💙 Capítulo 1 🌻

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🥀 𝑹𝒐𝒔𝒂 🌹

Foleio as folhas em minhas mãos, tentando me manter acordada, depois de uma noite de sono mal dormida, já faz alguns dias que por conta própria eu resolvi parar de tomar os remédios que me ajudam a dormir. Na esperança que não preciso mais deles, erro meu.

Provavelmente vou continuar usando drogas pelo resto da minha vida para conseguir dormir...

Me tiro dos pensamentos, quando escuto o alarme do meu relógio tocar, avisando que falta dez minutos para a próximo consulta de um novo paciente. Me sinto estremecer ao lembrar dos olhos desesperados dos pais do paciente, Benedito, estava na cara que eles não sabiam mais o que fazer.

Pego a fixa do Benedito, minhas anotações do que os pais dele me disse estava circulado, provavelmente o paciente tem depressão, o seu isolamento, a sua dificuldade em manter uma conversa com as pessoas, os seus braços com marcas de cortes que ate um mês atrás seus pais nunca perceberam.

Mas eu tenho em mente que é só o que os pais dele me disse, a mãe e o pais me disse a versão do que eles viram, mas o meu trabalho é ver a visão do paciente, entendê-lo e ajuda-lo. A maioria das pessoas que se cortam é para tentar parar de sentir a dor por dentro, aquela dor profunda que os médicos não conseguem curar.

Suspiro, eu sei bem como é essa dor.

Me levanto fechando a cortina e tirando a visão do céu e os prédios altos, não quero que esse paciente se desconcentre com o que tem lá fora, e sei que a maioria das pessoas com depressão preferem o escuro. Ajeito as coisas da minha mesa e vou em direção a porta quando minha secretaria avisa pelo telefone que o paciente chegou.

— Boa tarde - falo calma para os pais que estão em pé na porta da minha sala.

— Venha Benedito, - chama a mãe de benedito, Sra. Maria Alves.

O paciente anda escondido atrás dos pais, dou passagem para eles entrarem em minha sala, mas não seguro o arquear da minha sobrancelha quando vejo os pais se sentarem do lado de Benedito no sofá. Respiro fundo e continua na porta, esperando que os pais entendam que tem que sair.

 — Sr. e Sra. Alves, essa seção é só com o paciente - lembro, sabendo que antes eu já deixei claro para eles.

— Benedito está desconfortável, - Sr. Antônio fala calma - pensei que podíamos ficar na primeira seção. 

— Na minha opinião profissional eu não concordo. - falo seria, não deixando eles passaram por cima de mim, aprendi desde de pequena por causa da minha cor de pele que se eu não colocar limites as pessoas vão passar por cima de mim - Conversamos e já deixei claro isso, Benedito é de maior e por isso não tem necessidade de vocês na seção.

Vejo eles fecharem a cara, mas continuo parado com a porta aberta esperando eles saírem, eles percebem que não vou ceder, então se despedem do paciente e vejo o Sr. Antônio sussurrar algo para o Benedito. Que continua sem nenhuma expressão desde que o vi, seus olhos focados em suas mãos.

Quando finalmente os pais saem eu fecho a porta e me sento na cadeira do lado do sofá que está ele, para ficar perto e poder ver se ele terá alguma expressão. Vendo seus braços coberto por um moletom, eu engulo em seco, sabendo o que ele está escondendo por baixo.

— Se incomodaria se eu tirasse meus saltos - pergunto baixo para não assusta-lo.

Espero pacientemente sua resposta, e quando percebe que vou ficar esperando, ele balança a cabeça em negativo, seu olhar ainda em suas mãos paradas em cima das suas pernas. Tiro os sapatos e deixo as minhas pernas de um modo despojado na cadeira, mostrando que estou confortável, em uma tentativa - que as vezes dá certo - de deixa-lo confortável também.

— Prazer, eu sou Rosa Castro, - começo me apresentar - tenho 26 anos.

Fico em silencio, vendo sua reação que é só um pequeno movimento dos seus olhos azuis levantando para cima, mas um segundo depois ele volta a se concentrar nas mãos. Sorrio, sabendo que é sempre assim, a maioria fica em silencio na primeira seção, mas depois eles não param de falar.

— Então, como você não se apresentou, eu irei fazer isso por você - falo sorrindo, mostrando que não estou reclamando - Benedito Alves, 20 anos, ótimas notas, mas por algum motivo não quis mais estudar depois que terminou a escola...

Apresto atenção nele, seu corpo encolhido não diminui sua altura, ele e alto, o físico magro por baixo das roupas largas. O seu cabelo escuro parecem ter sido levados para trás com força pela forma bagunçada que está o cabelo para trás, anoto isso em meu caderninho, sabendo que terei que descobrir de alguma forma se ele que fez isso ou outra pessoa.

— Você sempre teve dificuldades em se comunicar com as pessoas, e prefere ficar sozinho no seu quarto - continuo, vendo que sua expressão a mesma, querendo ou não, começando a me deixar incomodada - Já ia me esquecendo, seus pais pegaram você no seu quarto cortando seus braços com um pedaço de vidro.

Vejo sua mãos apertaram juntas até um segundo depois abrirem calmamente, consegui uma reação, ele está me escutando, isso é bom. Já tive muitos paciente que simplesmente se perderam em pensamentos enquanto falo.

— Obviamente, isso foi o que seus seus pais me disseram.

Vejo por um segundo seu corpo encolher mais, tem algo com seus pais, anoto calmo em meu caderninho sobre essa reação, isso vai ser interessante, relacionamento abusivo com os pais para filho sempre são difíceis de trabalhar.

— Mas ao longo do tempo eu irei descobrir quem é o verdadeiro Benedito Alves - falo firme.

❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️❣️

Primeiro capítulo 🎉

Não esqueçam de clicar na estrelinha e comentar bastante para a estória engajar.

Estou aberto a escutar sugestões de cenas e o que pode acontecer na estória. Amo quando vocês opinam, me ajuda muito no enredo do que vai acontecer.

✨ Data que postei o capítulo: 23/08/2021

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