Capitulo 10

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Se estou ansiosa?  Claro que sim,  mal dormi só a imaginar como ele será,  como as coisas irão correr,  qual vai ser a minha reação quando o vir e qual será a sua reação quando me vir porque se eu não sei como ele é ele também não sabe como eu sou e...  

Vá é melhor me acalmar porque se não ainda me dá alguma coisa e tenho de faltar ao encontro e nunca saberei quem ele é.

Resolvi começar me a preparar,  eu sei que ainda falta muito tempo mas eu preciso de me distrair com algo então fui para o meu quarto e comecei a experimentar todas as minhas roupas.  Aff é difícil escolher,  não quero ir demasiada arranjada mas também não quero ir da forma como acordei...  Optei por umas calças de ganga umas botas pretas uma blusa branca e casaco de cabedal preto.  Simples mas eu gosto e espero que ele também...

Com estes pensamentos estou a parecer uma adolescente que se está a preparar para o seu primeiro encontro de sempre.

Tomei banho,  vesti-me,  sequei o cabelo e estiquei e por fim fiz uma maquilhagem básica nada de muito exagerado. E com isto vi que faltavam apenas 30 minutos para a hora marcada e pelo que me lembro de minha casa ao local são mais ou menos 15 minutos por isso mais vale sair já de casa porque não quero chegar atrasada.

Tenho o meu coração a mil. Se me dissessem à uns tempos que eu ia começar a nutrir um sentimento quer de amizade ou amoroso por uma pessoa que eu não conheço que simplesmente comecei a falar porque o estupido do irmao dele se esqueceu de o ir buscar ao treino... eu ia me rir na cara dessa pessoa mas de uma maneira muito descontrolada. Eu nem me estou a reconhecer porque eu sou uma pessoa muito calculosa e no entanto neste preciso momento estou a chegar ao local que combinei com um estranho de me encontrar para conhecer correndo a possibilidade de ser raptada, roubada ou algo assim do género... sim estou a ser muito negativa/pessimista mas nos tempos em que estamos todo o cuidado é pouco.

Sentei me no banco perto do parque infantil que ali se encontrava presente, tal como combinado com o André e pousei as minhas mãos sobre as pernas brincando com os meus dedos e observando uma menina a brincar com um homem no parque, que suponho que seja o seu pai.

Eu nao tive uma vida fácil, o meu pai abandonou-me a mim e à minha mãe quando eu tinha 7 anos e desde esse dia nunca mais soubemos nada dele. ele fugiu com uma colega de trabalho deixando a mim sem saber do que se passava e à minha mãe sem meio de me sustentar porque o salário que ela ganhava era pouco ou nenhum. 

Estava envolvida nos meus pensamentos quando alguém se senta do meu lado e olhei com a esperança de ser o André mas vi que era um menino que aparentava ter 5/6 anos de idade e ele olhava para mim com um olhar curioso e eu então ele virou-se na minha direção e sorriu.

-Como te chamas?- perguntou olhando no fundo dos meus olhos

-Eu sou a Beatriz e tu pequenote?- perguntei sorrindo igualmente a ele

-Eu sou o Tomás. Eu queria-te pedir ajuda Beatriz- ele mudou a sua expressão para medo e eu acabei por ficar preocupada.

-Diz. O que se passa?- peguei nas suas pequenas mãos tentando lhe passar confiança.

-Eu vim para aqui brincar com os meus papás e os meus irmãos, mas eu ao longe vi um cãozinho que gostei muito e corri atrás dele para brincar mas eu agora nao sei como voltar para os meus papás e eu já tenho saudades e não quero ficar aqui sozinho- quando acabou de falar desatou a chorar 

-Não te preocupes, eu vou te ajudar a encontrar os teus papás, espera só um bocadinho- Dito isto peguei no meu telemóvel para mandar mensagem ao André a pedir que ele esperasse um tempo para eu tentar ajudar o Tomás a encontrar os pais. espero que ele entenda, mas eu não vou deixar o menino sozinho por mais que tenha vontade de o conhecer, mas quando peguei no telemóvel tinha uma mensagem dele "Beatriz lamento mas não vou conseguir estar aí esta tarde, podemos nos encontrar no mesmo sítio à noite eu prometo que te explico tudo depois de estar contigo"  Estranhei mas mesmo assim resolvi responder, se ele tem uma boa justificação eu vou querer ouvir depois e apesar de tudo a minha curiosidade é maior que tudo "Claro, espero que esteja tudo bem. Encontramonos no mesmo sitio depois

Arrumei o telemóvel e virei-me para o Tomás que se encontrava ainda sentado no banco a chorar.

-Olha vais ter de me dizer como era o sítio onde tu estavas com os teus papás- ele assentiu e começou a pensar

-Nós estávamos ao pé de um lago que tinha uma barraca de gelados onde o meu papá comprou um de chocolate para mim e para os meus irmãos e de morango para a minha mamã- eu assenti e tentei me lembrar do local e logo me veio a imagem à cabeça- Não era muito longe de onde nos encontrávamos.

Dei a mão ao Tomás ajudando-o a sair do banco e começámos a percorrer o caminho até ao local indicado pelo mesmo. Quando estávamos perto do local conseguimos ouvir os seus pais a chamar pelo seu nome.

-Estou aqui mamã. Estou aqui papá- soltei a sua mão e o menino foi a correr na direção dos seus pais que logo o abraçaram em desespero

-O que é que aconteceu Tomás? Onde estavas?- ouvi a sua mãe a perguntar numa mistura de desespero e preocupação

-Eu fui atrás de um caozinho e depois nao sabia como voltar mas a Beatriz ajudou-me- ele falou e apontou na minha direção e a sua mae olhou para mim

-Não sei como lhe agradecer- sorri na sua direção

-Não tem nada que agradecer. nunca iria deixar que ele ficasse lá sozinho muito menos um menino tão simpático como ele- disse e olhei na direção do pequeno menino que olhava para mim sorrindo

Fiquei mais um tempo a falar com os seus pais que percebi que são muito simpáticos e muito preocupados com os seus filhos. o que despertou um pouco de tristeza em mim por pensar que o meu pai não se importava comigo mas logo passou quando pensei na minha mãe e que o amor, preocupação... tudo o que ela me dava era bastante por 2 ou até mais. Durante a tarde recebi uma mensagem do André a dizer para nos encontrarmos no mesmo lugar às 18h. Com aquele tempo todo que tive com eles vi que a hora que eu tanto ansiei estava a chegar. O nervosismos, que até então tinha desaparecido, voltou com mais força.

Resolvi fazer o meu caminho para o mesmo sítio, cheguei e sentei-me novamente no mesmo banco e os meus pensamentos voltaram. Pensar no meu pai, pensar na minha mãe, pensar na minha infância, pensar no André... estava tão perdida que não dei conta da presença ao meu lado até ouvir a sua voz.

-Beatriz? És tu?

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Desculpem 

Eu sei que não há nada que justifique o facto de eu ter demorado tanto tempo a escrever um novo capitulo mas eu vim este ano para a faculdade e foram mudanças muito drásticas na minha vida e lamento nao ter conseguido fazer isto à mais tempo mas eu prometo que vou publicar mais regularmente 

Espero que gostem do capitulo, deixem as vossas opiniões

caso andem na faculdade comentem aí em qual para vermos se algum de nós estuda no mesmo sítio 

Wrong Number | André Silva✔Onde as histórias ganham vida. Descobre agora