CAPÍTULO 1

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Quando Fred parou o Audi S5 Sportback em frente à casa de Ricardo, amigo de Max da época dos campinhos da Rocinha, o pagode já estava acontecendo a todo vapor (...)

Max era jogador do Chelsea, time da capital inglesa, e da Seleção Brasileira de Futebol. Estava no Brasil de férias, se tratando de uma entorse no tornozelo com a ajuda de seu ex-clube, o Flamengo, cujo médico responsável era o Dr. Guilherme de Assis. Ele contava ainda com a ajuda de seu personal trainer, Maurício, e de Fred, seu empresário, que o cobrava para que cumprisse as ordens médicas a fim de se recuperar rapidamente. A temporada europeia de futebol já estava começando e logo chegaria o final de agosto, o prazo que lhe deram para que retornasse a Londres.

Ele estava enfrentando muitos problemas extra-campo: sua fama de baladeiro, exageros com bebidas e mulheres, a necessidade de provar para a imprensa especializada que não era apenas uma "promessa", mas sim um craque, além de cobranças de Fred para cumprir o que prometia, era um dos problemas de Max. Ele não conseguia manter a sua palavra, mesmo nas coisas mais simples. Seu pai o acusava constantemente de ser imaturo e por isso não o deixava sozinho em seus compromissos, com exceção no Brasil, onde Carlos preferia aproveitar o tempo com os velhos amigos; ele não queria ser babá do filho, enquanto deixava de se divertir. Mas ali no churrasco, poderia fazer as duas coisas.

O craque morava em Londres com o pai, a mãe, Vera, e sua irmã, Beatriz, uma adolescente de dezesseis anos, a caçula, com quatro anos a menos do que o irmão. Quando vinha ao Brasil, ele podia escolher se hospedar em uma de suas casas - uma em Angra dos Reis e outra em Búzios -, além de em sua cobertura duplex na Barra da Tijuca, onde estava hospedado no momento, todas no Rio de Janeiro.

De todas as questões extra-campo que Max precisava cuidar, sua paixão era o que mais lhe tirava a paz. Ele teve um almoço de negócios com Luiz, o publicitário que cuidava das campanhas onde ele era o garoto-propaganda. Naquele dia, conheceu Polly e algo diferente aconteceu em seu coração. Ele nunca se apegava às mulheres, mas quando a menina surgiu foi como amor à primeira vista (...)

Max era moreno claro, com cabelos castanho-escuros e olhos de mesma cor. Seu porte atlético costumava chamar a atenção das mulheres, mas o seu forte era o papo. O rapaz tinha um poder de persuasão muito grande, o que contribuía para que encantasse as mulheres de imediato. No entanto, a única que ele precisava que gostasse de sua conversa era Polly (...)

- Fala aí, Max! Tudo certo, irmão? - cumprimentou Ricardo, enquanto Max entrava em sua casa.

- E aí, Ricardo? Beleza? - Max devolveu o cumprimento. - Este aqui é o Fred, meu empresário.

- Beleza, Fred? - disse Ricardo, cumprimentando-o com um aperto de mão.

- Meu pai você já conhece - disse Max.

- Claro. Beleza, tio Carlos?

- Ô Ricardo... tio? Só tenho quatro ponto seis, ainda me sinto um garotão. Como o pessoal diz, eu sou uma versão do Max, porém com algumas rugas e, digamos, uma barriguinha a mais - disse Carlos, sorrindo.

- É jeito de dizer! Bom... Vamos chegando, o pessoal está lá em cima, na laje. O pagode já começou. - Ricardo os convidou.

- É... Deu pra perceber. Eu quero mesmo esse churrasquinho caseiro, não tem igual ao brasileiro - disse Max, faminto.

- É porque o nosso é com carne de gato - disse Ricardo, dando aquela gargalhada e contagiando Max e Carlos.

Fred não estava feliz por estar ali, não pelos amigos de Max, mas pela oportunidade que ele teria de beber e se embriagar. Ele já havia alertado o rapaz para o perigo que corria levando uma vida tão irresponsável fora dos gramados. Aquilo poderia interferir nos contratos de patrocinadores e também na relação com o clube.

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⏰ Última atualização: Jun 04, 2015 ⏰

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