Conto Único • Rainha Da Floresta

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O som dos meus passos ecoavam pela vasta sala, estava andando em círculos na frente do trono. Todos esperavam uma atitude minha, mas sinto que não vou conseguir.

Virelinha, Virelinha! Maldita Virelinha! Olha em que situação nos colocou.

O vento balançava as cortinas, caminhei até a porta, onde as mesmas decoravam, indo em direção a varanda. Daqui, eu tinha uma ótima visão do reino.

As típicas casinhas de madeira enfeitavam a pequena vila, onde cada uma delas, haviam famílias morando, além de estarem sofrendo.

Soltei um suspiro, e em seguida, me sentei na varanda. O sol estava se pondo, dando aquele inconfundível show alaranjado.

Observei as minhas pernas balançando. Voltei a minha atenção para o horizonte, só havia uma coisa a ser feita.

...

Caminhei apressadamente em direção a biblioteca, mas o típico vestido longo - da cor vermelha - atrapalhava muito. Assim que cheguei, superando alguns tropeços ali e aqui, me dirigi até a minha estante favorita.

Puxei o grosso livro vermelho, que tinha alguns detalhes em dourado, para trás. A estante foi " removida ", dando lugar a uma passagem, característico dos livros.

Antes de entrar, olhei para o corredor a fim de me certificar que não havia ninguém. Tranco a porta da biblioteca, por segurança.

Suspiro antes de entrar na passagem. Por Pã! Fazia anos que eu não entrava aqui, o que não foi muito difícil de comprovar, já que reparei algumas teias de aranhas no teto. Eu estava fazendo algo que jamais pensei em fazer novamente, prometi para mim mesma que abandonaria isso para sempre, mas agora era pelo reino.

Peguei a tocha que estava na parede direita e tratei logo de acendê-la, não quero andar por aí no escuro.

Desci as escadas bem vagarosamente, tateando com as mãos a parede esquerda, mas com bastante cuidado, pois não quero tocar em nenhum bicho inesperado.

Quando finalmente cheguei lá embaixo, distribui o fogo da minha tocha nas demais, iluminando o ambiente.

Depois de anos, voltei ao lugar que costumava me refugiar e também o lugar que abandonei.

A poeira tomava o local, o que me fez dar uns três espirros.

Está na hora! Coragem, você precisa fazer alguma coisa, e rápido!

Comecei a folhear os livros de feitiço da prateleira, eu sei que existe uma cura para esta doença, eu vi bem.....AQUI! Ufa! Finalmente encontrei!

Comecei a preparar o caldeirão. Organizei os potinhos dos ingredientes e encontrei os que precisava.

A água borbulhava, e cada vez que eu jogava um ingrediente, o caldeirão soltava um vapor, que batia no teto e se espalhava pelo cômodo subterrâneo.

E depois de longos minutos, sempre verificando no caderno se estava fazendo certo, a porção estava pronta, a cura estava pronta!

Virelinha havia jogado sobre o reino um feitiço terrível, onde todas as pessoas sentiam uma enorme tristeza. Os suicídios aumentaram drasticamente.

Por algum motivo, eu não havia sido atingida. Talvez, seja o fato de eu ser protegida, desde que nasci, por um cervo mágico. De quem herdei a coroa estilo galhos, em sua homenagem.

Coloquei a porção no maior frasco disponível que tinha ali. Acho que uma gotinha para cada pessoa bastava. E caso não der, tinha ingredientes de sobra para fazer mais. Sorri satisfeita.

Saio do esconderijo e ouço batidas apressadamente na porta, trato de fechar a passagem rapidamente. Escondo o vidrinho no bolso.

Um elfo estava lá fora, um dos ajudantes do castelo, particularmente, ele me ajuda com a organização do dia a dia, como diz o ditado: o meu braço-direito.

Pelo seu semblante apavorado, eu deduzi que só podia significar uma coisa

Ela estava aqui!

Antes de correr para a sala do trono, me dirigi ao elfo e lhe disse:

— Leopoldino, toma — retiro o frasco do meu bolso e lhe entrego — Leve isso e der ao povo, é a cura para o feitiço.

Ele me olhou confuso, mas concordou.

Corri apressadamente para a sala, mas novamente, o vestido atrapalhava. Argh!

...

Lá estava ela, parada me encarando. Estava com o seu vestido branco de costume, seus cabelos negros longos lhe dava um ar extremamente apavorante. Engoli em seco.

— Majestade — Seu sorriso era.... Mas que psicopata!

Me aprumo e preparo o meu sorriso mais cínico pra ela.

— Virelinha!

Será eu ou Virelinha dessa vez?


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Conto participante do desafio do sessão pipoca e escrito pela Ju: garotaperdidaxn

Contos Assombrados - Janeiroween QDBVWhere stories live. Discover now