Capítulo XVI

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Três dos quatro estágios que eu desejava atingir, era o preço de caminhar e tocar onde não deveria, tentar sentar em uma mesa onde não foi chamado porque não é capaz de jogar já que não passa de um peão.

O primeiro estágio era por meu jogo.

O segundo por se aliar a Oliver para se deleitar em um falso controle enquanto assistia Rosalie ser torturada, desde a agressão física que era deleitada por seus torturadores e telespectadores como Peters e Hore, até cortes sobre antigas cicatrizes para que rasgasse a cortina do passado no momento certo, ou choques que variavam voltagem.

Rosalie não demonstrava qualquer reação, não existia mais a revolta de semanas atrás ou qualquer arquétipo de dor, ainda que duas pessoas tivessem se revezado para golpeá-la sem medir esforços a poucos minutos, ou que agora arrastassem agulhas e lâminas em sua pele.

Cada ataque foi como um soco em meu estômago, poderia ter a visto treinar e lutar, entrar em combate no tatame e conhecer sua fama, porém isso não mudaria minha reação sobre a situação.

Não acalentaria o ódio que corria em minhas veias como chamas, mesmo que contenha qualquer espasmo que poderia ser um golpe contra quem assistia com prazer a situação.

Cada corte obrigava-me a reaprender a respirar, minha mandíbula parecia que trincaria com o ranger discreto de meus dentes para não emitir um mísero som de reprovação ou frase ácida que piorasse a situação.

O sangue manchava seu corpo desnudo e o chão, o suor parecia marcar suas mãos estendidas e seu rosto inexpressivo, completamente vazio.

Era a prova de que se tornou um fantoche nas mãos de Oliver.

— Há quem diga que existiu muito mais que missões e sexo entre o escolhido de Koll e sua princesa — Albert sondou minuciosamente. — Seria isso verdade?

O silêncio foi a pior resposta para alguém impaciente que imagina ter o poder do mundo nas mãos, não era desespero ou necessidade pela resposta, e sim um ego a ser cultuado, assim bastou cinco segundos para que seu punho encontrasse meu rosto.

Espremi os lábios e contive o desejo de apertar as mãos presas ou me mover em ameaça, apenas um olhar furtivo de quem examinava onde poderia cortar lentamente para que sofresse em grunhidos.

— Vamos fale!

Não somos tão estúpidos quanto você e a sua boneca de porcelana.

— Não vai ficar calado por tanto tempo.

Não contive o riso sórdido que pintou em meu rosto, um sorriso sujo que escondia minhas reais intenções, não era apenas uma pirraça o que se passava em minha mente, mas as "n" formas de quebrar sua cabeça antes que perdesse o ar.

— Klein, faça melhor que isso, nosso companheiro ainda não está satisfeito.

O silêncio era tão necessário quanto o jogo com palavras, não poderia dar o gosto da maldita verdade para eles, o máximo que poderiam tocar seria um ego ferido por perder um jogo, não o abismo que me atirei com Rosalie.

Oliver poderia suspeitar, ou saber, contudo não deixou se espalhar ou a situação estaria pior, não estariam atrás apenas da minha cabeça. Estariam atrás do elo mais frágil e não mediriam esforços para descobrir qual era e onde estava, não poderia arriscar Agatha mais, ainda que custasse minha sanidade e o tempo de Rose.

O terceiro era por minha família e amigos, quem ele desejava torturar detalhadamente em minha frente e assassinar vagarosamente pelo prazer da grandiosidade.

Ardente Perdição - Duologia Volúpia - Livro II Onde histórias criam vida. Descubra agora