5. A volta dos que não foram.

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Eu folheava um livro quando ouvi a voz tão conhecida por mim soar em uma melodia doce, não sei explicar a sensação que dominou meu ser ao ver o alfa que um dia chamei de meu, parado em frente à casa de minha família. O moreno segurava um violão, palavras delicadas e amorosas saiam de seus lábios, enquanto os meus estavam partidos em um perfeito "O".

E não parou por ai, o alfa pediu meu perdão alto e em bom som, para que toda a vizinhança o escutasse. Declarou-se e disse que me queria de volta, suas palavras pareciam sinceras e eu acreditaria facilmente, se isso fossem em tempos atrás. Em dúvida se o daria uma chance de falar ou não, foi instintivo o ato de levar um de meus dedos até a boca, roendo minha unha em puro nervosismo.

Resolvi o dar a oportunidade que o alfa tanto pedia, desci as escadas, e ao abrir a porta principal eu poderia jurar ver um brilho em seu olhar, eu podia enxergar claramente a esperança em ambas as orbes escuras.

"Amor, me perdoe, por favor. Eu preciso de você, amor. Eu preciso de você, me desculpe, eu fui imundo com você, eu fui sujo. Mas eu vou mudar, perdoe-me, meu bem."

Cada palavra saiu cuidadosa por seus lábios, eu queria como um inferno acreditar e dar a chance que o alfa implorava, mas eu não conseguia. Eu estava machucado demais, destruído demais, receoso demais. Não podia acreditar tão facilmente em palavras partidas dos lábios que um dia me chamaram de insuficiente, que me detrataram e me diminuíram por tanto tempo. Dos lábios que admitiram estar se deitando com outros ômegas, já que eu nunca fui o suficiente para o satisfazer.

Eu queria ser forte e mandá-lo embora, e então eu diria que não adiantaria o que o alfa fizesse, eu nunca iria o perdoar. Mas eu era fraco, e dolorosamente apaixonado por esse homem.

A emoção veio à tona quando ele se aproximou, segurando uma bolinha de pelos em seus braços. Minha reação de imediato foi chorar em meio a um sorriso daqueles que fazem seus lábios doerem, de tão esticados. Eu sorri grande e verdadeiro, como a tanto tempo não tinha feito.

Floquinho, decidi que o filhote se chamaria floquinho. Fui recebido com uma lambida grande no rosto, o que me fez gargalhar alto e cheio de felicidade. Eu acreditava que o pequeno cachorrinho seria a minha paz, meu recomeço.

Envolvi seu corpo em um abraço, tal que fez minha pele queimar, seu braço envolveu minha cintura com força, possessividade, saudade. Quando sua mão tocou meu rosto em uma carícia, eu me senti confortável, mas era errado. Eu não poderia me sentir assim, então me afastei, mesmo que contragosto e o alfa pareceu compreender, mesmo que aparentasse estar chateado.

Não demorou a ir embora, eu adentrei a casa com o filhote em meus braços, minha mãe correu em minha direção, animada com o floquinho.

- ele te deu um cachorro? Que coisa mais fofa! Você quer conversar sobre isso? — praticamente tomou o filhote das minhas mãos, o abraçando e deixando um beijinho na pelagem branquinha.

- sim, ele deu. Eu não sei, mamãe! Me sinto perdido, eu não devo acreditar assim tão fácil, e se ele só quiser repetir tudo de novo? — Passei as mãos em meu rosto, frustrado.

- meu amor, todos merecem uma segunda chance. — A mais velha falou, enquanto acariciava os pelos do bichano.

- mas eu já dei uma segunda chance, mamãe! E uma terceira, uma quarta, uma quinta...mas ele nunca muda, poxa.

- talvez tenha mudado agora, querido. O rapaz parece ter tomado jeito, você sabe que eu respeito todas as suas decisões, não sabe? Você irá decidir o que é melhor pra você. E se acha que o melhor é esperar antes de voltar para ele, espere. É tudo no seu tempo, meu anjo. Se Jungkook realmente lhe amar, ele irá esperar o tempo que for preciso por você. — aproximou-se, envolvendo meu corpo em um abraço cuidadoso e protetor, e logo ouvimos um rosnado ciumento do floquinho, o que me fez gargalhar junto à Park mais velha.

- ei, não seja tão ciumento! — fiz uma caretinha risonha, e logo o filhote pulou em meu colo, balançando seu rabinho felpudo.

- aish, tão fofo! — beijei seu focinho e a bolinha de pelos pareceu gostar, pois ronronou em meu colo.

- viu só, querido? Essa bola de pelos parece gostar muito de você! — minha mãe sorriu, levantando-se e ajeitando o vestido florido. - a mãe vai fazer um lanchinho, não saia daí — faliu e logo dirigiu-se para cozinha.

assenti sorrindo, e logo voltando a dar atenção ao cachorrinho em meu colo. - Ah floquinho, você acha que o Jungkook fala a verdade?

Perguntei, e como ironia, o cachorro latiu duas vezes, fino e alto. - isso foi um sim? você gosta dele? — latiu novamente, dessa vez com um rosnado engraçadinho.

- Oh, você me entende? meu deus, o qual idiota eu sou? — questionei-me, ao perceber que eu estava mesmo conversando com um cachorro e acreditando que ele me entendia.

E ao olhar para o lado, lá estavam as flores que ganhei do alfa. Ele agiu de forma tão bonita, atenciosa. Até mesmo pensei se meus sentimentos poderiam estar voltando mais fortes do que antes. Mas então, eu me dei conta: Aquilo que nunca se foi, não tem como voltar.

Notas finais:

Olá, eu to atualizando rapidinho agora, vai. Parem de reclamar comigo KKKKKKKKKK💛 capitulo daqueles curtinhos, para mostrar a visão do Jimin ao receber a surpresinha do Jungkook.

não vou demorar muito aqui por hoje, não esqueçam de comentar e votar para dar apoio a fanfic. Obrigada pelos 2k de views, eu sou muito grata e fico muito felizzzzzz, Até logo, babes 💛✨

- solzinho 🌻💛

I took you away from me. //jikookWhere stories live. Discover now