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Passou um mês desde o Natal. A Pipa está em casa do pai e dos avós e o André está nos treinos. Hoje tive folga. Estava cheia de enjoos e não me sentia bem em ir trabalhar. Contudo estou na cama a estudar os processos que tenho para o dia do tribunal para ter a guarda total da Pipa.

São 13h00 e o André chega a casa com uns sacos na mão.

ANDRÉ: Então amor, como estás? - deposita um beijo nos meus lábios.

EU: Um bocado melhor! - sorrio. - O que trazes aí?

ANDRÉ: O nosso almoço. Merecemos uma folga da cozinha! - gargalha.

EU: Tens razão! - gargalho igualmente.

Sigo-o até à cozinha e ponho a mesa enquanto ele tira as coisas dos sacos e mete nos pratos para aquecer no microondas.

ANDRÉ: Passei pela escola da Pipa! - diz indo buscar o sumo ao frigorífico.

EU: Viste-a?

ANDRÉ: Sim, estava a brincar no recreio mas não parecia muito contente!

EU: Então?

ANDRÉ: A carinha dela não estava com bom ar!

EU: Eu tenho de a ir ver André!

ANDRÉ: Amor tem calma. Não podes estar sempre em cima dela. Assim os outros têm mais motivos contra ti!

EU: E eu sei das coisas graves que eles fazem! - digo meia enervada.

ANDRÉ: Amor, calma. Sabes que agora não te podes enervar!

EU: Calma? Tu sabes que com isto eu tenho tudo menos calma! - de meia passei a mesmo enervada.

ANDRÉ: Ana...

EU: Não André. Almoça tu. Fiquei sem fome!

Saio da cozinha sem deixar o André dizer qualquer tipo de coisa. Entro no quarto e deito-me na cama. Que raiva. Eu antes ainda me controlava um pouco mas agora as hormonas estão mesmo passadinhas da tola. E depois com isto quem paga é o André e o meu filho.

Penso que passou mais ao menos meia hora quando sinto o André a entrar no quarto e a sentar-se ao meu lado. Ele faz festas no meu cabelo e num impulso sento-me ao seu lado e abraço-o.

EU: Desculpa amor... - sussurro ao seu ouvido.

ANDRÉ: Não tens culpa amor!

EU: Eu não quero que isto nos prejudique como casal!

ANDRÉ: E não vai prejudicar. Nunca Ana. Eu amo-te!

EU: Eu também te amo amor. E não é pouco! - beijo-o.

ANDRÉ: Vem comer qualquer coisa amor!

Levanto-me e pego-lhe na mão. Puxo-o para a cozinha. Durante esta meia hora de amuo, o André não havia comido nada.

Arrumámos tudo e fomos para o sofá ver um filme do Nicholas Sparks, The Best Of Me, para ser mais precisa. O meu cérebro necessitava disto. De um filme romântico para chorar. O rolo de papel higiénico já estava quase no fim e as lágrimas teimavam em sair.

 O rolo de papel higiénico já estava quase no fim e as lágrimas teimavam em sair

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