Auto Amor

Four

Ninguém vai te completar. Esse pensamento é fruto de romances sensacionalistas, legendas do Instagram e textos de um escritor cult do Facebook. Não cai nessa. Isso não acontece. Ninguém chega e te completa, nem transborda: você não tem limite. O que transborda é o meu copo de coca cola cheio de gás e a piscina quando a gente deixa enchendo por muito tempo, e, pasme: você não é nada disso.

Nem começa com aquela história de que vai encontrar a cara-metade, sua cara já é completa. Não vai ter isso de metade da laranja, nem do kiwi ou maçã. Sabe por quê? Porque pessoas apenas nos acrescentam. Você pode amar alguém completa e verdadeiramente, ser a pessoa certa para você, mas ela nunca poderá influenciar na sua intensidade. Seja intenso por si só. Sorria e use a sua roupa predileta por você, cara.

Antes de qualquer discurso espelhado no gênero romance da Netflix, entenda que você tem que se amar antes de qualquer coisa. Não pense que quem vos fala é uma pessoa extremamente evoluída e de bem com si. Muito pelo contrário. Ontem eu experimentei, depois de muito tempo (infelizmente, os intervalos dessa sensação são longos), me amar. Cara, eu estava me achando. Só eu e eu. Tava nem ligando para o que estavam falando do meu nariz ou peso. Queria ser assim sempre, mas só foi ontem á noite mesmo, hoje já passou. Mas a gente tenta fazer isso durar. Tá ficando mais frequente.

Não comece um relacionamento amoroso antes de se amar: primeiro você se apaixona por si mesmo e, depois, pelos outros. Não dá para inverter essa ordem e manter algo saudável. Antes de tudo, seja seguro de si. Se acha mesmo. E não faça isso só por uma noite, não. Faz por todas as noites e não esquece dos dias. Vai lá e se ama. Se olha no espelho e sorri, pra você. Aquele sorriso de fazer ruguinhas nos cantos dos olhos. Vai ser a sua própria metade   — o seu inteiro. Vai e conhece os seus infinitos. Você já é completo.