CAPÍTULO 4 - UM PLANO PÓS-LIBERDADE

77 21 10
                                    


Globular sempre soube que não ficaria preso. Era um ser importante demais para ser trancafiado entre paredes de metal frio — que provavelmente causavam choque grave quando tocadas.

Quando a nave se chocou durante a viagem, ele logo soube que era trabalho de um dos seus fieis seguidores. Nenhuma outra explicação teria mais sentido do que aquela.

Com a queda, a nave se chocou contra o chão e se partiu fazendo com que ele fosse lançado por aquele planeta lamacento como um grande lixão. Mas agora, após horas de descanso, ele conseguia ver a beleza daquele planeta. As pessoas dele ainda pareciam meio atrasadas em termos de tecnologia — eles se moviam em naves que se arrastavam pelo chão —, mas com o imperador certo, esse planeta conseguiria ir longe.

E Globular sabia que era o homem certo para fazer aquele trabalho.

Após horas de observação ele saiu do meio da mata e caminhou em direção a um homem trajado com vestes marrom que remexia em um grande cilindro de metal. Todas as outras pessoas passavam e se afastavam desse homem, o que fez Globular pensar que ele era um ser que causava medo e respeito ao restante da população.

— Você, grande assustador. — Ele disse se aproximando.

O homem parou e levantou a cabeça para olhá-lo. Em sua forma original Globular tinha a pele acinzentada, orelhas pontudas, lábios escamosos e mais de dois metros de altura.

 Em sua forma original Globular tinha a pele acinzentada, orelhas pontudas, lábios escamosos e mais de dois metros de altura

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

— Você que é grande. — O homem falou o olhando da cabeça aos pés. — Isso é algum tipo de fantasia?

— O audacioso Globular não veste fantasias! Eu me visto com a aparência dos meus inimigos e o choro de sua prole!

— Vish, o cara fala de si na terceira pessoa, deve ter tomado bala.

Globular não entendeu nada do que aquele homem havia falado. Com o tempo de observação ele já conseguira se acostumar com a linguagem daquele planeta, que era bastante parecida com a do restante do universo, mas aquela parecia um tipo de língua nativa que ele ainda precisaria de tempo para aprender.

— Me diga ó grande assustador, o quão importante você é para esse planeta? — Globular decidiu ir direto ao ponto, talvez se fosse óbvio conseguiria ter uma conversa rápida e satisfatória com o nativo.

— Sabe cara, eu sou o homem mais importante de todo esse quarteirão — o homem respondeu levantando o dedo o balançando no ar, o que fez Globular logo entender que "quarteirão" significava toda aquela cidade. — Se alguém vier pedir esmola no meu território, eu meto a faca!

— Ótimo! — Globular começou a gargalhar enquanto se aproximava do homem. — Eu encontrei o homem certo.

Globular então colocou a mão sobre o ombro do homem e começou a sugar sua força vital. Ele sentiu o amargo da vida do homem começando a correr por suas veias e percebeu que estava completamente errado ao acreditar que aquele lixo era mesmo importante para aquele planeta. Aquele homem sofrera tanto durante sua vida, que o gosto da sua vida era o pior que Globular já havia sentido.

De toda forma, ele entendeu que precisava assumir a aparência do homem para que pudesse caminhar pelo planeta sem chamar atenção antes do momento certo. Ele então ordenou que o homem — agora totalmente morto e fiel a suas ordens — tirasse as suas vestes e o mandou esperar naquele mesmo lugar enquanto procurava pelas ferramentas que precisaria para começar a construir o sinalizador que levaria a tropa de seu planeta natal até o que seria o novo planeta em que ele seria o imperador.

SUPER-KATY: QUEBRANDO TUDO!Where stories live. Discover now