Prólogo.

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Todo dia começava exatamente igual. Meu despertador tocando às seis horas, eu me esticando e apertando o botão soneca – botão soneca é vida –, revirando na minha cama e quando caia no sono de novo o despertador tocava me acordando.

Era sempre assim, mas hoje foi diferente, assim que olho para o relógio vejo que estou mais atrasada que o normal – odeio quando desligo o alarme ao invés de apenas colocar na soneca. Saiu correndo para o banheiro, gostaria de saber por que diabos os expedientes não começavam às dez horas da manhã? Poderia ser igual aos shoppings.

Bufei enquanto dava pulinhos em baixo da água gelada, chuveiro elétrico era um luxo que eu ainda não tinha. Desde que resolvi mora sozinha em São Paulo tive que cortar meus custos ao máximo, água quente somente da chaleira, ar condicionado nem pensar, o único luxo que me dava era minha tv a cabo e minha internet – TV a cabo e wi-fi também são vida.

Saí do chuveiro e me olhei no espelho, deixei a toalha cair, analiso meu corpo, tudo bem, meu corpo até que não é de se jogar fora, tenho uma boa bunda, barriga zero, seios na medida, mas porque eu não conseguia arrumar nenhum namorado decente? Olhei para o meu cabelo e gemi.

“Isso só pode ser culpa sua” falei apontando o dedo para o meu cabelo. Peguei um secador e comecei a escová-lo, estava tão lindo, escovado e com volume – adoro quando ele fica assim –, me senti sexy, mas minha felicidade durou pouco, de fato, ela durou pouquíssimo. Assim que me vesti para o trabalho o meu cabelo traidor já estava caído novamente, liso, lambido e escorrido. Isso era uma droga de verdade, eu não entendia como tantas mulheres pagavam para puxar seus cabelos, nada contra, mas quem gosta de ter um cabelo que parece que a vaca lambeu?

Eu não.

Desço correndo as escadas, eu moro no quarto andar e por mais preguiçosa que seja me recuso a descer de elevador – “Pra baixo todo santo ajuda” já dizia minha mãe.

Saí para as ruas de São Paulo e o ar gelado bateu em minha pele, gemi novamente, agora eu podia entender todas aquelas piadas sobre tirar casaco e colocar casaco que via na internet antes que vir morar aqui.

Corri para não perder o metro, aquilo era a filial do inferno todo santo dia, mas hoje era sexta feira, e as sextas feiras sempre me animavam, as pessoas sempre estavam mais relaxadas e descontraídas com um sorriso no rosto, mesmo que não tivessem nada para fazer no fim de semana, eu era uma dessas pessoas, mas e daí?

Era sexta-feira e eu ficava feliz com isso!

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NOTA: Esperamos que tenham gostado desse pequeno prólogo. Não temos previsão para começar as postagens dos capítulos. Estamos terminando de escrever Outro Olhar e logo virá o Outra Chance.

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Amor Real (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora