Time Limit

Capítulo 6 - Amizade

— A... a... a alma da princesa... foi roubada.

A garota-macaco cambaleou para trás e caiu ao chão atônita.

Olhei para a janela assustado.

A alma de Akemi foi roubada? O que isso deveria significar?

Acordei do choque ao ouvir os prantos de Maki.

— M-maki-chan.

— É... é minha culpa. A princesa está assim, por minha culpa.

Não sabia o que fazer. Abracei-a e comecei a chorar junto dela. Ficamos ali por alguns minutos e então Maki se levantou e foi para o quarto em silêncio.

— Maki-chan?

Ela apenas continuou a andar sem responder. Virei-me para Akemi.

"Todos tem raiva de mim aqui...", "Você pode ficar no reino, se quiser!" Palavras aleatórias dela, como também suas expressões quando ela as falou, vieram a minha cabeça. Seu sorriso... Seu cheiro...

Coloquei a mão em meu peito e inclinei minha cabeça para frente de olhos fechados.

— Vê-la assim... é tão ruim.

Depois de algum tempo observando a princesa olhar para cima sem nenhuma expressão, fui para meu quarto.

— O que eu... faço? — perguntei-me depois de socar um travesseiro enquanto enterrava meu rosto em outro.

... Time Limit ...

Já fazem cinco dias. A princesa se levanta, come, vai ao banheiro e volta a dormir ou a ficar deitada olhando para o nada. Sua expressão não muda e não importa o que eu faça, ela não responde a nenhum estímulo.

Parece que seu cérebro continua mantendo seu corpo vivo, mas não há sinal dela. Vê-la assim é verdadeiramente deplorável, então Maki passa o dia inteiro no quarto e quando sai, dá para ver seus olhos inchados e uma aura depressiva emanando dela.

Eu continuo tentando explodir balões um a um e para mim este é o terceiro dia, já que passo um dia inteiro dormindo. Apesar de ainda não ter cumprido o objetivo, já consigo explodir apenas três por vez.

Estamos esperando a volta de Sllavik, Rose e Titi, porém, caso isso não aconteça, iremos atrás deles e da alma de Akemi, provavelmente começando pelo endereço que Krust nos deu.

— Ah! Treinar o dia inteiro é cansativo! — comentei enquanto mexia meus ombros para ter certeza de que eles ainda funcionavam.

Fui até o jardim da mansão para descansar um pouco.

— Algum sinal deles, Gin-chan?

Perguntei para a garota-pássaro que me respondeu com um balançar de cabeça negativo. Ela estava no topo da mansão olhando cautelosamente ao longe.

Sua audição é realmente muito boa para eu não precisar gritar ao falar com ela.

Sentei-me na escadinha de entrada e fiquei observando o horizonte. Uma leve brisa acariciou meu rosto.

Como será que Akemi está agora? Suas memórias, seus sentimentos, tudo está em sua alma...

Abracei minhas pernas e apoiei minha cabeça em meus joelhos.