Alexander Hernández nunca sonhou em ter uma vida perfeita, mas o que menos esperava era perder seu pai enquanto criança. E anos depois, também perder sua mãe para o vício em cigarros.
Agora, sendo um adolescente órfão e com um legado nas costas, tu...
“O inferno está vazio, todos os demônios estão aqui”
- Shakespeare
~ 8.417 palavras
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Alexander Hernández
HOJE EU ESTOU MUITO FELIZ, É O MEU aniversário! A mamãe disse que ia fazer um bolo delicioso para mim e que eu poderia chamar meus amiguinhos para a festa que vou ter. Eu falei que iria chamar sim, mas na realidade não vou.
Ninguém no meu colégio gosta de mim, eles ficam fazendo bullying comigo, mas eu não ligo. Eu sou mais inteligente que todos eles, e inclusive sei manusear uma arma. Papai diz que eu tenho que saber me defender.
Enfim, agora eu vou terminar de me arrumar para ir à escola. Eu sou muito bonito para a minha idade, como a mamãe diz. Atualmente eu tenho oito anos, bom, quer dizer nove, já que hoje estou ficando mais velho. Porém eu já tenho um e setenta de altura e um corpo de um adolescente, com alguns músculos já se desenvolvendo. Sem contar que meu maxilar está começando a ficar mais definido e meu cabelo preto está começando a ficar um pouco oleoso, o que está me obrigando a lavar ele todos os dias.
- Alex, você vai se atrasar para a escola! Sai desse banheiro de uma vez, meu príncipe! - Mamãe me chama, me obrigando a parar de me admirar no espelho do banheiro.
Termino de arrumar meu cabelo, o colocando para trás com a minha mão e destranco a porta do cômodo, saindo do mesmo. Eu super me namoraria se eu fosse uma garota, eu sou muito gato.
Sorrio com esse pensamento.
Termino de passar pelo corredor e chego na cozinha, encontrando meu lanche na mesa. O pego e o coloco dentro da mochila, a jogando nas minhas costas e me aproximo da minha mãe, deixando um beijo na sua bochecha.
- Tchau, meu bebê! Se cuida! - Ela se despede de mim.
Saio de casa e começo a andar pelas ruas de Guanajuato, é uma cidade aqui do México. O clima aqui é muito quente, e o uniforme da escola não colabora muito com o clima, já que os meninos são obrigados a usar calças do estilo social. Se eu pudesse usar uma bermuda nesse calor eu estaria feliz, mas não posso. Sortudas são as garotas, que podem usar saias e deixarem o vento ventilar toda a parte debaixo do corpo delas.
Acelero os meus passos depois de olhar meu relógio, faltam apenas alguns minutos para o portão fechar e não quero ter que voltar para casa porque me atrasei.
A escola é a parte que eu menos gosto de todos os dias, mas é mais fácil eu conseguir um emprego decente se tiver me formado no ensino fundamental e no ensino médio. E sei que tenho que aproveitar a fase da minha quarta série, porque depois a pressão escolar vai aumentar. Não que isso vá ser um problema, eu sempre gostei de estudar e mamãe sempre fez questão de me ensinar as coisas que estão na frente do meu tempo, como por exemplo algumas fórmulas de física e a tabela periódica.
