Não quero ficar só

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No escuro, encarei a foto pelo meu smartphone, assim como o estado de quem perde alguém é passar pela negação, esse foi meu primeiro sentimento ao encarar uma foto do meu ex ao lado da sua nova namorada. Não tinha mais volta. A luz do celular parecia queimar na minha cara depois de alguns segundos. Tudo em mim parecia arder de raiva.

Levantei com um salto da cama, pois não conseguiria dormir depois daquela imagem que me causou estranha repugnância. O sorriso dos dois parecia ser o meu pesadelo. Os dentes brancos do meu ex pareciam estar ao meu encalço. Um sanguessuga me seguindo pelo corredor. Eu me afastava da foto, mas ela ainda estava lá, deixando meu corpo quente e minha barriga extremamente enjoada.

Vomitei às três da manhã.

E às quatro me enrolei no cobertor e gritei por quase dez minutos no travesseiro. Abafando o grito de desespero por estar só. Bem, só não era bem a palavra. Durante esses meses que eu não estive com meu ex, eu fiquei com alguns garotos. Todos eles, tinham lábios como os do meu ex. Mas nenhum me dera um beijo perfeito como o dele.

Estive em festas com as pessoas que eu gosto, Ele estava em todas elas, em nenhuma me encarou, ou falou comigo. Meu ex não parecia ficar com ninguém. Aparentava uma tranquilidade invejável de quem diz: Estou de boa, não preciso ficar com ninguém para me divertir.

Enquanto isso, eu levava a vida rodeava de amigos e contatinhos, encenava a vida de uma pessoa alegre e feliz. Porém, sempre voltava para casa sozinha. Era sozinha que eu me pegava pensando no que eu fiz de errado. O que eu deixei de fazer para o nosso relacionamento ter chegado...?

Vomitei pela segunda vez com esse pensamento.

Depois que meus cabelos estavam extremamente sujos de vômito e meu corpo estranhamente pegajoso, resolvi tomar a seguinte decisão: Era a hora de esquecê-lo de vez. A aceitação! Havia se passado dois meses, eu precisava de um novo namorado

Na noite seguinte, mais uma vez perdida em meus pensamentos, eu me sentia animada com o garoto que conheci na faculdade. Ele era do tipo que nenhuma garota olharia para ele. Tímido demais. Mas bonitinho. A qualidade de namorado que eu precisava.

Assim que peguei meu celular, minhas vistas doeram com a claridade, mesmo assim me fiquei exageradamente irritada com as mensagens que ele tinha mandado.

OI

TUDO

BEM?

DESCULPA POR HOJE.

Por que não escrever tudo isso em uma mensagem só?! Foi o que eu quis dizer quando meu celular vibrou quatro vezes, me obriguei paciência e respondi:

OI, TÔ BEM E VOCÊ?

SEM PROBLEMAS.

O mais estranho dessas desculpas, era fingir que sabia pelo que ele estava se desculpando. Ele se desculpava por não ter olhado para mim quando o chamei na sua frente? Ele se desculpava por ter continuado no celular enquanto nós conversávamos? Ou pela relutância que senti da parte dele quando entreguei o meu número.

Investir em um relacionamento com aquele garoto parecia ser uma perda de tempo total. Porém, depois de alguns dias puxando assunto ele pareceu pegar o ritmo da coisa.

Quando saímos a primeira vez, ele me surpreendeu quando apareceu com um carro em frente minha casa. Me levou há uma típica festa junina, comprou maçã do amor que recusei com insistência para não sujar meu vestido branco, meio sem graça ele agarrou a maçã e sujou toda a boca com aquele alimento vermelho e melado. Em poucos minutos sua boca estava completamente lambuzada, até mesmo no nariz. Meu estômago revirou com a cena. Pedi para ir embora imediatamente.

Não quero ficar só - ContoWhere stories live. Discover now