Capitulo 5

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Bruna

Depois de todo o acontecido resolvi deixar essa vida que nao me pertence pra trás, e voltar pra minha realidade, conversei com as meninas e a gente decidiu que era melhor eu e a Laura irmos pra casa hoje mesmo, ajeitei minhas coisas e saímos em direção a pracinha pra pedir o nosso uber, estávamos lá esperando alguém aceitar e quando olho pra frente vejo o bofe com outra, ué gente, não tava me beijando a 1 hora atrás... quando percebo que ele ta me olhando, desvio meu olhar de volta ao celular vendo que o uber aceitou

Bru: aceitou, vambora - levanto e dou um beijo na minha amiga - amanha a gente se encontra na aula Dai
Dai: ta bom minhas gatas, se cuidem - ela diz abraçando a Lau - beijo

Fomos descendo o morro e chegando na entrada o uber já estava lá nos esperando, entramos indo em direção a minha casa, a gente morava no mesmo condomínio então ficava fácil nos vermos.
Pagamos o uber e descemos na entrada do condomínio indo cada uma pra suas casas.
Quando cheguei só quis tomar um banho demorado e cair na minha cama quentinha e confortável, nada melhor do que minha casinha e meus luxos

1 mês depois...

Fazia um mês desde aquele dia que eu tinha ido na casa da Dai, hoje era sexta e nesse exato momento estávamos na aula e ela tava me perturbando pra ir de novo mas sinceramente eu nao tava nem afim sabe... nao queria subir morro, nem ver homens armados e muito menos aquele irmão dela, que por sinal foi puro erro eu ter ficado com ele....

Dai: vamo amiga, por favor por favorzinho
Bru: amiga, jamais querendo desmerecer o lugar que voce cresceu, mas tu sabe que essa não é minha realidade, eu não gosto da ideia de ter homens armados a cada esquina, nem de não poder encarar ninguém pra nao ser morta, e muito menos quase ter sido drogada- ela ri
Dai: amiga eu te entendo, mas da uma chance vai, tu pegou um final de semana ruim lá, não vai mais acontecer
Bru: ah não sei Dai, e também se a gente for pra tua casa tem teu irmão, e apesar de a gente ter ficado, acho que nao nos demos muito bem nao, to afim de trombar ele nao
Dai: ai amiga, ele nem fica mais em casa, ta sempre na boca, na casa do Dg ou nas revoada... vamo amiga por favor, a Laura ja disse que topa e que passa na sua casa pra fazer sua mochila, é só mandar o que você quer de roupa pra ela
Bru: ai Daiane, ta bom, eu vou - me dei por vencida após a insistência dela, se eu nao fosse as duas iam ficar martelando na minha mente depois - se der merda, vou por na conta de vocês.
Dai: fechou amiga, mas nao vai dar nada

Quando deu o sinal, saimos da aula indo em direção a casa dela, pedi um uber pra gente e chegando la encontramos com a Laura esperando na entrada do morro sentada na calçada

Lau: finalmente gente, to morrendo de calor, vamo logo
Bru: amiga nao da pra pedir pra um desses meninos levar a gente de carro nao?
Dai: pera ai vou ver - ela foi indo ate um deles e seguimos ela - e aí Wl, nao da pra levar a gente ate ali em casa de carro? Muito cansadinhas - fez drama e ele riu
Wl: ta folgadinha hein Dai, só vou levar porque senao Patrão me  mata

Ele chamou outro cara que apareceu com um carro e pediu pra ele nos levar ate a casa da Dai
Entramos e realmente o irmão dela nao estava, ficamos de bobeira a tarde toda, fizemos a unha, hidratamos o cabelo e jogamos papo fora ate dar a hora de nos arrumarmos pro baile

Dai: vou de saia azul e cropped branco, e vocês?
Bru: vou de saia preta e cropped preto também, sei que eu amo chamar atenção mas hoje to nem afim
Lau: ah minha filha, pois se prepare pra chamar atenção igual, pois a senhorita é um arraso até quando está desarrumada - fiz careta e rimos - eu vou de cropped rosa e saia branca
Dai: que foi, vocês inverteram é? Lau de rosa e a Barbie de preto? - rimos

Depois de prontas, resolvemos tirar uma foto pra postar no story do instagram, marquei a localização do morro e saímos de casa indo pro baile
Chegamos na quadra que ja estava socada de gente a Dai foi na frente guiando a gente até uma barraquinha pra pegar bebida, peguei um copo de whisky com energetico e gelo de côco, e elas a mesma coisa, ficamos ali por baixo bebendo e dançando até aquele menino de hoje, Wl chegar perto da gente falando algo com a Dai

Wl: patrão ta mandando vocês subir
Bru: nao vou
Wl: nao tens escolha, ele mandou subir e disse que quer as 3 la em cima
Dai: que caralho, o Paiva só empata, vamo la gente, por favor, depois sobra pra mim e aí é foda
Bru: amiga nao to afim de subir, de verdade, vai vocês e vê o que ele quer, nao tem porque eu estar lá
Dai: ta bom amiga, espera aqui entao, nao sai!
Bru: ta bom

Elas sobem e eu fico la embaixo encarando a conversa deles, volte e meia eles olhavam pra ca, ele parecia impaciente e a Dai parecia tentar pedir algo pra ele, ignorei voltando minha atenção pro meu copo, dei um passo pra trás e sem querer me esbarrei com alguém, olhei pra ver quem era e vi uma mulher ruiva, a mesma daquele dia na casa do Paiva...

Xxx: caralho sua retardada, presta atenção onde tu pisa porra, vai ficar esbarrando em mim? - ah nao, posso ser patricinha, ter meus luxos e tudo, mas ficar falando assim comigo também nao aceito nao
Bru: ta ficando louca caralho? Ta viajando? Fala direito sua sem noção, nao te esbarrei de propósito nao, demente. - virei pra frente e no mesmo instante senti ela puxando forte meu cabelo, gata, rela mao na minha cara mas no meu cabelinho nao. Virei com tudo e voei pra cima dela, ja tava no odio, só sei que caimos as duas no chao, eu dava soco pra caralho nela enquanto ela tentava me arranhar e puxar meu cabelo, ela conseguiu me empurrar e veio pra dar na minha cara, puxei o cabelo dela segurando pra trás e dei uma joelhada no estomago, a filha da puta parece que nem sentiu, voou em cima d mim agarrando no meu cabelo e eu arranhava a cara daquela vaca com odio mesmo.
Até que escutei dois tiro pro alto e alguém separando a gente

Paiva: que porra que ta acontecendo aqui caralho? Tao pirando????
Ruiva: foi ela que começou amor, essa vagabunda esbarrou em mim
Bru: se manca minha filha, esbarrei sem querer e tu sabe muito bem, tu que veio cheia de graça querendo se crescer achando que eu ia abaixar a cabeça pra ti.
Paiva: quero saber quem começou nao porra, quero ordem nessa merda, dessa vez passa, mas da próxima vai ficar as duas careca
Bru: segura tua namorada então porra, tenho nada com isso nao, só nao vou deixar filha da puta nenhuma falar merda pra mim e sair por isso
Paiva: não é minha namorada, só comi uma vez, e baixa essa tua bola que tu nao é porra nenhuma pra falar merda pra mim, e sobe agora pra aquele caralho de camarote! - ele apontou pra cima e eu bufei indo em direção ao camarote, fui batendo o pé mas fui, tava de boa de mais confusão.

Cheguei la em cima e logo ele entrou atras, ele tava muito puto, dava pra ver pela forma que ele olhava pra tudo e todos, eu também tava, falei que nao queria vir pra cá

Dai: caralho amiga, tu arrebentou com ela, eu vi daqui a surra que tu deu na Michele
Lau: prima nem eu sabia que tu brigava assim,  nao quero ser tua inimiga - rimos
Bru: uix to só o odio, ela veio relar no meu cabelo achando que nao ia dar nada, só no sonho dela
Dai: Paiva quando viu saiu daqui puto, pensa, ele ja tava bravo pra caralho que te mandou subir e tu não veio, agora mesmo nao quer papo com ninguem
Lau: e falando nele... - olhamos ele vindo na nossa direção, ele vem até mim e aponta o dedo na minha cara
Paiva: da próxima vez que eu te mandar subir, tu sobe! Tu ta dentro da porra da minha favela, se tu quer dar uma de respondona, de menininha mimada, tu dá la dentro da tua casa, na porra do asfalto, aqui quem manda sou eu e se tu nao ta disposta a aceitar desce essa porra e nao pisa o pé aqui mais, só to sendo tolerante contigo porque es amiga da minha irma, senão ja tinha enchido tua cara de bala, nao pensa que só porque nós transou eu tenho algum carinho por ti
Bru: digo o mesmo gato, mas nao se faz de sonso que tu bem viu quem começou com rolo, sou obrigada a aceitar agora? - levantei
Paiva: vi porra, e dai? Não perguntei quem começou, meu problema é contigo. Aquela hora que te mandei subir ja era pra tu ter subido, foi culpa tua o que aconteceu porque tu desobedeceu ordem minha. Baixa bem tua bola que tu ta na minha area, loirinha.
Bru: é isso aí patrão - dei um sorriso falso sem mostrar os dentes e sai da frente dele, eu queria muito chorar, nunca tinha me sentido tao humilhada, mas ja que tava aqui ia engolir o choro e encher a cara. Comecei a beber tudo que podia, nao tava nem aí pra mais nada

doce veneno...Onde histórias criam vida. Descubra agora