twenty eight

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Estou sem reação, eu não sei o que fazer ou falar. Merda, ele não podia ter visto, por que ele foi secar o cabelo justo hoje? Meu coração está tão acelerado nesse momento que eu posso imaginar ele saindo por minha boca a qualquer momento. Harry está tão perto de mim, seus olhos fixos nos meus enquanto ele procura por resposta.

— Quando você iria me falar isso? — eu abaixo o olhar sentindo uma pontada no peito com as suas palavras. — Você não iria me falar...

— Desculpe, Harry. — é tudo que eu consigo falar agora.

As narinas de Harry se expandem e seus lábios se abrem lentamente, prontos para me atacar com palavras que sei que não irei gostar nadinha, mas que também sei que mereço.

— Desculpas? Porra, você não está falando isso, Olívia! Você não tem esse direito porra, não pode querer esconder de mim algo assim! — ele grita e a sua voz agora está mais grossa e rouca que o normal, o que me assusta.

Fico assustada agora, meus olho queimam, minha respiração está acelerada e ele não para de me olhar por um só segundo.

— É, Harry? É fácil pra você falar, não é? Mas não é você que está se sentindo culpado, isso é culpa minha, os remédios não fizeram efeito, eu estou de cabeça cheia e tinha que no mínimo pensar um pouco! Você acha mesmo que eu iria logo falar para você? — digo segurando o choro

— Você tem que confiar em mim, porra, isso não é brincadeira Olívia, é um filho, um ser humano está em jogo. — me sinto totalmente culpada agora por ter deixado ele descobrir dessa forma.

— Justamente por isso que não te falei logo, seu idiota de merda! Eu sei que estou errada, mas você não pode simplesmente chegar e falar como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Tenta se imaginar no meu lugar, Harry, tenta só imaginar como foi ruim pra mim, ter ingerir tudo isso. Não, você não vai imaginar, porque você não liga, você sempre se acha na razão!

— Olívia, é claro que eu me importo, mas porra, você...você não tinha que ter escondido isso de mim, nós estamos juntos, eu sou o pai, eu quero que você confie em mim.

— Você não entende...Harry, isso é complicado, a sua carreira, as suas fãs. Eu não aguento Harry, é muita coisa.

— Você não tem que ligar pra isso. Olívia, primeiro o nosso filho, que se foda todo o resto por agora, a gente tem que pensar apenas em nosso bebê. Merda, eu sei que é difícil se imaginar sendo mãe tão nova, mas todos já foram pais de primeira viagem, eu também estou sentindo essa sensação, mas você também pode imaginar como foi pra mim descobrir tudo desse jeito?!

— Me desculpe Harry, mas eu estou confusa e — sou cortada

— A quanto tempo você sabe? — ele fala arrastado.

— Eu descobri hoje mais cedo. — abaixo o olhar. — Gemma já sabe.

— Claro, claro que sabe. — ele passa a mão no rosto. — Porra, como eu fui burro em não perceber? Você estava vomitando e estava estranha hoje quando eu cheguei.

— Eu sei...mas eu não sabia, eu achava que era apenas um mal-estar, eu tomei os remédios o Harry.

— Pare de falar na porra desses remédios! Acontece,não se culpe por isso, Olívia.

— Eu estraguei tudo... — digo baixo, finalmente liberando as lágrimas. Harry se aproxima ainda mais de mim, sentando-se na cama ao meu lado.

— Você não estragou nada. Olívia, é o nosso filho, um bebê nosso. Você tem idéia disso? Olívia, meu Deus, um bebê! — o final da frase sai em tom alegre.

— Harry, é tanta responsabilidade...

— Nós vamos passar por isso juntos.

— Harry,eu não sei se quero... — ele arregala os olhos

— Olívia,você nem pense em terminar o que tem em mente!

— Mas Harry,eu posso tomar essa decisão! — exclamo irritada

Eu sabia que no fundo eu não queria tirar o meu bebê.

— Porra, você só pode ter merda na cabeça! Não tem como, foda-se Olívia, você não vai tirar o bebê, é meu filho também! Se você fizer isso, pode me esquecer pra sempre! — Harry grita e sai do quarto, pegando as chaves do carro.

— Para onde você vai? — digo o seguindo, totalmente abalada e preocupada.

— Pra casa do caralho. — ele diz a bate a porta.

Meu Deus, eu fiz merda, muita merda, eu sou um ser humano horrível. Como eu pude pensar em tirar uma vida assim? Como eu pude ser capaz?

Me derramo em lágrimas, meus soluços eram altos e eu tenho certeza que tia Anne e Robin ouviram, mas preferiram não interferir e eu agredeci mentalmente por isso. Eu não quero dar explicações agora; eu quero apenas que o Harry volte para eu pedir desculpas e para nos resolvermos. Eu me sinto um lixo de ser humamo, uma inútil.

Desculpa a mamãe.

Me encolho na cama puxando os lençóis para mim enquanto derramo um mar de lágrimas que nem sabia que era capaz de produzir. Eu não estava sendo capaz de distinguir meus sentimentos, mas eu tinha certeza que angustia poderia ser a palavra perfeita para definir. Estou preocupada com o Harry, ele está chateado, dirigindo e provavelmente vai beber.

E a culpa é minha.

Eram uma hora da manhã quando eu comecei a entrar em desespero. Deu duas, três...e meu coração já estava apertado. Eu estou seriamente cogitando a idéia de pegar o carro do Robin e ir atrás do Harry, mesmo sem conhecer muita coisa por aqui. Eu só quero ele aqui comigo...

04h23 a.m

Ouvi o barulho da porta do quarto sendo aberta e logo em seguida ele entrando pela mesma, cambaleando nos próprios pés e soluçando. eu quero morrer. Levanto da cama e ando até ele, com receio do que esteja por vim.

— Harry... — sussurro me aproximando e ele soluça. — Não chore, por favor...

Meus braços dão volta no seu corpo enquanto eu o abraço, ouvindo seus soluços desesperados e sentindo o cheiro de whisky. Harry me abraçou com força, sem parar de chorar um só minuto e o meu coração partiu ao ver ele assim.

— Por favor linda, não faz isso...por favor, eu te imploro..— mais soluços. — Nós vamos cuidar dele juntos, vamos dar muito amor e carinho,vamos ser pais maravilhosos. Não faz isso Olívia, é o nosso filho, amor...o nosso bebê.

Agora nós dois estamos chorando abraçados no meio do quarto. Eu estou me sentindo tão mal... Soluços e mais soluços desesperados, apenas isso.

— Por favor...não faz isso. — ele suplica, a mão em meu cabelo, puxando-me de encontro ao seu peito.

— Eu não vou fazer, Harry, nós vamos cuidar dele, huh? Vamos ama-lo, trocar a fralda, levar a escola...vamos cuidar dele justo, lindo; do nosso filhinho. — digo com as mãos em seu rosto enquanto nossas testas se grudam. — Vamos escolher o nome, as roupas...vamos ser pais.

Harry sorrir por trás do choro, assim como eu. Olho em seus olhos avermelhados e logo em seguida volto a o abraçar com força, quase unindo nossos corpos em um só.

— Eu te amo tanto, Olívia. — seu sussurro rouco em meu ouvido faz meu corpo todo arrepiar

— Eu te amo muito, Harry, mas agora você vai ter que dividir esse amor com o nosso bebê. — solto uma risada nasalada.

— Acredite, você também. — ele sorrir e junta nossos lábios.

— Agora somos três.

— Somos quatro, não se esqueça da Gamora. — ele gargalha e eu coloco o dedo indicador em seus lábios, pedindo silêncio

Agora somos quatro.

Olívia • harry styles Onde histórias criam vida. Descubra agora