não, mãe!- Ela bateu o pé, fazendo birra.

-Sinto muito, Branca de Neve, mas...- Steve segurou a mão dela -Ela foi mordida e não pode viver muito longe da suprema.

Olhei para ela. Minha filhinha estava partindo? Eu não podia acreditar.

A abracei e nós duas caímos no choro.

-Vou sentir sua falta, mãe- Disse-me ela.

-Eu te amo, querida- Beijei sua testa.

-Também te amo- Minha menininha era uma guerreira.

Mas aquilo não era um adeus. Era um até logo.

Cadê Tu, Fada?Where stories live. Discover now