Carol
Before/Antes.
– Se há uma coisa que não suporto são garotinhas mal-educadas, que não levaram as surras necessárias, nos momentos adequados.
No fim, quem sofre são os pobres dos homens que se casam com elas.
– Fala por experiência própria Sr. Lefebvre?
***
Now/Agora.
Obedeci. Estava saboreando com prazer sua refeição. Ele que quebrasse a cabeça para descobrir o porquê da minha mudança. Tinha vestido aquela calça comprida, tão justa de propósito. Deixei os meus longos cabelos negros soltos, com a certeza de que ele não deixaria de notar. Feliz da vida percebi que o meu truque tinha dado certo. Ri.
Isso mesmo! Thomas Lefebvre!
Divirta-se, porque a brincadeira está só começando e você não vai demorar muito a se render. Sim, seu Francês-pretensioso, sua hora está chegando!
Jurei em pensamento.
***
Instalei-me no estúdio para trabalhar. Fazia muito tempo que não vinha no chalé, mas sentia que ali conseguia relaxar e pintar melhor que em qualquer outro lugar. Só que nesse dia alguma coisa bloqueava minha criatividade, e só podia ser Thomas e os ruídos que ele fazia lá embaixo. Tinha vontade de retratá-lo. Ficaria soberbo. Afinal o Frances de araque era grosso, mas também era muito atraente. Estava justamente pensando naquele arrogante, quando o escuto me chamar.
–Carol! Carol! Clóvis está chamando você ao telefone.
– Clóvis? - perguntei correndo para a porta, quase sem fôlego.
–Ele mesmo, e parece que é urgente! - respondeu Thomas lá da sala.
– Quer passar a ligação aqui para cima, por favor? É só apertar o botão que fica ao lado do telefone.
–Importa-se que eu ouça?
Não! Imagina seu Frances de áraque! Lógico! Pensei, porém respondi - Claro que sim! Minha conversa com o Sr. Simpson é particular. - Ri de sua cara de bravo.
– E ainda tem coragem de dizer que não existe nada entre vocês dois? - sorriu com desprezo e virou as costas para mim.
Eu quase voei escada abaixo para lhe dar umas bofetadas, arrogante de uma figa! Mas o toque do telefone me fez voltar à realidade. Peguei o telefone com mãos tremulas. Saco! Iria ser mais difícil do que eu havia imaginado manter uma aparência descontraída diante daquele homem desconcertantemente irritante, forte, arrogante, viril.
Epa! Exagerei agora.
–Alô. - atendi ríspida.
–Algum problema, Carol? - perguntou com voz preocupada.
–O arrogante do seu amigo! Mas, nada sério. - respondi, rindo de forma nervosa.
– Você ainda não conhece o Thomas. –agora foi à vez dele rir. – Se pensa que pode dobrá-lo, cuidado. Muitas mulheres tentaram, mas nenhuma conseguiu até hoje.
– Não se preocupe pai! Não pretendo me casar com o homem, só quero é lhe dar uma boa lição.
– Caroline! Você não entendeu, ou não está querendo entender? Thomas não é homem para esse tipo de brincadeira! E pode explicar por que tenho que pedir para falar com Carol e não com minha filha?
–Porque, no momento, para o seu amigo, posso ser muitas coisas, menos sua filha.
–Que coisas?
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ICE- Capítulos de Degustação. Não completo.
RomancePostado como ICE 2014-2015 1ª Edição Copyright© Erika Alves.