16 de fevereiro de 2021

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afetos imaginários

Eu nunca concordei tanto com a frase "a carência cria afetos imaginários", eu sinto como se de quatro anos até agora eu crio sempre afetos imaginários, eu idealizo algumas pessoas que nem existem.
Mas o mais grave de tudo é que eu crio relações que nem existem, todas elas em relação a pessoas que eu achava que eram próximas e as vezes nem eram tanto.
Quando eu estou no trabalho eu vejo muitos rostos e pessoas todos os dias, de vez em quando eu acho que vejo alguém que eu amo, me dá uma pontada de esperança, mas depois eu vejo que não é, isso acontece várias vezes no dia.
  Talvez eu pense tanto nas pessoas, e elas não pensem tanto assim em mim, eu só não sei como deixar de me importar com quem não me considera tanto assim.
  É difícil carregar a intensidade nas costas e esperar que tudo passe em um absoluto silêncio, para quem falar? para quem pedir conselho? Se quem eu tenho para tirar todas essas dúvidas é quem as causa?
  Eu carrego a insegurança na minha mala nessa estrada, talvez seja por isso que eu estou preferindo o silêncio a maioria das vezes, tudo que me falaram de negativo ecoa na minha cabeça todos os dias, é algo que eu gostaria de esquecer por que as vezes eu sinto que não estou fazendo por mim, mas para provar a todos que me falaram aquelas coisas que eles estavam errados, e eu não quero ter que provar nada para ninguém, eu só quero ter segurança para ser eu mesma.
  Hoje eu entendi que as vezes eu crio afetos que não existem, nem todo mundo se importa comigo como eu me importo com eles, nem todo mundo está disposto a me mandar uma mensagem e mostrar que se importa, nem todo mundo está disposto a dizer o óbvio para mim. Daria tudo para saber se eu estou fazendo a escolha certa deixando todos eles irem embora.

Todas as Cartas que eu não te enviei Where stories live. Discover now