Capítulo 04 - Ariano

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VÊNUS EM TOURO ♀ 04

Ariano me lembra muito Eric. Um playboy metido a sabichão. No caso dele, muito mais que isso. Um jogador de futebol que está ascendendo agora na carreira e está abocanhando as melhores campanhas publicitárias.

Mal acabamos de chegar à agência, tenho de aturá-lo. Ele resmunga no balcão do saguão de entrada, com a assessoria dele. Diz que precisa de algo requintado, midiático. Diz que ‘desfilar numa passarela é coisa de boiola’, e ele é muito macho para ter que sair andando de um lado para outro apresentando peças de roupa. Ariano quer algo sutil. Um comercial de uma marca famosa, um slogan impactante, algo que denote sua virilidade.

Homens que se preocupam demais em externar sua virilidade sempre foram os meus principais alvos. Não por fetiche, porque não me atraem nem um pouco. Mas, por prazer de pisar no calcanhar de Aquiles. Aquilo que uma pessoa ostenta, é o seu ponto fraco. Vai por mim. E com Ariano, não era diferente.

Você já deve ter sacado que o nome dele não é Ariano, certo? Estou qualificando ele, igual a comunista da minha avó, por meio de um signo astrológico. Um que inclusive é quase impossível de ser pego numa isca. Um que as palavras não surtem efeito e às vezes até os movimentos corporais podem passar desapercebidos.

— Você não vem? — Dylan perguntou e puxou o meu braço, eu o segui, meu olhar ficou.

O cara só sabia reclamar, e falava tão depressa que eu precisei me concentrar para entender meia dúzia de palavras. Era um ícone da família tradicional e da ausência de direitos para gays.

Por que raios as pessoas vinham com esse mar de defender a família tradicional? Minha família, por exemplo, não corre perigo algum, Raquel vai parir dois logo logo, a linhagem está mais que garantida. Mas esse discurso raso, deve servir para pegar pessoas ocupadas demais em si mesmas e que esqueceram que há gente lá fora precisando viver sem medo.

Meus devaneios cessam.

Sento ao lado de Hobbes e espero Augusto, que negocia algo, discute, ri, então pega uns envelopes e distribui entre nós quatro. Kayo e Hobbes irão fazer ensaios fotográficos para a coleção primavera/verão de uma loja de moda. Hobbes parece extremamente feliz e desata a falar, ignoro.

Dylan e eu vamos a uma escola de artes, servir como modelos de nu artístico. Eu particularmente gosto. De escola, de arte, de servir, de ser modelo, do nu e do artístico. Gosto de tudo. Dylan também, nos conhecemos assim. Lembro como se fosse hoje, nós dois em frente a uma turma de vinte pessoas, vestidos com togas romanas e expondo algumas partes de nosso corpo, enquanto quarenta olhos ficavam vidrados em nós e depois desaguavam numa tela de pintura.

— Podemos ir? — pergunto animado.

Augusto segura em meu ombro e indica que eu entre e converse com o dono da agência, ele me aguarda. Daí entendo porque tive de vestir essas roupas. Particularmente gosto do estilo delas, mas raramente exigem que indumentária devo usar.

— Você quer que eu entre lá? Para quê? — murmuro.

Augusto não quer discutir, segue com Hobbes e Kayo. Dylan fica, pega o meu envelope e confere o que irei fazer, não esboça sentimento algum por ver que faremos o nu artístico juntos. Isso me deixa tranquilo, e um pouco atormentado.

— Quer que eu vá contigo? — Dylan se refere a entrar no escritório.

Bato no ombro dele e deixo o envelope para que segure, respiro fundo e entro. Estou usando uma camisa baby look azul sem estampas em corte v que mostra boa parte das minhas tatuagens do pescoço até o peitoral, uma calça amarela desbotada, tênis brancos largos. Uso um relógio de ouro e alguns anéis.

Vênus em Touro [DEGUSTAÇÃO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora