Capítulo 3

5.9K 560 60
                                    

         COMPLETO ATÉ DIA 02/10


   A campainha toca, e eu me levanto com um salto só! Sim, eu me tornei uma maluca, literalmente, pelo meu carteiro!

            Ao contrário da Su, que tem milhares de pijamas bonitinhos e enfeitadinhos, eu durmo com a primeira coisa que aparece na minha frente, ou nada mesmo. Eis mais uma vantagem de morar sozinha. Mas desde que me mudei para cá, eu venho colocado um pouco mais de roupa que antigamente. Hoje mesmo, estou de calcinha com o coelho da PlayBoy estampado na minha bunda e uma camiseta até o meio das minhas coxas com o Piu–Piu falando "eu acho que vi um gatinho" no centro. Lindamente linda e sexy!

            Corro para a porta quase caindo no chão quando passo pelas diversas caixas que ele já me entregou esses últimos dias. Há tempos que não vou para a fazenda, e eu e a família buscapé vamos nesse final de semana, o Yago é um que vem falando só nisso já faz dias.

            – Bom dia! – Falo para o carteiro mais lindo dessa região e que me recebe com o sorriso e os olhos diferentes focados nas minhas pernas nuas. Se eu me importo com isso? Nenhum pouco.

            Pode parecer loucura, mas todas as vezes que atendo a porta e ele me vê com esse entusiasmo e admiração de uma adolescente em ebulição de hormônios, faz a minha alto estima dar um pulo de cem metros a mais que o normal. Nenhuma das vezes que ele fez isso comigo, foi por um lado malicioso e lascivo de sua parte, é mais um olhar penetrante e reverenciado. Me sinto um pouco especial para alguém, e isso me faz um bem e tanto.

            – Bom dia! – Ele foca no meu rosto e sorri me mostrando aqueles dentes perfeitos. Por alguns instantes ficamos nesse encanto de troca de olhares. Ele limpa a garganta e desvia o olhar para o pacote que está em suas mãos e me alcança.

            O local onde havia uma aliança de compromisso, ou noivado, já está com a cor parelha em comparação em sua mão direita, e isso é um bom sinal, pelo menos posso flertar sem a culpa de estar fazendo isso com alguém a que ele tem algum relacionamento.

            – Então Antes de Cristo. – Ele ri de cabeça baixa enquanto marca onde eu tenho que assinar o recebimento do pacote. – Qual é a boa da noite de hoje?

            Sendo uma das raras sextas-feiras em que eu tenho a noite livre de folga, pergunto querendo saber se ele é das baladas, ou então mais caseiro. Meu inconsciente espera, ansiosamente que ele seja a primeira opção, e eu nem imagino o porquê disso.

            – Uns amigos querem ir a uma balada aqui perto, mas não sei vou. – Ele me alcança a prancheta e eu faço uma assinatura esquisita, já que nem eu mesma tenho uma própria, e a maioria das entregas são para o consumidor. Ou seja, a minha mãe.

            – Balada com os amigos sempre é bom! – Termino de colocar o CPF da minha mãe e entrego a prancheta. Em um quase impulso, eu falo, que eu quero ir junto com ele, mas ainda bem que o meu filtro entre o meu cérebro e a minha língua funciona pela primeira vez.

            – É... Não sei ainda. E os teus? – Opa! Um bom sinal essa pergunta.

            – Tenho o "mesversário" de três meses da minha afilhada hoje à tardinha e depois estou livre. – Dou um sorriso cheio de segundas, terceiras e até décimas intenções e ele sorri.

            – Aquela que estava aqui semana passada? – Ai que lindo, ele se lembrou da Fofinha que dormiu aqui esses dias. Em comum acordo, eu impus ao Noah e a Su que despachassem as suas malinhas lindas comigo para eles terem uma noite de casal em tempos em tempos.

Por Acaso DEGUSTAÇÃO!Where stories live. Discover now