Capítulo 9

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O invasor e seus segredos. Bate panela e quem quer ser um milionário?

A casa de Lígia ficava no mesmo bairro e Sophie não teve dificuldades para se lembrar do caminho. Estacionou sua moto e desceu, tomando coragem para entrar, havia esquecido de perguntar à mãe onde estavam as coisas e teria de procurar.

Pegou a chave do bolso da calça e abriu a porta com um cuidado exagerado, como se não pudesse fazer barulho. Estava tudo escuro na casa, tateou pela parede tentando encontrar um interruptor e ascender a luz.

Ficou alguns minutos observando o lugar, caixas empilhadas, móveis desmontados, outros cobertos... Ficou pensando por onde iria começar, até ouvir um barulho. Sophie começou a pensar em todas as possibilidades, poderia ser um gato, rato, ou qualquer outra coisa. Decidiu seguir o barulho que parecia vir do porão, caminhando devagar e com o maior cuidado possível.

Ao chegar à porta do porão, precisou encostar o ouvido nela para acreditar no que estava acontecendo e seu coração disparou.

— Aqui? Você acha? – Sophie começou a se afastar, tentando pensar no que fazer.

Mas a porta abriu de repente, a assustando e pela primeira vez em sua vida, ela gritou, aquele grito que tanto criticava em filmes de terror. Tentou se acalmar, até porque um grito não a ajudaria, a não ser que o invasor tivesse ouvidos sensíveis.

— O que você está fazendo aqui? – Soltou a primeira pergunta que veio a sua mente.

— Quase fiquei surdo, merda! – O invasor reclamou, numa tentativa de ganhar tempo.

— Dane-se! O que você está fazendo aqui, Lucas? – Cruzou os braços sobre o peito e mesmo assustada, se manteve firme.

Lucas abriu a boca para responder, mas tentou sair da casa correndo, não tinha como inventar uma boa desculpa para estar ali. Sophie acompanhou o olhar dele, então pensou e agiu o mais rápido que conseguiu, correu até a porta, trancou e guardou a chave no sutiã, impressionada por ter chegado primeiro que ele.

— Terei prazer em pegar a chave de você. – Ele sorriu, ofegante, mais por ser pego de calça curta do que pela corrida.

— Não estou brincando. Você não sai daqui até me dizer o que estava fazendo. – Retrucou, atenta a qualquer movimento dele.

— Também não estou brincando, Sophie. – Ele começou a se aproximar e ela resistiu à vontade de recuar.

— Não se atreva! – Advertiu, levando sua mão ao bolso para pegar o celular, mas desistiu, ou protegia a chave, ou pedia ajuda. Ia ter que se virar e sem arma de choque ou spray de pimenta.

— Então entrega a chave. – Pediu ao dar mais dois passos, quase em cima dela.

— Não... – Pretendia xingar mais um pouco, mas sua resposta foi interrompida pelo movimento rápido dele.

Lucas envolveu o pescoço de Sophie com um braço, ficando nas costas dela e com o outro tentou colocar a mão dentro da blusa da garota numa velocidade assustadora. Ela colocou uma de suas pernas entre as dele. Um movimento sutil e geralmente eficiente, e começou a arranhar o braço que envolvia seu pescoço. Precisou se debater para que ele não pegasse a chave.

— Vai precisar fazer mais do que me arranhar... Para de se mexer! Não quero machucar você. – Nunca imaginou se encontrar numa situação dessas e precisava admitir que ela era corajosa.

— Já está machucando! – Retrucou, sufocando e tossindo.

Ele afrouxou o aperto e logo se arrependeu disso.

Manipuladores do Futuro (1)Where stories live. Discover now