Capítulo dois| conhecendo o inimigo

1.8K 207 57
                                    

09 de setembro de 2024
03:06 da tarde.

09 de setembro de 202403:06 da tarde

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Sem volta para casa.

ZAYA LEBLANC

Ao despertar assustada, acredito que tudo o que vivi foi um pesadelo, uma brincadeira de mau gosto para me trolar. Expresso meu descontentamento e peço que parem com essa brincadeira. Tenho a certeza de que, a qualquer momento, o homem que escolhi como o amor da minha vida aparecerá, surpreendendo-me com um pedido de casamento. Ele se desculpará pela brincadeira, revelando que tudo foi feito porque adoramos brincar juntos. Em seguida, ele gentilmente pegará na minha mão, com um sorriso no rosto, e me resgatará desse pesadelo. Ao abrir os olhos novamente, percebo que ainda estou no mesmo quarto de ontem. Bato no colchão da cama, pedindo para que isso não seja real. Não pode ser real.

Água... meu subconsciente grita por água

Molho os lábios, sentindo-os secos, uma sensação que evidencia minha desidratação e a intensa fome que me assola. Há dois dias, parece, desde que meu estômago recebeu qualquer alimento. A solidão desse quarto, onde ninguém me visita, faz com que eu perca a noção do tempo, mergulhando-me em devaneios e ilusões, como o sonho recente com meus pais. Na imaginação, os encontrei, mas ao acordar neste lugar novamente, percebi que era apenas uma ilusão triste, um desejo nunca realizado na vida real. Cerrando os olhos, aceito a derrota diante da fraqueza, pronta para enfrentar meu destino solitário nesse quarto.

ㅡ Acorda, você precisa comer ㅡ escuto a voz rouca do meu sequestrador. ㅡ Acorda logo ㅡ me assusto com o seu tom de voz elevado.

Espantada e com muito medo, recuo instintivamente diante do homem imóvel. No entanto, minha atenção é desviada para a bandeja de comida que ele segura. Com cuidado, ele a posiciona na cama, indicando que eu deveria comer. Observo-o atentamente enquanto ele pega o copo de água, se aproximando de minha boca.

ㅡ Bebi ㅡ puxo o copo da sua mão, bebendo toda a água. ㅡ Da próxima vez, se ser teimosa não terá água.

Olho para a comida, um tanto apreensiva, uma dúvida pairando sobre a possibilidade de conter veneno. Embora tenha mencionado o desejo de morrer, neste exato momento, a ideia não me atrai. O homem bufa, pega o garfo, enrola o macarrão e o enfia na minha boca, insistindo que não há nada de errado. A mistura de desconfiança e relutância permeia o ambiente, enquanto sou alimentada à força.

ㅡ Come tudo. ㅡ diz ele, agora me dando o garfo.

ㅡ Quantos dias estou aqui? ㅡ pergunto com incerteza.

ㅡ Uma semana. ㅡ arregalo os olhos.

Estou desidratada e sem comer por uma semana? Os dias passaram tão rápido que ninguém parece sentir minha falta e, se sentissem, não fariam o esforço de me ter por perto. Pensei que significasse algo para as pessoas que diziam gostar de mim. Olho para o quarto, repleto de fotos minhas, percebendo que ele estava me espionando há muito tempo. Tanto tempo que planejou tudo nos mínimos detalhes. O meu sequestro foi tão perfeito que, mesmo se eu decidisse fugir, acho que o homem com quem escolhi me casar não me amou o suficiente para se importar. Ou talvez ele pense que fugir é uma opção, mas, se ele for esperto o suficiente, saberia que não tenho para onde ir. A tristeza e a resignação permeiam meus pensamentos enquanto encaro a dura realidade do meu cativeiro.

𝐀𝐏𝐀𝐈𝐗𝐎𝐍𝐀𝐃𝐀 𝐏𝐎𝐑 𝐔𝐌 𝐍𝐈𝐍𝐅𝐎𝐌𝐀𝐍𝐈́𝐀𝐂𝐎Onde as histórias ganham vida. Descobre agora