𝟒𝟔 | 𝐕𝐀𝐌𝐎𝐒 𝐂𝐎𝐍𝐕𝐄𝐑𝐒𝐀𝐑

Începe de la început
                                    

— Eu acho que ganhei uma aposta — ela diz, cobrindo a barriga com rapidez e ficando em pé. — Nosso filho vai ser palmeirense.

Sim, ela disse "nosso" filho. Eu só posso estar sonhando.

— Mas... — ela continua antes mesmo que eu possa formular qualquer frase para dizer — podemos pensar nisso com calma depois. No futuro. Um jogo não pode definir as coisas assim. 

— Que bom — suspiro, realmente aliviado. — Só Deus pra ter noção da dor que seria se meu filho fosse palmeirense, principalmente após essa derrota.

Luanna sorri para mim, assentindo. E eu só consigo reparar naquele sorriso lindo e na forma como seus olhos se fecharam ao fazer isso. É natural e ela é tão linda que chega a doer, principalmente por saber que ela ficou todo esse tempo achando que eu a enganei, que a fiz de otária.

Preciso consertar as coisas entre a gente. E preciso fazer isso agora.

— Luanna, eu...

— Shii — ela me impede de falar colocando os braços em meus ombros. Se apoiando em mim e mantendo aquele lindo sorriso na cara. Não sei se fico confuso ou fico feliz com sua reação positiva. — Eu já sei a verdade.

— Sabe? — fico confuso pra caralho. — Como? Eu... eu ia...

— Não precisa se explicar, Gabriel. Eu te entendo. Acreditei no que o Fabinho disse porque fez sentido no momento. Mas agora tendo noção do que você sente por mim de verdade é... — ela se cala sem saber como dizer. — Desculpa ter me fechado pra isso e não ter deixado você se explicar.

— Não — nego de imediato, colocando as mãos em sua cintura e ganhando apoio em seu corpo. — Não peça desculpas. O erro foi meu. Você tinha o direito de ficar confusa. Eu que demorei demais pra falar a verdade sobre meus sentimentos. 

— Mas você falou e eu não acreditei. — ela informa passando os dedos pela minha barba e olhando fixamente para meus olhos. — Vacilei com você. E eu peço perdão por isso.

— Não fala assim. Você não fez nada, foi um mal entendido. A culpa não é sua. Se quer culpar alguém, culpa o Fabinho.

— Não, coitado — ela ri do que digo. — É sério. Eu dei mancada também. Sempre quis que você fosse sincero comigo, mas eu nunca fui sincera com você. Então... vou ser sincera agora.

Há uma puta pausa dramática em que Luanna cria coragem para dizer as próximas palavras, desviando o olhar, e meu coração martela de ansiedade dentro do meu peito enquanto espero.

Quando seu olhar volta a me encarar, meu coração para de bater.

— E-eu... — ela gagueja, fica sem graça, mas não deixa de dizer: — Eu te amo, Gabriel.

Arregalo os olhos sem acreditar no que estou ouvindo.

Okay, se isso aqui realmente for um sonho, já sei que vai doer demais quando eu acordar.

— Esse é o meu sentimento por você — ela continua, me deixando tão desnorteado que eu posso cair duro no chão. — Não tem como alguém descrever o que sente por um outro alguém sem dar nome ao que queima em seu coração. E eu dei nome ao meu sentimento. Pode parecer loucura. Pode parecer um absurdo. Mas...

— Não é loucura — interrompo sua fala antes que ela comece a se desculpar por me dizer a coisa mais maravilhosa que eu já ouvi. — Porra, Luanna. Isso é tudo, menos loucura. 

Ela sorri de novo e me surpreende mais uma vez ao me puxar até que nossas bocas se encontrem.

Luanna me beija e nunca foi tão verdadeiro quanto agora. Nunca senti meu coração tão acelerado e aquecido quanto agora. Puta que pariu, ela devia ter dito isso há muito tempo. Ou eu devia ter dito. Porra!! Por que perdemos tanto tempo?

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