Meu corpo não me obedece

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Se isso aqui é real, eu posso declarar que Suho é um mentiroso com a maior cara lavada do mundo.

Obviamente juntando os pedaços da minha memória e o que Suho falava no nosso relacionamento, ele não poderia ter sido carinhoso o suficiente para escrever bilhetes como os que eu recebia.

Eles pertenciam a Chanyeol, cada um deles que eu lia e ficava feliz eram dele... Quando Suho admitiu que era ele que escrevia era só um jeito mais simples de me conquistar. Aquelas mensagens que Chanyeol escrevia foram formando um caminho até o dia que ele se confessou para mim e eu o humilhei na frente de toda a escola...

Nossa, Baekhyun! Você pode ganhar o primeiro lugar de ser uma merda ambulante. Eu fui idiota e estava cegado pela aparência que eu tinha que manter para todas aquelas pessoas falsas que nem meus amigos eram... Eu deixei de ver, acho que, a única pessoa que me olhava de um jeito diferente. De um jeito especial que nem mesmo eu conseguia ver.

Continuei lendo os bilhetes e ficando cada vez mais mal, na fossa mesmo por ler mensagens tão carinhosas que não chegaram a ser entregues. Todas tinham um desenho bonitinho no final com uma carinha feliz... Eu sentei no chão e ficava alternando entre rir e chorar.

Depois de ver todas as pessoas que conviviam comigo tirarem as máscaras, eu comecei a chorar ao perceber que poderia ter sido diferente e que eu poderia ter dado uma chance para uma pessoa que gostava de mim, mesmo eu não sabendo o motivo.

A sensação é estranha, porque isso me moveu para o dia que eu fui o insensível de merda. Eu estava me sentindo fraco e vulnerável com a lembrança, estava me fazendo sentir uma ardência no peito não muito agradável.

2012

⇠⇠⇠

— Peraí... — escutei sua voz quando eu ia dar a volta por ele e continuar meu caminho. — Eu quero falar com você...

— Falar comigo? Por quê? — ele segurou meu pulso e estava querendo arrancar, mas estava com pena da timidez exarcebada dele em estar fazendo isso. — Olha, o que quer que seja não me interessa, nós nunca conversamos, não vai ser agora que vamos conversar. — estávamos no pátio e depois que paramos praticamente no centro do lugar, o nerd colocou as mãos no bolso levantando o rosto de forma muito lenta.

— Eu sei que nós nunca nos falamos, mas... Eu preciso falar o que eu estou sentindo, porque mesmo que você recuse meus sentimentos, eu não posso guardá-los para mim, pois senão eles morrem. — do que ele estava falando? Um aglomerado de pessoas já estavam observando a cena e eu estava achando tudo aquilo uma perda de tempo. — Eu preciso que você saiba que eu gosto de você, Baekhyun! — ele estendeu um envelope na minha direção e eu ergui uma sobrancelha segurando minha risada. — Todo esse tempo eu fiquei te admirando de longe e eu sei que é uma coisa completamente inusitada e... e... eu muito nervoso para falar tudo agora, mas se me der uma chance vou ter a certeza de falar sobre esse sentimento todos os dias.

— Por que você achou que eu queria escutar isso? — soltei uma risada incontrolada e andei alguns passos em sua direção, mesmo com toda sua altura, Chanyeol parecia pequeno agora. Peguei a carta da sua mão, dei uma olhada no envelope e em seu conteúdo. — Por acaso isso é uma carta de amor?

— Sim, eu a escrevi ontem quando decidi que iria me confessar. Você ficava tão feliz quando lia...

— Isso é alguma brincadeira, por acaso? — o cortei e olhei para o lado encontrando Peniel. — Por acaso, você programou essa ceninha?

— Não, sozinho amigo. — voltei a olhar para Chanyeol fechando o envelope e em seguida o rasgando.

— Não acredito que teve a coragem de confessar estar apaixonado por mim se eu nunca dei atenção para você, nerd. Como você acha que tem a capacidade de vir falar comigo assim? De achar que tem alguma chance, com Byun Baekhyun? — joguei o envelope rasgado no chão, tinha partido exatamente na metade. — Um nerd bobão, freakie*, provavelmente, deve ser lunático, por achar que algum dia eu iria simplesmente te abraçar e agradecer pela linda confissão na frente de todos. — o som das risadas dos outros alunos começaram a ecoar pelo pátio. — Nem para ser bonito...

O chefe bonitãoWhere stories live. Discover now