Capítulo 10: A verdade

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12h00 A.M
Julho, 21.

- Bom dia meninas – Disse Amber entrando no quarto que Brandon estava – E sim, é bom dia, não almocei ainda – - Vejo que acordou de bom humor – Disse Ellie sorrindo para Amber enquanto beijava seu rosto - Claro, não é todo dia que uma ruivinha invade nosso apartamento para nos dar bom dia – Amber sorri – Fique tranqüila Natalie, ela não viu nada do que já não tenha visto. - Não temo por minha filha, ela já viu mais coisas do que nós três juntas – Natalie ria enquanto via Amber se aproximar, elas cumprimentaram-se com beijos. - Isso eu não duvido – Amber sussurrou - Que isso gente, ela é uma criança – Disse Ellie - Você também e nem por isso é santa – Natalie soltou, quando percebeu já havia falado - Obrigada Natalie – Disse Ellie rindo 

- Ela não mentiu querida, conheço seu passado, presente e futuro – Amber mandou um beijo para a amiga

- Olha gente, agora ela é vidente – Ellie foi ao banheiro e escovou os dentes, voltando, sentou-se ao lado de Natalie

- O que você está fazendo? – Perguntou Amber

- Estou sentada – Respondeu Ellie

- Levante-se, Hellen está lá no hall te esperando. – Disse Amber levantando a amiga e levando-a até a porta – Vá logo, XO! –

- Mas a Natalie.

- Não me culpe por sua preguiça, vá logo! – Gritou Natalie sentada na poltrona

Ellie poderia arrumar várias desculpas para ficar ali, mas Amber era teimosa, não iria deixá-la o dia todo naquele quarto, então ela foi até o elevador, chegando ao Hall avista sua prima de longe. Hellen sorri quando a vê.

- Senti sua falta - disse Hellen enquanto abraçava a prima

- Eu também – Ellie deu um beijo no rosto dela – O que você quer? –

- Sair. Temos planos pra hoje.

- Como assim?

- Temos uma festa hoje e não aceitamos não como resposta – Hellen segurou a mão de Ellie e começou a arrastá-la para fora do hospital

- Mas Brandon, Natalie, não posso deixá-los – Ellie parou na porta do hospital

- Não vai deixá-los, Amber está cuidando disso – Hellen começou a arrastar a prima novamente – Vamos Ellie, o taxista é chato e não vai esperar a vida toda – Ellie rendeu-se e acompanhou Hellen até o taxi.

- O que você quer Amber? – Disse Natalie enquanto lia Vogue Paris – Te conheço e não é de hoje – Natalie soltou um sorriso

- Temos uma festa hoje, ela precisa sair um pouco.

- Isso eu concordo com você, mas não é só por isso que você esta aqui, se fosse você estaria com elas – Natalie parou de ler, tirou os óculos que usava para leitura e ficou encarando Amber.

- Cindy veio atrás de mim, ela quer ajuda para dar um jeito nos pais dela – Disse Amber sentando na poltrona na frente de Natalie

- Como? – Natalie apoiou os cotovelos sobre as pernas – Não entendi –

- Eu tenho o dossiê que incrimina Jack, quando meu pai morreu, tive acesso a eles – - E porque não entregou as autoridades? – Natalie perguntou - Molie era nova, fiquei com dó, ela não tinha que pagar pelos erros dos pais – Amber desviou o olhar - Você esta certa. E o que pretende fazer? - Não sei ainda, não posso estourar tudo de uma vez, tenho que me livrar de Molie primeiro, mesmo ela sendo insuportável, ainda é uma criança – Amber pegou a bolsa, após abrir, ela tirou um envelope branco da bolsa – Quando Cindy veio me pedir ajuda, eu pedi algo em troca – disse Amber entregando o envelope para Natalie - O que é isso? – Natalie pega o envelope - É o exame de DNA de Taysson, pedi pra você – Disse Amber – Você tem que abrir – - Obrigada – Natalie começa a abri-lo pelas laterais, rasgando nas linhas pontilhadas. Quando ela pegou o papel dentro do envelope e começou a ler, Amber fica curiosa, mas não diz uma palavra. Após ler tudo duas vezes, Natalie respirou fundo e sorriu - O que diz ai? – Amber estava aflita - Diz que Brandon é realmente o pai de Taysson – Natalie continua sorrindo – pelo menos uma noticia boa – - Sim – Amber não parecia tão empolgada quanto Natalie – Tenho que ir, tenho serviços a fazer – Amber levantou-se, aproximando-se de Natalie deu um beijo em sua bochecha – Se precisar de algo, sabe onde me encontrar – - Obrigada querida, cuide-se. - Eu sempre me cuido – Amber piscou para Natalie e saiu do quarto. Edifício Chrysler Décimo andar.
2h00 P.M
- Aqui está o verdadeiro – Disse Verônica jogando o exame encima da mesa do quarto de Cindy. Não havia ninguém em casa, então Verônica decidiu ir vê-la - Obrigada, você realmente salvou minha vida – Cindy sorri segurando-o e respira fundo – Mas que mal lhe pergunte como conseguiu? – - É fácil quando você já ficou com o médico e ele não quer que o mundo saiba. Quando você me mandou a mensagem fui direto para clinica que você fez o teste, ai o resto você já imagina - - Foi com classe e sem brigas? – - E eu, por acaso, já perdi a classe algum dia? – Verônica começa a rir – Mas vamos falar sério Cindy, se você diz que o filho é do Brandon, porque precisei trocá-los? – - Não importa. Você já fez o que precisava e saiba que sou grata – Cindy colocou a mão no ombro de Verônica – Mas fique longe dos meus negócios, não quero que respinguem em você os venenos destilados nessa guerra – - Não sei se você percebeu, mas estou no campo de concentração da sua guerra, onde eu não queria estar, mas estou – Responde Verônica - Eu sei, apenas tome cuidado e cuide da sua retaguarda – Cindy começou a rir - Você terá que me contar mais cedo ou mais tarde... - Você vai à festa de hoje? – Cindy queria mudar de assunto - Vou e você? - Também – Disse Cindy – Nos vemos mais tarde – Aproximou-se de Verônica e beijou sua testa – não faça nenhuma merda até lá – - Digo o mesmo. - Verônica pegou sua bolsa e seu casaco e deixou o quarto de Cindy, quando estava descendo as escadas do apartamento de Brandon, deu de cara com Kirsten – Oi – Ela disse assustada - Adeus Verônica – Disse Kirsten subindo as escadas de mãos dadas para Tyler - Nossa, é normal em Manhattan as pessoas serem grossas? – Kirsten parou na escada, um degrau a cima de Verônica – Sim, principalmente com pessoas indesejáveis que nem você – Kirsten sorriu – tenta não morder a própria língua e morrer envenenada – Tyler não disse nada, apenas acompanhou a namorada para o quarto. Verônica não respondeu, ela não podia, principalmente porque estava na casa de Kirsten e lá, ela poderia falar da forma que quisesse e não tinha nada que Verônica pudesse fazer. **** - Mulheres pela entrada da direita e homens para esquerda. – Dizia a mulher de preto e maquiagem carregada - Caramba, se eu soubesse que a Morticia estaria na festa eu teria vindo fantasiada – sussurrou Amber para Ellie. - Cala a boca Amber – Disse Ellie rindo alto, ela não conseguia controlar o riso - Se formos expulsos dessa festa, culparei vocês – disse Kirsten aparecendo atrás de Ellie. - KIRSTEN! – Gritou Ellie - que saudade – disse beijando o rosto da amiga - Deixa um pouco dela pra mim – disse Tyler - Pode deixar. - É lindo esse amor lésbico – Disse Amber - Cadê sua namorada Amber? Quero dizer, a gostosa da Hellen? – Perguntou Kirsten sorrindo - Estou aqui ruiva linda – Hellen apareceu atrás de Tyler, apoiando o braço em volta do pescoço dele. Amber ficou o tempo todo ao lado de Ellie, Kirsten e Hellen na fila, fazendo piadas sobre as convidadas, do jeito que estavam vestidas, maquiadas ou até mesmo por quem estavam acompanhadas. Era impossível conter o riso quando Amber tirava a noite para ser engraçada ou alfinetar alguém. Quando entraram, Tyler estava parado ao lado da entrada das mulheres, ele não pode entrar com Kirsten, não havia coisa mais cafona do que separar a entrada de homens e mulheres, como se os separassem fosse impedi-los de transar após a festa, ou durante ela, tudo iria depender se os quartos, banheiro, corredores, estivessem muito cheio, afinal, ninguém gosta de fazer com platéia. - Está tudo tão estranho aqui – disse Amber andando ao lado de Hellen e Ellie. – estou com medo de ser levada para a casa monstro, se eu já não estiver nela – Todos começaram a rir. Até quem não estava ao lado dela riu, Amber não conseguia falar baixo, não mesmo. Quando desceram os três lances de escada e foram perto do palco principal, Amber conseguiu avistar Mollie, ela estava com alguns "colegas" que costumavam andar com os policiais, mas não era em festas, a não ser que fosse dentro de uma cela, na cadeia. Vários deles já haviam sido presos, é lógico que Amber não sabia, mas ela ia descobrir, afinal, era pra isso que ela estava ali, ela tinha que decepar a família de Cindy e tinha que começar com alguém, felizmente ela escolheu começar por Mollie, um perigo não real. - Vou pegar uma bebida, quem quer? – Perguntou Tyler para as meninas ao lado. Por sua surpresa todas responderam, até Ellie, ela precisava de algo para relaxar, mas não poderia ser nada muito forte. – Irei buscar o garçom, não tenho braços para tantos pedidos – Então se afastou, foi à procura de um garçom, era mais fácil achar um vendedor da Zara em qualquer lugar do salão do que um garçom, até parecia que eles estavam escondendo-se - Vou ficar por aqui – Disse Ellie colocando sua bolsa de mão em cima da mesa ao lado do palco. - Eu também – Kirsten e Hellen disseram e sentaram juntas - Isso está ficando estranho – Disse Ellie – Muito estranho – começaram a rir. Quando Amber iria sentar, ela observou Verônica do outro lado do salão acompanhada por Erick. Perto dele estava Tyler procurando um garçom igual barata tonta. - Je reviendrai – Disse Amber antes de afastar-se e ir em direção a Tyler. Ela queria saber o que Verônica e Erick estavam fazendo juntos e ela queria que ele a visse. E ela conseguiu, Erick avisou-a passando em sua frente, ele congelou, seus pés travaram no chão, ele não ouvia o que Verônica tagarelava em seu ouvido, ele só tinha olhos para ela – Conseguiu alguém? – Perguntou a Tyler. - Já, ele esta indo lá agora – disse Tyler apontando para um cara cheio de músculos parado ao seu lado. - Estão contratando gogoboys para serem garçons? – Perguntou Amber para a pessoa parada ao lado de Tyler, ele não respondeu e saiu, deixando-a corada por ter sido ignorada – estou gostando mais dessa festa – Completou. Tyler sorriu para ela e em seguida foi para a mesa, sentando ao lado de Kirsten, pedindo uma rodada de tequila para Marlon, sim, Hellen havia dado em cima do garçom, não que ela gostasse, mas enfim, ela era boa na arte da sedução. - Sejam bem vindos à casa dos sonhos – Disse uma mulher de meio metro parada no palco central, as luzes estavam apagadas e os holofotes apontavam para ela, deveria ser a anfitriã ou mãe de alguém, mas até parecia auxiliar do capeta, era estranha e usava o cabelo preso, mesmo preso ele conseguia estar bagunçado, todas as convidadas estavam tentando adivinhar o que ela tinha aprontado com aquele pobre cabelo.Houve boatos sobre uma aposta na mesa de Ketherine, para saber quando o cabelo dela iria atacar alguém. O celular de Amber vibrou em sua coxa direita: "Eles chegaram, tome cuidado e complete o serviço. Boa sorte" Deseja responder essa mensagem: "Não" Quando Amber leu a mensagem ela virou um copo de uísque que estava na bandeja do garçom ao seu lado e foi em direção ao palco, subindo no palco central e tomando o microfone da mão da anfitriã. – Gostaria de agradecer a presença de todos e agradecer o belo discurso da – Amber parou, olhou a moça dos pés a cabeça, três vezes seguidas, para ser mais exato – Daquela ali que estava falando, vá procurar um salão meu bem, você esta feia mesmo, se isso for doença, me perdoe, não gosto de brincar com isso – Amber sorriu e todos no salão riram juntos, mas sem entender nada. - O que esta acontecendo? – Perguntou Kirsten para as meninas na mesa - Não faço a mínima idéia – Disse Hellen. - Nem olha pra mim, nunca sei o que ela esta aprontando – respondeu Ellie enquanto encarava Amber. - Eu poderia falar o quanto gosto da nossa linda e querida aniversariante - ela fez uma pausa – Mas não posso porque eu não me lembro dela, mas enfim, gostaria de falar uma coisa obvia para todos – Amber sentou no palco próximo a primeira mesa – Pessoas como nós vivemos e crescemos numa sociedade onde podemos tudo, onde a lei não se aplica a nós, até que o dinheiro nos falte. – Amber respirou fundo. Antes de falar algo ela avistou Cindy parada no corredor próximo aos banheiros – Mas eu gostaria de denunciar uma menor de idade que esta consumindo drogas nessa festa, o nome dela é Mollie Knill, esta sentada na terceira mesa a minha esquerda e não adianta fugir querida, o garçom atrás de você é policial, você esta presa, mas fique tranqüila, você não vai sozinha. Gostaria de pedir a bela moça de vestido vermelho que reviste a irmã mais velha dessa garotinha, afinal, ela está seguindo os passos da irmã. – Enquanto Amber falava, Molie era levada algemada para o carro da policia pelo garçom que estava atrás dela e Cindy era algemada pela mulher de vestido vermelho e seu parceiro – Agora podemos voltar com a programação normal – Amber entregou o microfone novamente para, a piada interna de todas as mesas, moça que tinha o cabelo estranho. Selecione um contato: Dandara "Pronto. Você tem a noite toda, manterei todos longe" Tem certeza que gostaria de enviar essa mensagem: "SIM". Amber aproximou-se da mesa de Ellie – Quem esta a fim de ir para algum lugar beber- Ela sorria para disfarçar o que havia acabado de acontecer - Lógico, seremos expulsos agora – Disse Tyler - Provavelmente querido – Amber colocou a mão direita sobre o ombro de Ellie – Temos um carro nos esperando lá fora, iremos para qualquer lugar longe daqui – Todos se levantaram e seguiram para a saída, por incrível que pareça era apenas uma saída para cada pessoa, toda aquela frescura para entrada e na saída eram misturados. Antes de sair Amber sentiu uma mão agarrar seu braço, era Erick – Corre querido, a não ser que você queria fazer uma visita para Molie, melhor dizer, companhia – Amber forçou o braço para frente, forçando Erick a soltá-la. Ela não quis ouvir o que ele queria falar, apenas saiu andando atrás de Hellen quando ele a soltou. Enquanto Amber levava-os para passear, para ser mais exato estavam indo para APT, uma balada de pessoas eleitas. No andar superior possuí lounge e no andar inferior é uma balada, não é lotada, pois não é qualquer pessoa que entra. Amber não era o tipo de garota desprevenida, ela já havia reservado o lounge para eles, então não teria problemas por hoje. Do outro lado da cidade, Dandara fazia uma vistoria no apartamento de Natalie, para ser mais exato, no antigo quarto de Brandon, que agora abrigava Cindy. Kirsten havia comentado com Amber que Verônica esteve no apartamento dela conversando com Cindy e como ela não confiava nem um pouco em Verônica ou Cindy, preferiu averiguar, como não poderia entrar e sair quando quisesse do quarto de Cindy, Dandara ficou cuidado de Taysson e aproveitou para vasculhar, Natalie não sabia, até porque ninguém sabia o que era para procurar, nem mesmo Dandara. Enquanto Taysson dormia tranquilamente no berço, Dandara revirava o quarto, já havia tirado gavetas dos lugares, livros que estavam sob a escrivaninha de Brandon agora estavam no chão, lógico que ela iria limpar tudo depois. - O que eu estou procurando? – Dandara parou e ficou encarando o nada – Que ódio, eu arrumo cada coisa – Ela estava falando em voz alta para que pudesse raciocinar melhor – Se eu fosse um documento importante, onde me guardaria? – Dandara começou a encara o quadro que estava pendurado encima da cama, no quadro estava desenhado o central parque. Dandara aproximou-se do quadro, quando ela o pegou observou que tinha um envelope grudado na parte de trás. – bingo – ela celebrou quando viu que o envelope era timbrado – Stuart Clinica de Fertilização – leu em voz alta Selecione um contato: Amber "Achei algo, Stuart Clinica de Fertilização, te lembra algo?" Tem certeza que gostaria de enviar essa mensagem: "SIM". Julho, 22. APT 7h 00m O dia já havia clareado, o sol estava entrando por algumas frestas da janela. Os copos de tequila estavam jogados no chão próximo a eles, Hellen estava jogada no sofá central, dormia abraçada com um travesseiro rosa, não conseguiu nem tirar os sapatos. Kirsten e Tyler estavam deitados no Cytica, uma espécie de gazebo, mas não o encontra em qualquer lugar, ele ficava atrás do sofá onde Hellen estava deitada. Ellie estava deitada no puff ao lado do Cytica, abraçada com duas almofadas, ela havia juntado dois puff's para fazer uma cama. Todos estavam arrumando uma forma de dormir um pouco mais, já que era possível ouvir algumas buzinas que vinham das ruas próximas. Amber não estava no lounge, ela havia saído faz tempo, foi vista apenas pelo DJ, que saiu junto com ela. Eles dividiram o elevador, ele sorriu para ela, podia dizer que eles trocaram telefone, mas não posso garantir nada. Kirsten virava para um lado, não dava cinco minutos, ela virava para outro. Tyler estava sorrindo, quando abriu os olhos encontrou Kirsten olhando para ele. – Você é lindo – Ela disse acariciando seu rosto, Tyler ficou com a bochecha rosa, ele esconderia dentro de algum armário, se estivesse perto de algum. Ele sorriu para Kirsten e a beijou, um selinho, coisa rápida. - Podem parar, estamos aqui! – Disse Hellen virando para eles e rindo – E só para avisar, eu sou ciumenta com as ruivas que aparecem na minha vida – completou. - Cala a boca Hellen, deixa o casal – Ellie falava deitada com uma almofada no rosto e a outra atrás da cabeça. - Prometo fazê-la feliz – Respondeu Tyler. Ele olhava para os olhos de Kirsten e sorria, depois mordeu o lábio inferior dela e puxou para ele, começando um longo beijo, era de dar inveja em qualquer pessoa. Era possível ouvir a respiração de Hellen, principalmente por que ela fazia questão de "bufar" de propósito. - Amber, acorda. Esta na hora – Disse Ellie ainda deitada, na verdade todos estavam. Eles esperavam uma resposta de Amber e quando não ouviram, levantaram a cabeça – Cadê a Amber? – Perguntou Ellie - Não faço a mínima idéia – respondeu Hellen. - Nós também não sabemos – Disse Kirsten e Tyler juntos Ellie decide levantar e ir até a mesa central, que ficava próxima ao sofá que a prima estava deitada, havia um vaso de rosas encima da mesa e embaixo tinha um envelope. Quando Ellie pegou o envelope branco, ela viu um beijo, era um batom vermelho. Ela abriu o envelope e começou a ler em voz alta. "Bom dia, queridinhos!O Café da manhã será servido as nove, na casa da Kirsten. Não que ela saiba ainda, mas Natalie sabe, não iria fazer algo sem a autorização. Não sou louca, quer dizer, não muito. Espero que vocês não se atrasem, odeio comer tarde. Beijos, amo vocês!" - HAHA – Era possível ouvir Kirsten rindo no primeiro andar – Ela não tem jeito mesmo – Completou - Eu preciso ir ao hospital – Disse Ellie - Não, primeiro você vai comer com a gente – Disse Hellen levantando, olhando no relógio de pulso – E falando nisso, temos que começar a nos preparar – Todos levantaram e começaram a procurar seus pertences, já que tinha cada coisa em cada canto, tudo o que deveria estar organizado, não estava. Terceiro distrito policialManhattan - Que merda foi aquela Amber? – Cindy berrava com Amber na sala de interrogatório da policia de Manhattan - Abaixa a voz – Amber estava em pé na frente de Cindy a única coisa que separava ela de Cindy era uma mesa de madeira, não era muito forte, mas Amber apoiou as duas mãos sobre a mesa – Grita mais uma vez, que eu vou garantir que você fique aqui pra sempre – Completou Amber - Tudo bem – Disse Cindy levantando as duas mãos para cima – Agora me fala, que merda foi aquela – ela manteve a voz baixa, respirou fundo ao final da frase e sorriu sarcasticamente - Você não quer seus pais fora? – Perguntou Amber, Cindy concordou com a cabeça – Então, faça as contas, se eles forem presos do nada, virão atrás de você, só que se você estiver envolvida com isso, quero dizer, se você for acusada, não vão duvidar de você – Explicou Amber, sentando na cadeira que estava ao lado - Ta, entendi – disse Cindy – Mas que horas vou sair daqui? – - Olha o advogado que Natalie contratou disse que consegue te tirar daqui até o final do dia – Amber levantou e foi em direção a porta – E vê se não arruma encrenca – Colocando a mão na maçaneta e forçando para baixo – Terminamos – disse ao guarda que estava do lado de fora da sala Amber foi para a sala do diretor do terceiro distrito, ele estava sentado e ofereceu uma cadeira a ela, Amber sentou-se e sorriu. Ele pediu para que os outros funcionários saíssem, ficando sozinho com ela. - Você tem certeza que quer deixá-la o dia todo aqui? – perguntou a Amber - Sim, acredite em mim Sr Miller, será melhor para muita gente – Respondeu Amber - Se é assim que você quer – - Obrigada – Amber sorriu – E quanto a Mollie, a outra menina presa ontem? – - Ela será encaminhada para um colégio interno, já que Cindy possuí um fundo de segurança, ela irá bancar a reabilitação da irmã – - Fundo de segurança? – - Sim, um dinheiro significante, não muito, mas será o suficiente por alguns anos – Respondeu Sr Miller - Obrigada novamente Sr Miller, qualquer novidade me deixe informada – Amber levantou-se e seguiu até a porta, virando novamente para Miller – O meu pai ficaria muito agradecido pelo o que o senhor está fazendo – Amber saiu da sala, fechando a porta após sair. Miller era um dos melhores amigos do pai de Amber, ele ajudava sempre que necessário. Uma vez, um ladrão invadiu a casa da avó de Amber, não aconteceu nada de mais, ainda bem, pois Amber estava deitada junto com Ellie no quarto da avó. O pai de Amber ligou na mesma hora para Miller, em menos de cinco minutos, quatro viaturas estavam paradas na porta e o ladrão acabou rendendo-se sem levar nada. 8h 30m Edifício Chrysler - Não é justo! – Especulava Hellen – Fui obrigada a vir ao lado do motorista, ele era estranho, não sei se vocês reparam, mas ele tinha uma taturana com pelos alguns pelos brancos em cima da boca - Conforme Hellen falava, ela mexia as mãos, se alguém segurasse suas mãos, sinto que ela não iria falar - Não reclama Hellen, ele curtiu você, aposto que ficaria com você sem pensar duas vezes – Disse Ellie enquanto apertava o décimo andar, era possível ouvir as risadas do vigésimo andar, eles conseguiram fazer mais barulho do que as crianças da creche do brooklyn. Quando o elevador abriu, todos desceram no décimo andar, a porta do apartamento de Kirsten ficava no final do corredor, à frente, era possível vê-la. – Será que eu devo? A Cindy... – Disse Ellie parando atrás de todos - Ela ainda esta na delegacia de Manhattan – Disse Kirsten – minha mãe mandou mensagem dizendo que o advogado da família estava indo pra lá – Kirsten mostra o celular com a mensagem para Ellie. De: Mamãe "Querida, o Dr. Bryan está indo até onde Cindy está detida, não sei quando saíra de lá. Divirtam-se, o apartamento é de vocês" Ellie sorriu quando leu e ficou tranqüila, deixando levar-se pelo momento. - Bom dia Kirsten – Disse Dandara abrindo a porta antes mesmo que Kirsten pudesse abri-la - Bom dia Dan – Após Kirsten entrar, todos entraram atrás e sentaram a mesa. Era possível observar tudo do lado de fora, a parede era totalmente de vidro, quando pequena, Kirsten costumava tomar café da manhã com seu pai e ficar observando as nuvens, enquanto Brandon dormia e dava trabalho para Natalie acordá-lo. - Está faltando uma de vocês, não está? – disse Dandara observando as meninas sentadas envolta da mesa. Ela havia preparado um belo banquete, tinha suco, vodka, copos com gelos, croissants da quinta avenida, eram de longe os melhores croissants de Nova Iorque, vários pães e antepastos, tinha fruta a perder de vista. - Sim, a Amber, mas logo ela estará ai – Disse Kirsten – Falando nisso, ela está atrasada – - Eu? Atrasada? Não exagere – Disse Amber abrindo a porta da sala – Excusez-moi – Amber fez uma reverencia para todos. Esse era o jeito dela não ter que dar beijo e abraço em todos. Sentando ao lado de Ellie e Tyler, Amber pegou um croissant e colocou um pedaço grande na boca – do que estavam falando? – disse após engolir. - sobre o seu atraso – Kirsten brincou - Com licença – interrompeu Dandara – Aqui esta a revista que me pediu Amber, marcada na página quinze – Dandara entregou uma revista da vogue paris, dentro da revista estava o envelope que havia encontrado noite passada - Obrigada Dandara, você é um amor – Amber fez uma cara, até parecia que ela tinha pedido a revista. - Para que é essa revista Amber? – Perguntou Ellie - Para ler – Amber sorriu – Você esta ficando muito tempo no hospital e não esta conseguindo lembrar-se das coisas que fazemos fora dele – - Falando nisso, preciso voltar ao hospital – Disse Ellie levantando-se e indo em direção a porta, no caminho pegou sua bolsa que estava no sofá à direita - Eu vou com você – Dandara gritou da cozinha, veio correndo até a sala para poder acompanhar Ellie – Cuide do seu sobrinho Kirsten – disse antes de sair - Pode deixar Dan! – Kirsten sorriu, logo em seguida subiu para ver se Taysson estava bem, Tyler acompanhou, deixando Amber e Hellen sozinhas - O que está aprontando Amber? – Sussurrou Hellen - Nada, apenas resolvendo pendências – respondeu - Espero que essas pendências não atrapalhem a vida de ninguém, principalmente a sua - retrucou Hellen - Pode deixar, não vão – - Vocês ficaram sabendo do garoto que morreu aqui em Manhattan? – Disse Kirsten descendo as escadas com o jornal na mão esquerda e observando-as - Quem foi dessa vez? – Perguntou Hellen - Jimmy, é o que está escrito aqui, alguns moradores de rua o conhecia assim. Vocês conhecem? – Disse Kirsten – A policia ainda está procurando por familiares, até divulgarem o sobrenome dele, vai demorar um pouco – - Jimmy? – Amber largou a banana que estava pensando em comer – Como ele é? – - Veja você mesma – Kirsten aproximou-se de Amber e a entregou o jornal. A foto de Jimmy estava na primeira capa do New York Times, uma nota falando sobre sua morte e logo abaixo, uma nota falava sobre o tráfico e consumo de drogas em Manhattan, ambos cresciam juntos, tão rápido quanto pudessem imaginar. - Não acredito – Disse Amber observando a foto de Jimmy. Suas mãos começaram a suar, ela estava pálida. - Você está bem? – Disse Hellen observando a mudança de Amber - Não tenho certeza – Respondeu Amber - Você o conhecia? – Perguntou Kirsten enquanto colocava água em um copo para Amber. Entregando-a, sentou ao seu lado. - Mais ou menos. – Respondeu – Uma vez esbarrei com ele no Central Park, estava estranho. – Amber procurava onde seria o velório na nota que havia no jornal – Cemitério Trinity, Manhattan – a voz de Amber era baixa - O que? – Kirsten levou a mão direita ao braço de Amber e começou acariciá-la - O velório. Eu vou – Disse Amber - Vou com você – Disse Hellen observando-a - Então vamos, agora. – Amber se levantou, foi até o sofá onde havia deixado a revista e sua bolsa. – Me desculpa sair assim – Disse a Kirsten - Não se preocupe. Fique bem – Respondeu Kirsten observando as duas saírem - Ficarei – Respondeu Amber. Já no elevador, Amber se olhava no espelho lateral. Hellen estava observando-a, preocupada com o que ela estaria pensando. Amber nunca ficava quieta igual estava. - Amber – Disse Hellen – O que você está pensando em fazer? – - Ir ao velório – Respondeu Desceram no hall principal, saindo do elevador assim que a porta abriu, não estavam com pressa, mas também não havia tempo para gastar. O velório iria começar em trinta minutos e Amber não queria perder.

Quando estavam dentro do táxi, Amber abriu a revista na pagina marcada e lá estava o envelope, ela então o guardou dentro de sua bolsa - O que é isso? – Perguntou Hellen – E porque a Dandara te entregou? – - Agora não Hellen – Respondeu Amber enquanto colocava seus óculos de sol – Depois respondo qualquer pergunta – - Tudo bem – Trinity 770 Riverside Drive9h00 A. M. O velório estava sendo junto ao túmulo, com o caixão fechado, da mesma forma que chegou do necrotério. Ninguém tinha ordem para abri-lo. O caixão não havia descido ainda, mas já estava preparado. Em cima o caixão havia uma rosa, era vermelha. Sua cor era tão forte que se destacava sobre a tampa preta.

Ao lado direito, uma mulher loira, tinha pouco mais de cinqüenta anos, chorava segurando um boné dos Knicks. Era o time preferido de Jimmy, antigamente não perdia um jogo, até acabar fazendo escolhas erradas.

Não havia muitas pessoas, meia dúzia, sendo exato. Ao lado da senhora, havia uma menina de, no máximo, dezoito anos. Parecia que havia chorado a manhã toda, mas por hora conseguia controlar-se. - Meus sentimentos – Disse Amber aproximando-se da menina e entregando-a uma rosa vermelha. Antes de aproximar-se, ela havia ido até o caixão e depositado uma rosa. - Obrigada – Respondeu a menina ao lado – Você o conhecia? – - Não muito – Amber tentou sorrir, mas não conseguiu – Nos esbarramos outro dia – Ela não iria contar que ele estava com um pacote cheio de maconha, já era demais estar enterrando-o - Nossa – Disse a menina sorrindo – De qualquer forma, obrigada. Meu nome é Cloe March – Disse estendendo a mão - March? – Perguntou enquanto apertava a mão de Cloe - Sim, irmã do Jimmy. – Amber não acreditava no que estava ouvindo, ela não conseguia imaginar qual seria o grau de parentesco que Erick teria com Cloe e Jimmy. Mas ele conhecia Jimmy, não era mais ou menos como ele havia dito, ele o conhecia bem, era da família. - Amber – Disse Hellen puxando o braço da amiga – Acho que você deveria olhar para trás – Quando olhou para onde Hellen estava olhando, viu Erick aproximando-se, ele estava sozinho, usava óculos de sol e um terno preto. Amber queria ir até lar e interrogá-lo, mas sabia que ali não seria momento apropriado. - Ali está meu irmão mais velho – Disse Cloe apontando para Erick - Seu o que? – Perguntou Amber - Irmão – Cloe se levanta e vai de encontro a Erick - Precisamos ir embora – Disse Amber a Hellen - Você está bem? – - Não sei, apenas vamos embora – Amber pegou a mão de Hellen, puxando-a para a saída. Quando passou ao lado de Erick, ele a viu, só não a parou para conversar. Ele não poderia, pelo menos não ali, conhecendo-a como ele conhecia, ela iria brigar. Tudo o que sua família não merecia era uma cena, ainda mais quando seu irmão mais novo estava dentro de um caixão frio.

Cloe segurou a mão direita de Erick e o acompanhou até ao lado do caixão, observando as duas rosas, uma ao lado da outra e como se destacavam. Cloe estava chorando, ela tentou conter a primeira lágrima, mas não conseguiu, então disparou a chorar.
Erick não demonstrava nenhuma reação, não chorava, não ria, não fazia nada, além de ficar parado ao lado da irmã. Ele estava lembrando-se da ultima vez que viu Jimmy e do que havia falado pra ele.

De certa forma, Erick era culpado por seu irmão está morto, mas ele não se sentia assim, ele pensava que cada um fazia o que quisesse da vida, ele não iria se culpar pelas escolhas erradas do irmão, mesmo tendo facilitado tudo, principalmente a morte. Edifício Chrysler
Décimo terceiro andar.
7h00 P. M. Assim que saíram do velório, Hellen e Amber foram direto para casa. Amber não queria falar com ninguém, não queria ver ninguém, estava com um nó na garganta, seu estômago doía, até parecia que havia levado um soco.

Quando chegaram, Hellen tentou conversar com Amber, mas ela simplesmente a ignorou e foi para seu quarto. Amber só parou de chorar quando começou a dormir.

Os olhos de Amber estavam lutando para ficar fechados, ela não queria acordar, levantar ou fazer qualquer outro tipo de esforço. Ainda se lembrava de quando conheceu Jimmy, ele estava tão mal e Erick não fez nada para ajudá-lo, apenas o deixou ir. Um monstro!
Ela não conseguia acreditar que um dia conseguiu sentir algo por ele. Amber tinha certeza que Erick sabia sobre as drogas que o irmão usava, mas porque ele não o ajudou, ela não sabia, mas iria descobrir. Selecione um contato: Amber

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