Capítulo 1

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Talulah

- Mamã, mamã! - ouço Knight chamar por mim.

- Ei, Kni. O que aconteceu? - abaixo-me apoiada na pia da cozinha e o abraço.

Eu possuo um nome diferente. E, por isso, sempre defendi que meus filhos iriam ter nomes comuns. Contudo, a história de Knight foi além. Uma história incomum não pode pertencer a alguém com nome tradicional. Knight foi minha melhor escolha. Com significado incrível para uma vida e história incrível. Knight, meu cavalheiro forte.

- Pesadelo, mamã.

Apertei-o mais na tentativa de transferir toda aquela dor para mim. No dia que o vi pela primeira vez, não direito que o amei ou que o analisei por completo, me apaixonando, Não, isso não aconteceu. Eu estava em desespero e vê-lo só intensificou isso. Contudo, Kni é luz. Me distraiu do que eu passava e me fez querer vê-lo bem e saudável.

Nas poucas semanas que fiquei no Rio de Janeiro após a descoberta da traição, Antony tentava incansavelmente chegar até mim. Ele não conseguia, visto que não me achava em casa. Eu e meu pai estávamos custeando o hospital para Knight e todo o tratamento médico necessário. A pneumonia dele estava no início, então o tratamento eficaz o livrou de uma morte precoce. Não tive a intenção de adotá-lo, eu somente o queria bem. Mas quando passou-se as semanas, eu não conseguia mais me ver sem ele. E então meu pai entrou com o processo de adoção, sua influência tornou as coisas mais fáceis. E hoje posso dizer: Knight é meu filho.

Com todas as dificuldades, ele sobreviveu. E as consequências delas foram parecer mais novo, seu desenvolvimento foi comprometido por conta da doença. Hoje em dia, meu filho tem acompanhamento pediatra para reverter esse quadro e normalizar a situação.

- Já passou, querido. Mamãe está aqui.

Consolei ele e pude sentir seu coração acalmar, sua respiração aliviar. E, após alguns minutos, pude perceber que Kni estava bem. Soltei-o devagar.

- Está com fome, filho?

- Sim, mamã. Quelo banana.

- Sente-se na sua mesinha, vou preparar seu café da manhã.

E assim o fiz. Cortei as banana em rodelas e melei com pasta de amendoim proteica. Fiz um misto com um pão bisnaguinha, coloquei no seu pratinho e preparei seu shake matinal. Arrumei tudo na mesa e deixei que comesse sozinho.

Knight possui dois anos. E apesar de ter sua estatura aparentando ser mais novo, sua inteligência mostra o contrário. Ele se mostra uma criança cada vez mais desenvolvida.

A campainha tocou do nada e isso foi suficiente para Kni levantar e começar a gritar.

- Papá! Papá chegou! - largou sua comida e correu até a porta, mas não alcançou a maçaneta.

- Calma, baby. - fui até a porta e olhei pelo olho mágico quem estava do outro lado. Abri a porta. - Oi, amor. - Falei assim que a porta não nos separava mais.

- Ei, vida. - entrou no apartamento me dando um selinho. - Ei, campeão. - pegou meu filho no colo e fez cosquinha.

Knight riu como se não houvesse amanhã. Era lindo vê-los juntos.

- Trouxe pão de queijo e bolo. Passei na padaria depois da corrida. - Me entregou a sacola, o cheiro estava fenomenal.

- Obrigada, Nico. Você sempre acerta.

Elogiei e fui até a cozinha. Consegui ouvir Nicolas colocar Knight de volta na sua mesinha e falar para o seu campeão voltar a comer. Nico veio até mim e me abraçou por trás.

- Ei, ei. Como tu estás? - me virou devagar, olhei em seus olhos.

- Tô bem, eu acho... - respondi desviando o olhar para o lado.

Nicolas sabia o quão aquele dia era difícil. Então, pegou meu rosto, virou para sua direção e me deu um beijo na testa. Sua falta de maldade me trazia admiração. Dois anos atrás, naquele dia, Luca, meu filho, nascia natimorto. Nicolas, quando pegou meu filho no colo, não acreditava também. O obstetra entregou para Nico primeiro por serem colegas de trabalho, e Nico entregou para mim, chorando. A gente sabia o que estava por vir, mas nenhuma preparação foi eficaz, nada conseguia prever a dor que senti. A dor que sentimos.

- Eu amo você. - Nico sussurrou enquanto me abraçava.

- Obrigada, Nic. Eu também te amo. - levantei um pouco minha cabeça, para olhá-lo.

Fiquei nas pontas dos pés e depositei um beijo leve na sua boca. Nico retribuiu e puxou minha cabeça para perto. Quando se afastou, não deixou de questionar:

- Eu sei que não é um bom dia para perguntar, mas você ja decidiu se vamos para o Rio de Janeiro? Preciso saber se vamos para a comemoração do seu pai. Comprar as passagens e pagar o hotel.

- Já decidi. - nos afastamos, ele se apoiou de lado na bancada da cozinha, e eu me encostei na pia. - Temos que ir. Não é todo dia que meu pai vira desembargador. E, apesar desse medo de encontrar aqueles dois novamente, não posso deixar que ele me impeça de estar em momentos importantes. Agora tenho você, tenho Kni. Creio que meus irmãos querem conviver mais com meu filho.

- Queres voltar para cá depois ou voltar a morar lá? - percebi pela sua feição que ficou confuso.

- Acho que precisamos voltar. Só esse ano temos o casamento de Lucile em um mês, precisamos ficar logo lá para economizar passagens. Depois que todas as comemorações acabarem, a gente volta para cá.

- Ok, chefinha, você quem manda. - se aproximou novamente, colocando uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

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E aí, gente. Esse é meu primeiro livro e eu to com muitas ideias, esse primeiro capítulo passa-se depois de dois anos daquele dia da Sinopse, espero que isso tenha ficado claro.

E, mais alguma coisa, muita coisa ainda vai ser explicada sobre o que aconteceu nos dois últimos anos, a explicação vai acontecer por meio de flashbacks.

E é isso, tchau galerinha 💘

Inacreditável Where stories live. Discover now