Capítulo 7

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Louis se encontrava na porta da casa de Liam em algum momento pelas três e meia da madrugada, o braço machucado por carregar sua mala e a cabeça latejando de tanto chorar. As lágrimas tinham voltado enquanto ele entrava no trem e se sentava em seu banco, e elas só pararam quando o trem estava passando por Sheffield porque seu corpo estava sem forças pra continuar chorando.

– Liam, por favor, abra - Ele murmura, a voz rouca ao que ele se encostava na porta. Ele está com um braço encostado ali, apoiando seu corpo cansado. E não é nem porque ele está cansado,  é porque seu corpo ficou tão mais pesado com a imensidão de seus sentimentos que ele sente como se suas veias tivessem sido drenadas e seu sangue fora substituído por areia.

Ele ouve o som de pés se arrastando e uma corrente sendo tirada da tranca da porta antes de ser aberta.

– Louis? Você não devia estar - Liam começa, coçando seus olhos em descrença.

Louis o corta.

– Eu deixei o Harry.

Dizer as palavras fez sua garganta queimar, e seu estômago apertar.

– Oh Deus...

Liam segurou sua mala e colocou para dentro antes de abraçar Louis. Ele não disse nada, apenas puxou o corpo cansado até o sofá e acendeu a luz. Louis se encolheu ao lado de Liam e tinha toda a intenção de cair no sono daquele jeito, esperando que a manhã levasse toda essa dor embora e ele seria capaz de pensar em tudo claramente. Mas quando Liam suspira e acaricia suas costas gentilmente, ele é lembrado que não é a mesma coisa. Não é o Harry suspirando, e não são os dedos esbeltos e longos de Harry correndo por seus ombros, e não existem pequenas pontas de asas saindo a vista por pela fenda da camisa de Liam. E nem a batida do coração de Liam é a mesma coisa. Louis mal consegue ouvir as batidas por culpa dos músculos grossos de Liam, exatamente no mesmo lugar onde ele podia ouvir as de Harry tão claras como o dia, não importa quando ele colocasse a cabeça em seu ombro.

Louis vai abrir a boca para contar o que aconteceu mas tudo que ele faz é soluçar e balbuciar coisas sem sentido, o corpo envolto por suspiros profundos e cansados, até que ele tem seus braços arremessados sobre os ombros de Liam, e está com medo de se desintegrar.

– Está tudo bem, vai ficar tudo bem - Liam diz, tentando acalma-lo, mas Louis apenas balança a cabeça.

– Nunca vai ficar tudo bem - Ele se engasga – Eu não queria ter ido embora. Eu durei três meses, Liam. Eu nunca tive um relacionamento tão longo, e eu não queria ir embora. Eu não queria mas eu fui do mesmo jeito. E eu já quero ele de volta, Liam, mas eu não posso o ter.

Liam faz com que Louis pare de falar e o abraça com mais força.

– Eu tenho certeza que se você ligasse pra ele, você o iria ter de volta.

– Não, eu não posso. Eu fiz as coisas do pior jeito porque eu nem falei na cara dele, eu deixei uma porra de uma mensagem. Ninguém vai deixar, ninguém vai me deixar o amar por causa de quem eu sou - Louis parou para arfar por ar – Porque eu sou a porra de um garoto sem valor, eu sou o segredinho sujo dele, e eles o odeiam por me amar e me odeiam mesmo sem me conhecer, e eu não consigo lidar com isso. Por que eles não conseguem nos deixar sozinhos? Por que toda vez que alguém tira uma foto nossa ou vê nossos vídeos ele tem que dividir com todo mundo até que não exista nenhuma parte só minha ou dele ou qualquer só pra mim? Por que isso aconteceu comigo, Liam?

Louis sente como se suas costelas fossem se quebrar, como se seu coração quebrado pudesse queimar todo seu peitoral e deixar cair toda sua dor no chão limpo de madeira de Liam.

– Por que isso aconteceu? Eu finalmente achei a pessoa que eu amo, mais do que qualquer um nesse mundo. Eu finalmente achei alguém que eu pudesse aceitar as falhas e que podia me amar, e todo mundo quer tirar ele de mim - Louis murmura – Por quê? Meu Deus, por quê?

We Are All Stars Now (PORTUGUESE VERSION)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora