Capítulo 2.

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Meus pés já estavam doendo, não parei de andar de um lado para o outro depois que me levantei. Estava me sentindo angustiada, perdi as contas de quantas vezes liguei para Farofa e ele não me atendeu – filho da mãe –, eu iria matá-lo. Meu notebook estava aberto em cima da minha cama, eu olhava para a tela achando que algo iria aparecer e tudo iria ficar claro novamente, mas ela ficou escura e logo depois desligou.

Resolvi esquecer sobre isso, era óbvio que tinha acontecido algum engano e logo o tal Leo iria perceber e reparar em breve. Tomei um banho rápido, precisava ficar pronta para sair, tinha que ir ao mercado, isso era uma coisa que eu mais odiava na vida, por que as minhas comidas não podem chegar sozinhas na minha geladeira? Será que alguém já inventou algum jeito de isso acontecer? Depois irei pesquisar sobre isso na internet.

Desço as escadas do meu prédio e assim que chego na portaria vejo que começou a chover, subo de volta, pego o meu guarda-chuva e desço novamente, a chuva aumentou ainda mais, não havia nenhuma maneira de eu ir para o mercado a pé e táxi não era uma possibilidade – azar deveria ser meu sobrenome.

Pego o celular e ligo para o Farofa mais ou menos umas dez vezes até que ele atendeu com voz de sono.

“Meu Deus, o que houve? Me deixe dormir” ele praticamente gemeu ao telefone.

“São quase onze horas da manhã, preciso da sua ajuda.”

“Duda...” ele fala suplicante e eu percebi que estava atrapalhando sua manhã pós sexo que provavelmente terá mais sexo assim que ele desligar o celular.

“Preciso da sua ajuda, você tem meia hora para estar aqui, estou falando sério.”

“Depois você me pergunta porque do meu mau humor.”

“Estou te esperando” respondi e desliguei o celular, eu sabia que ele não iria demorar, por mais que eu tivesse arruinado sua manhã.

Voltei para o meu apartamento, meu computador continuava em cima da cama, olhei para ele, o tal Leo já deve ter percebido o erro. Corro para o quarto e no meio do caminho chuto a quina da porta, meu dedinho parecia que iria cair tamanha foi a dor, pulei até a cama gritando, porta imbecil.

Depois de sofrer por mais ou menos cinco minuto abri o notebook e nada tinha mudado, a caixa de entrada estava vazia, será que eu deveria responder?

Não definitivamente não!

Ele podia ser um pedófilo, iria saber de onde eu estava respondendo e depois iria entrar em ação, mas pensando bem, a ideia de ele ser um pedófilo não fazia muito sentido, talvez ele seja um aliciador de mulheres, mas a mensagem do e-mail tinha que ser tão romântica?

Estou me sentindo o homem mais miserável do mundo, meus dias estão vazios, as noites infernais, não sei o que fazer ou como agir.

Esse cara era estranho e eu estava ficando cada vez mais confusa.

Quarenta minutos depois meu celular toca, é Farofa. Quando entro no seu super carro – uma daquelas SUV’s super modernas – reparo que sua cara está horrível, não dou importância.

“Vamos para o mercado” falei depois de colocar o cinto de segurança.

O carro ficou parado, de fato ele estava desligado, olhei para meu amigo e ele me olhava como se eu fosse a responsável por tudo de ruim que acontecia à humanidade – tudo bem, dramático demais, mas a cara dele estava péssima.

“O que foi?” perguntei inocentemente e beijei sua bochecha.

“Você precisa transar” ele falou e ligou o carro.

Amor Real (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora