Capítulo 6

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Yasmin

- Parece que a senhorita Yasmin tem problemas com as portas. - ele fala apontando para a porta e solta um riso discreto.

Fico instantaneamente ruborizada pois mais uma vez acabo de fazer disparates na frente do meu chefe, mesmo estando fora da empresa.

- Não tinha como saber que era masculino. - falo arqueando a sobrancelha e dando de ombros.

- Se você reparar bem vai perceber que a porta é azul. - ele diz debochando de mim.

Nossa, até fora do trabalho tem o mesmo feitio, que homem presunçoso e respondão.

Olho para trás e realmente a porta é azul. Quem se lembra de fazer uma porta assim? Não faz sentindo nenhum e tenho a certeza que não fui a única a me enganar. Imagina aquelas pessoas que não veem cores, que coisa sem nexo.

- Ah tá! Então é assim que se distinguem os banheiros, que bela b... - fecho a boca antes que me saia um palavrão.

Ele olha para mim com um sorriso de lado e começa a percorrer o meu corpo todo com o seu olhar como nunca tinha feito antes, os seus olhos param no meu decote e rapidamente desviam para o espelho do nosso lado onde ele disfarça ajeitando o botão da sua camisa. Hum... parece que alguém ficou mexido.

- São apenas diferentes, para fugir um pouco do padrão. - ele comenta me encarando pelo espelho.

E porque não seduzi-lo um pouco? Vamos ver se funciona. Talvez não tenha sido um disparate me ter enganado na porta do banheiro, mas sim um sinal para eu começar a por o meu plano em ação.
Faço questão de o provocar um pouco mais e ali mesmo retiro o batom da minha bolsa, fico do lado dele de frente para o espelho e começo maquilhando lentamente os meus lábios.
Sinto o seu olhar me queimando, ele fica fixado em meus lábios agora tingidos de vermelho.

- Tudo bem. Eu só queria passar o batom mesmo.- olho para ele e faço um sorriso.

Coloco o batom de volta na bolsa, dou uma ajeitada no meu vestido e jogo meu cabelo para trás deixando meu pescoço e decote mais evidente, ele continua me encarando pelo espelho e parece estar quase babando.
Os homens são todos iguais.

Dirijo-me até a porta e tenho quase a certeza que ele continua me olhando, giro levemente o meu corpo e sim ele estava me mirando por trás, antes de sair digo:

- Até amanhã Sr. Lorenzo. - pisco os olhos de forma inocente e saio pela porta fora deixando o meu chefe sem palavras.

Entrei com cara de trouxa e saí mais poderosa do que nunca, pois comigo ninguém brinca.

Ainda pelos corredores do cinema eu começo seriamente a pensar em mudar o meu plano para conseguir o que quero mais rápido, sim vou seduzir o meu chefe, pois ele pareceu ficar realmente mexido com o que aconteceu naquele banheiro.
Agora sim eu sinto confiança no meu plano e sei que tem como dar certo. Só tenho que dar um jeito de afastar aquela Yaren do meu caminho. Mas por agora vou me focar apenas nos detalhes.

Retorno à sala do cinema e faço um sorriso triunfante quando passo por Yaren, esta lambisgóia mal sabe como o homem que ela tanto quer ficou a me desejar por momentos.
Paro um momento à sua frente só para a irritar, pois sei que ela não me suporta e ainda mal nos conhecemos então nem quero imaginar daqui para a frente.

- Boa Noite senhorita Yaren. - falo com ar de inocente.

- Sim realmente está a ser uma boa noite. - ignora o meu cumprimento e dispara essa mentira com um sorriso forçado, abanando o a cabeça para me convencer.

- Pois imagino. - continuo sorrindo pois sei que está blefando. 

Volto para o meu lugar e Carl não para de me chatear o tempo todo.
Reparei que o Sr. Lorenzo não retornou e estou a adorar ver a cara de tacho de Yaren sozinha com um balde de pipocas.
Ela levanta-se e sai toda impaciente. Realmente a noite dela foi ótima, reviro os olhos ao lembrar das palavras dela.

O filme finalmente acaba e aleluia vou poder ter os meus luxos depois deste sacrifício todo.

- Amanhã é seu aniversário né? - Carl pergunta.

Ah mais um para falar de aniversário, que saco, é só mais um dia como todos os outros.

- Sim é. - respondo seca ajeitando a bolsa que insiste em cair do ombro.

Ele agarra meu braço e me leva até a joalharia mais cara do shopping e meus olhos brilham com aquelas jóias.

- Venha. - ele me puxa para dentro do lugar. - Escolha a jóia que quiser. É presente meu.

Nossa, realmente o Carl tem tanto dinheiro que não sabe onde gastá-lo, mas eu não reclamo, aliás eu tenho mais é que aproveitar não é todo o dia que estou perante as joalharia com as jóias mais raras da região.

Depois da joalharia fomos a várias lojas, todas de marca claro e Carl fez questão de me presentear com muita coisa.

- Você fica uma deusa nesse vestido. - ele me olha guloso enquanto eu saio do provador para lhe pedir a opinião.

Que ridículo que é Carl mas mesmo assim é bom ter opinião dele, pois é homem e os homens são todos iguais. Assim vou aprender que armas devo usar.

Eu pedi a opinião dele mas eu estou bem ciente que este vestido é para matar qualquer homem do coração.
É um vestido vermelho vivo, comprido mas bem justo ao corpo realçando todas as minhas curvas. Tem uma fenda a partir da coxa, do lado direito, o que deixa a minha perna completamente exposta.

Depois de me comprar infinitos presentes, Carl e eu deixamos o shopping e entramos no carro dele

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Depois de me comprar infinitos presentes, Carl e eu deixamos o shopping e entramos no carro dele.
Todo o percurso ele vai puxando assunto comigo e eu vou respondendo só para ele não notar a minha falta de interesse.
Desta vez pedi para ele me deixar num bairro mais perto do meu para não ter que ir com estas compras todas e ser assaltada. Tive que inventar que ia na casa da minha colega de trabalho Emily para então concluirmos aquele "projeto", aquela mentirinha que eu usei para me escapar do convite dele.

Ele para o carro e então se aproxima de mim em direção aos meus lábios mas eu rapidamente viro a cara e ele acaba depositando um beijo na minha bochecha. Ah que nojo.

- Você não quer Yasmin? - ele pergunta irritado coçando a cabeça nervoso.

- Não é isso, é que hoje não estou no clima Carl. - falo e logo pego na mão dele. - é que esta nova fase me deixou cansada. - falo me referindo ao estágio.

- Você nunca quer. - ele murmura com frustração.

Eu me aproximo dele e faço um esforço enorme e então lhe dou um beijo na cara e um abraço bem frio. Ele olha para mim surpreso pois já sabe que eu sou um cubo de gelo.

- Tenho de ir mesmo porque já se faz tarde para acabar o projeto. - sorrio com falsidade e saio do carro.

- Depois falamos, até amanhã! - falo antes de bater a porta, vejo que ele fica me encarando pelo vidro da janela, então me acena e arranca finalmente com o carro.

- Que doido! Ele faz umas viagens na cabeça dele. - falo sozinha revirando os olhos, me referindo à possibilidade de alguma vez na vida ele conseguir ter algo comigo.

*
E aí gente gostaram do capítulo?
O próximo será narrado pelo melhor chefe o Theo.

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