A Babá.

CAPÍTULO 9

Melissa Oliveira

O medo de perder a filha estava bem claro no rosto de Luan, sinto tanta pena de vê-lo assim.

-Jade tem mais chances de ficar com ela do que eu, ela é a mãe, e Alice ama ela. Eu te peço que, qual seja o resultado dessa audiência, que você continue trabalhando pra mim, a gente arruma alguma coisa pra você, mas não vá embora, por favor.

-Eu não iria, eu amo trabalhar aqui, eu adoro você e a Bruna, e se a Jade ficar com a guarda da Alice, ela vai vir passar alguns dias aqui não? Eu ajudarei você a cuidar dela. - Sorri.

-Obrigado Mel, muito obrigado. Eu estou com muito medo.

-Eu sei, mas vai dar tudo certo, vamos ganhar!

-Queria ter essa esperança que você tem.

Depois de uma longa conversa e desabafos, descemos as escadas e caminhamos em direção a sala, onde Bruna e Alice brincavam.

-Filha, o que acha de irmos até o parquinho? Faz tempo que você não vai brincar lá.

-Eu iria amar, papai.

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Já estávamos no parque, eu e Luan estávamos correndo, estávamos brincando de "Pega-pega" com Alice.

-Corre Mel! - Luan me olha sorrindo e corre.

-Eu vou te pegar títia!

Bruna estava com seu namorado. Os pombinhos estavam afastados, mas mesmo assim Luan não tirava os olhos dele.

Entendo ele, está preocupado com sua única irmã, é bem normal essa atitude dele.

Estava tão distraída com Bruna e seu namorado que acabei tropeçando em uma pedra enorme, e acabei caindo, machucando meu joelho.

Deus, como isso dói.

-Me? Você tá bem? -diz me estendendo a mão para me ajudar a levantar.

-Está sim, acabei machucando o joelho, mas não dói tanto.

Mentirosa, dói pra caralho.

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Já estávamos em casa, Luan pediu que eu fosse com ele para o tribunal pra ficar com Alice, ja que Bruna teria uma gravação pra fazer hoje e não poderia ir.

Não me incomodei com o pedido, afinal, esse é meu trabalho, cuidar da Alice.

Luan Rafael

A primeira pessoa que vejo assim que chego no tribunal é Jade, estava linda como sempre e seu sorriso encantador.

Entendo por que me apaixonei por ela, é uma mulher realmente muito bonita e atraente.

Ela vem até mim e me cumprimenta, diz que vai ficar tudo bem e que não quer que sejamos inimigos.

-Não quer ser minha inimiga mas está levando essa história a diante. - Não a encaro, mantenho meu olhar fixo na parede a minha frente.

-Ela é minha filha, Luan. E eu vou lutar por ela.

-Lutar como da outra vez? Você largou ela comigo, Jade! Se esqueceu?

-Eu era jovem e não tinha como cuidar dela.

-E agora você tem?

-Eu..

-É o que eu pensei. Desista disso enquanto há tempo.

-Nunca!

++++++

-Senhor juiz, a senhorita Jade Magalhães não quis a guarda da Alice dois anos atrás!

-Mas agora eu quero! Eu amo a minha filha!

-Silêncio! Senhorita Magalhães, agora é a vez do senhor Santana falar.

O que foi decidido até então, é que uma assistente social iria visitar a minha casa e a de Jade, para ver onde a Alice viveria melhor, essa é minha última chance.

O juiz praticamente deixou claro que a Jade merece a guarda.

Não acho que ela seja uma mãe ruim, só não é presente, e por esse motivo não quero minha filha com ela.

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Tomei um banho, precisava disso, dou uma arrumada no meu quarto, estava uma zona, até que um som de batidas na porta ecoa pelo quarto.

Caminho até a porta e escuto a voz de Alice.

-Papai, posso dormir com o senhor?

-Claro amor, vem. - Pego ela no colo e vou pra minha cama. -Não conseguiu dormir?

-Estou com medo papai, eu amo a mamãe, mas não sei se quero morar com ela. Eu amo ficar aqui.

-Eu sei querida, mas vai dar tudo certo e você vai continuar morando com o papai. Agora vamos dormir que já está bem tarde.

Sou acordado no dia seguinte por Mel, ela abria as janelas e cantarolava algo que não entendi.

-Bom dia Luan, a assistente social chega em vinte minutos. A Alice já está arrumada e já tomou café da manhã.

-Só mais cinco minutos, por favor...

-Levante e vá lutar pela sua filha, homem!

-Tudo bem, tudo bem. Já vou me aprontar, onde está Alice?

-Tá bom, cadê a Alice?

-Tá na piscina, mas não entrou, não se preocupe.

-Você deixou ela sozinha? Mesmo que ela não tenha entrado, ela pode cair!

-Calma, eu só vim aqui pra acordar você, já que parecia que estava em coma eterno! Eu já vou indo, não demore.

Passou mais de uma hora, até a assistente social chegar, ela ligou avisando que houve um imprevisto e que demoraria um pouco pra chegar.

Assim que ela entrou na sala, percebi o quão bonita ela era. Talvez eu pudesse usar o meu charme ao meu favor.

-Bom dia senhor Santana. - ela da um sorriso e e me estende a mão para me cumprimentar. - Eu me chamo Carla Almeida.

-Bom dia senhorita Almeida. Está muito bonita, é um prazer conhecê-la.

-Ah, obrigada, igualmente. Bom, posso dar uma olhada na casa?

A assistente social deu uma olhada na casa inteira, e o último cômodo da casa foi o quarto da Alice.

Ela saiu do quarto nos olhou com uma cara de: "vou ferrar a vida de vocês."

-Então senhorita Almeida, está tudo bem?