O invasor e seus segredos. Bate panela e quem quer ser um milionário?
A casa de Lígia ficava no mesmo bairro e Sophie não teve dificuldades para se lembrar do caminho. Estacionou sua moto e desceu, tomando coragem para entrar, havia esquecido de perguntar à mãe onde estavam as coisas e teria de procurar.
Pegou a chave do bolso da calça e abriu a porta com um cuidado exagerado, como se não pudesse fazer barulho. Estava tudo escuro na casa, tateou pela parede tentando encontrar um interruptor e ascender a luz.
Ficou alguns minutos observando o lugar, caixas empilhadas, móveis desmontados, outros cobertos... Ficou pensando por onde iria começar, até ouvir um barulho. Sophie começou a pensar em todas as possibilidades, poderia ser um gato, rato, ou qualquer outra coisa. Decidiu seguir o barulho que parecia vir do porão, caminhando devagar e com o maior cuidado possível.
Ao chegar à porta do porão, precisou encostar o ouvido nela para acreditar no que estava acontecendo e seu coração disparou.
— Aqui? Você acha? – Sophie começou a se afastar, tentando pensar no que fazer.
Mas a porta abriu de repente, a assustando e pela primeira vez em sua vida, ela gritou, aquele grito que tanto criticava em filmes de terror. Tentou se acalmar, até porque um grito não a ajudaria, a não ser que o invasor tivesse ouvidos sensíveis.
— O que você está fazendo aqui? – Soltou a primeira pergunta que veio a sua mente.
— Quase fiquei surdo, merda! – O invasor reclamou, numa tentativa de ganhar tempo.
— Dane-se! O que você está fazendo aqui, Lucas? – Cruzou os braços sobre o peito e mesmo assustada, se manteve firme.
Lucas abriu a boca para responder, mas tentou sair da casa correndo, não tinha como inventar uma boa desculpa para estar ali. Sophie acompanhou o olhar dele, então pensou e agiu o mais rápido que conseguiu, correu até a porta, trancou e guardou a chave no sutiã, impressionada por ter chegado primeiro que ele.
— Terei prazer em pegar a chave de você. – Ele sorriu, ofegante, mais por ser pego de calça curta do que pela corrida.
— Não estou brincando. Você não sai daqui até me dizer o que estava fazendo. – Retrucou, atenta a qualquer movimento dele.
— Também não estou brincando, Sophie. – Ele começou a se aproximar e ela resistiu à vontade de recuar.
— Não se atreva! – Advertiu, levando sua mão ao bolso para pegar o celular, mas desistiu, ou protegia a chave, ou pedia ajuda. Ia ter que se virar e sem arma de choque ou spray de pimenta.
— Então entrega a chave. – Pediu ao dar mais dois passos, quase em cima dela.
— Não... – Pretendia xingar mais um pouco, mas sua resposta foi interrompida pelo movimento rápido dele.
Lucas envolveu o pescoço de Sophie com um braço, ficando nas costas dela e com o outro tentou colocar a mão dentro da blusa da garota numa velocidade assustadora. Ela colocou uma de suas pernas entre as dele. Um movimento sutil e geralmente eficiente, e começou a arranhar o braço que envolvia seu pescoço. Precisou se debater para que ele não pegasse a chave.
— Vai precisar fazer mais do que me arranhar... Para de se mexer! Não quero machucar você. – Nunca imaginou se encontrar numa situação dessas e precisava admitir que ela era corajosa.
— Já está machucando! – Retrucou, sufocando e tossindo.
Ele afrouxou o aperto e logo se arrependeu disso.
YOU ARE READING
Manipuladores do Futuro (1)
Science FictionSophie leva uma vida comum, nada nela destoa da vida de outras pessoas, exceto seus sonhos, mas sua família encontra uma forma de ajudá-la e a garota deixa de ser atormentada por eles... Até agora. A vida dela muda drasticamente depois de um acid...