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"Eis o meu segredo: 

é muito simples, às vezes, não precisamos de palavras, 

só do som que vem do coração!"  

~ Antoine de Saint- Exupéry

Em passos lentos atravesso a rua, chutando algumas pedrinhas que estavam no caminho.

Abro a porta de meu lugarzinho tão amado, logo indo até um dos  pufes que haviam perto de uma das várias prateleiras de livros.

Estava tudo calmo, como de costume. Eu realmente amava todo o silêncio e tranquilidade daquele lugar.

Exceto pela senhora baixinha e mal humorada, que era a dona e única funcionária do local. Nunca soube o que há de errado com aquela mulher, ela me estressa demais, por coisas simples como o barulho das minhas embalagens de salgadinho que, segundo ela, ''atrapalha as pessoas que precisam de concentração''. Talvez seja falta de macho ou é o jeito dela mesmo, mas sinceramente as vezes tenho vontade de mandá- la calar a boca ou me deixar em paz, porém minha mãe me educou muito bem e sempre me alertou em questão de agir com respeito aos mais velhos.

Vou até as prateleiras, com o intuito de escolher um livro para passar a tarde toda lendo, como eu quase sempre fazia. Olho todos eles com muita atenção, até que um me desperta curiosidade - ''O Pequeno Príncipe'' - Eu já havia escutado Shownu falando que esse livro era maravilhoso, mas nunca tive muito interesse.

Decidi dar uma chance ao bom gosto do meu amigo e peguei o livro da prateleira com cuidado, porém acabei derrubando tudo no chão.

Escutei os passinhos rápidos da mulher chata e logo ela estava do meu lado contemplando a bagunça com sua velha carranca.

- Não consegue ser mais cuidadoso garoto? Com todo esse seu barulho está tirando a concentração das pessoas. - Essa era quase sempre a desculpa que ela usava enquanto me enchia a paciência.

- Me desculpe senhora Yoo, eu vou arrumar tudo em um instante.

Como dito, coloquei livro por livro em seu devido lugar e sentei- me em meu pufe ansioso para começar a leitura.

Fiquei por horas contemplando aquele livro. Era tão fofo a paixão que o Pequeno Príncipe tem por sua rosa, tudo o que ele passa para no final apenas descobrir que ela é única no mundo e que a ama.

Estava apaixonado demais por aquela história, Oh Pequeno Príncipe por que me matou?

Pedi permissão a senhora Yoo para levar o livro pra casa, sim eu iria ler mais uma vez.

♡・゚:*。.:*・゚

Estava novamente chegando ao meu lugarzinho preferido, muito animado por sinal.

Caminhei até a porta e - se preparem pois as cenas a seguir são fortes demais para aqueles que não suportam vergonha alheia - Eu tinha certeza que a porta da biblioteca estava aberta, o que até achei estranho. Mas fui caminhando e ao passar, ou pelo menos tentar, pela porta eu acabo dando de cara no vidro e fazendo um barulhão que chamou atenção de todos que estavam no local.

Eu caí no chão, cobrindo meu rosto vermelho, de vergonha e por conta da batida.

Meu nariz doía demais, e eu já estava me preparando pra escutar umas boas da velhinha, que com certeza reclamaria do barulho. Mas aquilo não aconteceu, na verdade o que veio a seguir me chocou um pouco e me deixou com mais vergonha, se é que era possível.

Um garoto, um tanto mais baixo que eu, abriu a porta e se abaixou, até ficar da minha altura, com um semblante preocupado: 

- Você está bem? - Ele perguntou me ajudando a levantar do chão

E me desculpem não ter ressaltado isso antes mas, aquilo não era um garoto qualquer, era um deus grego (coreano na verdade rsrs). Por favor grifem a palavra Deus, por que chamar ele de bonito era xingamento. ele era LINDO, MARAVILHOSO, ESPLÊNDIDO e qualquer outro adjetivo que seja similar a isso.

- Doeu muito quando você caiu do céu? - Pensei alto de mais.

- O que? - Ele disse desacreditado - A sua batida no vidro alterou o seu cérebro garoto?

- Hãn? MEU DEUS EU NÃO ACREDITO QUE DISSE ISSO ALTO! - Nesse momento eu simplesmente tinha vontade de sair correndo dali e nunca mais voltar para a biblioteca. - Me desculpe eu não pense...

Nesse momento ele começou a gargalhar loucamente, e só pra ressaltar, mais uma vez, que ele ficava muito fofinho rindo pois seus olhos viravam dois risquinhos.

- Ei - Chamei sua atenção - Não ria muito alto, a velhinha daqui é muito chata e reclama de qualquer barulho.

- A velhinha chata - Ele ainda ria - É minha avó.

Meu deus, Changkyun você não dá nenhuma adentro.

- Ah, é me desculpe eu...

- Tudo bem, eu sei que ela é um pouco chata as vezes. Mas, só pra você saber, agora ela não trabalha mais aqui e, a partir de hoje, eu sou o dono da biblioteca, então não precisa se preocupar muito com o barulho... é só não extrapolar - Ele deu uma risadinha nasalada em seguida piscou.

Eu estava boquiaberto. Aquele lugar sempre fora como uma segunda casa pra mim, e agora com esse anjo estando aqui sempre, vou passar todos os dias só pra dar uma limpada nos olhos.

- Omo feche a boca - Ele provocou - Está quase babando em cima de mim.

- V- você não... Aish - Disse entrando no lugar com o rosto vermelho de vergonha, sendo seguido pelo baixinho que ria da minha cara de idiota.

。.•*¨*•♬✧

O garoto, que se apresentou a mim como Kihyun era uma pessoa, que além de bonita, era interessante. Tínhamos muito em comum, tanto gosto musical, preferência de cores, artistas favoritos, quanto livros favoritos e vale ressaltar que O Pequeno Príncipe era um deles.

Será que aquilo era o destino nos dizendo que deveríamos ficar juntos, casar e adotar 76 cachorros? Talvez.

Ficamos aquela tarde inteira conversando sobre gostos e preferências, e quando vimos já era a hora da biblioteca fechar.

Quando cheguei em casa, assim que deitei na cama, pensamentos rondavam minha cabeça e Kihyun era sempre o centro deles.

Eu definitivamente não parava de pensar no baixinho de cabelos castanho claro que conhecera naquele dia.

^^

espero de verdade que gostem desse plot... Me esforcei o meu máximo para desenvolver, não foi à toa que demorou. :)

~XOXO

me gustas tu | changkiWhere stories live. Discover now