Capítulo 3

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- Procurando alguma coisa?

Levei um susto e tropecei, quase que caí na água, por sorte caí de bunda na madeira molhada do deque, a voz era do Sr. Esquisitão da casa abandonada, ou melhor, James.

- QUAL É O SEU PROBLEMA?

- Só fiz uma pergunta. – Ele ia andando e entrou dentro do barco, tampou com o manto os equipamentos e entrou lá dentro onde ligou uma das luzes, ele procurava alguma coisa lá dentro.

- Sua pergunta quase me fez cair dentro do lago. – Me levantei e entrei na lancha. – Esse é seu barco?

- Que seja. E não te interessa, e é uma lancha. – James pegou um pacote embaixo do banco e saiu da cabine.

- Você é rico? Porque Florence?

- Porque eu quis, o que você ta fazendo essa hora nesse lugar? Alguém pode querer te assassinar.

- Estranho, hoje mesmo você estava me expulsando da sua casa e agora quer fazer perguntas? Não duvido que seja você que queira me assassinar.

- Então eu vou embora.

- Faça esse favor pra mim. – Não, ele não foi embora, se sentou na lancha e ficou olhando para o lago. Eu saí e fiquei parada no deque. – O que você quer?

James curvou a cabeça e ficou olhando pra mim.

- Eu vou embora.

Ele saiu e foi andando até a trilha, virou para o sentido oposto do qual eu havia chegado. Voltei para a festa com o coração meio acelerado, ele me assustou muito, pelo menos esse encontro não foi tão desastroso quando o nosso primeiro, mas mesmo assim foi estranho. Angie estava meio bêbada e ficou com o Za o resto da festa toda, quando deu 23h eu decidi ir para casa.

- Angie, tô entediada, amanhã vou viajar então acho que vou pra casa arrumar minhas malas.

- Ta bom Blaze, eu te levo, na verdade o Za te leva, ele precisa ir pra casa também, amanhã vai fazer negócios em Seattle. – Ela riu.

- Ele vai com o jatinho particular dele?

- Ele não é tão rico. – Agora eu ri.

Eles me levaram em casa e ficaram uns cinco minutos se beijando dentro do carro, entrei na cozinha para fazer um lanche, Joe estava na sala vendo algum desenho e ficou olhando pela janela, acho que o coração dele ficou partido vendo a Angie beijar outro cara. Subi as escadas e fui tomar outro banho, até eu arrumar minhas malas já era 12h então decidi dormir, amanhã ia ser um longo dia.

2 de dezembro, domingo.

Minha tia Mel ia finalmente se casar, ela tem 40 anos e nunca encontrou um cara legal, até que conheceu o Cole, ele é uma pessoa muito boa e serena, então estou feliz por ela. Os dois moram em Portland, cerca de 3h daqui, acordamos umas 7 horas da manhã e pegamos a estrada.

Ta, vou ser sincera, não fui dormir meia noite como falei que fui, eu deitei na cama e fiquei vendo série no celular até umas 3h da manhã, na minha defesa não deu para terminar toda a temporada ontem, faltavam mais uns 3 episódios e hoje eu consegui! Acordar as 7h foi mais do que um pesadelo, tive que dormir no carro.

Chegamos em Portland as 11h, antes paramos na cidade de Salem para comer, adoro ir para lá no Halloween ver os desfiles, todo o estado fica lindo no outono, Portland fica maravilhosa, minha tia escolheu a estação certa para se casar. A casa dela ficava no subúrbio, era uma casinha charmosa de 4 quartos, eu e Joe íamos dividir um enquanto meus pais ficavam em outro, meu pai queria ficar bem louco na festa então não dava para dirigir logo depois, a gente ia ter que dormir aqui mesmo. Quando chegamos minha tia estava arrumando o vestido de noiva, Cole estava no outro quarto se arrumando também, todos os meus parentes estavam lá, subi as escadas e entrei no quarto onde eu ía dormir essa noite.

- Você não veio me falar oi, estou me sentindo excluída. - Era minha tia, ela entrou no quarto já com seu lindo vestido, nunca a vi tão linda.

- Tia me desculpa, eu só não quis atrapalhar.

- Você não iria me atrapalhar meu amor. - Ela disse me abraçando e sentando na cama, seus olhos já estavam marejados, hoje ia ser um dia muito emocional.

- Senti saudades.

- Você vai dormir na minha casa, vai matar a saudade até demais! Ah, lembro quando me mudei para Portland só pra ficar perto de vocês dois, em troca vocês só me visitam duas vezes por ano.

- Eu amo você e amo a cidade, você sabe que meu pai não curte tanto dirigir.

- Tudo bem, quando fico triste fico lembrando de você e do Joe correndo pela casa quando eram criança, Joe era só um bebê e você já se achava adulta, seus cabelosainda estavam no ombro então você usava os meus para fazer tranças.

- Nunca fui boa com tranças.

- Não mesmo. – Nós rimos. – Sabe, acho que vou vender essa casa, quero uma vida nova com Cole, não quero me prender a lembranças, quero criar novas.

- Vou sentir falta daqui.

- Bom. – Ela limpou o choro que quase borrava a maquiagem. – Eu também vou, guarde suas coisas e se arrume para o casamento, hoje vai ser um dia feliz!

Ela foi embora para retocar a maquiagem e terminar de se arrumar, eu fui guardar minhas coisas, tomei banho, expulsei o Joe do quarto e coloquei o vestido da festa, só sequei meu cabelo e amarrei ele num coque. Apesar de não gostar de maquiagem decidi passar um batom vermelho e passar uma maquiagem simples nos olhos. Joe voltou para o quarto para colocar seu paletó, ele tomou banho no quarto dos meus pais, eu conseguia ouvir de longe os risos e choros que minha mãe dava com a tia Mel, fui até elas para ajudar, quando foi 13h meu pai nos levou até a igreja. A cerimônia foi linda, numa capela perto do centro, só não chorei porque não sou dessas, mas minha mãe estragou toda a maquiagem, e ela estava como madrinha. A festa ia ser mais animada, era na casa dela, já que o jardim era grande o suficiente. Não sei porque, mas minha tia escolheu chamar mais gente para a festa do que para a capela, segundo ela o casamento em si mesmo tem que ser mais íntimo, concordo.

Decidi fazer algumas amizades, encontrei alguns primos que não via a anos, até vi um namoradinho de infância que é filho de uma amiga dos meus pais, não curto muito falar com tanta gente então decidi ir para o buffet comer alguma coisa. Com o tempo cada vez mais pessoas chegavam, muita gente da família do Cole, fiquei impressionada pois não imaginei que ele fosse tão rico, ele é muito humilde mesmo, porque juro que vi uma Ferrari estacionando no fim da rua. Alguns parentes dele vieram falar comigo e com Joe enquanto eu comia uns frutos do mar, as mulheres tinham sapatos Louboutin e os homens relógios Rolex, juro que meu pai falou que ele trabalhava numa empresa de transportações, não achei que a família fosse dona da empresa. Entre as pessoas novas que entravam no jardim, acabei encontrando alguém que eu não queria.

horror // a love storyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora