- Estava com saudade, raposinha - seu sussurro confidente em meio aos dedos suaves e o toque gentil, ele sentia conforto, seu corpo cansado e sua mente problemática descansavam.

- Nos vimos no almoço, não? - (Nome) o diz com sua voz doce, apaixonada e preocupada, ele estava sempre tão ocupado...ele ainda se lembrava dela?

- Sim, mas, é tempo demais para um homem apaixonado - uma lágrima e ela prontamente a limpa - pelo que sei, temos que jantar agora, Mirna fez seu prato preferido - Tom beija a palma de sua mão, se levantando junto a mulher - vamos, Clarie nos aguarda - assim o casal se dirige até a sala de jantar, em silêncio, (Nome) estava silenciosa e isso o preocupava.

- Papai - Clarie acena para o homem já sentada em sua cadeirinha alta, ela que já estava com seu prato em sua frente, primeiro a salada, era assim que (Nome) organizava suas refeições - ah...hm...olá mamãe - a criança olha para o lugar em frente ao seu - como estão? - a criança os pergunta em dúvida.

- Estamos bem, assim como a raposinha - Tom responde ao ter seu prato colocado em sua frente, silêncio, seus jantares vinham constantemente estabelecendo um silêncio duradouro - o que há, pequena raposa? - o lorde pergunta ao levar um pouco da(o) (comida preferida) a boca, ela não comia, apenas observava o prato, (Nome) observava em silêncio, seus olhos chorosos e entristecidos.

- Eu...não quero comer isso, papai - Clarie o responde abaixando sua cabeça, (Nome) suspira com lágrimas nos olhos, ele tinha que intervir.

- Não tem problema, pequena raposinha, podemos trazer outra coisa para que você coma conosco - Tom a informa pacientemente, um sorriso nos lábios de sua esposa o confortando.

- Não, eu não quero mais, não quero mais, papai - lágrimas desciam de seus olhinhos amáveis e a criança desce de sua cadeirinha, correndo para longe da sala, Mirna corre juntamente a ela, ele toca sua cabeça em cansaço, nem mesmo sua criança o obedecia.

- Querido - Tom sente o toque em seus ombros se afastando como se o causasse repulsa, ele nega, não queria ouvi-la, queria gritar com ela, discutir, a machucar.

- Não, você nem sequer se move, você não diz nada, ela nem sequer a considera como mãe, por que permite algo assim? - ele bate seu punho contra a mesa, a mulher se assusta se afastando - o seu sonho era ter uma criança, o nosso sonho...por que a está negando agora? É a porra da sua filha, diga algo, faça algo, eu não quero ter que ficar agindo como....como uma mãe, inferno - ele se levanta, a deixando para trás, a imagem da mulher cansada se perde por entre as paredes da sala luxuosa.

Sentado em seu escritório, ele via o jardim, o jardim de (flor) dela, nem sequer isso ela cuidava agora, a mulher havia abandonado tudo, simplesmente abandonou a mulher que ela era, ele não entendia...não.

Suspirando ele aparata para o único lugar em que ele sentia algo, sua casa de verão, ele nada encontra, estranho, ele havia mentalizado, caminhando em silêncio, ele se movia por entre as ruas de pedras, ele se perdia em pensamentos, até a encontrar, a tão estimada casa de verão.

Assim como, sua mulher na porta dela, o esperando, o homem se aproxima irritado, ele a via perfeitamente, como a brisa fazia com que seus cabelos se movessem e a luz da lua realçava sua pele. Linda, tão linda.

- O que faz aqui? - fora sua afiada pergunta, ele estava irado, ela sorria fraco em cansaço, o que o irritava ainda mais, do que ela estava cansada? Ela não fazia nada, ele nem sequer a via levantar-se da cama.

- Eu nunca saí daqui você sabe, querido - fora sua resposta afiada, chuva, estava começando a chover, a água caindo pelos seus corpos.

- Desde o verão...é como se você não fosse mais a mesma - Tom a abraça com força, sentindo seu corpo junto de si.

- Não foi eu quem deixei de ser, é você quem se tornou - (Nome) dita se afastando, as lágrimas e Tom nada entendia - olhe pra mim, olhe pra nossa casa...olhe para a realidade, Tom - ela o diz se afastando por entre a casa, ele a segue, seu coração pulsando fortemente, ele a seguia, a buscava - eu nunca saí daqui, Tom, nunca deixei esta casa - seus sussurros sondam sua cabeça, o confundindo, o desesperando por não vê-la - olhe pra mim, eu estou aqui, tudo aqui sou eu - sua mente o martelava, como fortes pancadas em sua cabeça.

- Não, NÃO - seu grito de loucura, enquanto ele sentia seu corpo parar em cansaço e dor, profunda dor.

- Olhe em volta, Tom, olhe para a realidade, meu amor - ele não conseguia vê-la, doía, ela o estava torturando? Ele merecia, merecia tudo o que ela ditasse como correto.

- NÃO, VENHA AQUI, PARE COM ISSO - seu corpo suava e o lorde se abaixa, encolhido, era como se algo mudasse, algo em que ficava escondido viesse à tona...algo doloroso, mais do que doloroso.

- Olhe para a realidade, Tom, olhe para mim - ela o pede, ele abre seus olhos a buscando, sua casa, aquela em que costumava ser sua casa, escombros, madeira escura e sem vida, pó, nada mais, não havia uma casa, não havia nada além do vazio em uma terra escura infértil.

- O que é isso? Não, está brincando comigo de novo - suas lágrimas desciam e rolavam, enquanto ele só via o escuro, ele sabia, sabia perfeitamente - não, não, não - chorando, chorando livremente ele grita de dor, encolhido em meio aos escombros do que um dia havia sido sua casa, a chuva o molhava e os trovões tornavam seus gritos silenciosos.

- Mirna, você acha que o papai...o papai vai deixar a mamãe descansar? - fora a pergunta da criança que estava deitada pronta para dormir.

- Querida, sua mamãe está descansando, é seu papai quem está sendo perturbado pelas suas memórias - a idosa acariciava seus cabelos delicados enquanto a criança beija uma foto da mulher alegre junto a seu pai e uma versão menor sua.

Era de madrugada quando ele pegara aquele jornal novamente:

"Feitiço das Trevas Mata Primeira Dama

Na madrugada da sexta-feira(26), a Mansão Riddle fora vítima de um feitiço devastador, Fogo Maldito, aquele conhecido por consumir tudo em sua volta, deixando dois feridos e uma morte, morte da nossa querida Primeira Dama, (Nome) Riddle, segundo relatos, a morte da pocionista foi causada enquanto a mesma conteve o fogo dentro de uma redoma de proteção, um feitiço desconhecido em que conteve o fogo sem que ele se expandisse pelas proximidades da propriedade.

Uma perda dolorosa para nação bruxa, uma mulher forte, carismática e honesta.
Que o nosso ministro e sua pequena criança encontrem conforto e a solidariedade do povo nesse momento doloroso e de trevas"

Cada palavra, cada termo...

Aquele momento vivia em sua memória, o momento em que ele viu sua esposa dar a vida por ele e sua filha, ela sorria, sempre sorria, enquanto o seu coração se partia.

Ela foi queimada viva, ela e sua criança em seu ventre, sua segunda filha, ele iria contar à ela, iria contar de que ele sabia que ela estava esperando por um segundo bebê.

Riddle chorava, chorava como nunca, faziam cinco meses, cinco meses sem sua presença, cinco meses em que ele havia virado cinzas, cinco meses em que todas as noites ele sonhava com o fogo, com o grito e com a dor, a dor aguda da perda.

Dor que o consumia, o enlouquecia, ele não queria aceitar, não, ela estava viva, estava com ele...todos os dias, ela estava com ele.

Ele tinha feridas incuráveis, que não iriam cicatrizar, iria arder, iria doer, machucar...então seu consolo, seu consolo era...

- Olá Tom - sua voz soa ao longe enquanto o homem se voltava para a janela.

- Olá querida, demorou a chegar - ao se aproximar da figura pálida, sua voz soa apaixonada, assim como sempre o fizera.

Seu único consolo era, imaginar.

• Aí...doeu •

• Perdão se não ficou algo "uau, impressionante", mas, tenham calma, temos mais quatro pela frente •

• Beijos da mamãe Nicole e até o próximo •

Imagines - TOM RIDDLEWo Geschichten leben. Entdecke jetzt