SÁLVAME | JUKE

Capítulo 2

- Reggie -

Depois daquela confusão só me restou buscar a minha mala que eu nem tinha desfeito da volta das férias para o novo dormitório já que me mudaram de quarto por pedido da mamãe. Ela queria que o filho da coach dela se sinta "acolhido". Não achava ruim, adorava conhecer gente nova, mas o Luke e o Alex odiaram a ideia, ainda mais por saberem que o Nick ficará no meu lugar. Ninguém suportava aquele filho do ditador.

Abro a porta e sinto um cheiro forte de incenso e dou de cara com um garoto meditando em cima da cama e parecia estar citando algum mantra estranho. Forcei uma tosse na intenção dele perceber minha presença no qual funcionou.

— OLÁ! — gritou animado me fazendo dar um pulo de susto.

— Você deve ser o aluno novo — repondo me contendo para não rir do meu próprio susto.

Ele se levantou para me cumprimentar, estiquei minha mão, mas ele me puxou para um abraço. Ok, já gostei desse menino estranhamente simpático.

— Me chamo Taylor e você deve ser o filho da sagrada Marília Mendonça. Mulher incrível, não vejo a hora dela lançar a nova música que será em um feat internacional, mas é óbvio que isso você já deve saber.

Ele disse tudo tão rápido que me perdi no assunto

— Sim, já sei — soltei uma risada - Sou o Reggie.

— Você tem uma vibe descontraída e confortável, consigo sentir, aposto que é de sagitário mas a sua lua deve ser em câncer com certeza — semicerrou os olhos como se estivesse lendo a minha alma - Deve adorar um drama apaixonante.

— Como adivinhou? Quer dizer, não sei qual é minha lua, mas sou sagitariano sim.

Ele sorriu satisfeito.

— Se você quiser depois podemos fazer seu mapa completo, tem muita coisa que deveria conhecer.

— Você é Deus?

- Luke -

— Luke, acorde!

— H-mm, não — murmurei afundando meu rosto no travesseiro.

— Lucas, é sério! — Alex insistiu.

Abri minhas pálpebras com dificuldade e olhei o horário.

— Puta que pariu, Alex! Sabe que odeio quando me acordam. São três horas da manhã, inferno!

— É sobre a Julie.

Ok, agora ele tem a minha atenção.

— O que foi? — encarei ele que ainda estava com o uniforme.

— Agora o bonito se interessou, né?

— Si... — balancei a cabeça — Não! Eu só achei pesado o que rolou lá no pátio central. Meio que me senti culpado...

— Sei — me olhou desconfiado.

— O que inferno você quer falar, Alex?

— Ela sumiu.

— Como assim sumiu?

— Reggie contou que as meninas estão atrás dela, mas não sabem mais onde procurar.

— Peraí, como o Reginaldo sabe dessas coisas?

— Ele disse que a pão de alho que contou. Não faço a mínima ideia do que seja esse tal de pão de alho.

— Pão de alho é uma pessoa? — balancei a cabeça de novo conectando meus neurônios — Vamos focar na menina...ela vai levar advertência se estiver fora do quarto essas horas.